NASCER DE NOVO



Texto Base

“Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”
(João 3:3, ARA)

1. Introdução

Nicodemos, um fariseu erudito e membro do Sinédrio, foi um homem profundamente religioso — conhecedor das Escrituras, fiel em suas práticas e zeloso em suas observâncias. Contudo, mesmo com toda sua religiosidade, ainda carecia de uma transformação espiritual genuína.

Jesus revelou-lhe a verdade fundamental da fé cristã: ninguém pode ver ou entrar no Reino de Deus sem nascer de novo (Jo 3:3–5). Esse novo nascimento não é físico, mas espiritual, resultado da ação regeneradora do Espírito Santo (Tt 3:5).

Da mesma forma, muitos hoje vivem a fé de modo meramente ritualístico — frequentam templos, conhecem doutrina, contribuem financeiramente — mas ainda não passaram pela experiência real de regeneração.
Nascer de novo é, portanto, abandonar a velha natureza e viver segundo o Espírito.

2. A Necessidade do Novo Nascimento

Jesus enfatiza que “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3:6).
O homem natural, corrompido pelo pecado, é incapaz de agradar a Deus (Rm 8:7–8). Somente por meio do novo nascimento o indivíduo é restaurado à comunhão com o Criador.
Esse processo envolve arrependimento, fé e transformação moral, que se refletem em mudanças concretas de conduta.

3. Evidências do Novo Nascimento

A regeneração espiritual manifesta-se em atitudes visíveis. O crente que nasceu de novo abandona o velho modo de viver e passa a refletir a natureza de Cristo (Ef 4:22–24). A seguir, destacam-se os principais aspectos dessa transformação, conforme Efésios 4:22–31:

3.1. Abandonar a Velha Natureza

“Portanto, abandonem a velha natureza de vocês, que fazia com que vivessem uma vida de pecados...” (Ef 4:22, NTLH)

O novo nascimento exige o rompimento com a vida antiga.
A velha natureza — guiada pelos desejos enganosos — deve ser crucificada com Cristo (Rm 6:6).
O crente é agora uma nova criatura: “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5:17).

3.2. Renovar a Mente e o Coração

“É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados.” (Ef 4:23)

O Espírito Santo renova o entendimento, produzindo nova forma de pensar, sentir e agir (Rm 12:2).
O regenerado abandona pensamentos impuros e desejos carnais, passando a desejar as coisas do alto (Cl 3:2).

3.3. Revestir-se da Nova Natureza

“Vistam-se com a nova natureza, criada por Deus...” (Ef 4:24)

Nascer de novo é revestir-se de Cristo (Gl 3:27).
Isso implica viver uma vida santa, justa e piedosa (Tt 2:12).
A nova natureza é marcada por humildade, bondade, paciência e amor (Cl 3:12–14).

3.4. Abandonar a Mentira

“Por isso não mintam mais. Que cada um diga a verdade para o seu irmão...” (Ef 4:25)

A regeneração moral inclui o compromisso com a verdade.
O cristão regenerado rejeita toda falsidade, pois o Espírito Santo é Espírito da Verdade (Jo 16:13).
A mentira corrompe o corpo de Cristo, mas a verdade edifica a comunhão.

3.5. Dominar a Ira

“Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem.” (Ef 4:26)

A ira, quando não controlada, se transforma em pecado (Tg 1:20).
O novo homem manifesta domínio próprio, perdão e mansidão, seguindo o exemplo de Cristo (Mt 11:29).
O amor cobre multidão de pecados (1Pe 4:8).

3.6. Não Dar Lugar ao Diabo

“Não deem ao Diabo oportunidade para tentar vocês.” (Ef 4:27)

O crente regenerado permanece vigilante, revestido da armadura de Deus (Ef 6:11).
A submissão a Deus e a resistência firme na fé são armas espirituais contra o inimigo (Tg 4:7; 1Pe 5:8–9).

3.7. Abandonar o Roubo e a Desonestidade

“Quem roubava, que não roube mais, mas trabalhe...” (Ef 4:28)

A regeneração produz honestidade e generosidade.
O novo homem trabalha de modo digno para suprir suas necessidades e ajudar os necessitados (At 20:35; 2Co 9:12).
O arrependimento verdadeiro é acompanhado de frutos concretos (Lc 3:8).

3.8. Usar Palavras que Edificam

“Não digam palavras que façam mal aos outros...” (Ef 4:29)

A boca do regenerado é instrumento de bênção, não de destruição (Tg 3:9–10).
As palavras devem transmitir graça, consolo e sabedoria (Cl 4:6).

3.9. Não Entristecer o Espírito Santo

“E não façam com que o Espírito Santo de Deus fique triste.” (Ef 4:30)

O Espírito Santo habita no coração do crente como selo e garantia da salvação (Ef 1:14).
O pecado e a dureza de coração entristecem o Espírito.
Por isso, o regenerado busca continuamente viver em santidade.

3.10. Abandonar Toda Maldade

“Abandonem toda amargura, todo ódio e toda raiva...” (Ef 4:31)

O novo nascimento conduz à libertação de todo ressentimento e maldade.
O cristão é chamado a viver em paz com todos (Hb 12:14), rejeitando críticas injustas e invejas (1Pe 2:1).
Quem nasceu de novo ama, perdoa e promove reconciliação.

4. Conclusão

O novo nascimento é a obra suprema do Espírito Santo no coração humano.
Não se trata de uma reforma moral, mas de uma transformação interior profunda.
Somente quem nasceu do Espírito pode viver segundo o Espírito e manifestar os frutos da nova vida (Gl 5:22–25).

Portanto, nascer de novo é ser recriado à imagem de Cristo, deixando as obras da carne e produzindo frutos dignos do arrependimento.

“Faz de mim, Senhor, um santuário, puro e santo, preparado para Ti.”

Referências Bibliográficas 

A BÍBLIA SAGRADA. Tradução: Nova Tradução na Linguagem de Hoje. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Bíblica e Reformada. São Paulo: Vida Nova, 2018.

STOTT, John. O Discípulo Radical. Viçosa: Ultimato, 2012.

EPIFANIO, Jarbas. Nascer de Novo. Manuscrito teológico, 2025.


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Os Sete Deveres do Cristão no Mundo



Texto Base

“Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”
(Efésios 5:27, ARA)

Introdução

A vida cristã autêntica exige posicionamento firme diante do pecado e do sistema corrompido do mundo. O discípulo de Cristo não pode ocultar sua fé (Mc 8:38), tampouco ser cúmplice das obras das trevas.
Muitos, por conveniência ou laços familiares, acabam apoiando o erro ou participando de práticas contrárias à verdade bíblica, justificando-se como Pilatos, que “lavou as mãos” (Mt 27:24). Contudo, a Palavra é clara: o cristão deve reprovar as obras infrutíferas das trevas (Ef 5:11) e odiar o pecado, demonstrando amor a Deus por meio da obediência.

O apóstolo Paulo ensina que a igreja deve ser apresentada a Cristo santa, pura e irrepreensível, refletindo a glória do Senhor neste mundo (Ef 5:27). A seguir, destacam-se sete deveres fundamentais do cristão na sociedade, à luz das Escrituras.

1. Evitar os Cuidados do Mundo

“Porque ao que tem se dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.” (Mt 13:12)

O primeiro dever do cristão é não se deixar dominar pelas preocupações materiais e pelos desejos efêmeros. Jesus advertiu sobre o perigo das “preocupações deste mundo” (Mt 13:22), que sufocam a Palavra e impedem o crescimento espiritual.
O discípulo maduro sabe que a verdadeira riqueza está em buscar primeiro o Reino de Deus (Mt 6:33), confiando que o Senhor proverá o necessário.

2. Não Ser do Mundo

“Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo... o mundo vos aborrece.” (Jo 15:19)
“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou... Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.” (Jo 17:14–16)

O cristão vive no mundo, mas não pertence a ele. Sua identidade é celestial. Foi escolhido por Cristo e separado para viver segundo os valores do Reino de Deus.
Portanto, deve resistir às pressões culturais e morais que se opõem ao evangelho, mantendo sua lealdade ao Senhor mesmo diante da rejeição.

3. Separar-se do Mundo

“O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de Deus, nosso Pai.” (Gl 1:4)

A separação do mundo não é isolamento físico, mas distanciamento espiritual do pecado e dos padrões corruptos da sociedade. O cristão é chamado à santidade e à renovação da mente (Rm 12:2).
Cristo o libertou do “presente século mau”, e, por isso, o servo de Deus deve rejeitar práticas e ideologias que contrariam a vontade divina.

4. Brilhar no Mundo

“Para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo.” (Fp 2:15)

O cristão deve ser luz no meio das trevas, manifestando o caráter de Cristo por meio de sua conduta e integridade.
A luz não se esconde — ela expõe, revela e guia. Assim, o verdadeiro discípulo brilha por meio de boas obras e testemunho fiel, levando outros a glorificar a Deus (Mt 5:14–16).

5. Evitar a Amizade do Mundo

“Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” (Tg 4:4)

A amizade com o mundo é incompatível com a lealdade a Deus. O termo “adúlteros” usado por Tiago é uma metáfora espiritual que denuncia a infidelidade do coração dividido entre Deus e o sistema mundano.
O cristão deve ter discernimento para amar as pessoas, mas rejeitar os valores que corrompem a fé e a pureza moral.

6. Vencer o Mundo

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.” (1Jo 5:4)

A vitória do cristão sobre o mundo não é conquistada por força humana, mas pela fé em Cristo.
O novo nascimento concede poder espiritual para resistir ao pecado, vencer as tentações e permanecer firme até o fim.
A fé operante produz obediência, esperança e perseverança, tornando o crente mais que vencedor (Rm 8:37).

7. Crucificar-se para o Mundo

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo.” (Gl 6:14)

O último dever resume todos os anteriores: o cristão deve morrer para o mundo e viver para Cristo.
A cruz representa a renúncia do ego, o abandono do pecado e o compromisso de seguir o Mestre em santidade.
A verdadeira espiritualidade se manifesta quando o cristão considera o mundo crucificado — sem poder de atração — e dedica sua vida totalmente à glória de Deus.

Conclusão

O cristão é chamado a ser santo, separado e irrepreensível em meio a uma geração corrompida.
Os sete deveres aqui apresentados não são apenas mandamentos éticos, mas expressões de uma vida transformada pela graça.
A igreja gloriosa que Cristo apresentará a si mesmo (Ef 5:27) será composta de crentes que viveram com zelo, fidelidade e pureza, demonstrando ao mundo que a fé em Jesus é o caminho da verdadeira vida.

Referências Bibliográficas 

A BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

EPIFANIO, Jarbas. Os Sete Deveres do Cristão no Mundo. Manuscrito teológico, 2025.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Bíblica e Reformada. São Paulo: Vida Nova, 2018.

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Zelo pelo Testemunho Cristão








Conduta Cristã 5ª parte

Definição e Propósito

O zelo pelo testemunho cristão é o cuidado contínuo que todo discípulo de Cristo deve ter em viver de forma a glorificar a Deus por meio de suas atitudes, palavras e conduta moral. Jesus afirmou que seus seguidores são “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13-16), o que implica responsabilidade em refletir o caráter divino diante dos homens, sendo exemplo de fidelidade e pureza.

Glorificar a Deus, portanto, não se limita a atos de adoração pública, mas se estende a todas as esferas da vida, em coerência entre fé professada e prática cotidiana. O testemunho cristão autêntico torna-se um reflexo visível da transformação interior operada pelo Espírito Santo (Rm 12.2).

1. O Servo de Cristo como Despenseiro Fiel

O apóstolo Paulo estabelece um princípio fundamental para o comportamento cristão:

“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” (1Co 4.1–2, ARA)

Ser “despenseiro” significa administrar os dons, oportunidades e responsabilidades espirituais que Deus confiou ao crente. A fidelidade, nesse contexto, é o padrão pelo qual se mede a autenticidade da fé. O cristão deve, portanto, empenhar-se em viver de modo digno, aprovando “as coisas excelentes” e sendo “sincero e inculpável para o dia de Cristo” (Fp 1.10).

2. Abstenção de Práticas Inconvenientes

O zelo pelo testemunho também requer discernimento. O apóstolo Paulo adverte que, embora “todas as coisas sejam lícitas”, nem todas convêm ou edificam (1Co 6.12; 10.23). Assim, o cristão maduro evita comportamentos que possam gerar dúvida, escândalo ou enfraquecer a fé de outros.

Entre esses comportamentos, destaca-se o uso da bebida alcoólica, cuja moderação é um princípio bíblico claro:

“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens” (Fp 4.5).

A liberdade cristã jamais deve ser exercida como licença para o pecado ou motivo de tropeço. A conduta deve ser guiada pelo amor e pela responsabilidade espiritual (Rm 14.13–21).

3. Evitando o Escândalo e Mantendo o Bom Testemunho

A vida cristã exige vigilância constante para não escandalizar — isto é, causar tropeço — aos irmãos ou ao mundo. Paulo demonstrou esse princípio em sua própria vida:

“Procuro sempre ter consciência pura diante de Deus e dos homens.” (At 24.16)
“Não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.” (2Co 6.3)

Esse padrão de integridade moral e ética deve ser visível. O apóstolo ainda exorta:

“Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a Igreja de Deus.” (1Co 10.32)

A obediência a esse princípio requer afastar-se de práticas, pessoas ou ambientes que possam comprometer o testemunho cristão (Rm 16.17–18; 1Co 8.9–13). O verdadeiro zelo é, portanto, fruto de amor e reverência a Deus, resultando em vida exemplar diante de todos (2Co 8.21).

Conclusão

O zelo pelo testemunho cristão é uma expressão prática da santidade. O servo de Deus deve abster-se de qualquer comportamento que não esteja em conformidade com o padrão bíblico, reconhecendo que sua vida é observada tanto por homens quanto por Deus.

O testemunho coerente é o meio mais poderoso de evangelização silenciosa — um reflexo visível da graça que transforma. Em tudo, o cristão deve agir conforme o princípio paulino:

“Quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Co 10.31)

Referências Bibliográficas 

BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

FONSÊCA, Salvador Moisés da. Bebidas Alcoólicas. Série Respostas da Fé Cristã, vol. 3. 1. ed. São Paulo: Editora Cristã, s.d.

SANTOS, Franklin Ferreira; COSTA, Alan Myatt. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal e Reformada. São Paulo: Vida Nova, 2018.

STOTT, John. O Discípulo Radical. São Paulo: Ultimato, 2012.