7 PROMESSAS “CANCELADAS” OU “REVOGADAS” NA BÍBLIA,

 

Vou começar esclarecendo que, ao falar de promessas “canceladas” ou “revogadas” na Bíblia, é importante reconhecer que as Escrituras retratam Deus como fiel e verdadeiro em Suas promessas. No entanto, certos textos sugerem que algumas promessas podem ter sido modificadas, adiadas ou até condicionadas ao comportamento do povo. A seguir, vou abordar sete promessas que foram, de alguma forma, alteradas ou condicionadas ao longo da narrativa bíblica.

 1. Promessa da Terra a Moisés e à Primeira Geração do Êxodo

   - Deus prometeu a Moisés e à geração que saiu do Egito que entrariam na Terra Prometida (Êxodo 3:17). Contudo, por causa da desobediência e falta de fé do povo (Números 14:20-23), Deus determinou que a primeira geração do êxodo, exceto Josué e Calebe, não herdaria a terra. Eles foram proibidos de entrar, e a promessa foi cumprida com a geração seguinte.

 2. Reino Estabelecido para a Dinastia de Saul

   - Saul foi o primeiro rei de Israel, e Deus o ungiu para liderar e proteger o povo. Em 1 Samuel 13:13-14, porém, Samuel anuncia que o reino de Saul não continuaria devido à sua desobediência a Deus. A promessa de um reino estável foi retirada de Saul e transferida para Davi.

 3. Conquista Total da Terra Prometida

   - Deus prometeu ao povo de Israel que conquistariam completamente a Terra Prometida, vencendo todos os povos inimigos. No entanto, a conquista foi interrompida quando Israel deixou de obedecer plenamente às ordens de Deus, e muitos povos inimigos permaneceram na terra (Juízes 2:1-3). Isso se tornou uma fonte contínua de conflito e idolatria.

 4. O Templo Como Casa Eterna de Deus

   - Quando Salomão dedicou o templo, Deus prometeu estar presente nele para sempre (1 Reis 9:3). No entanto, Deus também advertiu que o templo dependia da obediência do povo. Por causa da idolatria persistente, o templo foi destruído pelos babilônios em 586 a.C. (2 Reis 25), e a presença de Deus foi retirada.

 5. Bençãos Condicionadas à Obediência em Israel

   - Em Deuteronômio 28, Deus promete bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência. As bênçãos da prosperidade e segurança foram retiradas repetidamente ao longo da história de Israel, quando o povo violava a aliança. Os profetas lembram que muitas bênçãos foram suspensas como resultado da infidelidade do povo.

 6. A Monarquia Dividida Após Salomão

   - Deus prometeu a Davi que sua descendência sempre reinaria em Israel (2 Samuel 7:16), mas essa promessa foi modificada devido à idolatria de Salomão. Após seu reinado, o reino foi dividido (1 Reis 11:11-13), e a casa de Davi governou apenas sobre Judá, enquanto as outras tribos seguiram Jeroboão.

 

 7. Promessa de Retorno dos Exilados e Reconstrução do Reino

   - Jeremias profetizou que o exílio duraria 70 anos e que os exilados retornariam (Jeremias 29:10). Enquanto o retorno aconteceu, o reino nunca voltou a ter a glória dos tempos de Davi e Salomão. Essa promessa foi reinterpretada ao longo do tempo, especialmente no Novo Testamento, como a vinda de um novo reino em Jesus.

 

Essas “promessas canceladas” mostram como a resposta humana pode afetar o curso das promessas divinas, mas também revelam o caráter de Deus: justo, fiel, mas também disposto a reavaliar as bênçãos e as advertências conforme o comportamento do Seu povo. Em última análise, isso nos aponta para a necessidade de uma resposta sincera e contínua de fé e obediência a Deus.

AS DUAS JERUSALÉNS: A PROMESSA DA NOVA CIDADE ETERNA

 

A visão de uma "nova Jerusalém" é uma das mais inspiradoras promessas bíblicas, representando a restauração completa e eterna da comunhão entre Deus e a humanidade. Essa cidade celestial será o centro do governo divino no estado eterno, substituindo todas as estruturas e sistemas mundanos que, ao longo da história, foram corrompidos. Abaixo, vamos explorar as características e a importância dessa nova Jerusalém.

1. A Nova Jerusalém: A Cidade Celestial

A nova Jerusalém é uma cidade especial, preparada por Deus nos céus para ser a morada dos redimidos. Após o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro, os salvos estarão eternamente com Cristo e viverão na nova cidade. João descreve essa cidade como "adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido" (Apocalipse 21:2), simbolizando sua pureza e beleza incomparável.

Essa cidade celestial não precisa de habitações comuns, pois os salvos terão corpos glorificados, semelhantes ao de Cristo ressuscitado (Filipenses 3:21), e viverão em constante comunhão com Deus, sem limitações terrenas.

2. Uma Cidade Literal e Gloriosa

A nova Jerusalém é descrita como uma cidade real e literal que desce do céu (Apocalipse 21:10). João a vê como uma cidade brilhante, refletindo a glória de Deus, com luz semelhante a uma pedra de jaspe, translúcida e resplandecente (Apocalipse 21:11). Essa cidade não é apenas uma metáfora espiritual; ela será uma realidade visível e gloriosa, com um ambiente de beleza divina, incluindo o "rio da vida" e a "árvore da vida" que produz frutos para a saúde das nações (Apocalipse 22:2).

3. Um Muro e Doze Portas

A cidade é cercada por um grande muro com doze portas, cada uma guardada por um anjo e representando as doze tribos de Israel (Apocalipse 21:12-13). Essa estrutura reflete o cuidado de Deus em honrar Suas promessas ao povo de Israel e manter Seu pacto eterno. As portas, feitas de pérolas, e a praça de ouro puro mostram a riqueza espiritual e a perfeição do trabalho divino (Apocalipse 21:21).

4. Os Doze Fundamentos da Cidade

Cada fundamento do muro da cidade traz o nome de um dos doze apóstolos, simbolizando a importância da doutrina apostólica e a base da Igreja (Apocalipse 21:14). Esses fundamentos, adornados com pedras preciosas, refletem a glória de Deus e o papel central da mensagem de Cristo em todo o plano eterno de Deus.

5. Dimensões da Cidade

A nova Jerusalém tem um formato cúbico perfeito, com cerca de 2.400 km de comprimento, largura e altura (Apocalipse 21:16-17). Essa forma simboliza a perfeição e a completude da cidade, que será suficientemente grande para acolher todos os remidos, proporcionando um ambiente de paz e harmonia eternas.

6. Uma Cidade Sem Tristeza e Sofrimento

Na nova Jerusalém, "Deus enxugará dos olhos toda lágrima", e não haverá mais morte, dor ou sofrimento (Apocalipse 21:4). Todas as tristezas e limitações do mundo atual serão esquecidas, e a presença de Deus trará alegria e conforto eternos aos seus habitantes.

7. Sem Necessidade de Templo

Na nova Jerusalém, não haverá necessidade de templos físicos para adoração, pois "o seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro" (Apocalipse 21:22). Deus estará acessível a todos diretamente, e os habitantes estarão em comunhão constante com Ele.

8. Sem Sol, Lua e Noite

A cidade não necessita do sol, da lua ou das estrelas, pois a glória de Deus ilumina todo o ambiente, e o Cordeiro é a sua lâmpada (Apocalipse 21:23). A presença divina é tão intensa que não há necessidade de fontes de luz externas, e não haverá noite ali.

9. A Cidade Como Satélite da Terra

A nova Jerusalém descerá do céu e pairará sobre a Terra como uma fonte de luz para as nações (Apocalipse 21:24-26). A cidade será um testemunho constante do poder e da majestade de Deus, e as nações reconhecerão a autoridade divina e trarão honra à cidade.

 

10. Sem Pecado

A nova Jerusalém será uma cidade pura, onde nada impuro, abominável ou mentiroso poderá entrar (Apocalipse 21:27). Apenas aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro terão acesso à cidade. Todos os ímpios e pecadores estarão fora dessa nova criação, conforme o ensino de Paulo (1 Coríntios 6:10), e o ambiente será eternamente livre do mal.

Conclusão

A nova Jerusalém representa a consumação da obra redentora de Deus e a esperança final de todo cristão. Esse lugar de comunhão, beleza e paz será o lar eterno dos remidos. Deus habitará com Seu povo para sempre, em uma cidade perfeita, onde não haverá mais tristeza, morte ou sofrimento.