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A Bíblia Fala Mais Sobre o Privilégio de Dar

A Bíblia enfatiza repetidamente o ato de dar como uma virtude essencial da vida cristã, destacando-o como uma bênção maior do que receber. Jesus Cristo, em Atos 20:35, afirmou: "Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber." Essa declaração reflete a essência do evangelho: amor sacrificial e generosidade.

A análise numérica das Escrituras revela a relevância desse tema. Termos relacionados ao ato de dar aparecem de forma expressiva:

  • "Dar" ou o ato de dar: 1.600 vezes
  • "Oferta" ou "ofertar": 600 vezes
  • "Dízimo" ou "dizimar": 36 vezes
  • "A décima parte": 72 vezes

No total, são 2.308 referências que abrangem desde a doação material até a entrega do coração a Deus. Esse destaque numérico demonstra a importância da generosidade na espiritualidade bíblica, abordando não apenas a doação financeira, mas também a entrega de tempo, talentos e amor ao próximo.

O Significado Espiritual do Ato de Dar

Dar, na perspectiva bíblica, vai além de uma transação financeira. É uma expressão tangível de fé, amor e obediência a Deus. Passagens como Provérbios 11:25 ressaltam que a generosidade traz bênçãos: "A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado." Nesse contexto, a generosidade não apenas beneficia o receptor, mas transforma o coração do doador, aproximando-o mais de Deus.

Outro aspecto importante é a motivação. Em 2 Coríntios 9:7, Paulo exorta os crentes a dar com alegria: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." Aqui, aprendemos que o ato de dar não deve ser um peso, mas uma oportunidade de refletir a graça divina.

Contexto e Interpretação das Passagens Sobre Dar

Embora o ato de dar seja amplamente discutido na Bíblia, é crucial interpretar corretamente as passagens relacionadas. Algumas referências ao termo "dar" não se referem à contribuição financeira, mas a outras formas de entrega ou compromisso. Por exemplo:

  • "Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti e à tua descendência" (Gênesis 13:15) refere-se à promessa de Deus a Abraão sobre a herança da terra.
  • "E o dragão parou diante da mulher que estava para dar à luz" (Apocalipse 12:4) simboliza o nascimento de Jesus Cristo e a batalha espiritual envolvida.

Esses exemplos evidenciam a necessidade de discernimento ao interpretar as Escrituras. É fácil cair na armadilha de aplicar todos os textos de "dar" às ofertas materiais sem considerar seu contexto original.

A Generosidade e a Doutrina da Prosperidade

Infelizmente, em alguns contextos, a doutrina da prosperidade explora indevidamente o conceito bíblico de generosidade, prometendo bênçãos financeiras em troca de ofertas. Essa abordagem pode distorcer o verdadeiro propósito do ato de dar, transformando-o em uma ferramenta de barganha com Deus.

Embora seja verdade que Deus abençoa os generosos, essas bênçãos nem sempre são financeiras. Elas podem se manifestar de várias formas, como paz, contentamento, relacionamentos restaurados e crescimento espiritual.

Uma Visão Holística da Generosidade Bíblica

Dar é, sem dúvida, um tema central na Bíblia. No entanto, é essencial lembrar que a fé, o amor, a oração, o batismo e a Ceia do Senhor também desempenham papéis fundamentais na caminhada cristã, mesmo sendo mencionados com menor frequência. A espiritualidade cristã não pode ser resumida a um único aspecto.

Por isso, devemos estudar a Palavra de Deus em sua totalidade, permitindo que o Espírito Santo nos guie na aplicação correta de cada ensinamento. A verdadeira generosidade nasce de um coração grato e transformado pela graça, que reconhece que tudo o que temos pertence a Deus.

Conclusão

A ênfase da Bíblia no privilégio de dar nos chama a uma vida de generosidade e obediência. No entanto, essa prática deve ser fundamentada no amor e na gratidão, não em manipulações ou promessas distorcidas. Ao oferecer a Deus e ao próximo o que temos, refletimos a natureza divina e participamos da obra de redenção e transformação do mundo. Dar, então, torna-se não apenas um ato de fé, mas uma celebração da graça abundante que recebemos.

 

O TIMEU MENCIONADO EM MARCOS 10,46-52 SERIA O MESMO MENCIONADO POR FLÁVIO JOSEFO?

 A menção de Timeu, pai de Bartimeu, em Marcos 10:46-52, e a possível referência a um Timeu em Flávio Josefo são temas de debate entre estudiosos.

Marcos 10:46-52

Neste trecho, Bartimeu é descrito como um cego mendigo que clama por Jesus enquanto Ele passa por Jericó. O texto menciona que Bartimeu é filho de Timeu, mas não fornece mais informações sobre esse personagem.

Flávio Josefo

Flávio Josefo, um historiador judeu do primeiro século, menciona várias figuras históricas e eventos, mas não há uma menção direta e clara de um Timeu que possa ser diretamente associado ao pai de Bartimeu. Os escritos de Josefo incluem muitos personagens e contextos, mas a identificação de Timeu como o mesmo mencionado por Marcos não é confirmada.

Considerações

  1. Contexto Histórico: O nome "Timeu" era comum na época, o que torna difícil estabelecer uma conexão direta sem mais evidências.
  2. Importância do Nome: O uso de nomes semelhantes na literatura antiga não implica necessariamente que se referem à mesma pessoa.
  3. Interpretação: Muitos estudiosos sugerem que a referência a Timeu em Marcos pode ter mais a ver com a narrativa e simbolismo do que com uma conexão histórica.

Conclusão

Embora seja uma questão interessante, não há evidências conclusivas que provem que o Timeu mencionado em Marcos é o mesmo que qualquer figura mencionada por Flávio Josefo. A conexão permanece especulativa e requer mais pesquisa para ser confirmada ou refutada.

FIGURA DE RETÓRICA BÍBLICA

Aqui estão explicações detalhadas sobre cada figura de retórica bíblica:

Figuras de Retórica
1. *Símile*: Compara duas coisas diferentes usando "como" ou "assim como".
- Exemplo: "O povo de Israel era como ovelhas sem pastor" (Nm 27:17).
1. *Metáfora*: Compara duas coisas diferentes sem usar "como" ou "assim como".
- Exemplo: "Jesus é o Cordeiro de Deus" (Jo 1:29).
1. *Metonímia*: Substitui um termo por outro relacionado.
- Exemplo: "Washington decidiu..." (em vez de "O governo dos EUA decidiu...").
- Bíblico: "A cruz de Cristo" (em vez de "a morte de Cristo") (1 Cor 1:17).
1. *Sinédoque*: Usa uma parte para representar o todo ou vice-versa.
- Exemplo: "Todos os olhos estavam fixos nele" (em vez de "todas as pessoas").
- Bíblico: "A cabeça da família" (Nm 1:4).
1. *Ironia*: Diz o contrário do que se quer significar.
- Exemplo: "Que belo dia!" (em um dia chuvoso).
- Bíblico: "Vós sois os verdadeiros filhos de Abraão?" (Jo 8:39).
1. *Hipérbole*: Exagero para enfatizar.
- Exemplo: "Tenho fome suficiente para comer um boi!"
- Bíblico: "Se alguém vier a mim e não aborrecer seu pai e mãe... não pode ser meu discípulo" (Lc 14:26).
1. *Apóstrofe*: Direciona a fala a alguém ausente ou inanimado.
- Exemplo: "Ó morte, onde está tua vitória?" (1 Cor 15:55).
1. *Personificação*: Atribui características humanas a objetos ou conceitos.
- Exemplo: "A sabedoria clama nas ruas" (Pv 1:20).
1. *Antropomorfismo*: Atribui características humanas a Deus.
- Exemplo: "Deus viu que era bom" (Gn 1:10).

Exemplos Bíblicos Adicionais
- Salmo 23:4 (metáfora) - "Tu és meu pastor."
- Provérbios 3:18 (metonímia) - "A sabedoria é árvore de vida."
- Mateus 16:18 (sinédoque) - "Sobre esta pedra edificarei minha igreja."
- Apocalipse 5:8 (personificação) - "As quatro criaturas viventes e os 24 anciãos adoravam."

Fontes
- Bíblia (Almeida Revista e Atualizada)
- "Figuras de Retórica" de E. W. Bullinger
- "Comentário Bíblico" de Matthew Henry
- "Dicionário de Termos Literários" de Mário Perini.

7 PROMESSAS “CANCELADAS” OU “REVOGADAS” NA BÍBLIA,

 

Vou começar esclarecendo que, ao falar de promessas “canceladas” ou “revogadas” na Bíblia, é importante reconhecer que as Escrituras retratam Deus como fiel e verdadeiro em Suas promessas. No entanto, certos textos sugerem que algumas promessas podem ter sido modificadas, adiadas ou até condicionadas ao comportamento do povo. A seguir, vou abordar sete promessas que foram, de alguma forma, alteradas ou condicionadas ao longo da narrativa bíblica.

 1. Promessa da Terra a Moisés e à Primeira Geração do Êxodo

   - Deus prometeu a Moisés e à geração que saiu do Egito que entrariam na Terra Prometida (Êxodo 3:17). Contudo, por causa da desobediência e falta de fé do povo (Números 14:20-23), Deus determinou que a primeira geração do êxodo, exceto Josué e Calebe, não herdaria a terra. Eles foram proibidos de entrar, e a promessa foi cumprida com a geração seguinte.

 2. Reino Estabelecido para a Dinastia de Saul

   - Saul foi o primeiro rei de Israel, e Deus o ungiu para liderar e proteger o povo. Em 1 Samuel 13:13-14, porém, Samuel anuncia que o reino de Saul não continuaria devido à sua desobediência a Deus. A promessa de um reino estável foi retirada de Saul e transferida para Davi.

 3. Conquista Total da Terra Prometida

   - Deus prometeu ao povo de Israel que conquistariam completamente a Terra Prometida, vencendo todos os povos inimigos. No entanto, a conquista foi interrompida quando Israel deixou de obedecer plenamente às ordens de Deus, e muitos povos inimigos permaneceram na terra (Juízes 2:1-3). Isso se tornou uma fonte contínua de conflito e idolatria.

 4. O Templo Como Casa Eterna de Deus

   - Quando Salomão dedicou o templo, Deus prometeu estar presente nele para sempre (1 Reis 9:3). No entanto, Deus também advertiu que o templo dependia da obediência do povo. Por causa da idolatria persistente, o templo foi destruído pelos babilônios em 586 a.C. (2 Reis 25), e a presença de Deus foi retirada.

 5. Bençãos Condicionadas à Obediência em Israel

   - Em Deuteronômio 28, Deus promete bênçãos pela obediência e maldições pela desobediência. As bênçãos da prosperidade e segurança foram retiradas repetidamente ao longo da história de Israel, quando o povo violava a aliança. Os profetas lembram que muitas bênçãos foram suspensas como resultado da infidelidade do povo.

 6. A Monarquia Dividida Após Salomão

   - Deus prometeu a Davi que sua descendência sempre reinaria em Israel (2 Samuel 7:16), mas essa promessa foi modificada devido à idolatria de Salomão. Após seu reinado, o reino foi dividido (1 Reis 11:11-13), e a casa de Davi governou apenas sobre Judá, enquanto as outras tribos seguiram Jeroboão.

 

 7. Promessa de Retorno dos Exilados e Reconstrução do Reino

   - Jeremias profetizou que o exílio duraria 70 anos e que os exilados retornariam (Jeremias 29:10). Enquanto o retorno aconteceu, o reino nunca voltou a ter a glória dos tempos de Davi e Salomão. Essa promessa foi reinterpretada ao longo do tempo, especialmente no Novo Testamento, como a vinda de um novo reino em Jesus.

 

Essas “promessas canceladas” mostram como a resposta humana pode afetar o curso das promessas divinas, mas também revelam o caráter de Deus: justo, fiel, mas também disposto a reavaliar as bênçãos e as advertências conforme o comportamento do Seu povo. Em última análise, isso nos aponta para a necessidade de uma resposta sincera e contínua de fé e obediência a Deus.

Bibliologia: A Inspiração Verbal e Plenária das Escrituras

 

A doutrina da Inspiração Verbal e Plenária das Escrituras é um dos pilares centrais da fé cristã, especialmente dentro da teologia ortodoxa. Ela afirma que a Bíblia, em seus manuscritos originais, foi inspirada por Deus de maneira plena e completa, e que cada palavra foi cuidadosamente guiada pelo Espírito Santo. Neste artigo, exploraremos as características, provas e implicações dessa doutrina, bem como sua relação com outros aspectos importantes da Bibliologia.

1. Características da Inspiração Verbal e Plenária

A inspiração verbal e plenária refere-se à crença de que cada palavra das Escrituras foi inspirada por Deus. Isso significa que a mensagem de Deus não está apenas nos conceitos ou ideias gerais, mas também nas próprias palavras escolhidas. As principais características dessa doutrina incluem:

Aplicação aos Manuscritos Originais: A inspiração verbal e plenária se aplica apenas aos textos originais da Bíblia, também conhecidos como "autógrafos". As cópias subsequentes e traduções, embora úteis, podem conter erros de transmissão, mas os manuscritos originais foram infalíveis.

Extensão às Próprias Palavras: A inspiração se estende às palavras específicas utilizadas pelos autores, e não apenas às ideias ou mensagens gerais. Cada palavra foi cuidadosamente supervisionada por Deus.

Supervisão Divina: Deus, como o superintendente do processo de escrita, não ditou palavra por palavra aos autores bíblicos, mas os guiou de maneira que, ao escreverem, usaram suas próprias personalidades e estilos, garantindo a precisão divina.

Inerrância: A inspiração verbal e plenária implica a inerrância das Escrituras, ou seja, que a Bíblia, em seus escritos originais, está livre de erros em todas as suas afirmações, sejam elas de natureza teológica, moral, histórica ou científica.

2. Provas da Inspiração Verbal e Plenária

A doutrina da inspiração verbal e plenária é sustentada por várias passagens bíblicas que confirmam a origem divina das Escrituras. Entre as mais importantes estão:

2 Timóteo 3:16: Aqui, o apóstolo Paulo utiliza o termo grego theopneustos, que significa "soprado por Deus", afirmando que as Escrituras são o produto direto do sopro divino.

2 Pedro 1:20-21: Pedro explica o processo de inspiração ao dizer que os homens que escreveram as Escrituras foram "movidos" ou "carregados" pelo Espírito Santo, descrevendo a ação divina que garantiu a fidelidade dos escritos.

Ordens Específicas para Escrever: Em várias partes do Antigo Testamento, Deus ordena que Suas palavras sejam registradas (Êxodo 17:14; Jeremias 30:2).

Uso de Citações: Jesus e os apóstolos frequentemente citam as Escrituras, confirmando sua autoridade divina (Mateus 15:4; Atos 28:25).

O Uso que Jesus Fez do Antigo Testamento: Jesus reafirma a autoridade do Antigo Testamento em Mateus 5:17, ao dizer que Ele não veio para abolir a lei, mas para cumpri-la, e em João 10:35, onde afirma que "a Escritura não pode falhar".

Afirmações de Autoridade no Novo Testamento: Em passagens como 1 Timóteo 5:18 e 2 Pedro 3:16, o Novo Testamento reconhece outras partes de si mesmo como Escritura, indicando que os autores tinham consciência de que estavam escrevendo a Palavra de Deus (1 Coríntios 2:13).

3. Provas da Inerrância

A inerrância das Escrituras é uma consequência direta da inspiração divina. Algumas evidências a favor da inerrância incluem:

O Caráter de Deus: Como Deus é verdadeiro e incapaz de mentir (João 17:3; Romanos 3:4), é natural que Sua Palavra seja igualmente verdadeira e isenta de erros.

Ensinamentos de Cristo: Jesus confirma a veracidade e permanência das Escrituras, como em Mateus 5:17 e João 10:35, o que implica a inerrância dos textos sagrados.

Argumentos Baseados em Palavras Específicas: Alguns argumentos bíblicos são baseados em uma única palavra, como em Gálatas 3:16 (onde Paulo faz um ponto sobre "descendente", no singular) e Mateus 22:31-32 (onde Jesus usa a forma verbal "sou" para argumentar sobre a ressurreição).

4. Canonicidade

A questão da canonicidade trata da seleção e reconhecimento dos livros que fazem parte da Bíblia. O processo de reconhecimento do cânon foi guiado por Deus e levado a cabo pelas igrejas primitivas. Algumas considerações fundamentais sobre a canonicidade incluem:

Auto-autenticidade da Bíblia: A Bíblia não precisou de concílios eclesiásticos para obter sua autoridade. Esses concílios apenas reconheceram a autoridade inerente que os livros já possuíam.

Critérios de Canonicidade do Novo Testamento: Entre os critérios usados para reconhecer os livros do Novo Testamento estavam:

Apostolicidade: O livro foi escrito por um apóstolo ou sob sua influência?

Conteúdo: O livro possui um caráter espiritual elevado e está de acordo com a fé cristã?

Universalidade: O livro foi amplamente aceito pela igreja?

Inspiração: O livro demonstra evidências internas de inspiração divina?

Formação do Cânon do Novo Testamento: O cânon do Novo Testamento foi reconhecido oficialmente no Concílio de Cartago, em 397 d.C., embora já houvesse consenso entre os cristãos sobre a maioria dos livros antes disso.

5. Iluminação

A doutrina da iluminação refere-se à obra do Espírito Santo em tornar compreensível a verdade das Escrituras. Sem essa ação, os não-salvos são incapazes de entender plenamente a mensagem da Bíblia (1 Coríntios 2:14). Para o crente, o Espírito Santo continua a ensinar e guiar na compreensão da Palavra (João 16:13-15).

6. Interpretação

Finalmente, a interpretação da Bíblia deve ser feita com base em princípios sólidos, como:

Interpretação Histórica e Gramatical: As Escrituras devem ser interpretadas dentro de seu contexto histórico e gramatical, considerando o ambiente em que foram escritas.

Contexto Imediato e Amplo: Deve-se interpretar um texto dentro de seu contexto mais amplo, que inclui o livro em que ele está e a Bíblia como um todo.

Conclusão

A doutrina da Inspiração Verbal e Plenária nos dá confiança na autoridade e inerrância das Escrituras. A Bíblia, como a Palavra de Deus, não apenas comunica Suas verdades eternas, mas também foi preservada e revelada de maneira perfeita. Reconhecer essa doutrina é essencial para a fé cristã, pois confirma a confiabilidade e a suficiência da Bíblia para todas as questões de fé e prática.

A Sabedoria que se Perdeu - Uma Reflexão sobre a Queda de Salomão

Para explorar a queda de Salomão à luz dos ensinamentos bíblicos e aplicá-los de forma prática, podemos dividir o estudo em quatro tópicos principais: sabedoria, obediência, idolatria e consequências. Cada seção oferece reflexões sobre como esses pontos se relacionam com a vida cristã contemporânio.

1. Salomão: Sabedoria e Fraqueza
   - Referências Bíblicas: 1 Reis 3:7-9; 1 Reis 4:29-34
   - Explicação:
Salomão é lembrado por sua sabedoria, dada por Deus para governar Israel com justiça. Essa sabedoria é confirmada por seu discernimento em decisões difíceis e pelos provérbios que ele nos deixou. Mas, apesar disso, ele também revela fraquezas que o levam a desobedecer a Deus. Essa situação mostra a realidade humana de que, mesmo dotados de grandes dons, todos são suscetíveis ao pecado.
   - Aplicação Prática:
 Sabedoria e dons espirituais devem ser acompanhados de uma vida de obediência e temor a Deus. Não basta possuir conhecimento; é preciso alicerçar nossas vidas na fidelidade a Deus e em um relacionamento constante com Ele.

2. A Influência dos Casamentos com Mulheres Estrangeiras
   - Referências Bíblicas: 1 Reis 11:1-4
   - Explicação
Os casamentos de Salomão com mulheres de outras nações trouxeram com eles práticas e influências contrárias à lei de Deus. Essas alianças políticas e matrimoniais, inicialmente pensadas para reforçar seu poder, abriram a porta para o sincretismo religioso e desviaram seu coração.
   - Aplicação Prática:
 Nossas escolhas relacionais e os vínculos que estabelecemos impactam diretamente nossa vida espiritual. A Bíblia adverte sobre a importância de não nos conformarmos com os padrões do mundo (Romanos 12:2) e de preservar a fé em nossas alianças.

3. Idolatria: A Queda de Salomão
   - Referências Bíblicas: 1 Reis 11:4-8
   - Explicação:
Influenciado por suas esposas, Salomão começa a adorar deuses estrangeiros, como Astarte e Milcom. Essa idolatria marca um afastamento do primeiro mandamento e do amor exclusivo a Deus. Salomão não só tolera a idolatria, mas a permite ativamente, construindo altares para esses deuses.
   - Aplicação Prática:
A idolatria moderna pode se manifestar em formas sutis: carreiras, bens materiais, fama e poder. A advertência para nós é que nada pode ocupar o lugar de Deus em nossas vidas. O coração deve ser constantemente vigiado para não dar espaço a ídolos que possam nos afastar de Deus.

4. Desobediência e Consequências
   - Referências Bíblicas: 1 Reis 11:9-13; 1 Reis 12
   -Explicação:
 A desobediência de Salomão provoca a ira divina e traz sérias consequências. Deus anuncia que o reino será dividido, com apenas uma tribo permanecendo com a casa de Davi, por amor a seu pai, Davi. Essa divisão ocorre após a morte de Salomão, quando seu filho Roboão herda um reino fraturado.
   - Aplicação Prática:
 Nossa desobediência a Deus afeta não apenas nossa própria vida, mas também os que estão ao nosso redor. Esse exemplo nos ensina sobre as consequências do pecado e da falta de fidelidade, lembrando-nos da importância da obediência e da lealdade a Deus para que nossa vida seja abençoada.

Reflexão Final
Este estudo sobre a vida de Salomão serve como um lembrete de que a sabedoria humana é insuficiente sem a fidelidade e a obediência a Deus. Salomão começou com um coração dedicado ao Senhor, mas permitiu que influências externas o afastassem de seu propósito. Hoje, somos chamados a manter a fé em um relacionamento sincero e constante com Deus, evitando tudo o que possa nos desviar de Seu caminho.

Perguntas para Reflexão:
- Que influências em minha vida estão me afastando de Deus?
- Tenho idolatrado alguma coisa que não seja o próprio Deus?
- Como posso fortalecer minha obediência aos mandamentos divinos?

Este estudo pode ser finalizado com uma oração, pedindo a Deus que nos ajude a viver com fidelidade e a sabedoria que vêm dEle, e não da nossa própria força.

O CRENTE E A POLÍTICA

     De acordo com a Bíblia, Salomão, rei de Israel, é considerado o homem mais sábio de sua época, mas ele pecou devido a vários fatores:

Um deles foi casamentos com mulheres estrangeiras: Salomão se casou com mulheres de outras nações, o que levou à introdução de práticas idolátricas em Israel (1 Reis 11:1-8).

A questão do casamento com mulheres estrangeiras na vida de Salomão pode ser vista, nos dias de hoje, como um alerta sobre as alianças e compromissos que um crente faz e o impacto dessas escolhas sobre a vida espiritual. No contexto contemporâneo, esse princípio pode se aplicar ao envolvimento do cristão com a política, especialmente quando esse engajamento coloca em risco seus valores espirituais.

 A Influência das Alianças no Contexto Atual

No caso de Salomão, suas alianças matrimoniais com mulheres estrangeiras, que tinham uma fé e uma cultura diferentes, resultaram em uma mistura que afastou seu coração de Deus. Em nosso contexto, um paralelo pode ser traçado com o envolvimento intenso do cristão na política quando esse envolvimento se torna uma prioridade em detrimento de seu compromisso com Deus. O problema não está necessariamente no engajamento político em si, mas na forma como isso pode levar o cristão a fazer concessões que comprometem seus valores espirituais.

1. Alianças que Enfraquecem a Fé
   - No cenário atual, um cristão envolvido em política ou em qualquer movimento social precisa estar ciente de que alianças e compromissos podem afetar diretamente sua fé. Quando uma pessoa decide colocar seus esforços e convicções em uma causa política sem vigilância espiritual, ela corre o risco de adaptar sua fé para encaixá-la em ideologias humanas.
   - **Reflexão Bíblica:** Assim como Salomão abriu mão de princípios para agradar suas esposas, o cristão hoje pode abrir mão de sua firmeza na fé para satisfazer exigências e alianças que a política impõe. A Bíblia nos adverte a não nos conformarmos com o mundo, mas a sermos transformados pela renovação da nossa mente (Romanos 12:2).

2. O Risco de Substituir a Fidelidade a Deus por Fins Políticos
   - No envolvimento político, o cristão pode enfrentar a tentação de colocar ideais partidários acima de princípios bíblicos, justificando ações ou decisões que ele normalmente reprovaria. A lealdade a Cristo e ao Seu reino deve ser sempre superior a qualquer outra fidelidade.
   - **Exemplo Prático:** Em algumas situações, cristãos que ocupam posições políticas podem acabar tolerando práticas ou discursos que são contrários ao evangelho, justificando-os por “fins maiores” ou pela busca de “poder e influência” para promover o bem. No entanto, essas concessões podem diluir a mensagem cristã e afastar o crente do verdadeiro propósito de sua fé.

3. A Política como Meio, não como Fim
   - A política pode ser um campo legítimo para o cristão influenciar a sociedade com valores cristãos. Contudo, é fundamental que essa influência não substitua a pregação do evangelho ou a vida de obediência a Deus. Quando a política se torna o fim, e não o meio, há o risco de que o crente perca o foco de sua missão espiritual.
   - **Aplicação:** O crente é chamado a ser “sal e luz” (Mateus 5:13-16), o que implica em uma postura transformadora e independente, guiada pelos valores do Reino. Se o cristão coloca a política como sua prioridade, ele pode perder a força de seu testemunho, ao fazer concessões que ofuscam sua fidelidade a Cristo.

Conclusão: Prioridades Espirituais Acima das Terrenas
A história de Salomão nos alerta sobre o perigo de alianças e de influências que desviam o coração. O cristão é chamado a manter sua fé e sua lealdade a Deus acima de tudo. Assim, envolvimentos e compromissos na política ou em qualquer outro setor devem ser feitos de forma vigilante, com o compromisso de não comprometer a fidelidade ao evangelho. Como discípulos de Cristo, devemos recordar sempre que o Reino de Deus é eterno e que a política, sendo um campo transitório, deve ser um meio de manifestação de valores cristãos e não uma razão para o crente comprometer sua fé. 

Essa reflexão traz à tona a importância de manter Cristo no centro da vida e do testemunho do cristão, não permitindo que o ativismo político ou qualquer outra aliança sufoque a espiritualidade e o compromisso com o Senhor.

ALEGRIA: O Contentamento Que Vem De Deus

 A Bíblia nos ensina que a verdadeira alegria e contentamento não estão nas circunstâncias externas ou nas riquezas materiais, mas no relacionamento com Deus. Através de diversos versículos, as Escrituras nos mostram que a satisfação genuína é fruto de uma vida centrada em Deus e em Sua vontade. Neste artigo, exploraremos o conceito bíblico de alegria e contentamento, destacando o que significa viver uma vida plena e satisfeita segundo os padrões divinos.

Descansar em Deus: A Base da Alegria

O Salmo 37:7 nos aconselha: "Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho." Este versículo fala sobre o descanso em Deus como chave para a verdadeira alegria. Muitas vezes, nos encontramos inquietos, comparando nossas vidas com as dos outros, especialmente com aqueles que parecem prosperar de forma injusta. No entanto, a Bíblia nos chama a não nos deixar levar pela inveja ou pelo desânimo. O descanso em Deus envolve confiar na Sua justiça e no Seu tempo, sabendo que Ele está no controle de todas as coisas.

O justo, ainda que tenha pouco, encontra contentamento em sua relação com Deus, como diz o Salmo 37:16: "Mais vale o pouco do justo que a abundância de muitos ímpios." Aqui, o salmista revela que a verdadeira alegria não está na abundância de bens materiais, mas na retidão diante de Deus. O pouco com Deus é infinitamente mais valioso do que qualquer riqueza adquirida de maneira injusta.

O Chamado à Satisfação no Chamado de Deus

Em 1 Coríntios 7:17, o apóstolo Paulo nos instrui a viver conforme o chamado de Deus: "Ande cada um segundo o Senhor lhe tem distribuído, cada um conforme Deus o tem chamado." Esse versículo aponta para a importância de aceitarmos o que Deus nos deu e o lugar onde Ele nos colocou. A insatisfação muitas vezes surge quando tentamos viver fora da nossa vocação ou desejamos algo que não está dentro dos planos de Deus para nós. A verdadeira alegria está em caminhar segundo o propósito de Deus, aceitando com gratidão o que Ele nos confiou.

Piedade com Contentamento: A Grande Fonte de Lucro

Paulo, em sua primeira carta a Timóteo, faz uma declaração poderosa: "De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento" (1 Timóteo 6:6). A piedade, ou seja, a devoção sincera a Deus, aliada ao contentamento, é vista como uma verdadeira riqueza. Aqui, o apóstolo nos ensina que o verdadeiro lucro não está em acumular bens materiais, mas em viver uma vida piedosa, satisfeita com o que Deus provê. Essa satisfação é uma forma de liberdade, pois liberta o cristão da escravidão ao materialismo e à busca incessante por mais.

A Simplicidade e a Alegria de uma Vida sem Avareza

Em Hebreus 13:5, lemos: "Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as cousas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Este versículo nos exorta a viver sem a ganância que domina tantos corações. A confiança na provisão e presença de Deus é o que nos traz paz e contentamento. Quando entendemos que Deus nunca nos deixará nem nos abandonará, podemos nos desprender da necessidade de acumular riquezas e viver com alegria e gratidão pelo que já temos.

O Contentamento como Reflexo de uma Vida Guiada por Deus

O conceito de alegria no Senhor é amplamente reforçado em diversas passagens das Escrituras. O Salmo 16:6 diz: "As divisas caem-me em lugares agradáveis; é mui linda a minha herança." Aqui, vemos que o salmista reconhece a bondade de Deus em sua vida e se alegra na herança que Deus lhe deu. A verdadeira alegria não vem de circunstâncias perfeitas, mas do reconhecimento de que Deus está em cada detalhe da nossa vida.

Da mesma forma, Provérbios 17:22 nos lembra que "o coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos." A alegria verdadeira tem um impacto direto sobre nossa saúde emocional e espiritual. Quando confiamos em Deus e vivemos contentes, nossa vida é fortalecida, e experimentamos a paz que só Ele pode proporcionar.

Alegria como Fruto do Espírito

A alegria é também um dos frutos do Espírito mencionados em Gálatas 5:22. Isto significa que a verdadeira alegria não é algo que podemos alcançar por nós mesmos, mas é uma manifestação da presença do Espírito Santo em nossa vida. Quando caminhamos com Deus e permitimos que o Espírito nos guie, a alegria se torna uma característica natural da nossa jornada cristã. Não se trata de uma felicidade superficial baseada em circunstâncias, mas de uma alegria profunda e constante, enraizada na nossa relação com Deus.

Conclusão

A alegria verdadeira, segundo as Escrituras, não depende das circunstâncias externas, das riquezas ou do reconhecimento humano. Ela nasce de uma vida que confia plenamente em Deus, que está satisfeita com o Seu chamado e que encontra contentamento no que Ele provê.

À medida que cultivamos uma relação profunda com Deus e permitimos que o Espírito Santo nos guie, experimentamos a alegria que vem da Sua presença e da certeza de que Ele nunca nos deixará. Que possamos viver essa alegria e contentamento, refletindo a paz de Deus em todas as áreas de nossas vidas.

Adoração: Um Convite Bíblico para Glorificar a Deus

         A adoração é um tema central nas Escrituras e na vida cristã, representando a resposta adequada do ser humano diante da majestade e santidade de Deus. Desde o Antigo Testamento até o Novo Testamento, somos constantemente lembrados da importância de render glória a Deus e de reconhecer Sua soberania sobre toda a criação. Neste artigo, exploraremos o conceito bíblico de adoração e o que significa adorar a Deus em espírito e em verdade, de acordo com a revelação bíblica.

A Adoração como Resposta à Santidade de Deus

        No Salmo 29:2, somos exortados: "Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade." A adoração, segundo este versículo, não é apenas uma prática religiosa; é uma resposta à santidade de Deus. Reconhecemos a grandeza do Seu nome e a glória que Lhe é devida. O ato de adorar na "beleza da santidade" nos remete à pureza, reverência e devoção que devemos demonstrar ao nos aproximarmos de Deus.

Adoração como Humilhação e Reverência

        No Salmo 95:6, somos convidados: "Vinde, adoremos e prostremo-nos, ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou." A adoração bíblica envolve uma postura de humildade e reverência. Prostrar-se diante de Deus é um sinal de reconhecimento de Sua supremacia e de nossa total dependência d'Ele. Ajoelhar-se simboliza a entrega e submissão ao Criador, que nos formou e nos sustenta.

        A relação entre adoração e submissão é amplamente destacada nas Escrituras, especialmente em passagens como Filipenses 2:10-11, onde o apóstolo Paulo afirma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra; e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." O reconhecimento de Jesus como Senhor é o ponto culminante da adoração cristã, pois Ele é a revelação plena da glória de Deus.

O Chamado à Adoração Exclusiva

        No Antigo Testamento, Deus deixa claro que a adoração deve ser dirigida somente a Ele: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3). Este é o primeiro dos Dez Mandamentos e estabelece a base da adoração verdadeira — a adoração exclusiva ao único Deus verdadeiro. No contexto israelita, esta ordenança era um contraste direto com o politeísmo das nações vizinhas, mas seu princípio permanece relevante para os cristãos hoje. Deus é o único digno de adoração, e qualquer forma de idolatria é uma violação direta dessa ordem divina.

Adoração Coletiva e Comunitária

        Além da adoração pessoal e individual, a Bíblia também enfatiza a importância da adoração comunitária. O escritor de Hebreus exorta os crentes: "Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações" (Hebreus 10:25). A adoração não é um ato isolado; é uma prática que deve ser vivida em comunhão com outros crentes. A igreja primitiva compreendia isso profundamente, como podemos ver em Lucas 24:52, onde os discípulos adoravam a Jesus com grande alegria e juntos, após a Sua ascensão.

Adoração em Espírito e em Verdade

        Um dos ensinamentos mais profundos sobre adoração foi dado pelo próprio Jesus. No diálogo com a mulher samaritana, Ele revela que "os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são esses que o Pai procura para seus adoradores" (João 4:23-24). Jesus ensina que a adoração vai além dos rituais externos ou dos lugares físicos; ela deve fluir do coração e ser guiada pela verdade da Palavra de Deus. Adorar em espírito implica uma conexão genuína com Deus, através do Espírito Santo, enquanto adorar em verdade significa que nossa adoração deve estar fundamentada na revelação divina.

Adoração no Futuro Eterno

        A adoração também tem uma dimensão escatológica. Em Apocalipse 4:11, vemos uma visão celestial em que os anciãos prostram-se diante de Deus, dizendo: "Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas." A adoração eterna será a ocupação de todos os redimidos na presença de Deus. Na nova criação, adoraremos ao Senhor plenamente, livres de toda mancha do pecado e em perfeita comunhão com Ele.

Conclusão

        A adoração, segundo as Escrituras, é muito mais do que cânticos e rituais; é a resposta do ser humano à revelação da majestade, santidade e amor de Deus. Ela envolve submissão, reverência, exclusividade e comunhão, e deve ser vivida em espírito e em verdade, tanto individualmente quanto em comunidade.

À medida que nos aproximamos de Deus em adoração, somos transformados por Sua presença, e nossas vidas tornam-se um reflexo da glória de Deus para o mundo. Que possamos, assim, viver uma vida de adoração genuína, reconhecendo sempre que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai.


Os leitores são convidados a compartilhar suas próprias reflexões sobre o assunto.

PREDESTINAÇÃO À LUZ DE SALMO 139:16

 

Introdução

O Salmo 139:16 diz:

    "Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles ainda existia."

 

        Essa passagem é frequentemente associada à soberania de Deus e ao seu conhecimento total sobre a vida humana, até mesmo antes do nascimento. O texto afirma que Deus conhece todos os dias de uma pessoa, o que muitas vezes é entendido como uma referência à sua onisciência e providência.

 

Predestinação à luz de Salmo 139:16

        A ideia de predestinação geralmente está associada ao conceito de que Deus, de forma soberana, pré-determina todos os eventos, incluindo o destino eterno das pessoas (se vão ou não ser salvas). Esse é um tema central na teologia reformada, principalmente nas obras de Agostinho de Hipona e João Calvino. No entanto, o entendimento desse versículo em particular não é uniformemente aceito como uma referência direta à predestinação no sentido estrito de salvação ou condenação.

 

        No Salmo 139:16, o foco está mais no conhecimento de Deus sobre o curso da vida humana — desde a concepção até a morte — do que especificamente na predestinação eterna. O salmista reflete sobre o cuidado íntimo e detalhado de Deus, reconhecendo que todos os eventos e dias da vida de uma pessoa são conhecidos e registrados por Deus desde antes do nascimento.

 

Perspectiva teológica tradicional

        A maioria dos teólogos concorda que o Salmo 139:16 exalta a onisciência e a soberania de Deus. No entanto, há divergências sobre o que isso implica em termos de predestinação:

 

        Teólogos Reformados (Calvinistas): Eles podem interpretar esse versículo como evidência de que Deus pré-determina e conhece todos os eventos da vida de uma pessoa, incluindo seu destino eterno. Para os calvinistas, a predestinação faz parte do plano divino, no qual Deus escolhe alguns para a salvação antes da fundação do mundo, com base na sua vontade soberana.

 

        Teólogos Arminianos: Diferentemente dos calvinistas, os arminianos acreditam que Deus, embora conheça o futuro, permite que os seres humanos exerçam livre-arbítrio. Eles veriam o Salmo 139:16 mais como uma afirmação da onisciência de Deus — Ele conhece todos os dias, mas isso não significa necessariamente que Ele os determinou em termos de controle rígido, especialmente no que diz respeito à salvação ou condenação.

 

        Outras perspectivas cristãs: Algumas tradições cristãs, como o catolicismo e o ortodoxismo oriental, têm visões variadas sobre predestinação, mas muitas vezes enfatizam que, embora Deus conheça o futuro, Ele também concede liberdade ao ser humano para responder à graça divina.

 

A maioria dos teólogos

        A interpretação predominante entre teólogos é que o Salmo 139:16 está relacionado ao conhecimento absoluto de Deus sobre a vida e o tempo humano, mas não há consenso se este versículo especificamente ensina uma doutrina de predestinação no sentido calvinista. A maioria concorda que o versículo é uma expressão poética da onisciência e soberania de Deus, mas a questão da predestinação depende da tradição teológica particular à qual um indivíduo ou denominação pertence.

 

Conclusão

        Salmo 139:16 fala sobre o conhecimento detalhado de Deus em relação à vida humana, desde o início. Embora teólogos reformados possam ver uma conexão com a doutrina da predestinação, a maioria dos estudiosos cristãos entende que o versículo é uma afirmação mais geral sobre a onisciência divina, sem necessariamente implicar um destino fixo e determinado no sentido estrito da predestinação para salvação ou condenação. O debate sobre predestinação depende mais de como a teologia sistemática de cada tradição trata do tema do livre-arbítrio e da soberania divina.

ISAÍAS 52:13-53:12: Uma Das Mais Queridas E Importantes Passagens Do Antigo Testamento

Introdução


                A passagem de Isaías 52:13-53:12 é um dos textos mais profundos e queridos do Antigo Testamento, tanto para judeus quanto para cristãos. Estes versículos apresentam o "Servo Sofredor", uma figura que sofre vicariamente pelos pecados da humanidade, oferecendo-se como sacrifício por outros. A interpretação dessa passagem tem sido tema de debates ao longo da história, especialmente em relação à identidade do Servo.

A Interpretação Judaica e Cristã

        

            Tradicionalmente, a interpretação judaica deste texto entendia que ele se referia ao Messias, um libertador prometido por Deus. Isso também foi adotado pelos primeiros cristãos, que viam a figura do Servo Sofredor como uma prefiguração de Jesus Cristo. Por exemplo, em Atos 8:35, o evangelista Filipe usa essa passagem para explicar a identidade de Jesus ao eunuco etíope, mostrando que Jesus era o cumprimento dessas profecias messiânicas.

No entanto, no século XII, surgiu uma nova interpretação predominante no judaísmo. De acordo com essa visão, o Servo Sofredor seria uma representação simbólica da nação de Israel, que sofreu nas mãos de seus opressores ao longo da história. Essa perspectiva se tornou a dominante no judaísmo moderno. Contudo, essa interpretação enfrenta desafios dentro do próprio texto, especialmente em Isaías 53:8, onde o Servo é claramente distinguido do "meu povo", sugerindo que o Servo é uma figura separada e distinta da nação de Israel.

A Natureza do Servo Sofredor


Outro ponto que levanta questões sobre a identidade do Servo é o fato de que ele é descrito como uma "vítima inocente" em Isaías 53:9. A nação de Israel, ao longo de sua história, passou por períodos de rebelião contra Deus, de forma que não poderia ser descrita coletivamente como "inocente" no contexto dessa passagem. O Servo, por outro lado, é retratado como alguém que não cometeu violência nem teve engano em sua boca.

Estrutura da Passagem


A passagem de Isaías 52:13-53:12 é dividida em cinco partes, cada uma composta por três versículos:

Isaías 52:13-15 – Esta seção começa com uma nota de exaltação do Servo. Ele será "muito exaltado", mas sua aparência será "desfigurada" devido ao seu sofrimento. Isso provoca espanto e perplexidade entre as nações.

Isaías 53:1-3 – Aqui, o foco muda para a rejeição e o sofrimento do Servo. Ele é desprezado e rejeitado pelos homens, uma figura de dor e sofrimento que não é valorizada por aqueles ao seu redor.

Isaías 53:4-6 – Estes versículos são o coração da passagem e descrevem a natureza vicária do sofrimento do Servo. Ele carrega as dores e pecados de outros, sendo castigado em lugar deles. Sua morte traz cura e paz para aqueles que ele substitui.

Isaías 53:7-9 – O Servo, embora oprimido e afligido, permanece em silêncio, aceitando seu destino sem resistência. Ele é levado à morte como uma ovelha ao matadouro, sem proferir uma palavra de protesto.

Isaías 53:10-12 – Finalmente, esta seção descreve a justificação que resulta do sofrimento do Servo. Sua morte não é em vão; ele verá o fruto de sua obra, justificando a muitos e recebendo sua recompensa por ter oferecido sua vida.

Conclusão


Isaías 52:13-53:12 é uma passagem fundamental tanto no judaísmo quanto no cristianismo. Para os cristãos, ela oferece uma clara prefiguração de Jesus Cristo como o Servo Sofredor, que morreu pelos pecados da humanidade. Para os judeus, especialmente a partir do século XII, o texto passou a ser interpretado de maneira diferente, com o Servo representando a nação de Israel.

Independentemente da interpretação, esta passagem continua a inspirar e provocar reflexão, desafiando os leitores a considerarem o significado profundo do sofrimento, da redenção e do papel do "Servo" nas promessas de Deus.

CONTRADIÇÕES BÍBLICAS

 

Respostas para suas dúvidas

A Bíblia não contém erros, como já foram mencionados neste livro, os erros que existe não tira a sua inspiração.

 A Bíblia utiliza uma linguagem simples e comum, do quotidiano, que destaca a ocorrência de um não tem uma base científica. Isso não quer dizer que os autores usassem uma linguagem anti-científica ou que negassem a ciência, mas sim uma linguagem popular para descrever fenómenos científicos. (GEISLER, 1997, p.23).[i] Para compreender as escrituras, é necessário entender as três linguagens da Bíblia: a linguagem literal, a linguagem figurativa e a linguagem simbólica. A linguagem literal refere-se à interpretação ao pé da letra, enquanto a linguagem figurativa abrange as figuras de linguagem presentes na Palavra de Deus. No entanto, é importante lembrar que "é o Espírito que abre os olhos do entendimento" (Lucas 24.45).

Conforme afirmou Vilson Scholz, "A Bíblia não contém contradições, ela se interpreta a si mesma; a Bíblia também se explica por si só, sendo sua própria intérprete". (SCHOLZ, 2006, pp.10,11).[ii]

O mesmo indivíduo ainda acrescentou:

A Bíblia não tem como objetivo contar histórias antigas ou satisfazer a curiosidade dos seus leitores sobre o passado, presente ou futuro. Ela não é um livro que contém todas as respostas, pelo menos não as respostas específicas para perguntas muitas vezes sem grande importância. No entanto, ela responde às grandes questões da vida e da morte. A grande novidade da Bíblia também não está no seu ensino ético. O que a Bíblia realmente quer é tornar-nos sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2Tm 3.14-17).

No Livro Cristianismo em Crise, Hank Hanegraaff,[1] utilizando a palavra ligths, em inglês, mostra como se deve interpretar as Sagradas Escrituras.

Hank Hanegraaff destacou que um método eficaz para combater o ensino herético é através de um sólido treinamento hermenêutico, que consiste na ciência e na arte da interpretação bíblica. A hermenêutica é considerada uma ciência por estar fundamentada em regras específicas, enquanto também é uma arte devido ao envolvimento da intuição e análise perspicaz. Um acrônimo útil para lembrar as diretrizes hermenêuticas é L-I-G-H-T-S ("luzes"). Esse método irá esclarecer o caminho enquanto se navega pela Palavra. O acrônimo representa os seguintes elementos importantes na interpretação da Bíblia:

L = Interpretação Literal

I = Iluminação Espiritual

G = Princípios Gramaticais

H = Contexto Histórico

T = Ensino Teológico

S = Simetria Bíblica

Temos também na bíblia as figura de linguagem

O que são as figuras de linguagem

... São recursos linguísticos empregados pelo literato para expressar de modo concreto suas ideias, evocando algum tipo de imagem real, comparação, ou de correspondência entre as palavras e pensamento” (BENTHO, 2005, p. 307)[2]

A Bíblia utiliza várias figuras de linguagem, todas elas são importantes para ilustrar verdades profundas e divinas. Para compreender a Bíblia, é necessário conhecer essas figuras de linguagem. (PIONEIRA.2010)[3]

Por que usá-las?

Elas contribuem para a fixação da mensagem na mente, conferem clareza, causam impacto e também captam a atenção pela sua beleza.[4]

O Pr. João de Souza comentou: É fundamental ter em mente a importância do conhecimento das figuras de linguagem para a interpretação de textos. A palavra de Deus é composta por palavras ensinadas pelo Espírito Santo (1 Co 2.13; 1 Ts 2.13; 2 Tm 3.16; 2Pd 1.21, etc.). (Souza. 2010)[5]

CLASSIFICAÇÃO

Bentho (2005, p. 307 ss) categoriza as figuras de linguagem bíblicas da seguinte forma: Comparação: Símile e Metáfora. Dicção: Pleonasmo e Hipérbole. Relação: Sinédoque e Metonímia. Contraste: Ironia, Parábola, Litote e Eufemismo. Caráter pessoal: Prosopopeia e apóstrofe.

Vamos destacar alguas delas

ANTROPOMORFISMO - É a linguagem que atribui a Deus ações e características humanas, inclusive órgãos e membros do corpo humano. Por exemplo: "E o Senhor apreciou o agradável aroma e refletiu consigo mesmo... (Gn. 8.21). "Por que escondes a tua mão e a tua direita no teu seio?" (Sl. 74.11). (PIONEIRA.2010)

HIPÉRBOLE - Figura de estilo que recorre a um exagero óbvio e intencional para enfatizar ou causar uma impressão mais profunda. As hipérboles não devem ser interpretadas literalmente.

Jesus utilizou muitas figuras de linguagem no seu ensino. Por exemplo, ele disse: “Porque reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu próprio olho?” (Mt 7.3) Outro exemplo: “E nem um só cabelo da vossa cabeça perecerá” (Lc 21.18) É evidente que Jesus não estava a afirmar que todos os cabelos de cada um dos seus discípulos seriam preservados. Ele utilizou uma figura de linguagem para realçar que os seus seguidores seriam protegidos apesar de serem “odiados por todos”. (Lc 21:17).[6]

Passaram-se dez minutos, dez séculos de ansiedade para Lenita.” (Júlio Ribeiro) citado por Eduardo Cajueiro.

Torrentes de água derramaram os meus olhos por causa da destruição da filha do meu povo.” (Lm 3.48)

Aqueles que me aborrecem sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça...” (Sl 69.4)[7]

TROPOLOGIA - ( modo figurativo de fala ou escrita).[8]

METÁFORA - Uma comparação em que um elemento imita ou representa outro, quando são essencialmente diferentes (“Eu sou a porta” [Jo 10.7,9][9]

Alguns versículos com a figura de linguagem Metáfora

João 15.1; Mateus 5.13,14; Mateus 6.22; Mateus 26.26; Joao 7-9; Mateus 6.48; J0ão14. 6; Jeremias 50.6; Gênesis 49.9; Salmos 71.3; 23.1; Isaías 40.6; 10.46; 1 Pedro 1.24.

HISSOPO - Planta com folhas e ramos finos utilizada para borrifar sangue ou água durante cerimónias de purificação. Provavelmente, tratava-se da manjerona (Origanum maru; Origanum syriacum). O hissopo mencionado em João 19.29 poderia ser manjerona amarrada a um galho ou a uma haste de sorgo (Sorghum vulgare), uma vez que esta planta poderia ser suficientemente longa para levar a esponja com o vinho azedo à boca de Jesus. (Êx 12:22; Sl 51:7).[10]

HIPOCATÁSTASE - A hipocatastase é uma figura de linguagem que faz uma comparação implícita, utilizando uma palavra no lugar de outra com a qual possui uma relação de semelhança no contexto específico. No trecho "Eis os Cordeiro de Deus" (João 1.29), o termo "Cordeiro de Deus" é uma hipocatastase que se refere a Jesus Cristo. A semelhança é indicada diretamente, pois Jesus é associado a um cordeiro, sugerindo sua pureza, sacrifício e redenção, como o cordeiro sacrificial do Antigo Testamento.

PROSOPOPEIA - A prosopopeia é uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados, irracionais ou abstratos. Aqui estão os exemplos bíblicos fornecidos:

"Todos os meus ossos dirão: Senhor, quem contigo se assemelha?" (Salmos 35:10) - Neste versículo, os ossos são personificados, sendo atribuída a eles a capacidade de falar e expressar louvor ao Senhor.

"Pergunte agora às alimárias; e cada uma delas te ensinará; e as aves dos céus, e elas te falarão saber". (Jó 12:7) - Neste caso, animais como as alimárias e as aves dos céus são personificados, sendo apresentados como capazes de ensinar e falar conhecimento.

"A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim". (Gênesis 4:10) - Aqui, o sangue de Abel é personificado como tendo uma voz que clama a Deus da terra, após o assassinato cometido por Caim.  (PIONEIRA.2010)

PROSOPOPEIA - A personificação consiste na atribuição de características, ações ou sentimentos humanos a seres inanimados, irracionais ou abstratos. O coqueiro não se importava com o vento que lhe desarrumava os cabelos, e continuava a interagir com o mar em fúria. (Preocupar-se e interagir são comportamentos próprios de pessoas, não de coqueiros e mares.)

"…os montes e os outeiros exultarão diante da vossa presença, e todas as árvores do campo aplaudirão." (Is 55.12) (A capacidade de exultar e aplaudir pertence aos seres humanos, não aos outeiros e árvores.)

Clamar e responder são atitudes próprias de seres humanos, não de paredes e vigas.[11]

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⇛ Saiba Mais ⇚ 



[1] HANEGRAAFF, H. (s.d.). Cristianismo em Crise. RJ: CPAD.

[2] BENTHO, Esdras Costa. Hermenêutica Fácil e Descomplicada. 3 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

[3] PIONEIRA. ASSEMBLEIA DE DEUS A. ALGUMAS LINGUAGENS FIGURADAS DA BÍBLIA Dispunível em Nov-2010 https://adpioneiramidia.webnode.com.br/news/algumas-linguagens-figuradas-da-biblia/> Acessado em 20 Set. 2021.

[4] FIGURAS DE LINGUAGEM NO TEXTO BÍBLICO Site Teologia & Discernimento"— Transcrição da apresentação. Disponível em  https://slideplayer.com.br/slide/13049958/

[5]  SOUZA  Pr. João de.  Figuras de linguagem Acessado em 7 Jan. 20210 < https://www.pastorjoaodesouza.com.br/123/?p=936 > Disponível em 16  Set. 2021

[6]  Disponível em 15 Set 2021: < https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/glossario-da-biblia/hiperbole/

[7] Eduardo Cajueiro “FIGURAS DE LINGUAGEM” . disponível em 16 Fev.. 2011  <http://gramaticanabiblia.blogspot.com/2011/02/figuras-de-linguagem-grupo-1.html>  disponível em 16 Set. 2021

[8] FEST – Filemom Escola Superior de Teologia “Formando Obreiros Aprovados”, Grego, p. 25

[9] "FIGURAS DE LINGUAGEM NO TEXTO BÍBLICO Site Teologia & Discernimento"— Transcrição da apresentação. Disponível em   https://slideplayer.com.br/slide/13049958/

[10]  Disponível em 15 Set 2021: < https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/glossario-da-biblia/hiperbole/

[11] Gramática na Bíblia http://gramaticanabiblia.blogspot.com/2011/02/figuras-de-linguagem-grupo-1.html



[i] GEISLER, Norman & William Nix. Introdução Bíblica - Como a Bíblia Chegou Até Nós, editora vida, SP, ed. 1997.

[ii] SCHOLZ, Vilson. Princípios de Interpretação Bíblica. Editora ULBRA. 1 Edição 2006.