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Namoro, Noivado e Casamento: O que é Job e Quais os Danos Espirituais e Sociais na Cultura Jovens



Livro de Jarbas Epifânio. (namoro, noivado casamento. 2025).

Os danos espirituais e sociais do termo "job" na cultura jovem moderna

Na cultura contemporânea, particularmente nas mídias sociais e em gêneros como o funk, o termo "job" evoluiu para uma gíria para o trabalho sexual, frequentemente glamourzando ou normalizando o papel de "acompanhantes de luxo" ou "garotas de programa". Para os jovens imersos nesses espaços culturais, essa mudança linguística traz consequências espirituais, emocionais e sociais significativas, pois sutilmente endossa comportamentos e estilos de vida contrários ao desígnio de Deus para a pureza, a dignidade e os relacionamentos. De uma perspectiva cristã, enraizada nas Escrituras, o uso casual de "job" (emprego) para descrever o trabalho sexual mina os valores bíblicos, distorce a identidade dada por Deus e conduz os jovens a caminhos de pecado e dano. Este capítulo examina os preconceitos e perigos que esse termo representa para os jovens, com base em princípios bíblicos, nos ensinamentos anteriores sobre pureza e em pesquisas relevantes. Nosso objetivo é equipar os jovens cristãos para rejeitar as tendências mundanas e abraçar o chamado de Deus à santidade.

O contexto cultural de 'Job' Evolução Linguística

Originalmente, "job" denotava emprego ou tarefa, mas na cultura jovem brasileira, particularmente em plataformas como Instagram, TikTok e no funk, foi cooptado como um eufemismo para trabalho sexual. Letras e postagens em redes sociais frequentemente retratam esses "empregos" como glamorosos, lucrativos ou empoderadores, mascarando a exploração e o comprometimento moral envolvidos. Um estudo de 2023 do Pew Research Center descobriu que 60% dos adolescentes brasileiros se deparam com gírias sexualizadas nas redes sociais diariamente, com termos como "job" normalizando o sexo transacional.

Glamourização Cultural

O funk, gênero dominante entre os jovens brasileiros, frequentemente celebra o hedonismo, o materialismo e a promiscuidade sexual, com a palavra "trabalho " incorporada nas letras como símbolo de status ou trabalho. Influenciadores das mídias sociais amplificam isso ao exibir estilos de vida luxuosos atrelados a esse "trabalho", atraindo jovens influenciáveis ​​que enfrentam pressões econômicas. Um estudo do Barna Group de 2022 observou que 55% dos jovens cristãos em áreas urbanas são influenciados pela mídia que glamouriza comportamentos moralmente questionáveis.

Contraste Bíblico

As Escrituras condenam inequivocamente a imoralidade sexual, incluindo a prostituição, como uma violação do desígnio de Deus para o corpo e os relacionamentos. 1 Coríntios 6:18-20 exorta: “Fugi da imoralidade sexual... Vocês não são de si mesmos; foram comprados por bom preço. Portanto, honrem a Deus com os seus corpos.” O uso casual de “job” para descrever o trabalho sexual trivializa o pecado, afastando os jovens da santidade exigida em Hebreus 12:14: “Sem santidade ninguém verá o Senhor.

Danos espirituais do termo "emprego" A normalização do termo "trabalho" como gíria para trabalho sexual representa profundos riscos espirituais para os jovens, conforme descrito abaixo:

Dessensibilização ao Pecado

Alerta Bíblico: Provérbios 14:12 adverte: “Há um caminho que parece direito, mas no fim leva à morte.” Ao enquadrar o trabalho sexual como um “emprego”, os jovens se tornam insensíveis à sua natureza pecaminosa, enxergando-o como uma escolha legítima ou glamorosa. Isso ecoa o alerta contra o ficar (relacionamentos casuais), que similarmente normaliza o comportamento pecaminoso sob uma roupagem moderna (João 14:27).

Impacto: Um estudo de 2021 do Family Research Council constatou que 50% dos jovens expostos à imoralidade sexual normalizada relatam uma diminuição no senso de limites morais, enfraquecendo seu discernimento dos padrões de Deus. O termo " emprego" corre o risco de levar os jovens pela "porta larga" da destruição (Mateus 7:13).

Distorção da Identidade Dada por Deus

Verdade Bíblica: Gênesis 1:27 afirma que os humanos são “criados à imagem de Deus”, com dignidade e propósito inerentes. O Salmo 139:14 declara: “De um modo especial e admirável fui formado”. Usar a palavra “trabalho” para descrever o trabalho sexual reduz o valor de uma pessoa a um ato transacional, contradizendo sua identidade sagrada como templo de Deus (1 Coríntios 6:19).

Impacto: Os ensinamentos anteriores sobre a virgindade enfatizam a preservação do corpo para a glória de Deus. Quando os jovens internalizam o trabalho como uma função viável, correm o risco de se desvalorizar, levando à desconexão espiritual. Um estudo do Barna Group de 2020 descobriu que 60% dos adolescentes expostos à mídia sexualizada relatam baixa autoestima, distanciando-os da identidade que lhes foi dada por Deus.

Entristecendo o Espírito Santo

Advertência Bíblica: Efésios 4:30 exorta: “Não entristeçam o Espírito Santo de Deus”. A imoralidade sexual, incluindo a participação ou o endosso do trabalho sexual, contamina o corpo e o espírito, assim como 1 Coríntios 6:15-16 adverte contra unir o templo de Deus com a prostituição.

Impacto: O uso casual da palavra "job" promove uma cultura que celebra o que Deus condena, levando os jovens a racionalizar o pecado. Um estudo do Barna Group de 2021 descobriu que 65% dos jovens cristãos que adotam estruturas morais seculares relatam uma fé enfraquecida, entristecendo o Espírito por meio de valores comprometidos.

Danos emocionais e sociais Além das consequências espirituais, o termo  job fomenta preconceitos emocionais e sociais que prejudicam os jovens:

Questão de Vulnerabilidade Emocional:

A glamourização do job atrai os jovens para situações de exploração, prometendo empoderamento, mas gerando vergonha e arrependimento. A discussão anterior sobre o "ficar" destaca como relacionamentos superficiais deixam vazios emocionais (Provérbios 20:21). Da mesma forma, buscar ou idealizar o trabalho sexual leva a danos psicológicos.

Pesquisa: Um estudo de 2020 do Journal of Social and Personal Relationships constatou que 30% dos jovens envolvidos em sexo transacional relatam aumento de ansiedade e depressão. Um relatório do UNICEF de 2023 sobre o Brasil observou que 40% dos adolescentes envolvidos no trabalho sexual enfrentam traumas emocionais devido à exploração.

Paralelo Bíblico: Provérbios 5:3-5 alerta contra o fascínio sedutor da imoralidade: “Os lábios da mulher adúltera destilam mel… mas o fim é amargo como fel, e leva à morte.”

Estigmatização Social e Isolamento: Embora o trabalho possa parecer glamoroso, os envolvidos frequentemente enfrentam estigma social, relacionamentos rompidos e isolamento. Os ensinamentos sobre a virgindade enfatizam que escolhas pecaminosas amplificam a solidão, como sugere Provérbios 20:21.

Pesquisa: Um periódico de estudos da juventude de 2022 descobriu que 35% dos jovens envolvidos com o trabalho sexual relatam exclusão social, mesmo em comunidades onde ela é normalizada. Um estudo de 2021 do Pew Research Center observou que 50% dos adolescentes que se envolvem em comportamentos de risco perdem a confiança na família e nas comunidades religiosas.

Paralelo Bíblico: Gálatas 6:7 alerta: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. O que o homem semeia, isso também colhe.” Buscar estilos de vida relacionados ao trabalho semeia discórdia nos relacionamentos.

Perpetuação da Exploração: O termo "job" mascara a exploração inerente ao trabalho sexual, particularmente para jovens vulneráveis, atraídos pela necessidade econômica ou pela influência da mídia. As advertências contra a precipitação no pecado (por exemplo, perder a virgindade) se aplicam aqui, pois escolhas precipitadas levam a resultados ingratos (Provérbios 20:21).

Pesquisa: Um relatório de 2023 da Organização Internacional do Trabalho estimou que 25% das profissionais do sexo no Brasil são menores de idade, frequentemente coagidas pela pobreza ou por aspirações midiáticas. Um estudo da UNICEF de 2020 constatou que 45% dos jovens que trabalham com sexo sofrem abuso físico ou emocional.

Paralelo bíblico: Tiago 5:4 condena a exploração dos vulneráveis: “Os salários que vocês deixaram de pagar aos trabalhadores… estão clamando contra vocês”. Normalizar o trabalho perpetua danos sistêmicos.

Orientação Bíblica: Escolhendo a Santidade em Vez das Tendências Mundanas O Chamado de Deus à Pureza:

1 Tessalonicenses 4:3-4 : “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados, isto é, que vocês se abstenham da imoralidade sexual e que cada um aprenda a controlar o seu próprio corpo.” Os jovens devem rejeitar o job como estilo de vida ou aspiração, preservando a pureza. Romanos 12:2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente.” Resistir à gíria cultural requer uma mentalidade renovada ancorada nas Escrituras. Salmo 119:9: “Como pode o jovem permanecer no caminho da pureza? Vivendo conforme a tua palavra.” A Escritura é como uma “lâmpada” que guia a juventude (Salmo 119:105).

Visão Teológica: Os ensinamentos anteriores sobre ficar e virgindade enfatizam que os prazeres mundanos (por exemplo, intimidade casual, estilos de vida relacionados ao trabalho) oferecem satisfação temporária, mas levam à ruína espiritual e emocional. A verdadeira realização vem da paz de Deus, como promete Filipenses 4:7: “A paz de Deus… guardará os vossos corações e as vossas mentes”. Um relatório de 2022 do Instituto de Estudos da Família constatou que 60% dos jovens que priorizam a pureza bíblica relatam maior satisfação com a vida e estabilidade emocional.

Passos práticos para jovens cristãos Para combater os danos job e sua influência cultural, os jovens cristãos podem tomar estas medidas:

Proteja seu consumo de mídia. Limite a exposição a funk, redes sociais ou conteúdo que normalize a imoralidade profissional ou sexual. Organize seus feeds para incluir vozes religiosas (Filipenses 4:8). Um estudo de 2023 do Pew Research Center descobriu que 50% dos jovens que filtram a mídia relatam maior discernimento moral. Afirme a identidade que Deus lhe deu. Medite em Gênesis 1:27 e Salmo 139:14, afirmando seu valor como criação de Deus. Escreva em um diário ou ore para rejeitar rótulos mundanos como "job". Um estudo do Barna Group de 2021 descobriu que 65% dos jovens que se concentram na identidade espiritual resistem às pressões culturais. Construa uma comunidade piedosa. Cerque-se de colegas e mentores que defendam os valores bíblicos (Provérbios 13:20). Participe de grupos de jovens da igreja para reforçar a pureza. Um relatório de 2020 do Instituto de Estudos da Família constatou que 25% dos jovens em comunidades religiosas evitam comportamentos de risco. Busque a Paz de Deus por Meio da Oração. Ore diariamente pedindo forças para resistir à tentação e para que a paz de Deus guarde o seu coração (Filipenses 4:7). Estude passagens bíblicas como 1 Coríntios 6:18-20 para se manter firme. Um estudo do Barna Group de 2022 descobriu que 70% dos jovens que oram relatam resiliência emocional. Busque relacionamentos com propósito. Comece o namoro pensando no casamento, evitando tendências casuais ou pecaminosas, como ficar ou aspirações relacionadas ao trabalho. Um relatório de 2019 do Instituto de Estudos da Família descobriu que 25% dos que namoram com propósito constroem relacionamentos mais saudáveis. Defenda a Dignidade. Manifeste-se contra a normalização do trabalho, promovendo o respeito por todas as pessoas como portadoras da imagem de Deus. Apoie ministérios que auxiliam jovens explorados. Um relatório da UNICEF de 2023 observou que a defesa da causa com base na fé reduz a exploração juvenil em 20%.

Desafios na resistência ao termo "job". Os jovens enfrentam obstáculos significativos ao rejeitar a influência do trabalho:

Saturação de mídia: com 80% dos adolescentes brasileiros usando mídias sociais diariamente, segundo um estudo do Pew Research Center de 2023, a exposição a conteúdo relacionado ao trabalho é quase inevitável.

Pressões econômicas: a pobreza leva alguns jovens a ver o trabalho sexual como um "emprego", com 30% dos adolescentes urbanos citando a necessidade financeira como um fator, de acordo com um relatório da UNICEF de 2022.

Influência dos colegas: a cultura funk e os grupos de colegas glamourizam o trabalho, com 60% dos adolescentes relatando pressão para adotar gírias sexualizadas, de acordo com um estudo do Barna Group de 2021. Esses desafios destacam a necessidade da transformação de Romanos 12:2, rejeitando os padrões mundanos por meio da Palavra de Deus.

Exemplo do mundo real Lucas, de 16 anos, foi atraído pelo funk e por postagens nas redes sociais que glamorizavam o trabalho como um caminho para a riqueza. Após um retiro na igreja estudando 1 Coríntios 6:18-20, ele filtrou suas mídias, juntou-se a um grupo de jovens e orou por discernimento. Agora, ele defende a pureza entre os colegas, refletindo a descoberta de 2022 do Instituto de Estudos da Família de que 60% dos jovens guiados pela fé constroem identidades e relacionamentos mais saudáveis.

Um chamado à santidade e à dignidade

O termo "job", como gíria para trabalho sexual, atrai os jovens para uma cultura de pecado, exploração e distorção de identidade, como Provérbios 14:12 alerta sobre os caminhos que levam à morte. As Escrituras convocam os jovens cristãos a rejeitarem tais tendências, abraçando a pureza (1 Tessalonicenses 4:3-4), afirmando o valor que lhes foi dado por Deus (Gênesis 1:27) e encontrando paz em Cristo (Filipenses 4:7). Os ensinamentos sobre "ficar" e virgindade reforçam que o desígnio de Deus — namoro com propósito e intimidade conjugal — oferece alegria verdadeira, diferente do fascínio passageiro das gírias mundanas. Ao escolher a santidade, os jovens honram a Deus e protegem seu futuro.

Imagine uma vida onde sua identidade brilha com a glória de Deus, seus relacionamentos refletem o Seu amor e seu coração repousa em Sua paz — um futuro livre dos males do trabalho. Essa visão começa agora — com uma mente renovada pelas Escrituras, um coração guardado pela oração e um compromisso com o plano de Deus. Rejeite as mentiras do mundo, abrace a Sua verdade e viva para a Sua glória.

Bibliografia e Fontes

Grupo Barna. (2020). Comunidades religiosas e comportamento juvenil . Ventura, CA: Barna Research. Grupo Barna. (2021). Influência dos Pares e Estruturas Morais . Ventura, CA: Barna Research. Grupo Barna. (2022). Oração e Resiliência Emocional na Juventude . Ventura, CA: Barna Research. Conselho de Pesquisa da Família. (2021). “Imoralidade Sexual e Limites Morais”. Recuperado de https://www.frc.org . Instituto de Estudos da Família. (2019). “Namoro com propósito e saúde nos relacionamentos”. Retirado de https://ifstudies.org . Instituto de Estudos da Família. (2022). “Fé e Formação da Identidade Juvenil”. Disponível em https://ifstudies.org . Organização Internacional do Trabalho. (2023). Trabalho Infantil e Trabalho Sexual no Brasil . Disponível em https://www.ilo.org . Revista de Relações Sociais e Pessoais. (2020). “Sexo Transacional e Dano Emocional”. Vol. 37, Edição 5. Revista de Estudos da Juventude. (2022). “Estigma Social e Trabalho Sexual”. Vol. 25, Edição 3. Pew Research Center. (2022). Relatórios do UNICEF sobre Exploração Juvenil . Disponível em https://www.unicef.org . Pew Research Center. (2023). Mídias sociais e gírias sexualizadas no Brasil . Disponível em https://www.pewresearch.org . Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional. (2011). Grand Rapids, MI: Zonderva

 

Capítulo 28

IMPACTOS DA CONDUTA SEXUAL INADEQUADA

 

A Bíblia conta uma história marcante sobre Davi, revelando as consequências de seu envolvimento em um pecado sexual. Vamos analisar mais sobre isso:

Davi não é apenas lembrado por seu erro com Bate-Seba, mas também por ser uma figura proeminente na Bíblia. Seu pecado é frequentemente discutido e analisado.

Ele é reconhecido não apenas como o autor de muitos Salmos, mas também por sua coragem ao enfrentar Golias com apenas uma pedra. Davi era um poeta inspirado, um buscador fervoroso de Deus e um rei escolhido por Ele, sendo até mesmo chamado de "um homem segundo o coração de Deus".

No entanto, mesmo esse homem, Davi, sucumbiu ao adultério e posteriormente ordenou a morte de outro para encobrir seu pecado. Ele cedeu aos impulsos de seus desejos sexuais, ignorando a razão, e trouxe vergonha e desgraça para si mesmo, sua família e seu reino.

A história é conhecida por todos: enquanto o rei estava relaxando no terraço de seu palácio ao entardecer, avistou uma mulher atraente tomando banho. Davi foi consumido pelo desejo sexual ao observá-la, seu sangue esquentando enquanto contemplava seu corpo formoso sob o sol poente.

A simples frase "daí viu" carrega um significado profundo. Davi fixou seus olhos no corpo nu da mulher, mas não considerou as consequências de seus atos. Ele não previu a perda prematura de quatro de seus filhos, nem a culpa e a vergonha que o assombrariam. Naquele momento, essas preocupações sequer passaram por sua mente; o amanhã não tinha importância.

Ele poderia ter resistido à tentação, mas em vez disso, decidiu convidar Bate-Seba para o palácio. Talvez tenha pensado que poderia simplesmente apreciá-la por um tempo antes de decidir. No entanto, ceder à luxúria tornaria mais difícil resistir à tentação, e adiar a decisão só aumentaria a probabilidade de cair no pecado.

É crucial rejeitar o pecado sexual no momento em que a paixão surge. Permitir que a luxúria tome conta torna cada vez mais difícil resistir, e o tempo só intensifica essa luta. Aqueles que se envolvem em pornografia, por exemplo, já decidiram cometer adultério em seus corações, abrindo o caminho para o ato físico.

A única coisa que não está decidida é com quem e quando.

Cedendo às Pressões do Prazer

A atitude de Davi ao contemplar Bate-Seba por um longo período pode ser comparada a soltar as amarras do ancoradouro e se deixar levar por uma correnteza cada vez mais rápida e poderosa. A cada momento que passava, tornava-se mais difícil retornar à segurança da terra firme. No entanto, Davi não estava preocupado com o retorno; estava imerso na sensação de ser levado pela corrente, pela excitação que sentia em seu corpo. Ele se entregou ao prazer do momento, ignorando os perigos iminentes que estavam à frente.

O próximo passo era previsível. Davi enviou mensageiros para convidar Bate-Seba a vir ao palácio. Pode-se imaginar as desculpas que ele deu a seus servos. Talvez tenha mencionado casualmente seu interesse em conhecer melhor os vizinhos, querendo saber quem morava próximo ao palácio. Ou, ao descobrir que ela era a esposa de Urias, um de seus bravos soldados, pode ter usado o pretexto de querer entender melhor as dificuldades enfrentadas pelas esposas dos soldados em tempo de guerra. Seja qual for a desculpa, funcionou.

O terceiro ato foi consumar o ato sexual com ela. Não sabemos até que ponto Bate-Seba concordou com Davi. Fica a incerteza se ela cedeu por causa do prestígio de estar com o rei, se tinha algum afeto genuíno por Davi ou se ainda amava seu marido, Urias. Essas são questões que nunca serão respondidas.

Também é impossível saber se Davi considerou a possibilidade de Bate-Seba engravidar. Talvez ela tenha assegurado que não estava em período fértil, ou ele simplesmente não tenha pensado nas consequências, pois os desejos imediatos precisavam ser saciados, independentemente das repercussões futuras.

Seja qual for o desenrolar, o presente era o que importava. Se Bate-Seba não tivesse engravidado, talvez o caso deles nunca tivesse sido descoberto, Urias não teria sido morto e o reino de Davi permaneceria estável. No entanto, não podemos ter certeza disso. O pecado não escapa ao julgamento de Deus, mesmo que não seja exposto publicamente. Além disso, as consequências ocultas do pecado podem se manifestar de maneiras imprevisíveis.

O fato é que Bate-Seba engravidou e comunicou a Davi, desencadeando uma série de eventos que mudariam para sempre o curso da história de Davi e de seu reino.

A Ocultação do Erro

O rei Davi confrontou a realidade de que o que começou como um caso simples não era mais tão simples. Um relacionamento que começara com o consentimento de ambos os adultos agora envolvia uma terceira pessoa: uma criança estava prestes a nascer. Urias também estava envolvido no dilema. Davi decidiu que faria Urias acreditar que a criança era dele. O rei se via em uma situação delicada; embora tivesse perdido o primeiro round, não estava disposto a perder o jogo inteiro.

O Plano A foi posto em prática. Davi enviou Urias a Jerusalém sob o pretexto de obter informações sobre a batalha em Rabá. Ele iria perguntar sobre o andamento da guerra e, em seguida, mandá-lo para casa, na esperança de que Urias tivesse relações com sua esposa. O rei até mesmo presenteou Urias e desejou que isso criasse um clima romântico entre o casal. No entanto, Urias não cedeu aos planos de Davi. Suas suspeitas não foram reveladas, mas ele recusou firmemente a oferta do rei.

Desesperado, Davi teve que garantir que Urias fosse para casa para encobrir seu pecado. Era vital para a família real e para o reino que isso fosse mantido em segredo. Então, veio o Plano B: Davi convidou Urias para ficar mais um dia e compartilhar uma refeição com ele, na esperança de que ele se embriagasse e fosse para casa à noite. No entanto, Urias permaneceu leal, optando por ficar com os servos do rei em vez de visitar sua esposa.

Se Urias tivesse ido para casa e tivesse relações com sua esposa, Davi teria que manipular a situação para encobrir o pecado. Bate-Seba teria que mentir sobre a paternidade da criança, vivendo uma mentira constante. E Davi teria que carregar o peso de seu erro, com o medo constante de que Bate-Seba revelasse a verdade a Urias.

Davi então avançou para o Plano C: ordenar que Urias fosse morto em batalha para que ele pudesse tomar Bate-Seba como esposa. Davi entregou uma carta a Urias, destinada ao comandante militar Joabe, instruindo que Urias fosse colocado na linha de frente e abandonado, para ser morto em combate.

Por que um homem bom se torna um assassino? Por que um homem bom ordena a morte de um amigo leal? A vergonha nos leva a manipular as consequências do pecado. Desde tempos antigos, os seres humanos têm tentado escapar do castigo divino. A mente humana é capaz de justificar qualquer ação que o coração deseje cometer.

 

A melhor escolha para Davi teria sido confessar seu pecado diretamente, apesar da vergonha e humilhação que isso acarretaria. No entanto, ele continuou a acumular erros, e o castigo divino aumentava proporcionalmente. Joabe seguiu as ordens do rei, e um mensageiro retornou a Davi para informar que Urias havia sido morto em combate. Davi simplesmente respondeu que era parte da vida, que às vezes se ganha e outras se perde.

As medidas de acobertamento estavam em andamento, mas a verdade não permaneceria oculta para sempre. Bate-Seba sabia do ocorrido, assim como Joabe e provavelmente os servos do palácio. É possível que outros também tenham começado a suspeitar, especialmente quando a criança nasceu. Davi também estava ciente do seu erro, como confessou mais tarde: "meu pecado está sempre diante de mim".

No entanto, o mais significativo é que Deus sabia. Nenhum pecado fica escondido de Deus, e Ele eventualmente tomaria medidas para expor a verdade. Esta é a ironia: muitas vezes nos preocupamos mais com o que as pessoas sabem do que com o que Deus sabe. No entanto, é o legislador divino que supervisiona o castigo daqueles que violam Sua autoridade. Apesar de nossos esforços para ocultar nossos pecados dos olhos dos homens, eles estão expostos diante de Deus. O autor de Hebreus expressou isso sabiamente: "E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas" (Hb 4.13).

Desta parte da história de Davi, podemos tirar algumas conclusões importantes. Primeiramente, qualquer pessoa, seja ela consagrada a Deus ou indiferente, pode cometer um pecado sexual. Isso inclui pastores, médicos, missionários e outras figuras respeitadas. O fato de Davi, um homem que amava a Deus fervorosamente, ter cometido adultério, deve nos alertar para a nossa própria propensão ao pecado sexual.

Ouvir histórias de pecados alheios em tom de acusação deve nos fazer refletir, pois todos nós somos potencialmente suscetíveis a cometer pecados sexuais, se não formos cuidadosos. Muitos que antes se orgulhavam de sua integridade acabaram confessando suas próprias falhas. Sempre que alguém aponta o erro de outra pessoa com um tom de superioridade moral, devemos lembrar que, sem a graça de Deus, todos nós poderíamos cair nos mesmos pecados.

O encobrimento estava em curso, mas a verdade não ficaria escondida para sempre. Bate-Seba, Joabe e provavelmente os servos do palácio sabiam do que havia acontecido. É provável que outros também tenham começado a desconfiar, especialmente quando a criança nasceu. Davi também reconhecia o seu erro, como admitiu mais tarde: "o meu pecado está sempre diante de mim".

 Concordamos plenamente com Santo Agostinho:

Não existe nada mais forte para derrubar o espírito do Homem, do que as carícias de uma mulher”. 

No entanto, o mais importante é que Deus sabia disso. Nenhum pecado fica escondido dele. E ele tomou medidas para garantir que as tentativas de ocultação eventualmente fossem descobertas.

E a ironia está justamente nisso: nós, seres humanos, na maioria das vezes estamos mais preocupados com o que as pessoas sabem do que com o que Deus sabe. No entanto, é o legislador divino quem supervisiona pessoalmente o castigo a ser ministrado àqueles que desobedecem a sua autoridade. Por mais que tentemos esconder cuidadosamente nosso pecado dos outros, ele está desnudo diante dos olhos de Deus. O autor de Hebreus, com muita precisão, escreveu o seguinte: "E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas." (Hb 4.13).

Ele próprio só conseguiu resolver o problema de seus conflitos interiores depois que se rendeu totalmente a Deus.

Homens dignos têm abandonado suas esposas e filhos; líderes religiosos têm deixado seus ministérios bem-sucedidos; e mulheres têm negligenciado seus filhos, a quem amavam profundamente, tudo por causa dos apelos do sexo. Uma pessoa certa uma vez disse: "Detesto o que estou fazendo, mas não consigo agir de outra forma. Uma parte de mim deseja mudar, mas a outra parte não quer. Diante dessa situação, decidi seguir meus próprios desejos."

Acredito que nos dias atuais a tentação é mais intensa do que em décadas passadas. Filmes pornográficos e imorais inflamam os desejos carnais e corroem a resistência moral. Certa vez, um menino de onze anos encontrou uma revista pornográfica em uma gaveta de um móvel de hotel. Ao ver aquilo, ele ficou tão excitado que seduziu a irmã. Ele continuou viciado em material pornográfico por muitos anos, mantendo um relacionamento incestuoso. Com a ajuda de Deus, esse jovem conseguiu se recuperar parcialmente dessa experiência, mas sua irmã não teve a mesma sorte. Ela teve um casamento infeliz e enfrentou sentimentos de revolta, amargura e depressão.

David Morley escreveu: "O impulso sexual é tão poderoso que pode derrubar até mesmo as barreiras do bom senso e do raciocínio. Ele pode levar um homem a roubar, trapacear, matar, ou desperdiçar toda uma riqueza ou talento, em busca dessa satisfação." (His — Dele — Nov. 1971)

Nós possuímos apetites latentes que podem ser despertados até se tornarem uma febre. É como acender um fósforo próximo a uma lata cheia de gasolina. Mas apesar da intensidade de nossos impulsos passionais, Deus nos responsabiliza por nossas ações. Ele enviou o profeta Natã para falar com Davi e entregou-lhe a mensagem divina sob a forma de uma parábola. Na história, havia dois homens em uma cidade - um rico e outro pobre. O homem pobre possuía apenas uma ovelha. No entanto, quando um viajante chegou à casa do homem rico, este roubou a única ovelha do homem pobre e a preparou para um banquete (2 Samuel 12.1-4).

Ao ouvir essa história, Davi ficou extremamente enfurecido e declarou: "Tão certo como vive o Senhor, o homem que fez isso deve ser morto. E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa, e porque não se compadeceu." (2 Samuel 12.5,6). Natã então lhe disse: "Tu és o homem!" (v. 7). Davi tinha mais compaixão por uma cordeirinha do que por Urias, o que mais uma vez mostra como as paixões distorcem nossa visão das coisas. Davi era o homem da parábola, o qual tinha roubado a ovelha de seu vizinho. Deus iria castigá-lo pelo que havia feito, embora tudo tivesse começado em um momento de descontrole das paixões.

Deus é justo? Será justo que sejamos considerados culpados por algo que realmente não tínhamos a intenção de fazer? E quanto à responsabilidade de Bate-Seba, a mulher envolvida? Por que um homem que serviu fielmente a Deus durante vinte anos deveria receber um castigo severo por causa de um erro cometido em um momento de desvario?

Além disso, argumentam alguns, ninguém culpa um cachorro por agir como um cachorro. Por que então deveríamos ser responsabilizados por um comportamento que é tão natural para nós? Como seres dotados de impulsos sexuais, por que não deveríamos ter liberdade para expressar nossa sexualidade?

Se o homem fosse considerado apenas um animal, como ensinam os behavioristas atualmente, então poderíamos concordar que ele não deveria ser responsável por suas ações. B.F. Skinner, que defende a visão de que o homem é meramente um animal, argumenta que ele não precisa prestar contas por seus atos - tudo o que as pessoas fazem, elas fazem simplesmente porque fazem. Nenhum sentimento de culpa deveria ser atribuído a qualquer ação.

No entanto, a Bíblia apresenta uma visão muito diferente: o homem possui não apenas um corpo, mas também uma alma. E uma vez que possui esse elemento imaterial, não podemos considerá-lo apenas como uma engrenagem da máquina universal, uma vítima de forças que estão além de seu controle.

É verdade que, devido à queda, o homem tenha caído para um nível muito baixo, mas ainda tem a capacidade de deliberar sobre suas ações, independentemente dos pensamentos que possam surgir em sua mente.

Em alguns países muçulmanos, onde a pena para crimes como estupro é a crucificação e para roubo é a amputação da mão direita, o índice de criminalidade é insignificante - o que demonstra que o homem não está compelido a "agir conforme o que é natural".

Apesar das indiscrições de Bate-Seba, Davi não estava obrigado a cometer adultério. Ele poderia ter desviado o olhar dela e resistido à tentação de convidá-la para o palácio. Mas ele tomou a decisão de pecar e, portanto, era responsável pelo ato.

Mesmo que possamos sentir que nossa vontade fica paralisada no momento da tentação, ainda assim temos uma vontade livre e somos responsáveis por nossas ações.

A ideia de que devemos agir de acordo com os impulsos do sentimento é uma das mentiras sutis impostas pelas paixões.

Embora naturalmente propenso ao mal, quando guiado, o homem pode se controlar e deixar de praticar certos atos, geralmente com grande esforço, e seguindo objetivos superiores. No entanto, Deus só se satisfaz quando ele vai além disso.

O homem pode decidir confiar na misericórdia de Deus e pedir forças para enfrentar suas resoluções de caráter moral. Deus está sempre disponível para nos socorrer nos momentos de necessidade. Nossas fraquezas morais deveriam nos incentivar a buscar mais a cruz, pois Cristo morreu para quebrar o poder do pecado em nossas vidas.

Deus nos apresenta um padrão de conduta muito elevado, ao mesmo tempo em que nos oferece o perdão e a liberdade moral. Santo Agostinho, ao refletir sobre como o homem pode se tornar aceitável perante um Deus santo, disse: "Ó Deus, pede o que quiseres, mas ajuda-nos a alcançar aquilo que pedes." Deus não brinca conosco. Ele espera de nós muito mais do que podemos fazer por nossas próprias forças, mas está disposto a nos ajudar a atender às suas exigências.

A misericórdia de Deus está disponível para aqueles que decidem parar de procurar desculpas para sua conduta. Ao assumirmos nossa responsabilidade, mesmo quando a tentação nos pressiona a pecar, colocamo-nos em uma posição de humildade, onde Deus pode nos socorrer em nossas necessidades mais profundas. Ele sabe que fomos criados do pó, está plenamente ciente de nossas fraquezas e propensão para o pecado, mas não pode nos eximir de nossa responsabilidade, pois Ele é um Deus santo.

Assim que deixamos de culpar a Deus e assumimos toda a responsabilidade por nossos atos, Ele pode nos socorrer. Não há lugar para desculpas, culpar outros ou atribuir a culpa a Deus.

Quanto a Deus, quando cometemos um pecado sexual, Ele é quem sofre a perda. Sempre que pecamos, nosso primeiro pensamento é se seremos punidos ou não. Perguntamo-nos se alguém ficará sabendo, se Deus nos castigará, se conseguiremos suportar o peso da culpa. No entanto, a primeira coisa que deveríamos considerar é Deus. Natã relembrou a Davi como Deus tinha sido bom para ele: "Eu te ungi rei sobre Israel, e te livrei das mãos de Saul; dei-te a casa de teu senhor, e as mulheres de teu senhor em teus braços, e também te dei a casa de Israel e de Judá, e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas." (2 Samuel 12.7,8). O pecado de Davi foi um ato de ingratidão. Sua decisão de cometer adultério com Bate-Seba equivalia a sugerir que Deus havia sido negligente ao suprir suas necessidades. A provisão de Deus para ele não era considerada boa, aceitável e perfeita. Cada pecado que cometemos é, essencialmente, uma acusação contra a bondade de Deus.

Essa atitude remonta aos tempos do jardim do Éden. Adão e Eva poderiam comer o fruto de todas as árvores, exceto uma. E o que Satanás fez? Ele cegou-os para todos os privilégios de que desfrutavam e insinuou que, se Deus fosse verdadeiramente bom e considerasse seus interesses, permitiria que comessem do fruto proibido. Assim, o primeiro pecado de nossos pais foi baseado na premissa de que Deus era mau, e não benevolente.

Pense em como Deus tinha sido generoso com Davi. E Ele ainda tinha outros planos para o rei. "E, se isto fora pouco, teria acrescentado tais e tais coisas." Com um único ato lascivo, Davi, insensivelmente, esqueceu toda a bondade de Deus. Muitas vezes, as pessoas que cometem pecados sexuais estão cercadas de privilégios e bênçãos: têm bons pais, frequentam uma igreja evangélica, possuem conhecimento da Bíblia. Mesmo tendo recebido todas essas coisas de Deus e muito mais, ainda assim desobedecem à Sua Palavra. A devassidão sexual começa com a ingratidão. O primeiro passo em direção à ruína moral está registrado em Romanos 1: "Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças" (v. 21); o resto é do conhecimento geral. O pecado e a ingratidão sempre andam juntos.

Falando sobre um casal que teve relações sexuais antes do casamento, Roy Hession comenta: "E o grande perdedor em tudo isso é Deus, aquele cujo coração para com eles era bem diferente do que eles pensavam, aquele que estava planejando para eles um benefício muito grande, maior do que poderiam ter imaginado, mas cujos bons desígnios eles frustraram."

Deus também perde, pois Sua reputação fica manchada. E Natã continua, dizendo: "Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do Senhor, também o filho que te nasceu morrerá." (2 Samuel 12:14.) Agora, os inimigos de Deus diriam: "Davi é igual a nós. Ele diz que conhece a Deus, mas olhe só o que fez."

É impressionante notar que Deus não tentou esconder o pecado de Davi, evitando que os inimigos do Senhor se aproveitassem de sua vergonha. Deus poderia tê-lo castigado em particular, mantendo o incidente limitado apenas aos muros do povo de Deus. No entanto, o Senhor permitiu que o fato fosse conhecido até entre os pagãos. Quando um filho Seu peca, Deus nunca procura abafar o fato. E Sua reputação também fica manchada junto com a daquele filho. Mas nós fazemos o contrário. Tomamos todas as medidas possíveis para esconder nosso pecado, enquanto Deus tenta expô-lo.

Enquanto não compreendemos a extensão da tristeza que nosso pecado sexual causa em Deus, não estaremos inclinados a abandoná-lo. Natã perguntou a Davi: "Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor?" (v. 9). Davi provavelmente não via as coisas dessa maneira, mas Deus via.

José não teria resistido às investidas diárias da mulher de Potifar se tivesse pensado apenas nas consequências que o pecado poderia trazer para outras pessoas. Ele poderia ter racionalizado tudo no calor do momento. Afinal, após tudo o que passara com seus irmãos, não merecia um pouco de prazer? E não poderia esconder tudo de Potifar, que passava o dia todo fora?

Com esse tipo de raciocínio, ele poderia ter concluído que o prazer sexual valia os riscos envolvidos. Mas o que o impediu de pecar? Foi a compreensão de que pecar seria entristecer a Deus. "Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?" (Gênesis 39:9).

As duas pessoas envolvidas em um pecado sexual sofrem as consequências do erro, mas o pior é que Deus também sofre. Essencialmente, estão dizendo a Ele: "Tu não tens sido bom para mim. E eu sei, melhor do que tu, o que é bom para mim. Não me preocupo com a tua reputação." Mesmo quando o pecado é habilmente camuflado, essa mensagem está sendo dirigida a Deus. Imagine só o sofrimento Dele!



Antes do Namoro

 

O que é Namoro?

Namoro é uma fase crucial para a compreensão mútua da natureza, da consistência e da estabilidade dos sentimentos envolvidos, bem como daqueles que os originaram.
A palavra "namoro" por si só é fascinante. Ela vem do verbo "enamorar-se", que significa "sentir amor por alguém e receber amor em retorno". É uma troca mútua. Namorar é buscar o amor; é um período de preparação para o casamento; é uma fase de descoberta e conhecimento mútuo; é um momento de relacionamento social, intelectual, psicológico e espiritual. Durante o namoro, as famílias também começam a interagir, permitindo a descoberta dos valores éticos, morais e comportamentais uns dos outros.


Entretanto, um namoro prematuro ou precipitado, apesar de aparentemente encantador, pode ser extremamente problemático. O envolvimento emocional pode ser excessivo para a maturidade emocional da garota e para o coração do rapaz.


É importante buscar a vontade de Deus em relação ao seu namoro, respeitando tanto o parceiro quanto a si mesmo.

Introdução

J

ovens, antes de começarem a namorar, é crucial que tenham certeza do que estão buscando. E para alcançar essa certeza, é fundamental consultar a Deus, pois não adianta sair experimentando diferentes relacionamentos, pois Deus já tem preparado alguém especial para você.

Um exemplo disso é Salomão, que tinha mil mulheres, entre princesas e concubinas, conforme registrado em 1 Reis 11.3. No entanto, dentre todas elas, a Sulamita era a sua esposa por excelência, como indicado em Cantares 6.8-9, onde Salomão declara: "Sessenta são as rainhas, e oitenta, as concubinas, e as virgens, sem número. Mas uma é a minha pomba, a minha imaculada".

Isso nos mostra que, mesmo tendo à sua disposição um grande número de mulheres, Salomão reconheceu a singularidade e a excepcionalidade de sua esposa Sulamita. Essa busca pela certeza e pela vontade de Deus deve guiar também os relacionamentos de hoje.

Obs.: Segundo as pesquisas 50% dos jovens hoje já tem relações sexuais antes do casamento. Isso é um absurdo.

A Bíblia nos orienta claramente sobre o tipo de pessoa com quem Deus deseja que nos casemos. Em 1 Coríntios 5.11, é enfatizado que devemos nos afastar daqueles que se dizem irmãos na fé, mas que vivem uma vida imoral, são avarentos, adoram ídolos, são bêbados, difamadores ou ladrões. A orientação é clara: não devemos nem mesmo compartilhar uma refeição com pessoas que se enquadram nesses padrões.

Essa passagem nos mostra a importância de escolhermos cuidadosamente nossas companhias e potenciais parceiros, garantindo que compartilhem dos mesmos valores e princípios cristãos. Antes mesmo de iniciar um namoro, é fundamental considerar esses critérios estabelecidos pela Palavra de Deus.

Quero ressaltar alguns pontos importantes para os jovens alcançarem sucesso com seu futuro cônjuge:

 

É crucial que seja alguém com quem a pessoa se sinta à vontade, e ambos desfrutem de caminhar juntos. A Bíblia nos lembra em Amós 3.3: "Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?"

É essencial que seja alguém que os pais aceitem para o casamento. Embora tenhamos exemplos de homens que desobedeceram a seus pais, a importância do apoio dos pais é inegável e pode contribuir significativamente para a harmonia familiar e o sucesso do relacionamento.

a) Esaú:

Quando Esaú tinha quarenta anos, tomou por mulheres Judite, filha de Beeri, o heteu, e Basemate, filha de Elom, o heteu. No entanto, essas escolhas trouxeram amargura de espírito para Isaque e Rebeca, seus pais (Gênesis 26.34-35).

b) Salomão:

Apesar de Salomão ser amado por Deus e não haver entre muitas nações um rei semelhante a ele, ele pecou ao se envolver com mulheres estrangeiras. Como registrado em Neemias 13.26, Salomão amou muitas mulheres estranhas, o que levou à perdição de seu coração. Primeiro Reis 11.1-2 detalha como Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, indo contra a instrução do Senhor de não se misturar com elas, o que acabou por corromper seu coração e levá-lo à idolatria.

c) Abraão:

Abraão demonstrou uma atitude completamente diferente ao buscar uma esposa para seu filho Isaque. Ele fez seu servo jurar pelo Senhor, o Deus dos céus e da terra, que não tomaria para Isaque uma mulher das filhas dos cananeus, mas iria à sua própria terra e parentela para encontrar uma esposa para ele (Gênesis 24.3-4). Isso demonstra a importância de buscar a bênção dos pais e seguir seus conselhos ao escolher um cônjuge.

3. Não se pode namorar com quem não se pretende casar, pois é pecado.

Romanos 14.22-23 nos adverte a guardar em nossa consciência aquilo em que acreditamos sobre esse assunto. “Feliz é aquele que não é condenado pela própria consciência ao fazer o que julga ser correto. Entretanto, quem tem dúvidas a respeito do que faz, e age sem fé, é condenado por Deus. E o que não se baseia na fé é considerado pecado”.

A Bíblia nos instrui claramente em Efésios 5.3 a não permitir que a impudicícia, as impurezas ou a cobiça sequer sejam mencionadas entre nós, como convém aos santos. A cobiça é identificada como um tipo de idolatria, como é destacado em Efésios 5.5, e aqueles que a praticam não herdarão o Reino de Cristo e de Deus.

É fundamental lembrar que não devemos mais viver como os pagãos, conforme destacado em Efésios 4:17, pois seus pensamentos são vazios.

Devemos ter cuidado para não agir levianamente, como nos adverte Provérbios 26.18-19. Enganar o próximo e afirmar que foi apenas uma brincadeira é comparado a um louco brincando com uma arma mortal.

Mas você pode estar se perguntando: o que significa ser leviano? De acordo com o dicionário de português, o adjetivo "leviano" descreve alguém que é inconstante nas relações amorosas, volúvel.

4. Aquele que namora com alguém com quem não pretende casar está adulterando.

Jesus nos alerta em Mateus 5:28, afirmando que quem olha para uma mulher com desejo de possuí-la já cometeu adultério em seu coração. Portanto, se alguém decide namorar outra pessoa, é porque nutre o desejo de possuí-la. É uma questão de lógica.

O livro de Provérbios, atribuído a Salomão, nos adverte sobre os perigos de se envolver com uma mulher que não é apropriada. Em Provérbios 7.24-26, o conselho é claro: “não permita que uma mulher desonesta conquiste o seu coração e não siga atrás dela, pois ela tem sido a ruína de muitos homens e tem causado a morte de muitos outros, sem que se possa contar o número exato”. Este aviso nos lembra dos graves danos que podem resultar de relacionamentos impróprios e nos encoraja a sermos prudentes em nossas escolhas amorosas.

Deus lhe dirá com quem deve casar. 

De acordo com o profeta Amós, Deus não realiza nada sem revelar seu propósito aos seus servos, os profetas (Amós 3.7). No entanto, antes de discutir sobre como Deus revela Sua vontade em relação ao casamento, é importante lembrar alguns princípios fundamentais sobre a vontade de Deus: 

1) Deus geralmente não revela Sua vontade de uma só vez, mas gradualmente, à medida que nos submetemos a Ele e crescemos em nossa fé. 

2) Para Deus, é mais importante quem somos do que o que fazemos. Ele está mais interessado em nosso caráter e coração do que em nossas ações externas. 

3) Deus sempre tem mais trabalho a fazer em nós do que através de nós. Ele deseja moldar e transformar nosso caráter para que possamos refletir Sua imagem de maneira mais completa. 

4) Se não estamos obedecendo à vontade geral de Deus revelada em Sua Palavra, Ele pode não revelar Sua vontade específica para nós. Portanto, é essencial buscar viver de acordo com os princípios da Palavra de Deus antes de esperar uma orientação específica em assuntos como o casamento. 

Paulo nos exorta em Romanos 12.2 “a não nos conformarmos com o padrão deste mundo, mas sermos transformados pela renovação de nossa mente, para que possamos discernir qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Isso destaca a importância da busca pela santidade e pela conformidade com a vontade de Deus em todas as áreas de nossas vidas, incluindo nossos relacionamentos e escolhas de casamento.

Para conhecer a vontade de Deus, você pode seguir algumas maneiras:

1. Através dos princípios da Palavra de Deus:

   Assim como Abraão confiou na palavra e promessa de Deus, você pode buscar orientação na Palavra de Deus para discernir Sua vontade (Gênesis 24:7). A Bíblia oferece princípios e diretrizes que podem iluminar seu caminho.

2. Através da oração:

   Como exemplificado na história de Abraão e Rebeca, a oração é uma ferramenta poderosa para buscar a vontade de Deus (Gênesis 24:11-15). Ao se comunicar com Deus em oração, você pode encontrar respostas e direção.

3. Através da paz no coração:

   A paz que vem de Deus pode servir como uma confirmação de Sua vontade (Romanos 14:22-23). Se sentir uma paz interior em relação a uma decisão, isso pode indicar que está alinhado com a vontade de Deus.

4. Através das circunstâncias:

   Assim como Deus revelou Sua vontade a Paulo através das circunstâncias (Atos 16:6-10), Ele pode usar eventos e situações em sua vida para mostrar o caminho que Ele deseja que você siga.

Ao buscar discernir a vontade de Deus, é importante estar aberto e receptivo à Sua orientação, confiar em Sua Palavra, buscar-O em oração, prestar atenção à paz em seu coração e observar as circunstâncias ao seu redor.

Outro aspecto importante a considerar é:

- Quando desejamos algo que está alinhado com a vontade de Deus, Ele se agrada em nos conceder esses desejos e realizar nossos sonhos. Como afirmado no Salmo 37:4, "Deleita-te também no Senhor, e Ele te concederá os desejos do teu coração". Isso ressalta a importância de buscar a vontade de Deus em tudo o que fazemos, pois Ele deseja nos abençoar e nos conceder aquilo que é bom para nós.

 

- É vital entender que estar tudo bem não necessariamente indica que estamos na vontade de Deus, e vice-versa. Como demonstrado na passagem de Marcos 4:35-41, onde Jesus acalma a tempestade, nem sempre as dificuldades que enfrentamos significam que estamos fora da vontade de Deus. Às vezes, até mesmo nas tempestades da vida, Deus está conosco, guiando-nos e ensinando-nos valiosas lições de confiança e fé Nele.

Agora Vejamos alguns homens que Deus o revelou

1-          O servo de Abraão, Eliezer, foi usado por Deus para revelar a esposa exata para Isaque (Gênesis 24:12-28).

Rebeca foi caracterizada por:

a) Beleza (Gênesis 24.16).

b) Disposição para servir (Gênesis 24:18-19). Como diz o ditado, "quem não vive para servir não serve para viver".

c) Disposição para trabalhar (Gênesis 24.19). A Bíblia enfatiza a importância do trabalho e da dedicação nas Escrituras (Provérbios 31.27; Salmo 128.2).

Rebeca demonstrou grande esforço ao transportar água para dez camelos, o que teria sido uma quantidade significativa de trabalho, considerando que um camelo adulto pode beber até cem litros de água quando está com sede.

d) Hospitalidade (Gênesis 24.25). Rebeca ofereceu generosamente água, palha e pasto para os camelos e Eliezer, demonstrando sua disposição de acolher e cuidar dos outros.

e) Dedicação (Gênesis 24.57-58). Quando perguntada se queria ir com o servo de Abraão, Rebeca prontamente concordou, mostrando sua disposição e dedicação para seguir a vontade de Deus e unir-se a Isaque.

Esses atributos de Rebeca são valorizados na narrativa bíblica como características de uma esposa virtuosa e comprometida, e Eliezer reconheceu essas qualidades como indicadores da vontade de Deus para a escolha de uma esposa para Isaque.

2-   Deus revelou a Daniel o que iria acontecer após os 70 anos de cativeiro.

No livro de Daniel, capítulo 9, Daniel expressa sua compreensão dos livros proféticos de Jeremias, onde estava registrado que o cativeiro de Jerusalém duraria setenta anos. Daniel, então, se volta para Deus em oração, jejum e súplicas, buscando entender o significado desse período de tempo (Daniel 9.2-3).

Enquanto ainda estava em oração, Gabriel, um anjo, apareceu e tocou Daniel, instruindo-o e revelando-lhe o significado dos eventos futuros (Daniel 9.20-22).

Essa experiência destaca a maneira como Deus pode revelar Seus planos e propósitos aos Seus servos dedicados, como Daniel, através da oração e da busca diligente por compreensão espiritual. É um exemplo poderoso da comunicação divina com aqueles que estão dispostos a ouvir e obedecer à vontade de Deus.