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TODOS OS SERES HUMANOS FORAM CONSIDERADOS PECADORES

 O estudo do pecado deve vir antes do estudo da graça salvadora de Deus (cf. I Jo I.8; 2.2). A Epístola aos Romanos destaca que uma das principais finalidades da Lei é revelar a gravidade do pecado (7.8,13b), pois é ao tomarmos consciência disso que passamos a apreciar a graça de Deus em toda a sua plenitude: “Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça” (5.20).

Introdução à doutrina do pecado.

O veredicto divino é claro: “Todos pecaram” (Rm 3.23). A Palavra de Deus diz: “Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10); “... não há homem que não peque” (I Rs 8.46).

Segundo a reta justiça do Senhor, todos os seres humanos foram considerados pecadores: “A Escritura encerrou tudo debaixo do pecado” (G1 3.22). E ainda: “Deus encerrou a todos debaixo da desobediência” (Rm II.32). Mas, antes de atingir a todos os homens, mediante a desobediência de Adão, o pecado teve origem no mundo espiritual, na corte angelical (Is 14.12-17; Ez 28.15).

No humano, o pecado está enraizado na alma, influenciando a sua vontade e manifestando-se através do corpo humano. O homem não peca primariamente por cometer pecados, mas comete pecados porque é pecador. Em outras palavras, cada indivíduo possui uma natureza pecaminosa. Por esse motivo, de acordo com a tradição em Israel, quando uma mulher dava à luz, era necessário apresentar uma oferta a Deus como forma de expiação pelo pecado (Lv 12.6; Lc 2.24).

Desta forma, da mesma maneira que o pecado entrou no mundo através de um homem, e a morte através do pecado, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram (Rm 5.12). Definição de pecado. Pecado é a causa da perdição do homem. Uma das palavras que significa "pecado" (gr. hamartia) denota tudo aquilo que não está de acordo com a lei divina; não se alinha com ela (Rm 5.20; I Jo 3.4a; 5.17b).

A Bíblia menciona 372 formas de pecado, e existem muitas outras que não são mencionadas nas Escrituras. Na lista das obras da carne, é dito no final: "e coisas semelhantes a estas, sobre as quais vos declaro (...) que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus" (Gálatas 5.21).

O termo "transgressão" (hb. pesha‘ e gr. kamartema) refere-se à violação das leis divinas; indica ultrapassar a fronteira da lei, do bem, da ordem, da decência: "Aquele que esconde as suas transgressões nunca terá sucesso..." (Pv 28.13).

Outra forma de designar o pecado é "iniqüidade", ou seja, estar fora do alinhamento; desviado; fora do padrão; erro; afastar-se do correto; errar o alvo - hb. hatta't (Ez 18.20). O termo iniqüidade está relacionado principalmente ao pecado do crente. No Novo Testamento, a palavra correspondente é hamartano (Rm 3.23).

No Novo Testamento, a palavra equivalente é "hamartano". (Rm 3.23). Neste versículo, “pecaram” é literalmente “erraram o alvo”. E este erro pode ser de natureza moral (2 Pe 2.18) ou na doutrina (I Jo 4.6b). Doutrina e moral devem estar alinhadas!

Por outro lado, o termo “pecado”, como está registrado em Romanos 5.12 ("por um homem entrou o pecado [errar o alvo] no mundo"), refere-se ao desvio do alvo traçado por Deus, que é a Sua glorificação. Assim, o pecado acontece quando o ser humano erra o alvo ao afastar-se do propósito verdadeiro, que é a glória de Deus (Rm 3.23).

O ser humano foi originalmente criado por Deus para viver em harmonia com a esfera divina, no entanto, ao cometer pecado, a sua natureza foi alterada e a sua tendência natural é apenas para pecar, mesmo que não pareça evidente. Pecar, portanto, é o ser humano desviar-se do seu propósito moral, que é exaltar a Deus e somente a Ele.

Outros quatro termos que expressam os principais significados de "pecado" na Bíblia são: "desobediência", rebelião, falta de vontade para com Deus e a sua lei; "incredulidade", falta de confiança em Deus e dependência dEle; "ilegalidade", subversão, oposição à lei e à ordem divinas; e "erro", afastamento das normas divinas estabelecidas.

A lei da reprodução de acordo com a sua própria espécie está claramente evidenciada em Gênesis, onde vemos essa lei em ação nas plantas (1.11,12), nos animais (1.24,25) e no ser humano, após o pecado (5.3). O homem foi criado à imagem de Deus (1.26), e não à sua própria semelhança! Portanto, nascemos espiritualmente contaminados (Rm 5.12), como afirmou o salmista: "Eis que em iniqüidade fui formado, e em pecado me concebeu a minha mãe" (SI 51.5). O homem possui uma natureza pecaminosa. Por isso, todos nós precisamos participar da natureza divina, através da conversão (2 Pe 1.4).

Os nossos pais segundo a carne costumavam corrigir-nos de acordo com a sua vontade, mas Deus Pai, para nosso benefício, permite-nos participar da sua santidade por um curto período de tempo (Hb 12.10).

O "homem natural" e o pecado. A Palavra de Deus utiliza a expressão "homem natural" (I Co 2.14) para se referir ao estado do homem que ainda não foi alcançado pela graça de Deus. Ele está debaixo do pecado, espiritualmente morto, condenado e perdido.

Não existe uma pessoa justa. Conforme vimos, a declaração de Deus é clara: "Não há uma pessoa justa; nem uma sequer". É importante que aqueles que estudam este assunto leiam todo o capítulo 9 de Romanos, especialmente os versículos 9-26, que tratam especificamente desta verdade de que não há uma pessoa justa sequer. Todos os seres humanos nascem pecadores.

Para que o homem pudesse ser considerado justo perante Deus por mérito próprio, seria necessário que nunca cometesse o mal e jamais desobedecesse às leis divinas. Além disso, seria preciso que sempre praticasse o bem, conforme está escrito em Eclesiastes 7.20: "Que faça o bem e nunca peque". Existem pessoas que, em comparação, pecam menos, mas nem sempre estão comprometidas em praticar o bem.

A definição divina do pecado é fundamental, e está contida em passagens como 1 João 3.4 e 5.17. O termo "hamartema" significa errar o alvo, desviar-se do caminho, perder-se (I Jo 3.4a; 5.17b). Já a palavra "anomia", presente em 3.4b, implica transgressão, desordem, rebeldia, subversão. Outro termo nessas passagens é "adikia" (5.17a), que significa injustiça.

No Salmo 41.4, o pecado é descrito como uma doença espiritual que afeta a alma: "cura a minha alma, pois pequei contra ti". Em 1 Pedro 2.24, na expressão "fostes sarados", o significado é o mesmo, à luz do contexto. Essa conotação também pode ser encontrada em outros textos:

"Nenhum habitante dirá: Estou doente; porque o povo que nela habita será perdoado da sua iniqüidade" (Is 33.24).

"Por que seriam castigados ainda mais, se continuassem em rebelião? Toda a cabeça está doente e todo o coração está fraco. Desde a planta do pé até à cabeça não há nada saudável; só feridas, inchaços e chagas abertas, não tratadas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo" (Is 1.5,6).

A tradução literal da passagem acima é: “Vê; a tua fé te curou”. O termo grego aqui é sozo, que significa "curar", "salvar" ou "livrar" (cf. Lc 7.50; Mt 9.22).

A origem do pecado. No livro de Ezequiel 28.15,16, a Palavra de Deus revela a origem do pecado:

Eras perfeito nos teus caminhos desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas”.

Esta descrição, ainda que de modo conotativo, relaciona-se a Satanás e sua rebelião contra Deus.

O pecado é algo que afeta a todos. Em Romanos 3.23, vemos que o pecado é universal: “Porque todos pecaram e estão separados da glória de Deus”. Aqui e em outras passagens semelhantes, fica claro que toda a humanidade, sem exceção, foi atingida pelo pecado.

A existência do pecado é uma realidade inegável. Mesmo que muitos tentem ignorá-lo, temos que considerar os testemunhos esmagadores da realidade do pecado na Bíblia (Hb 12.1; Sl 51.5), na História, na consciência e no dia-a-dia. Perguntemos a Adão após a sua queda, a Davi, a Jesus. Todos confirmarão que o pecado é uma realidade.

Provas da existência do pecado são tão convincentes que é absurdo negá-lo; é tolice; é loucura. Algumas dessas provas incluem: cada hospital; cada casa funerária; cada cemitério; cada fechadura de porta; cada cofre de banco; cada alarme contra ladrão; cada polícia, guarda, soldado; cada tribunal; cada prisão; cada dor, doença, deficiência, morte, tristeza, choro, guerra.

O pecado e suas raízes. A Palavra de Deus menciona a incredulidade como a origem do pecado (Jo 16.9; Hb 3.12) e também o egoísmo, ou seja, a adoração ao "eu", à personalidade (Ez 28.7; Is 14.13,14; Rm 1.25). O egoísmo é uma forma de rebelião contra a vontade e a lei de Deus; também existe o egotismo, a idolatria do homem por si mesmo.

O pecado como ação. Vamos agora examinar, à luz da Palavra de Deus, os detalhes internos do pecado. É importante distinguir entre o ato e o estado pecaminoso. A Bíblia apresenta o pecado como uma ação nossa, perpetrada por natureza e escolha deliberada: Mas cada um é tentado, quando é atraído e seduzido pela sua própria concupiscência.

Depois, a concupiscência, quando concebida, dá à luz o pecado; e o pecado, quando consumado, gera a morte (Tg 1.14,15).

De acordo com a Bíblia, o pecador não consegue escolher o bem; ele sempre opta pelo mal. O filho pródigo fez uma má escolha; ele preferiu o pior (Lucas 15.11-18). O ato de pecar é um efeito, não uma causa; a causa é o pecado inato em nossa natureza caída.

O crente carnal também não consegue escolher o bem. Ló, por exemplo, escolheu o pior para si e sua família (Gênesis 13.11,12). Da mesma forma, Esaú vendeu sua primogenitura por um simples prato de lentilhas (Gênesis 25.29-34). E Marta não fez a melhor escolha, ao contrário de sua irmã, que representa um crente consagrado (Lucas 10.41,42).

O pecado como estado é mencionado em Romanos 6.6, onde se afirma que "o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que o corpo do pecado seja destruído, a fim de que deixemos de ser escravos do pecado". A expressão "corpo do pecado" refere-se ao corpo como instrumento do pecado, não significando que o pecado tenha um corpo tangível.

O pecado como estado indica que todos os homens têm uma propensão para pecar. É caracterizado pelo princípio da rebelião contra Deus, sendo um poder maléfico e gerador do mal. É, portanto, uma causa e, consequentemente, um efeito.

Como causa, o pecado faz parte da nossa natureza herdada de Adão. Em resumo, o homem não é culpado apenas pelos pecados que comete, mas tem dentro de si uma natureza pecaminosa que por si só já é pecado.

Quanto à natureza do pecado, há o pecado praticado, ou seja, cometido, que aparece na Bíblia no plural (I Jo 1.9). Para este tipo de transgressão, Deus oferece perdão, como podemos observar em  (Lv 5.14-19) "sacrifício pela culpa". No entanto, também há o pecado congênito, mencionado no singular (I Jo 1.7; SI 51.5; Rm 7.18,23), para o qual só há purificação no sangue de Jesus, como vemos no "sacrifício pelo pecado" (Lv 4.1-12).

Quanto à prática do pecado, há o pecado de comissão, que é fazer a coisa errada (Tg I.15), e o de omissão, que significa deixar de fazer a coisa certa. Assim, pecado não é apenas praticar o mal; deixar de fazer o que é certo também é pecado.

A Palavra de Deus menciona vários exemplos de pecado por omissão, como o caso do servo inútil condenado por não ter feito nada apesar de ter recebido bens para cuidar (Mt 25.24-30) e na parábola das dez virgens, em que as loucas não se prepararam (Mt 25.3). Outro exemplo está no julgamento das nações: as omissas para com Israel serão punidas (Mt 25.42-45).

Deixar de cumprir a lei de Deus é tão pecaminoso quanto transgredi-la (cf. Jz 5.23). A Palavra de Deus afirma que os ímpios serão lançados no inferno por omissão: "Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus" (Sl 9.17).

Todo pecado, independentemente de sua natureza, é inicialmente uma transgressão contra Deus. Davi, ao pecar contra Bate-Seba, Urias e a si mesmo, reconheceu que seu pecado primordial foi contra Deus, o Legislador: “Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal aos teus olhos...” (Salmo 51.4). O filho pródigo errou contra si mesmo, sua família e, principalmente, seu pai na parábola, simbolizando Deus (Lucas 15.21).

A raiz do pecado no ser humano é abordada na Bíblia, mencionando tanto o pecado físico (2 Coríntios 7.1) quanto o espiritual (2 Coríntios 7.1; Salmo 66.18). Muitos tendem a associar o pecado a crimes como assassinato, roubo, vício, imoralidade, adultério, entre outros pecados carnais. No entanto, os pecados espirituais às vezes são ainda mais graves do que os pecados da carne mencionados. Embora Davi tenha cometido pecados carnais sérios, ao ser repreendido pelo Senhor ele reconheceu: 'Pequei contra o Senhor' (2 Samuel 12.13; Salmo 51). No entanto, ele considerou seu pecado espiritual ainda mais grave, levando-o a confessar: 'Pequei gravemente' (1 Crônicas 21.8). 'Toda maldade é pecado' (1 João 5.17).

Os fariseus da época de Jesus acusavam aqueles que cometiam pecados físicos, como a mulher adúltera perdoada por Jesus, instruindo-a a 'ir e não pecar mais' (João 8.1-11). No entanto, esses mesmos fariseus cometiam grandes pecados espirituais (Mateus 23).

Alguns exemplos de pecados espirituais incluem orgulho, arrogância, inveja, ganância, ira, hipocrisia, entre outros. As consequências do pecado variam de acordo com sua gravidade, podendo resultar em sofrimento, morte espiritual, física e até perdição eterna.

O perdão dos pecados é abordado na Bíblia, diferenciando os pecados perdoáveis dos imperdoáveis (Mateus 12.31,32). O pecado imperdoável não se refere a um ato isolado, mas sim a uma prática contínua que vai contra o Espírito Santo.

Para superar o pecado e triunfar sobre ele, é fundamental amar a Palavra de Deus, crer no poder redentor de Jesus Cristo e confiar na atuação do Espírito Santo em nossas vidas. Além disso, a total submissão e entrega a Cristo são essenciais para vencer o pecado.

Como vencer o pecado.

Os passos para superar o pecado e triunfar sobre ele são os seguintes:

1) Valorizar a Palavra de Deus a ponto de guardá-la em nosso coração; isso ajuda os crentes a vencerem o pecado (Salmo 119.11).

2) Ter fé no poder redentor do sangue de Jesus, no sacrifício que Ele fez para que o pecado não nos domine (1 João 1.9).

3) Confiar na influência do Espírito Santo, que habita em nós e, se permitirmos que Ele tenha controle total em nossa vida, nos ajuda a vencer o pecado (Romanos 8.2).

4) Contar com o ministério sacerdotal de Cristo. Ele superou tudo, e se estivermos Nele, também venceremos o pecado (Hebreus 4.15,16).

5) Nossa fé em Jesus Cristo também nos possibilita vencer o pecado (Filipenses 3.9).

6) Por fim, nossa completa submissão e entrega a Cristo (Romanos 6.14). A submissão implica em obedecer à Sua vontade e buscá-Lo por amor.

Conclusão.

Ao encerrar este tema sobre o pecado, a recomendação final é: "Evite o pecado!" A Palavra de Deus nos exorta: "Meus filhinhos (...) não pequem" (1 João 2.1). Lembre disso: "Obedecer é melhor do que sacrificar" (1 Samuel 15.22). E "sacrificar", neste contexto, também pode significar "corrigir".

Portanto, evitemos os pecados internos e externos: "Não se precipite em impor as mãos a ninguém, nem participe dos pecados alheios; mantenha-se puro" (1 Timóteo 5.22).

A DOUTRINA DA GRAÇA DIVINA

 Um Estudo Profundo

Introdução: Explorando a Graça de Deus

Na esfera da Soteriologia, a graça de Deus emerge como o fulcro para a redenção do pecador. Neste contexto, diferenciamos a graça comum, estendida a todos os seres humanos, da graça salvífica. Enquanto a primeira se refere à provisão generosa de Deus para sustentar a vida de todos (Salmo 104:10-30), a segunda está intrinsecamente ligada à salvação do pecador pela misericórdia divina (Romanos 3:9-26).

Graça na Salvação: Uma Perspectiva Bíblica

A graça divina para a salvação remonta ao Antigo Testamento (Êxodo 33:13; Jeremias 3:12; 31:2), como destacado em Atos 15:10,11. No Novo Testamento, essa graça é proclamada de maneira mais direta (Efésios 2:7,8; 1 Timóteo 1:13,16; Romanos 5:20; João 1:16,17). A salvação pela graça é um tema recorrente, exemplificado em Tito 2:11 e Tito 3:4,5.

Vida Cristã Sustentada Pela Graça

A graça de Deus não apenas nos salva, mas também sustenta nossa jornada espiritual. Como ilustrado em Efésios 2:5,6, somos resgatados pela graça, sem mérito próprio. Esta graça impulsiona nosso crescimento na fé (2 Pedro 3:18), fortalece-nos contra o mal (Romanos 6:14; Hebreus 13:9), capacita-nos para o serviço divino (Hebreus 12:28; 1 Coríntios 3:10), e nos inspira a expressar gratidão através de nossa vida, talentos e recursos (2 Coríntios 8:1,6,7).

A Generosidade Inspirada Pela Graça

A liberalidade do crente para com Deus é uma demonstração tangível de gratidão. No Antigo Testamento, vemos diversas formas de ofertas, todas envolvendo aspectos financeiros (Deuteronômio 12:6). Mesmo ao dar o nosso melhor para Deus, reconhecemos que nunca podemos merecer Sua graça (Lucas 17:10). Portanto, a humildade é essencial, pois é o humilde que recebe mais graça (Tiago 4:6).

Conclusão: A Graça de Deus Revelada

Em síntese, a graça de Deus é o dom supremo da salvação em Cristo, sustentando-nos diariamente em nossa jornada espiritual. É através dessa graça que recebemos bênçãos inumeráveis e somos capacitados para servir a Deus. Que possamos, portanto, edificar nossas vidas sobre o fundamento da graça divina, conforme nos exorta a Palavra (1 Coríntios 3:10).

A SALVAÇÃO, NA EXPERIÊNCIA HUMANA, abrangendo três tempos distintos: passado, presente e futuro.

 

A EXPERIÊNCIA SUBJETIVA DA SALVAÇÃO

A salvação, na experiência humana, se manifesta de forma subjetiva, abrangendo três tempos distintos: passado, presente e futuro.

No Passado:

Refere-se à justificação, um ato de Deus em favor do homem, que o liberta da penalidade do pecado. Esse evento é marcado por versículos que destacam a ação passada de Deus em favor dos crentes (1 Coríntios 6:11; Romanos 8:30, 33; 5:1; 3:23,24; Gálatas 2:16).

No Presente:

Diz respeito à santificação em conduta, uma obra contínua de Deus em nós para nos libertar do poder do pecado. É um processo de aperfeiçoamento e purificação, refletido em nossa conduta diária e em nossa busca pela santidade (2 Coríntios 7:1; 1 Tessalonicenses 5:23; 1 João 2:6; Filipenses 2:12).

No Futuro:

Envolvendo a glorificação, é o que Deus fará conosco na glória celestial, livrando-nos da presença do pecado e nos conformando à imagem de Cristo. Essa expectativa gloriosa é expressa em passagens que falam da nossa futura semelhança com Cristo e da redenção completa de nossos corpos (1 João 3:2; Romanos 8:23; Romanos 13:11; Hebreus 9:27,28).

Evidências da Experiência da Salvação:

São manifestações tangíveis da obra de Deus em nossas vidas, incluindo o testemunho do Espírito Santo, a confirmação da Palavra de Deus, a voz de nossa consciência, a transformação de nossa vida, a produção de frutos espirituais, a aversão ao pecado, a adesão à doutrina, o amor fraternal e a vitória sobre o mundo (Romanos 8:16; Atos 16:31; 1 João 3:19; 2 Coríntios 5:17; Mateus 5:8, 7:16-20; 1 João 3:9; 2 João 9; João 13:35; 1 João 4:5). Essas evidências corroboram a realidade da salvação em nossa vida e seu impacto transformador em nosso caráter e conduta.

OS TRÊS ASPECTOS DA SALVAÇÃO

 

A salvação de forma Verídico e objetiva

A salvação vai para além de ser apenas uma ideia ou conceito abstrato; é um facto objetivo, com implicações divinas e humanas. Desdobra-se em dois aspectos essenciais: o lado objetivo, atribuído a Deus como Dador da salvação, e o lado subjetivo, que envolve o homem como receptor.

Na sua essência, a salvação engloba três aspetos simultâneos e interligados: a justificação, que nos declara justos perante Deus; a regeneração, que nos transforma em filhos espirituais; e a santificação, que nos coloca como santos através da fé no sacrifício de Jesus.

 Justificação: Este aspecto refere-se à mudança de posição legal do pecador perante Deus, passando da condenação para a justificação. É um evento passado que continua presente em nossa jornada espiritual, pois pela justificação nos tornamos parte dos justos (1 Coríntios 6:11; Romanos 8:30, 33; 5:1; 3:24; Gálatas 2:16).

Regeneração: Aqui, ocorre uma transformação na condição do pecador, que de servo do pecado se torna filho de Deus. A regeneração é tão significativa que é equiparada ao "batismo em Jesus", um ato interior que abrange todo o ser e nos torna filhos de Deus (1 Coríntios 12:13; Gálatas 3:27; Romanos 6:3; João 3:5).

Santificação: Este aspecto envolve uma mudança de caráter e serviço, tanto subjetiva quanto objetiva, realizada "em Cristo". É um processo contínuo que nos posiciona em Cristo e nos capacita a viver em conformidade com sua vontade (João 15:4; 17:26).

Conclusão

Portanto, a salvação não é apenas uma ideia abstrata, mas uma realidade tangível que transforma profundamente a vida daqueles que a recebem. É um presente divino que abrange desde a justificação diante de Deus até a regeneração e santificação do indivíduo, proporcionando uma nova identidade e um novo propósito na jornada espiritual.

OS VÁRIOS CAMPOS DE DOUTRINAS DA SALVAÇÃO

 

A Soteriologia, o estudo da salvação, revela-se como um vasto campo de doutrinas que apresentam a complexidade e a abrangência da nossa redenção em Cristo. Este estudo abreviado destaca algumas dessas doutrinas fundamentais, destacando o profundo significado da salvação para a humanidade.

1. A Doutrina do Pecado

O ponto de partida é a doutrina do pecado (Romanos 3:23; 5:12,20), reconhecendo-o como a raiz da perdição humana. Compreender a gravidade do pecado é essencial para apreciar a necessidade da salvação.

2. A Doutrina da Graça de Deus

A graça divina é a força propulsora da salvação (Tito 2:11; 3:4). É a dádiva gratuita de Deus que torna possível a nossa redenção.

3. A Doutrina da Expiação pelo Sangue

A expiação, simbolizada pelo sangue (Levítico 17:11), é categórica para entender como a salvação lida com a questão do pecado.

4. A Doutrina da Redenção

A redenção (Efésios 1:7) destaca a libertação e o resgate do pecador, mostrando a amplitude do amor redentor de Deus.

5. A Doutrina da Propiciação

A propiciação (Êxodo 32:30) destaca a benevolência de Deus ao proporcionar a salvação como um ato de reconciliação.

6. A Doutrina da Fé Salvífica

A fé desempenha um papel central na salvação (Efésios 2:8), sendo o meio pelo qual o pecador responde ao chamado divino.

7. A Doutrina do Arrependimento

Intimamente ligada à , a doutrina do arrependimento (Marcos 1:14,15) evidencia a transformação que ocorre no coração do crente.

8. A Doutrina da Confissão dos Pecados

A confissão dos pecados (Romanos 10:9,10) é um passo vital na jornada da salvação, demonstrando a sinceridade do coração arrependido.

9. A Doutrina do Perdão dos Pecados

O perdão dos pecados (Colossenses 3:13) é uma bênção decorrente da salvação, refletindo a misericórdia divina.

10. A Doutrina da Regeneração Espiritual

A regeneração espiritual (1 Pedro 1:3; Tito 3:5) revela a transformação interior que ocorre quando o pecador recebe a salvação.

11. A Doutrina da Imputação da Justiça de Deus ao Crente

A justiça de Deus é imputada ao crente (Gênesis 15:6; Romanos 4:2-11; 5:13; Filemon 1:18; Tiago 2:23), demonstrando a obra redentora de Cristo em favor daqueles que creem.

12. A Doutrina da Adoção de Filhos

A adoção de filhos (Gálatas 4:5,6) reflete a nova identidade do crente como parte da família de Deus, fruto da sua salvação.

13. A Doutrina da Santificação do Crente

A santificação (1 Coríntios 6:11; 2 Coríntios 7:1) aborda tanto a posição do crente em Cristo quanto o processo contínuo de crescimento espiritual.

14. A Doutrina da Presciência de Deus

A presciência divina (1 Pedro 1:2) revela o conhecimento prévio de Deus sobre aqueles que seriam salvos, destacando a soberania divina na obra da salvação.

15. A Doutrina da Eleição Divina

A eleição divina (1 Pedro 1:2) enfatiza o chamado específico de Deus para aqueles que são salvos, mostrando a sua iniciativa na redenção.

16. A Doutrina da Predestinação dos Salvos

A predestinação (Romanos 8:29) ressalta o plano soberano de Deus para a salvação daqueles que ele escolheu desde antes da fundação do mundo.

17. A Doutrina da Chamada para a Salvação

A chamada para a salvação (Romanos 8:30) é a voz de Deus que convoca os escolhidos para a redenção em Cristo.

18. A Doutrina da Justificação Somente pela Fé em Cristo

A justificação pela fé (Romanos 8:30) destaca que a salvação é alcançada unicamente por meio da fé em Cristo, não por obras humanas.

19. A Doutrina do Julgamento do Crente

O julgamento do crente (2 Coríntios 5:10; Romanos 14:10) refere-se à prestação de contas dos salvos diante de Cristo, não para condenação, mas para recompensa.

20. As Doutrinas da Glorificação dos Salvos e da Salvação nas Eras Divinas Futuras

Por fim, a glorificação dos salvos (Romanos 8:30) e a salvação nas eras divinas futuras (Efésios 2:7; 1 Timóteo 1:17; João 1:29) apontam para o cumprimento final da obra redentora de Cristo, quando os salvos desfrutarão da plenitude da salvação na presença de Deus.

Conclusão

Essas doutrinas formam o arcabouço teológico que sustenta nossa compreensão da salvação em Cristo, revelando a riqueza e a profundidade do amor de Deus por sua criação. Ao mergulharmos nesse estudo, somos convidados a contemplar a grandiosidade da salvação que recebemos e a viver em gratidão por tão grande dádiva.

O QUE É SALVAÇÃO

 

A Salvação em Cristo: Uma Perspectiva Profunda

A salvação em Cristo é muito mais do que uma simples liberação da condenação do inferno. É uma transformação espiritual milagrosa que afeta a alma, a vida e o caráter da pessoa que, pela fé, aceita Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal. Esta transformação não só resulta em uma nova vida, mas também em um novo caráter íntegro. (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5). Preste atenção às declarações bíblicas sobre "ser uma nova criatura" (conversão) e "tudo se tornou novo" (nova vida, novo e íntegro caráter).

A Abrangência da Salvação

A salvação abrange todos os atos redentores e transformadores de Deus para com o ser humano e o mundo, tanto nesta vida quanto na vindoura, através de Jesus Cristo, (Rm I3.I I; Hb 7.25; 2 Co 3.18; Ef 3.19). Isso inclui a regeneração espiritual do crente, a redenção do seu corpo no futuro (Rm 8.23; I Co 15.44); e a glorificação completa do crente também no futuro, (Cl 3.4; Ef 5.27).

O Processo de Receber a Salvação

Para receber a salvação, há três passos fundamentais. Primeiro, o reconhecimento, através do evangelho, de que somos pecadores (Romanos 3.23). Segundo, a fé em Jesus como nosso Salvador pessoal (Atos 16.31). Terceiro, a confissão de Jesus como nosso Senhor e Salvador, reconhecendo-o publicamente como tal (Romanos 10.10).

Plena Consciência da Salvação

A expressão "uma tão grande salvação", mencionada em Hebreus 2.3, denota as riquezas imensuráveis, as bênçãos subseqüentes, a eternidade infinita, o alcance imensurável e a sublimidade da salvação. Se os crentes tivessem plena consciência disso, suas atitudes e perspectivas seriam profundamente transformadas.

Ter uma compreensão profunda da salvação levaria a uma vida de regozijo, motivação, entusiasmo e convicção. Além disso, aumentaria o desejo pelo céu e diminuiria a vulnerabilidade às tentações do inimigo. Infelizmente, muitos crentes não percebem a grandiosidade da salvação, tornando-se assim mais suscetíveis às ciladas do Tentador.

Portanto, é essencial que os crentes busquem uma compreensão cada vez mais profunda da salvação em Cristo, para que possam viver de acordo com a verdade e desfrutar plenamente das bênçãos e promessas que ela proporciona.

Salvação em Cristo a uma Vida Transformada

Muitos crentes enfrentam uma vida espiritualmente comprometida, negligente e sem amor devido a uma visão atrofiada da salvação em Cristo. Para uma jornada espiritual significativa, é essencial seguir os passos fundamentais de uma vida salva, que incluem a regeneração espiritual, a plenitude do Espírito Santo, a maturidade espiritual e a dedicação ao Senhor no trabalho.

A Importância do Estudo da Soteriologia

A compreensão da salvação é o alicerce da vida cristã (I Tm 2:4b) e um fator terminante para uma experiência espiritual profunda. A Palavra de Deus nos lembra a importância desse conhecimento em Hebreus 5:12-14, destacando a necessidade de buscar um entendimento mais profundo da salvação.

Bênçãos Gloriosas da Salvação

As bênçãos da salvação são vastas e incluem a experiência do batismo com o Espírito Santo, o desenvolvimento dos dons espirituais, o amadurecimento na fé e o chamado para o ministério. Portanto, é crucial priorizar o estudo da Soteriologia para compreender plenamente essas bênçãos e seu impacto na vida cristã. Em Efésios 6.17, é mencionado inicialmente o capacete da salvação e a espada do Espírito. Em Lucas 1.77, está escrito: "para dar ao seu povo conhecimento da salvação, na remissão dos seus pecados". É importante observar que, aqui, a ênfase está no "conhecimento da salvação" em primeiro lugar, e não no "sentimento da salvação". Portanto, é necessário conhecer e continuar a conhecer a salvação.

A Primeira Epístola de João aborda esse tema - a sua mensagem para os salvos é: "nós sabemos", "nós conhecemos". Nos Salmos 46.10 e 100.3, está escrito: "Sabei", e não "Senti". E Jó, em meio a muitas lutas, proclamou: "Eu sei que o meu Redentor vive" (Jó 19.25). Ao compararmos Hebreus 8.10 com 10.16, podemos observar que essas passagens mostram que a lei divina deve estar em primeiro lugar na mente do crente e depois no seu coração.

Porque este é 0 concerto quer depois daqueles dias, farei com a casa de Israel diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos...

O Capacete da Salvação na Armadura Espiritual

Ao discutir a armadura espiritual, o apóstolo Paulo enfatiza o capacete da salvação como uma proteção vital para a mente do crente. Assim como o capacete protege a cabeça, o conhecimento bíblico da salvação protege contra os ataques mentais do inimigo e das influências corruptoras do mundo.

A Importância do Conhecimento da Salvação

A ênfase nas Escrituras está no conhecimento da salvação, não apenas no sentimento. Devemos buscar conhecer e prosseguir em conhecer a salvação para resistir às dúvidas e astúcias do Diabo, que sempre procurará minar nossa confiança na obra redentora de Cristo.

Fortalecendo a Mente com a Verdade de Deus

Assim como Jesus resistiu às tentações no deserto, podemos resistir às artimanhas do Diabo ao ter as leis de Deus em nossa mente e coração. A Palavra de Deus é nossa arma contra as ciladas do inimigo, capacitando-nos a permanecer firmes na verdade da salvação em Cristo.

Nossa jornada espiritual é enriquecida quando compreendemos plenamente a salvação em Cristo e aplicamos esse conhecimento em nossa vida diária, mantendo-nos firmes na verdade e resistindo às tentações do inimigo.

A Essência da Salvação em Cristo

A salvação é o completo trabalho de Jesus Cristo para reconciliar uma humanidade pecadora com um Deus santo. Envolve a redenção do homem do poder do pecado (1 Pedro 1:18-19), a libertação do cativeiro espiritual (Romanos 8:2), a remoção do pecador das trevas do pecado (Colossenses 1:13) e o retorno do exílio espiritual para a comunhão com Deus (Efésios 2:13). Em suma, é a restauração do relacionamento entre o homem e Deus.

A Natureza da Salvação

É fundamental compreender que o homem não pode realizar sua própria salvação nem contribuir para isso. Como afirmado em Efésios 2:8-9 e Tito 2:11, a salvação é um ato gracioso de Deus, não baseado em méritos humanos. O salmista reconheceu essa verdade ao proclamar: "A salvação vem do Senhor" (Salmo 3:8), enfatizando a fonte divina da salvação.

Embora a salvação seja pela graça de Deus, os salvos são chamados à prática de boas obras (Efésios 2:10). Isso reflete a transformação interior causada pela salvação, resultando em uma vida caracterizada pela piedade e serviço ao próximo.

O Novo Nascimento e a Ressurreição Espiritual

A salvação é comparada ao novo nascimento (João 3:5) e à ressurreição (Colossenses 3:1). Assim como um bebê não pode fazer nada para nascer e um morto não pode ressuscitar por si mesmo, o pecador depende inteiramente do poder de Cristo para experimentar a salvação. É Jesus Cristo quem concede vida espiritual ao pecador, ressuscitando-o dentre os mortos no pecado e fazendo-o nascer de novo.

Conclusão

Em conclusão, a salvação é um ato exclusivo e gracioso de Deus, que restaura a comunhão entre o homem e Deus mediante a fé em Jesus Cristo. O homem, por si só, é incapaz de efetuar sua própria salvação, mas pode responder à graça de Deus por meio da e da prática das boas obras, conforme guiado pelo Espírito Santo.