A Base da Salvação: A Morte de Cristo e a Fé
Desde a queda do homem, a salvação sempre teve sua base na morte de Cristo. Nenhuma pessoa, seja nos tempos do Antigo Testamento ou após a cruz, poderia ser salva sem este acontecimento central da história da humanidade. A morte de Cristo pagou a pena pelos pecados passados — cometidos pelos santos do Velho Testamento — e também pelos pecados futuros, dos santos do Novo Testamento.
1. A Fé como Condição da Salvação
A salvação sempre exigiu fé. O alvo da fé, desde os tempos antigos, sempre foi Deus. Como escreveu o salmista:
“Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam” (Sl 2.12).
Abraão é exemplo claro desta fé:
“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado por justiça” (Gn 15.6; ver também Rm 4.3-8).
O sistema sacrificial do Antigo Testamento não podia remover o pecado (Hb 9.1-10; 10.4), mas apontava para o dia em que o Filho de Deus verteria seu sangue pela humanidade pecadora.
2. A Revelação Progressiva
O que mudou ao longo do tempo foi o conteúdo da fé, não a fé em si. Deus revelou-se progressivamente à humanidade. Isso é chamado de revelação progressiva:
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Adão: Creu na promessa de Gênesis 3.15, de que a Semente da mulher derrotaria Satanás. Sua fé foi demonstrada ao nomear Eva e ao aceitar a cobertura que Deus providenciou (Gn 3.20-21).
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Abraão: Creu nas promessas específicas reveladas por Deus (Gn 12; 15). Antes de Moisés, nenhuma Escritura existia, mas cada pessoa era responsável pelo que Deus já havia revelado.
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Crentes do Velho Testamento: A salvação vinha por crer que Deus resolveria o problema do pecado. Ainda não se sabia como, mas a fé estava em Deus e em Suas promessas.
3. Os Dias de Cristo Antes da Cruz
Os discípulos de Jesus também não compreendiam totalmente como a salvação seria realizada. Quando Jesus previu sua morte e ressurreição:
“Começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21).
Pedro e os demais discípulos reagiram:
“Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso” (Mt 16.22).
Apesar da incompreensão, foram salvos porque confiaram em Deus para cuidar de seus pecados, assim como Adão, Abraão, Moisés ou Davi confiaram.
4. A Plenitude da Revelação em Cristo
Hoje, temos acesso à revelação completa por meio de Jesus Cristo:
“Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hb 1.1-2).
Nossa salvação ainda depende da morte de Cristo, a fé continua sendo condição essencial, e o alvo da fé permanece sendo Deus, agora plenamente revelado em Jesus:
“…Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia” (1Co 15.3-4).
Conclusão:
De Adão a nós, a fé sempre foi o canal pelo qual recebemos a salvação. O que muda é a compreensão do plano de Deus. Hoje conhecemos plenamente que a cruz é o ponto central da redenção, e a fé que salva é a fé em Cristo e na obra consumada por Ele.
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