Zelo pelo Testemunho Cristão








Conduta Cristã 5ª parte

Definição e Propósito

O zelo pelo testemunho cristão é o cuidado contínuo que todo discípulo de Cristo deve ter em viver de forma a glorificar a Deus por meio de suas atitudes, palavras e conduta moral. Jesus afirmou que seus seguidores são “sal da terra” e “luz do mundo” (Mt 5.13-16), o que implica responsabilidade em refletir o caráter divino diante dos homens, sendo exemplo de fidelidade e pureza.

Glorificar a Deus, portanto, não se limita a atos de adoração pública, mas se estende a todas as esferas da vida, em coerência entre fé professada e prática cotidiana. O testemunho cristão autêntico torna-se um reflexo visível da transformação interior operada pelo Espírito Santo (Rm 12.2).

1. O Servo de Cristo como Despenseiro Fiel

O apóstolo Paulo estabelece um princípio fundamental para o comportamento cristão:

“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” (1Co 4.1–2, ARA)

Ser “despenseiro” significa administrar os dons, oportunidades e responsabilidades espirituais que Deus confiou ao crente. A fidelidade, nesse contexto, é o padrão pelo qual se mede a autenticidade da fé. O cristão deve, portanto, empenhar-se em viver de modo digno, aprovando “as coisas excelentes” e sendo “sincero e inculpável para o dia de Cristo” (Fp 1.10).

2. Abstenção de Práticas Inconvenientes

O zelo pelo testemunho também requer discernimento. O apóstolo Paulo adverte que, embora “todas as coisas sejam lícitas”, nem todas convêm ou edificam (1Co 6.12; 10.23). Assim, o cristão maduro evita comportamentos que possam gerar dúvida, escândalo ou enfraquecer a fé de outros.

Entre esses comportamentos, destaca-se o uso da bebida alcoólica, cuja moderação é um princípio bíblico claro:

“Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens” (Fp 4.5).

A liberdade cristã jamais deve ser exercida como licença para o pecado ou motivo de tropeço. A conduta deve ser guiada pelo amor e pela responsabilidade espiritual (Rm 14.13–21).

3. Evitando o Escândalo e Mantendo o Bom Testemunho

A vida cristã exige vigilância constante para não escandalizar — isto é, causar tropeço — aos irmãos ou ao mundo. Paulo demonstrou esse princípio em sua própria vida:

“Procuro sempre ter consciência pura diante de Deus e dos homens.” (At 24.16)
“Não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o ministério não seja censurado.” (2Co 6.3)

Esse padrão de integridade moral e ética deve ser visível. O apóstolo ainda exorta:

“Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a Igreja de Deus.” (1Co 10.32)

A obediência a esse princípio requer afastar-se de práticas, pessoas ou ambientes que possam comprometer o testemunho cristão (Rm 16.17–18; 1Co 8.9–13). O verdadeiro zelo é, portanto, fruto de amor e reverência a Deus, resultando em vida exemplar diante de todos (2Co 8.21).

Conclusão

O zelo pelo testemunho cristão é uma expressão prática da santidade. O servo de Deus deve abster-se de qualquer comportamento que não esteja em conformidade com o padrão bíblico, reconhecendo que sua vida é observada tanto por homens quanto por Deus.

O testemunho coerente é o meio mais poderoso de evangelização silenciosa — um reflexo visível da graça que transforma. Em tudo, o cristão deve agir conforme o princípio paulino:

“Quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Co 10.31)

Referências Bibliográficas 

BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. Almeida Revista e Atualizada. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993.

FONSÊCA, Salvador Moisés da. Bebidas Alcoólicas. Série Respostas da Fé Cristã, vol. 3. 1. ed. São Paulo: Editora Cristã, s.d.

SANTOS, Franklin Ferreira; COSTA, Alan Myatt. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal e Reformada. São Paulo: Vida Nova, 2018.

STOTT, John. O Discípulo Radical. São Paulo: Ultimato, 2012.




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