Amor Maduro: A Escolha de Permanecer

 


"Acima de tudo, revistam-se do amor, que é o elo perfeito."
Colossenses 3:14 (NVI)

Introdução

Muitos casais iniciam o matrimônio com expectativas moldadas por filmes românticos, novelas e idealizações intensas. Paixão à flor da pele, noites ardentes e olhares apaixonados são, sim, partes encantadoras do começo. Mas o que sustenta um casamento ao longo do tempo não é o encantamento dos primeiros meses — é a escolha contínua de permanecer, mesmo nos dias difíceis.

Neste capítulo, exploramos o conceito de amor maduro, uma construção emocional e espiritual que vai além da estética do romance. Amor maduro não ignora as crises — ele aprende a conviver com elas. Não foge do conflito — ele o enfrenta com maturidade. Não busca perfeição — valoriza o que realmente importa.

1. O Início Apaixonado: Bonito, Mas Superficial

O início de um relacionamento costuma ser marcado pela idealização. O outro é visto com lentes amplificadoras do encanto. Pequenos defeitos parecem charmosos, os ruídos da convivência são abafados pelo entusiasmo da novidade.

Essa fase — natural e saudável — é como o rótulo bonito de uma garrafa preciosa. Chama a atenção, mas ainda não revela a profundidade do conteúdo. De acordo com o psicólogo Luiz Hanns (2015), essa primeira fase é conduzida mais por dopaminas do que por decisões. É intensa, mas instável.

"O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha."
1 Coríntios 13:4 (NVI)

2. A Convivência: O Desafio Real da Relação

Com o tempo, a paixão diminui, a rotina se instala e os defeitos aparecem. A mesma risada que encantava pode começar a irritar. O comportamento antes visto como “autêntico” passa a ser visto como “egoísta”. Isso não significa que o amor acabou, mas que a fase de convivência real começou.

Nesse ponto, muitos casais se perguntam: “Será que escolhi a pessoa certa?”. A resposta, segundo o terapeuta Ivan Capelatto (2021), não está em encontrar o parceiro ideal, mas em aprender a lidar com o realismo das relações imperfeitas, inclusive dentro de nós mesmos.

3. Permanecer: Quando o Amor Vira Escolha

O verdadeiro casamento se revela quando os sentimentos oscilam, mas a decisão de permanecer se mantém. Quando o fogo da paixão diminui, mas a memória do que foi construído mantém acesa a chama do compromisso.

É aqui que o amor atinge sua forma mais nobre: o amor que se torna adulto. Aquele que se recorda dos momentos de superação, das mãos dadas na dor, das lágrimas enxugadas em silêncio. Aquele amor que honra a história construída a dois.

"Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor recompensa pelo seu trabalho. Porque, se caírem, um levanta o companheiro."
Eclesiastes 4:9-10a (ARC)

4. Amor Maduro: A Única Estrada Duradoura

Quem vive preso às falhas do outro se torna prisioneiro da frustração. Mas quem aprende a olhar com graça e memória — vê sentido onde muitos desistiriam. A longevidade conjugal não está em evitar falhas, mas em cultivar gratidão, perdão e reconstrução.

Como ensina a educadora brasileira Içami Tiba (2013), “casamentos duradouros não são isentos de conflitos; são movidos pela capacidade de administrá-los com respeito e amor.” O amor maduro é como uma casa que passou por reformas, tempestades e ajustes — mas permanece firme porque tem alicerce.

Conclusão: Uma Escolha Diária

O casamento não é uma sequência de beijos e sussurros. É uma jornada feita de escolhas diárias, muitas vezes silenciosas e discretas, mas profundamente significativas. Permanecer nem sempre é fácil, mas é uma decisão corajosa.

O amor maduro é para quem cresceu, para quem entendeu que amar não é se emocionar sempre, mas se comprometer com o que se construiu. E mesmo quando o corpo envelhece e os ritmos mudam, o que resta é o valor do caminho trilhado juntos.

Perguntas para Autoavaliação

1.    Eu tenho idealizado meu casamento ou lidado com ele de forma realista?

2.    Costumo lembrar das coisas boas que vivemos ou me prendo aos defeitos?

3.    Em momentos de crise, minha tendência é fugir ou lutar pelo relacionamento?

4.    Tenho valorizado o que construímos ou só enxergo o que falta?

5.    O que posso fazer ainda hoje para cultivar o amor maduro em meu casamento?

Referências bibliográficas

·         HANNS, Luiz. A equação do casamento: o que pode (ou não) dar certo na vida a dois. São Paulo: Objetiva, 2015.

·         NVI. Bíblia Sagrada. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

·         TIBA, Içami. Quem ama, educa!. São Paulo: Integrare Editora, 2013.

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