Jejum na Bíblia


Introdução

O jejum é uma prática espiritual que envolve a abstenção de alimentos ou de relações sexuais por um período determinado. Na Bíblia, o jejum é frequentemente associado à oração e pode ser visto como "oração sem palavras".

Referências Bíblicas

  • 1 Reis 21:9: "E escreveu nas cartas, dizendo: Apregoai um jejum e ponde Nabote acima do povo."
  • Joel 2:15: "Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição."

O Jejum entre os Judeus

Os judeus praticavam o jejum regularmente. No Novo Testamento, Jesus menciona que os discípulos não jejuavam enquanto Ele estava presente (Marcos 2:18-20). Após Sua partida, os discípulos enfrentariam dificuldades e passariam a jejuar.

Jejum e Oração

Jesus destaca a importância do jejum em situações de necessidade espiritual, como em Mateus 17:21, onde diz que alguns demônios só podem ser expulsos através da oração e do jejum.

Jejum Sexual

1 Coríntios 7:5

Paulo orienta sobre a abstenção de relações sexuais por consentimento mútuo, para se dedicarem à oração, mas recomenda que o casal retorne às relações para evitar tentações.

Êxodo 19:15

Moisés instrui o povo a se abster de relações sexuais em preparação para um encontro com Deus, enfatizando a necessidade de santidade e consagração.

1 Samuel 21:4-5

Davi afirma ao sacerdote que ele e seus homens estavam em estado de pureza, abstendo-se de mulheres, o que era necessário para a santidade da missão.

Conclusão

O jejum, tanto de alimentos quanto de relações sexuais, é uma prática que visa aprofundar a comunhão com Deus. É importante que essa prática seja realizada com entendimento e consentimento mútuo, especialmente nas relações conjugais.



1. A Importância do Jejum

1.1) É Preciso Jejuar?

Sim, é necessário jejuar. Durante o tempo em que Cristo esteve na terra, os discípulos não jejuaram. No entanto, após Sua ascensão, todos os crentes são chamados a jejuar, conforme Marcos 2:18-20, onde Jesus explica que o jejum é apropriado na ausência do Noivo.

Reflexão sobre o Jejum

O jejum é frequentemente associado ao luto pela ausência de Cristo. Embora a tristeza possa ser um aspecto do jejum, a presença do Senhor deve trazer alegria ao cristão. O jejum deve ser visto como um ato de amor a Cristo, não como um sinal de tristeza por Sua ausência.

1.2) A Importância de Jejuar

A prática do jejum é enfatizada em várias passagens da Bíblia, que mostram seu valor espiritual e suas diversas aplicações. Aqui estão alguns exemplos:

Exemplos de Jejum na Bíblia

  1. Juízes 20:26: Israel jejuou em busca de vitória na guerra.
  2. 1 Samuel 1:6-7: Ana jejuou para ter um filho.
  3. 1 Samuel 7:6: Israel jejuou por arrependimento.
  4. 2 Samuel 1:12: Davi e seus homens jejuaram em lamento por Saul.
  5. 2 Crônicas 20:3: Jeosafá e Israel jejuaram pedindo ajuda.
  6. Esdras 8:21-23: Esdras jejuou por proteção.
  7. Neemias 1:4: Neemias jejuou por Jerusalém.
  8. Ester 4:16: Ester jejuou por vitória.
  9. Salmos 69:10,11: Jejuar em oração e lamentação.
  10. Isaías 58:6-8: O jejum que agrada a Deus.
  11. Mateus 4:2: Jesus jejuou no deserto.
  12. Atos 13:2-3: O jejum era parte do ministério da Igreja primitiva.

Exemplos de Jejum Pessoal

  • 1 Coríntios 7:5: O jejum é uma razão válida para a abstinência no relacionamento conjugal.
  • 2 Coríntios 11:27: Paulo menciona que jejuava frequentemente.

Conclusão

Os exemplos e instruções sobre o jejum na Bíblia revelam sua importância como prática espiritual. O jejum não deve ser considerado superficialmente, pois é um meio de buscar a Deus, demonstrar arrependimento e fortalecer a fé. A prática do jejum é um testemunho da nossa busca por uma comunhão mais profunda com o Senhor.


2. Como Jejuar?

2.1) Formas de Jejum

Existem três formas principais de jejum descritas na Bíblia:

a) Jejum Normal

  • Definição: Abstenção de todos os alimentos sólidos ou líquidos, mas não de água.
  • Exemplo: Jesus jejuou por 40 dias (Mateus 4:2). Ele se absteve de alimentos, mas não de água. Este tipo de jejum é comum e não deve ser prolongado além do que o corpo pode suportar sem desidratação.

b) Jejum Absoluto

  • Definição: Abstenção tanto de alimentos quanto de água.
  • Exemplos Bíblicos:
    • Ester 4:16: Os judeus jejuaram por três dias sem comer ou beber.
    • Atos 9:9: Paulo ficou três dias sem ver, sem comer e sem beber.
  • Observação: É aconselhável não ultrapassar três dias sem água, pois isso pode causar desidratação severa. Moisés e Elias jejuaram por 40 dias, mas sob condições sobrenaturais (Deuteronômio 9:9; Êxodo 34:28; 1 Reis 19:8).

c) Jejum Parcial

  • Definição: Restrição alimentar, onde se absteve apenas de certos alimentos desejáveis.
  • Exemplo: Daniel 10:3, onde Daniel cortou "manjar desejável" de sua dieta por três semanas.
  • Aplicação: Este tipo de jejum pode ser apropriado para pessoas com problemas de saúde ou idosos, como foi o caso de Daniel, que tinha entre 80 e 92 anos na época.

Reflexões sobre o Jejum Parcial

  • O jejum parcial pode incluir abstenções de atividades que atrapalham a comunhão com Deus, como redes sociais ou televisão. No entanto, é importante entender que essas práticas não substituem o jejum tradicional e não devem ser vistas como suficientes para alcançar a aprovação de Deus.

Conclusão

O jejum é uma prática espiritual significativa que pode ser realizada de diferentes maneiras, dependendo das necessidades e condições pessoais. Cada forma de jejum tem seu propósito e deve ser abordada com seriedade e intenção de buscar uma comunhão mais profunda com Deus.


3. O Propósito do Jejum com Oração

3.1) Jejum em Conjunto

  • Referência Bíblica: Esdras 8:23: “Nós, pois, jejuamos e pedimos isso ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas orações.”
  • Propósito: O jejum em conjunto é uma prática poderosa, onde a comunidade se une em oração e busca a intervenção divina.

3.2) Jejum Sozinho

  • Instruções: Quando jejuar sozinho, mantenha a prática em segredo.
  • Referência Bíblica: Mateus 6:16-18: “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas...”
  • Autenticidade: O jejum deve ser autêntico, sem exibir sofrimento ou dor. A única audiência deve ser Deus, que vê o que está em secreto. É natural que familiares percebam, mas o segredo deve ser mantido para honrar a vontade de Jesus.

3.3) Jejum Noturno e Diurno

  • Jejum Noturno: Daniel 6:18 relata que o rei passou a noite em jejum, sem música e sem sono.
  • Jejum Diurno: Lucas 2:37 menciona uma viúva que servia a Deus em jejuns e orações, tanto de dia quanto de noite.

3.4) Jejum de Algumas Horas

  • Definição: O jejum pode ser realizado por algumas horas, começando a contar a partir do momento em que você normalmente faria uma refeição.
  • Exemplo: Se você costuma fazer uma refeição às 15 horas e decide não comer, o jejum começa a contar a partir desse momento, valendo cerca de duas horas até a próxima refeição, se você almoçou e só jantou.

Conclusão

O jejum com oração é uma prática espiritual que pode ser realizada de várias maneiras, seja em conjunto ou sozinho, durante o dia ou à noite. A intenção e a autenticidade são fundamentais para que o jejum seja eficaz e agrada a Deus.


4. Motivos para Jejuar

4.1) Orientação Divina

  • Referência Bíblica: Esdras 8:21
  • Propósito: Jejuar para se humilhar diante de Deus e pedir direção em nossas vidas e nas de nossos filhos.

4.2) Expulsar Demônios

  • Referência Bíblica: Marcos 9:29; Mateus 17:21
  • Propósito: Algumas situações espirituais exigem oração e jejum para serem superadas.

4.3) Separação de Obreiros

  • Referência Bíblica: Atos 13:2
  • Propósito: Jejuar para que o Espírito Santo oriente a separação e o chamado de obreiros para a obra de Deus.

4.4) Receber Perdão

  • Referências Bíblicas: Jonas 3:5, 1 Samuel 7:6
  • Propósito: O jejum é um meio de buscar perdão pelos pecados, como demonstrado pelos ninivitas e pelos israelitas.

4.5) Humilhação Diante de Deus

  • Referências: Salmos 69:10; Esdras 8:21; Isaías 58:3
  • Propósito: Jejuar para se humilhar, receber graça e desfrutar da presença íntima de Deus.

4.6) Obtenção de Revelação e Sabedoria

  • Referências: Daniel 9:3, 21, 22; Isaías 58:6, 11; Atos 13:2, 3
  • Propósito: Buscar entendimento sobre a vontade de Deus por meio do jejum.

4.7) Expressar Agonia por Pecados Pessoais

  • Referência Bíblica: Neemias 9:1, 2
  • Propósito: Jejuar como um ato de confissão e arrependimento pelos pecados pessoais e coletivos.

4.8) Pesar pelos Pecados Coletivos

  • Referências: 1 Samuel 7:6; Neemias 9:1, 2
  • Propósito: Jejuar em lamento pelos pecados da igreja, da nação e do mundo.

4.9) Buscar Aproximação de Deus

  • Referências: Esdras 8:21, 23, 31; Joel 2:12; Juízes 20:26; Atos 9:9
  • Propósito: Jejuar como um meio de se aproximar de Deus e prevalecer em oração contra forças espirituais malignas.

4.10) Arrependimento e Mudança de Propósitos

  • Referências: Jonas 3:5, 10; 1 Reis 21:27-29; 2 Samuel 12:16, 22; Joel 2:12-14
  • Propósito: Demonstrar arrependimento para que Deus mude Seus propósitos de julgamento.

5. Jejum Não Respondido

5.1) Relacionamentos em Conflito

  • Referência Bíblica: 1 Pedro 3:7
  • Contexto: Maridos devem coabitar com suas esposas com entendimento e honra. A falta de harmonia pode impedir que as orações sejam atendidas.

5.2) Motivações Egoístas

  • Referência Bíblica: Isaías 58:3, 7 (NTLH)
  • Contexto: O povo questiona a eficácia do jejum quando suas ações são egoístas. Deus responde que o verdadeiro jejum envolve cuidar dos necessitados e agir com compaixão.

Conclusão

  • Prática de Jejum: Jesus praticou e ensinou sobre o jejum como parte da vida cristã (Mateus 6:16). Ele esperava que os crentes jejuassem após Sua partida, durante a era de Sua ausência.
  • Significado do Jejum:
    1. Sinal do anseio pela volta do Senhor.
    2. Preparação para Sua volta.
    3. Lamento por Sua ausência.
    4. Expressão de tristeza pelo pecado e decadência do mundo.
  • Exemplos na Igreja Primitiva: A prática do jejum é mencionada em Atos 13:2, 3; 14:23; 27:33, evidenciando sua importância na vida da igreja.

Perguntas e Respostas sobre o Jejum

1. É aconselhável jejuar durante o expediente de trabalho?

Neemias orou e jejuou mesmo em suas obrigações (Neemias 1). Embora seja possível jejuar enquanto se trabalha, separar um tempo para jejum sem distrações pode proporcionar uma experiência mais profunda de dedicação a Deus.

2. O que acontece com o corpo durante o jejum aliado à reflexão espiritual?

Durante o jejum, o corpo não se ocupa da digestão, permitindo que se concentre em atividades intelectuais e espirituais, como estudo da Bíblia e oração. O jejum também ajuda a refinar o controle do apetite e a prática da temperança, além de prevenir doenças associadas a hábitos alimentares inadequados.

3. É válido fazer jejum em período de sono?

O jejum é um ato sacrificial e, portanto, não é considerado adequado durante o sono. A adoração e a oração devem ser feitas com consciência e atenção.

4. Como deve ser a preparação para um jejum? Que precauções devem ser tomadas?

A preparação para o jejum deve incluir:

  • Conhecer os próprios limites.
  • Manter uma alimentação nutritiva antes do jejum, com ênfase em cereais, frutas e líquidos.
  • Hidratação adequada é essencial.

5. O jejum parcial surte efeito?

Embora a Bíblia mencione jejum total, o jejum parcial pode ser válido, dependendo da fé individual. O que é significativo é a intenção e a fé por trás do jejum.

6. Quais as restrições em relação ao jejum?

As restrições variam conforme o tipo de jejum:

  • Jejum total: Não recomendado para diabéticos, grávidas, lactantes, pessoas com doenças crônicas, crianças e idosos sem supervisão médica.
  • Jejum parcial: Restrições são mais flexíveis e dependem das condições individuais.

Recomenda-se consultar um médico e um nutricionista para jejuns prolongados (mais de 2 dias).

7. E o jejum de costumes habituais?

A Bíblia não menciona jejum de práticas não alimentares, mas na Era da Graça, a prática pode ser regida pela fé. Se alguém acredita que o jejum de TV ou internet trará benefícios espirituais, pode fazê-lo, desde que sua fé sustente essa decisão.

Conclusão

O jejum é uma prática espiritual importante, mas deve ser realizado com cuidado, conhecimento e, quando necessário, supervisão médica. A intenção do jejum e a fé envolvida são fundamentais para sua eficácia.



Bibliografia

Fontes Digitais

JONES DE LIRA. Três tipos de jejum: você sabe mesmo jejuar? Disponível em: http://jonesdelira.blogspot.com.br/2013/01/tres-tipos-de-jejum-voce-sabe-mesmo.html#sthash.OqqGJGe7.dpuf. Acesso em: 8 jun. 2014.

SOLA SCRIPTURA. Jejum Bíblico. Disponível em: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComDeus/JejumBiblico-DCloud.htm. Acesso em: jan. 2017.

REGIONAL EVANGÉLICO. Entrevista com o Pastor Aureliano Guimarães. Disponível em: http://regionalevangelico.com.br/regional­entrevista­o­pastor­aureliano­guimaraes/. Acesso em: jan. 2017.

NOVO TEMPO. Como fazer um jejum? Disponível em: http://novotempo.com/vidaesaude/como-fazer-um-jejum/. Acesso em: jan. 2017.

O Anel da Aliança


O Anel da Aliança — Símbolo do Compromisso e da Fidelidade

Base Bíblica

“Então o rei tirou do seu dedo o anel, e o deu a Hamã...” (Ester 3:10)
“O rei selou com o seu anel e com o anel dos seus grandes...” (Daniel 6:17)
“Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo...” (Lucas 15:22)

Reflexão

Nos tempos bíblicos, o anel (ou selo) tinha um valor simbólico profundo. Mais do que um adorno, ele representava autoridade, identidade e compromisso. Era um sinal visível de que alguém havia firmado uma aliança, e seu portador carregava o peso e a honra dessa responsabilidade.

Assim como o rei Assuero selava decretos com seu anel, e o pai do filho pródigo o usou para restaurar a dignidade do filho arrependido, o homem que usa sua aliança matrimonial carrega em seu dedo um selo de fidelidade e amor.

Nos dias de hoje, a aliança de casamento continua sendo um símbolo poderoso. Ela declara ao mundo que o homem pertence a um compromisso — não por imposição, mas por amor. Um amor que escolheu permanecer, cuidar e honrar a mulher com quem fez votos diante de Deus.

Aplicação Prática

O uso da aliança não é apenas uma tradição social; é um lembrete silencioso do pacto firmado.
Mesmo que o anel seja de ouro, prata ou material simples, o que realmente importa é o valor espiritual que ele representa: um coração comprometido.

Um artigo científico menciona que o dedo onde se coloca a aliança possui uma ligação nervosa direta com o coração, simbolizando que o vínculo matrimonial toca o centro das emoções humanas. Essa conexão é uma bela metáfora para o amor conjugal: o compromisso visível que comunica o vínculo invisível entre corações.

Por isso, o homem virtuoso usa sua aliança com orgulho — não como vaidade, mas como testemunho. Ele mostra ao mundo que ama, é amado, e vive feliz com a mulher que Deus lhe deu.
Mais do que um objeto, ela é um lembrete diário da promessa feita diante de Deus e da responsabilidade de mantê-la até o fim.

Versículo para Meditação

“O que Deus ajuntou não o separe o homem.”
(Mateus 19:6)

Pergunta para Reflexão

  • O que a sua aliança tem representado para você: um simples anel ou um lembrete do seu compromisso com Deus e com sua esposa?

Referências

  • BÍBLIA SAGRADA. Almeida Revista e Atualizada (ARA). Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

  • TENNEY, Merrill C. Enciclopédia da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1987.

  • LEWIS, C. S. Os Quatro Amores. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

  • STOTT, John. O Cristianismo Básico. São Paulo: ABU Editora, 2015.


O Caráter de um Bom Casamento



1. Introdução

O casamento foi instituído por Deus como uma união santa, destinada à comunhão, ao amor e à edificação mútua (Gn 2:18-24). Quando vivido segundo os princípios divinos, o lar se torna uma amostra do céu na terra — um espaço de refúgio, crescimento espiritual e bênção.
No entanto, muitos casais experimentam conflitos e frustrações porque constroem sua relação sobre valores humanos e não sobre o fundamento espiritual que sustenta um verdadeiro matrimônio.

2. Estratégias Humanas que Fracassam

Muitos acreditam que um bom casamento depende de beleza física, cerimônias luxuosas ou estabilidade financeira.
Embora esses fatores possam ser agradáveis, nenhum deles garante uma relação saudável.
A beleza se desfaz com o tempo, as riquezas podem desaparecer e o encanto inicial da festa se esvai.
Casamentos firmados apenas em aparências tendem a ruir porque lhes falta o alicerce da fé, da comunicação e do amor verdadeiro (agape).

A verdadeira sabedoria está em buscar o manual divino do casamento — a Palavra de Deus — e aplicar seus princípios no cotidiano (Sl 119:105; Ef 5:22-33).

3. Princípios Bíblicos para um Casamento Saudável

3.1 Permanência e Comprometimento

O matrimônio foi criado para durar “até que a morte os separe” (Rm 7:1-3; Mc 10:9).
Quando o casal assume o compromisso diante de Deus, entende que o casamento é um pacto e não um contrato temporário. Os conflitos deixam de ser motivo para separação e tornam-se oportunidades de crescimento mútuo.

3.2 Amor e Submissão

A Bíblia ensina que o marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja (Ef 5:25), e a esposa deve ser submissa em amor (Ef 5:22).
Esse amor não é apenas emoção, mas uma decisão moral e espiritual, expressa em atitudes de cuidado, respeito e sacrifício.
O exemplo de Elcana e Ana (1Sm 1:1-8) mostra um marido que compreendia e valorizava as dores de sua esposa.

3.3 Comunicação e Honestidade

Sem diálogo, não há comunhão verdadeira. A comunicação franca e respeitosa fortalece a confiança e impede mal-entendidos.
A mentira, por menor que pareça, mina a estrutura da confiança (Ef 4:25; Cl 3:9).
A honestidade deve caminhar lado a lado com a discrição: um cônjuge não deve expor as falhas do outro, mas proteger sua reputação (Pv 11:13).

3.4 Fidelidade e Pureza

A infidelidade destrói lares e corações. Jesus advertiu que até o olhar impuro é adultério do coração (Mt 5:27-28).
O casal deve preservar a aliança, evitando atitudes que despertem ciúmes ou desconfiança.
A fidelidade não é apenas sexual, mas também emocional e espiritual.

3.5 Respeito e Altruísmo

O respeito mútuo é o cimento que une as diferenças.
Paulo resume: “O marido ame a esposa e a esposa respeite o marido” (Ef 5:33).
O egoísmo é um veneno silencioso nos relacionamentos. O verdadeiro amor busca o bem do outro (Fp 2:4; 1Co 13:5).
A mulher virtuosa de Provérbios 31 é o exemplo de altruísmo e dedicação que inspira.

3.6 Paciência e Humildade

A paciência evita que o lar se torne um campo de batalha (Tg 1:19-20).
A humildade permite pedir perdão e reconhecer erros (Ef 4:31-32).
O perdão é o remédio que cura as feridas da convivência e impede que o rancor corroa o amor conjugal.

4. Aplicação Prática

Um bom casamento não nasce pronto — ele é construído dia após dia com esforço, renúncia e fé.
Cada gesto de carinho, cada oração conjunta e cada reconciliação fortalecem o vínculo do casal.
Homens virtuosos devem liderar o lar com amor, exemplo e espiritualidade.
Mulheres sábias edificam o lar com ternura e discernimento (Pv 14:1).

5. Reflexão Final

Um lar governado pelo amor de Cristo é forte o suficiente para suportar as tempestades da vida.
O segredo de um casamento feliz não está em encontrar a pessoa perfeita, mas em ser a pessoa certa diante de Deus.

Versículo-chave:
“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.”
Efésios 5:33

Pergunta para meditação:
Tenho edificado meu casamento sobre o amor sacrificial e o respeito mútuo que a Bíblia ensina?

Oração:
“Senhor, ensina-nos a amar como Tu nos amaste. Dá-nos paciência, humildade e sabedoria para vivermos um casamento que Te glorifique. Amém.”

Referências Bibliográficas 



O CASAMENTO MISTO



O Casamento no Senhor: O Princípio do Jugo Igual

1. Introdução

O casamento é uma das instituições mais sagradas estabelecidas por Deus. Desde o Éden, o Senhor uniu homem e mulher em uma aliança de amor, compromisso e fé. No entanto, a Bíblia é clara ao afirmar que essa união deve ocorrer dentro dos princípios da fé, pois o matrimônio tem implicações espirituais profundas.
Casar-se “no Senhor” (1Co 7.39) não é apenas um conselho, mas uma orientação divina que protege o lar cristão das influências que podem afastar o casal de Deus.

A união entre um crente e um descrente, muitas vezes chamada de jugo desigual, é tratada com seriedade nas Escrituras. Essa expressão, usada por Paulo em 2 Coríntios 6:14, ilustra o risco de unir duas pessoas com valores, propósitos e fundamentos espirituais opostos — como dois animais diferentes presos sob o mesmo jugo, tentando seguir direções contrárias.

2. Ensinamentos do Antigo Testamento

O Antigo Testamento apresenta uma série de advertências contra o casamento com pessoas que não pertencem ao povo de Deus.
Em Deuteronômio 7:3-4, o Senhor proíbe Israel de se unir aos povos vizinhos — cananeus, heteus, jebuseus, moabitas, amonitas, entre outros — para que o coração de Seu povo não se desviasse após outros deuses. Essa restrição não tinha motivação étnica, mas espiritual: preservar a pureza da fé e a fidelidade a Javé.

2.1 O Aviso de Josué

Josué, sucessor de Moisés, advertiu Israel a não se misturar com os povos pagãos, alertando que tais uniões seriam “laços e armadilhas” (Js 23:12-13). Ele sabia que o coração humano é facilmente influenciado, e que alianças com pessoas de fé contrária poderiam corromper o relacionamento com Deus.

2.2 O Caso de Neemias

Séculos depois, Neemias encontrou em Jerusalém o mesmo problema. Muitos israelitas haviam se casado com mulheres estrangeiras, e seus filhos já não falavam a língua dos judeus (Ne 13:23-27). Esse fato simbolizava a perda da identidade espiritual e cultural do povo. Neemias reagiu com firmeza, exigindo arrependimento e separação das práticas que contaminavam a fé de Israel.

2.3 A Reprovação em Malaquias

No tempo do profeta Malaquias, o Senhor declarou que casar-se com a filha de um deus estranho era profanar a santidade (Ml 2:11). Essa profanação não estava apenas na escolha do cônjuge, mas na quebra da aliança com Deus — o verdadeiro centro do matrimônio.

Salomão, o homem mais sábio que já viveu, tornou-se exemplo negativo dessa realidade. Seus casamentos com mulheres idólatras o desviaram do Senhor (1Rs 11:1-9), mostrando que sabedoria sem obediência conduz à ruína espiritual.

3. O Ensino do Novo Testamento

Com a vinda de Cristo, os princípios do Antigo Testamento não foram revogados, mas aperfeiçoados em sentido espiritual. O apóstolo Paulo reforça que o casamento cristão deve ser vivido “no Senhor”, com base na comunhão da fé, no amor e na missão comum de glorificar a Deus.

3.1 Casamento “Somente no Senhor”

Em 1 Coríntios 7:39, Paulo orienta as viúvas a se casarem novamente “somente no Senhor”.
Essa expressão revela um princípio universal: todo casamento cristão deve ser alicerçado na mesma fé. A comunhão espiritual é o elo mais forte de um relacionamento. Quando ela é quebrada, o lar perde o seu propósito sagrado.

3.2 O Jugo Desigual

Em 2 Coríntios 6:14, Paulo adverte:

“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos.”

Ele compara o relacionamento entre crente e descrente ao jugo que une dois animais de natureza diferente — o boi e o jumento (Dt 22:10). Um é mais lento, o outro mais rápido; um puxa para um lado, o outro para outro.
Assim também acontece quando dois corações seguem valores distintos: um vive para agradar a Deus, e o outro para satisfazer o mundo.
O resultado é conflito, desarmonia e estagnação espiritual.

3.3 Quando um dos Cônjuges se Converte

Paulo também trata dos casos em que um dos cônjuges já é crente e o outro não. Se o cônjuge descrente consente em permanecer, o cristão não deve buscar separação (1Co 7:12-14). Nesse contexto, o crente torna-se instrumento de santificação dentro do lar, podendo influenciar positivamente o outro.
Entretanto, se o descrente desejar apartar-se, o apóstolo ensina que o crente deve permitir, pois “Deus nos chamou à paz” (1Co 7:15).
Jesus já havia previsto que o evangelho traria divisão em muitos lares (Mt 10:34-36; Lc 12:51-52), mas também prometeu recompensa eterna àqueles que permanecem fiéis (Mc 10:29-30).

4. Princípios Espirituais do Casamento Cristão

  1. O casamento é uma aliança espiritual (Ef 5:31-32), que reflete a união de Cristo com a Igreja.

  2. A comunhão de fé é essencial — sem ela, o lar torna-se campo de conflito espiritual.

  3. Casar “no Senhor” é obedecer por amor, reconhecendo que Deus deve ser o centro da união.

  4. A obediência traz bênção, e o jugo desigual traz dor e afastamento espiritual.

5. Conclusão

O casamento fora dos princípios de Deus é uma das maiores causas de crises espirituais e emocionais entre os cristãos.
Casar-se “no Senhor” não é uma limitação, mas uma proteção divina.
Deus deseja lares santos, onde marido e esposa caminhem juntos na mesma fé, buscando o mesmo propósito: glorificar o Criador.
Quando o casal compartilha da mesma esperança eterna, o amor é fortalecido, a comunhão se aprofunda e a família se torna reflexo do Reino de Deus na Terra.

📚 Bibliografia 

BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. Tradução Almeida Revista e Atualizada. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. São Paulo: Hagnos, 2010.

FERREIRA, Aurino. Casamento Cristão e o Jugo Desigual. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: 1 e 2 Coríntios. São Paulo: Cultura Cristã, 2015.

KELLER, Timothy; KELLER, Kathy. O Significado do Casamento. São Paulo: Vida Nova, 2016.

PIPER, John; GRUDEM, Wayne. O Papel do Homem e da Mulher no Lar e na Igreja. São Paulo: Shedd Publicações, 2018.

STOTT, John. O Cristão Contemporâneo e os Desafios do Mundo Moderno. São Paulo: ABU Editora, 2017.

O Controle de Natalidade e o Planejamento Familiar à Luz da Bíblia


1. Introdução

O controle de natalidade e o planejamento familiar são temas centrais nas sociedades contemporâneas. Em um mundo marcado por desigualdades sociais, crises econômicas e desafios éticos, cresce a necessidade de refletir sobre como equilibrar a responsabilidade familiar com os princípios da fé cristã.
Enquanto muitos países desenvolvidos adotam políticas de planejamento familiar como forma de conter o crescimento populacional desordenado, em nações em desenvolvimento, como o Brasil, a questão ganha contornos mais complexos. Fatores como baixo índice de renda per capita, sistemas de saúde precários e educação deficiente contribuem para uma realidade social marcada pela fome, subnutrição e mortalidade infantil elevada.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022), aproximadamente 30 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza. Essa desigualdade impacta diretamente o bem-estar das famílias e reforça a necessidade de políticas públicas que unam justiça social, educação e planejamento responsável da reprodução.

2. Fundamento Bíblico do Planejamento Familiar

Desde a criação, Deus confiou ao homem a responsabilidade de administrar a Terra. Em Gênesis 1:28, está escrito:

“Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a.”

O verbo “dominar” (hebraico radah) carrega o sentido de governar com sabedoria. Isso implica que o ser humano deve exercer domínio com responsabilidade e discernimento, inclusive sobre o fenômeno da reprodução.
Geziel Corrêa Ferreira de Souza, em sua obra Planejamento Familiar (1992), observa que, se Deus concedeu ao homem inteligência e ciência para compreender a reprodução, ignorar esses recursos é negligenciar o próprio dom divino da razão.

Nos tempos antigos, o crescimento rápido das famílias era uma forma de sobrevivência e de força social. Entretanto, na realidade moderna, marcada por altos custos de vida e desafios econômicos, a multiplicação descontrolada pode gerar desequilíbrio emocional, físico e financeiro. Assim, o planejamento familiar não é um ato de desobediência a Deus, mas de administração sábia da vida, conforme os recursos que Ele mesmo concede.

3. A Paternidade e Maternidade Responsável

A verdadeira paternidade e maternidade não se limitam ao ato biológico de gerar filhos, mas envolvem educar, cuidar e prover com dignidade.
Ter filhos deve ser uma decisão consciente, voluntária e conjunta entre marido e esposa — uma expressão de amor e responsabilidade, não de impulso ou pressão social.
O casal cristão é chamado a refletir: “Temos condições de criar, educar e instruir espiritualmente nossos filhos?”
O planejamento familiar, quando conduzido sob oração, diálogo e orientação médica adequada, reflete sabedoria e mordomia cristã.

4. O Papel do Estado e da Igreja

O Estado possui o dever de oferecer condições e informações para que os casais possam planejar suas famílias com liberdade e consciência. Isso inclui acesso a métodos anticoncepcionais seguros e programas educativos que respeitem os valores éticos e religiosos de cada cidadão.
Entretanto, o planejamento familiar deve ser uma escolha espontânea do casal, e não uma imposição estatal. A coerção fere tanto os princípios democráticos quanto os valores cristãos da liberdade e da dignidade humana.

Da mesma forma, a Igreja tem um papel essencial nesse diálogo, orientando os fiéis sobre a importância de unir fé e responsabilidade. O controle de natalidade, quando praticado de modo ético e espiritual, não fere os mandamentos de Deus, mas os confirma, pois demonstra amor, prudência e cuidado com a vida concedida por Ele.

5. Conclusão

O verdadeiro planejamento familiar é um ato de fé e sabedoria.
Não se trata de limitar a vida, mas de valorizar cada vida que nasce.
Deus deseja famílias saudáveis, estruturadas e conscientes de seus deveres espirituais, emocionais e materiais.
Assim, o controle de natalidade e o planejamento familiar, quando realizados com discernimento, oração e responsabilidade, tornam-se instrumentos de amor e obediência ao Criador.


📚 Bibliografia (ABNT NBR 6023/10520)

BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. Tradução Almeida Revista e Atualizada. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2011.

FERREIRA DE SOUZA, Geziel Corrêa. Planejamento Familiar. Rio de Janeiro: CPAD, 1992.

GOTTMAN, John; SILVER, Nan. Sete Princípios para o Casamento Dar Certo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2019.

KELLER, Timothy; KELLER, Kathy. O Significado do Casamento. São Paulo: Vida Nova, 2016.

NOGUEIRA, Cláudio. Família e Sociedade: Desafios do Século XXI. São Paulo: Paulus, 2020.

PIPER, John; GRUDEM, Wayne. O Papel do Homem e da Mulher no Lar e na Igreja. São Paulo: Shedd Publicações, 2018.

AS ESPOSAS DO REI DAVI

As Esposas do Rei Davi

Davi, segundo a Bíblia, foi um homem polígamo, tendo oito esposas e mais de 20 filhos. A seguir, estão os nomes e histórias das esposas de Davi:

1. Mical

  • Relação: Filha do Rei Saul.
  • História: Casou-se com Davi antes de ele se tornar rei (1 Sm 18:20-19:11). Mical o ajudou a fugir do plano de morte de Saul, mas foi dada a outro homem por seu pai (1 Sm 25:44). Não tiveram filhos.

2. Abigail

  • Relação: Viúva de Nabal, um homem rico.
  • História: Após a morte de Nabal, Davi se casou com Abigail (1 Sm 25:36-39). Eles tiveram um filho chamado Quileabe (2 Sm 3:3).

3. Ainoã

  • Relação: Viúva de Saul.
  • História: Davi a tomou como esposa após a morte de Saul (1 Sm 25:43). Teve um filho chamado Amnon (2 Sm 3:2), que cometeu incesto e foi assassinado por Absalão.

4. Eglá

  • Relação: Pouco se sabe sobre ela.
  • História: Casou-se com Davi (2 Sm 3:5) e teve um filho chamado Itreão (2 Sm 3:5).

5. Maaca

  • Relação: Mãe de Absalão e Tamá.
  • História: Davi casou-se com Maaca (2 Sm 3:3). Absalão se vingou do irmão Amnon pelo estupro de Tamá, levando a uma série de tragédias familiares.

6. Hagite

  • Relação: Pouco se sabe sobre ela.
  • História: Casou-se com Davi (2 Sm 3:4) e teve um filho chamado Adonias (2 Sm 3:4), que tentou usurpar o trono.

7. Habital

  • Relação: Pouco se sabe sobre ela.
  • História: Também casou-se com Davi (2 Sm 3:4) e teve um filho chamado Sefatias (2 Sm 3:4).

8. Betsaba

  • Relação: Esposa de Urias, um soldado fiel de Davi.
  • História: Davi se casou com Betsaba após orquestrar a morte de Urias (2 Sm 11:26-27). Eles tiveram vários filhos, incluindo Salomão, que se tornou rei (2 Sm 12:24).

Conclusão

A vida conjugal de Davi foi marcada por tragédias e conflitos familiares, principalmente devido a relacionamentos com mulheres que eram casadas com outros homens. Davi teve cinco filhos problemáticos, resultantes de casamentos conturbados, que trouxeram desgraça à sua família e ao seu reinado.

Reflexão

Davi, apesar de ser um homem segundo o coração de Deus, enfrentou sérias consequências por suas escolhas, especialmente no que diz respeito à poligamia e à moralidade. Sua história serve como um aviso sobre os perigos da indulgência e da falta de escrúpulos.