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QUAL A ORIGEM DA SANTA CEIA DO SENHOR NA BÍBLIA?

 

Santa ceia

Texto: João 6: 56-58

SÍNTESE: A Bíblia nos mostra claramente a origem da Santa Ceia do Senhor. Os Evangelhos Sinóticos descrevem em detalhes a celebração da primeira Ceia (Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25 e Lucas 22.14-20). Na sequência, o Novo Testamento também mostra a observância da Santa Ceia do Senhor nos primeiros anos da Igreja Cristã (Atos 2.42; 20.7; 1 Coríntios 10.16; 11.23).

INTRODUÇÃO: Com certeza, a celebração da Santa Ceia é um momento sagrado que merece nossa reflexão e compreensão do seu significado. É uma oportunidade de lembrar o sacrifício de Jesus e renovar nossa fé. A frequência com que é celebrada pode variar de acordo com a tradição da igreja, mas o importante é manter seu significado central em nossos corações. 

QUAL O SIGNIFICADO DA SANTA CEIA?

A Santa Ceia é a recordação do sacrifício de Cristo. Ao participarmos da Santa Ceia, lembramo-nos do espantoso amor de Deus por nós, ao entregar seu Filho como sacrifício em nosso lugar. Jesus deu sua própria vida em favor de seu povo, para redimi-lo de seus pecados. Mas a Santa Ceia do Senhor é muito mais do que uma simples lembrança. Ela representa a realidade da obra da redenção, e é assim um meio de graça.

I - COMO VOCÊ TEM AGIDO DIANTE DA CEIA DO SENHOR?

A declaração "Em memória de mim" (1 Coríntios 11:24b, 25b) nos conduz a:

1) UMA ATITUDE DE GRATIDÃO

(Versículo 24) "Isto é o meu corpo, que é entregue em favor de vocês."

Na Santa Ceia, devemos, em primeiro lugar, ter uma atitude de gratidão a Deus pelo sacrifício de Jesus por nós para nos salvar.

2) UMA ATITUDE DE MEDITAÇÃO

(Versículos 25-26) "Este cálice é o novo acordo feito por Deus com o seu povo, acordo que é selado com o meu sangue. Cada vez que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, anunciam a morte do Senhor, até que ele venha."

 Na Santa Ceia devemos ter uma atitude de meditação.

 Precisamos confessar nossos pecados e para isso antes, devemos pensar o que fizemos de errado para não agir de forma automática.

3) A UMA ATITUDE DE CONFISSÃO

(Versículos 27, 28) "Portanto, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor de maneira indigna será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Que cada um examine a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice."

Na Santa Ceia, devemos agir de maneira a confessar nossos pecados, nos arrepender de nossos erros e pedir perdão ao Senhor, dispostos a deixar tudo o que não agrada ao Senhor.

II - COMO PARTICIPAR DA CEIA?

Vamos aprender como Jesus ensinou a participar da Ceia:

PREPARAÇÃO Jesus nos ordena a preparar (Lucas 22.8)

   Jesus instruiu os discípulos a preparar a Ceia. Isso demonstra que a Ceia deve ser preparada de acordo com a vontade de Deus.

   Antes da Santa Ceia, devemos nos preparar em oração. Se possível, jejuem e mantenham comunhão com os irmãos. Além disso, os oficiais da Igreja devem preparar os elementos com dedicação e respeito, sempre orando pela Igreja.

VOCÊ TEM SE PREPARADO PARA A CEIA DO SENHOR?

Prepare-se para participar da maior festa do mundo!

Jesus mandou os discípulos entrarem na cidade (Lc 22.10) e encontrariam um homem com um cântaro de água que deveriam seguir até a casa onde ele entrasse. Então, deveriam procurar o dono da casa e pedir para celebrar a ceia ali. O homem mostraria o lugar adequado, mas os discípulos deveriam preparar tudo. (V.12) “O CENÁCULO MOBILIADO”.

Com este fato aprendemos que:

- Jesus usa pessoas trabalhadoras: "um homem com um cântaro de água" (v. 10);

- Tudo deve ser feito com obediência: "o Mestre manda perguntar-te" (v. 11) onde está o local;

- Deus merece o melhor: "um espaçoso cenáculo mobiliado" (v. 12).

OBEDIÊNCIA.  Quando obedecemos, tudo dá certo: v. 13

Os discípulos fizeram tudo como Jesus ordenou, e, por isso, deu tudo certo. Entraram na cidade, viram um homem andando com um cântaro de água, o seguiram e bateram na porta onde ele entrou, pedindo ao dono da casa autorização para cear ali. Este lhes mostrou um cenáculo espaçoso e mobiliado.

PARA SERMOS BEM-SUCEDIDOS, É PRECISO OBEDER A JESUS.

 Muitas coisas dão errado na igreja porque não obedecemos ao que Jesus nos ordena. O que Jesus deseja que façamos como Igreja hoje?

Muitas pessoas dizem: "Se Deus abençoar, farei isso ou aquilo". No entanto, Jesus nos instrui a "buscar, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça", e então ele promete "acrescentar todas estas coisas" (Mateus 6.33). No entanto, muitos colocam outras coisas em primeiro lugar e depois esperam que Deus acrescente o seu reino.

Tem algo dando errado em sua vida ou na Igreja? Obedecer a Jesus faz toda a diferença!

PRESENÇA Jesus deseja estar conosco: v. 14, 15.

A Santa Ceia é um momento em que Jesus se faz presente, não em corpo materializado no pão, como erroneamente afirmam alguns, mas em Espírito. A Ceia não pode ser celebrada sem a presença de Jesus, ou seja, deve ser um momento centrado em Cristo, onde ele seja o foco principal.

CONCLUSÃO: OS ELEMENTOS DA SANTA CEIA DO SENHOR

Jesus apresentou os elementos que simbolizariam o seu sacrifício: o pão e o vinho. O pão simboliza seu corpo partido, e o cálice simboliza seu sangue derramado como nova aliança.

PERGUNTAS MAIS COMUM

QUEM PODE PARTICIPAR DA SANTA CEIA? APENAS OS BATIZADOS?

Sobre este assunto, existem duas escolas de interpretação. A primeira afirma que apenas os batizados podem participar da Santa Ceia do Senhor, enquanto a segunda argumenta que qualquer pessoa pode participa 

É verdade que a Bíblia não contém uma frase exata que diz: "Apenas os batizados podem participar da Ceia do Senhor". No entanto, implicitamente, a Bíblia deixa claro que a participação na Santa Ceia do Senhor é reservada aos cristãos batizados e capacitados para fazê-lo, ou seja, àqueles que compreendem seu significado e importância.

O Novo Testamento registra de forma clara uma sequência de acontecimentos relacionados à pregação do Evangelho. Em primeiro lugar, a pessoa precisa crer em Jesus e ser batizada. Consequentemente, ela deve ser instruída nos mandamentos da Palavra de Deus (Mateus 28:19). Essa sequência fica bem evidente em Atos 2:38, após o sermão pregado pelo apóstolo Pedro. As pessoas se arrependeram, creram em Jesus e foram imediatamente batizadas. Naquele dia, quase três mil pessoas receberam o Evangelho e foram batizadas. Na sequência do mesmo texto, o escritor do livro de Atos informa o que aconteceu com as pessoas que foram convertidas a Cristo. Ele diz que elas “perseveraram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2:42). Dessa maneira, fica muito claro que a Ceia do Senhor é reservada para a comunhão daqueles que estão em Cristo e formam seu corpo. A Santa Ceia não é apenas um ritual litúrgico, mas um ato de discernimento e de grande importância. Se não houver significado, não será a Santa Ceia do Senhor. Sendo assim, somente está apto a participar da Ceia aquele que consegue discernir o seu significado. Se não for assim, o propósito da Santa Ceia é desvirtuado.

COM QUAL FREQUÊNCIA A SANTA CEIA DO SENHOR DEVE SER SERVIDA? 

A Bíblia não traz uma regulamentação sobre a frequência com que a Santa Ceia do Senhor deve ser ministrada na comunidade cristã local. Cada igreja tem sua própria organização quanto à periodicidade em que a Santa Ceia é servida. Enquanto algumas a realizam poucas vezes por ano, outras a realizam todas as semanas. Devemos lembrar do que o apóstolo Paulo tratou na igreja de Corinto. Sabemos que ele era um profundo conhecedor das Escrituras e das tradições judaicas, bem como do propósito do Evangelho de Cristo. Em suas recomendações sobre a Santa Ceia do Senhor, ele escreve em 1 Coríntios 11:24, "(b) Fazei em memória de mim", e em 1 Coríntios 11:25, "(b) Toda vez que beberdes, em memória de mim".

DISCIPLINADO PODE PARTICIPAR DA SANTA CEIA DO SENHOR? 

Apesar do redimido ter nascido de novo, ele ainda está sujeito à presença do pecado. Isso significa que, mesmo não estando mais sob o domínio do pecado, ele ainda peca, pois sua velha natureza não foi aniquilada. No entanto, quando peca, o verdadeiro cristão

confessa seu pecado a Deus e alcança misericórdia. Em alguns casos, no entanto, é necessária uma correção. Sim, a administração da disciplina é bíblica (Mateus 18:15-17, 1 Coríntios 5, 1 Timóteo 5:19-21, Hebreus 12). Essa correção tem como objetivo principal recuperar a pessoa, proporcionando-lhe um tempo de reflexão. Além disso, serve como exemplo para outros que têm conhecimento do ocorrido, para que saibam qual é a conduta que Deus espera de seus filhos, encorajando-os a não repetir o erro. Portanto, fica claro que o corpo de Cristo não concorda com tal comportamento. Existem disciplinas em que, durante o período, a pessoa não participa da Santa Ceia do Senhor, e outras em que a pessoa continua participando. O importante é não haver abuso em relação a isso. A pessoa nunca deve ser exposta ao ridículo, como infelizmente acontece em muitos casos. Em vez de restaurar a pessoa, esse tipo de atitude acaba piorando seu estado. Por fim, cabe ao ministro responsável pela igreja local avaliar se a pessoa deve ou não ser afastada da participação na Santa Ceia do Senhor durante o período de disciplina. Nesse caso, esse ponto deve ser esclarecido à própria pessoa em um aconselhamento pastoral particular.

CRIANÇA PODE PARTICIPAR DA SANTA CEIA? 

Esta pergunta também pode ser respondida com o mesmo texto de 1 Coríntios 11. A pessoa que participa da Santa Ceia do Senhor deve estar apta a realizar um exame sério de si mesma. Sendo assim, as crianças muitas vezes não têm o discernimento necessário para compreender corretamente o significado da Santa Ceia do Senhor. Quanto aos pais, muitos acabam deixando os filhos de fora do momento da Santa Ceia, e isso não é o ideal. O correto é que os filhos estejam presentes e sejam ensinados gradualmente, à medida que amadurecem e adquirem entendimento. Os pais devem instruir seus filhos sobre o significado da Santa Ceia do Senhor, para que, quando estiverem preparados, também possam participar.

A SANTA CEIA E A PÁSCOA

Claramente podemos traçar um paralelo entre a Ceia do Senhor e a Páscoa. Porém, não devemos cometer o erro de confundir a Santa Ceia com a Páscoa judaica. O paralelo que podemos estabelecer é principalmente pelo fato de que Cristo é a nossa Páscoa. Ele foi sacrificado por nós como um cordeiro pascal (1 Coríntios 5:7). Por isso, Ele é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Seu corpo partido e seu sangue derramado provêm a redenção de seu povo.

A Nova Aliança entre Cristo e a Igreja foi evidenciada na Ceia antes da morte de Jesus Cristo. Ali, Jesus celebrou a última Páscoa e estabeleceu a primeira Ceia. Ele também deu as recomendações necessárias para que seu povo observasse essa ordenança até o dia de sua volta. Enquanto os judeus comemoram a Páscoa esperando um novo livramento, como o Êxodo, os cristãos participam da Santa Ceia do Senhor lembrando de seu sacrifício. O Salvador que deu sua vida em resgate de seu povo em breve voltará, e juntos cearemos com Ele.

AS OBRAS DA CARNE GÁLATAS 5.16



INTRODUÇÃO: Não há nenhum lugar nas Escrituras onde se possa observar de forma tão clara o contraste entre o estilo de vida de um crente plenamente cheio do Espírito e aquele que é dominado pela inclinação pecaminosa da natureza humana do que no capítulo 5, versículos 16 a 26. Paulo não só discute a diferença geral entre esses dois tipos de crentes, destacando o conflito entre o Espírito e a carne, como também apresenta uma lista detalhada das obras da carne e do fruto do Espírito. Nesta análise, focaremos nossa atenção somente nas obras da carne.

OBRAS DA CARNE. Existem dezesseis obras identificadas. O termo "carne" (do grego sarx) refere-se à natureza pecaminosa e seus desejos corruptos, que continuam a existir no cristão mesmo após a conversão, sendo considerada como seu inimigo principal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que se rendem às obras da carne não terão a chance de herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, é crucial resistir e mortificar constantemente essa natureza carnal pecaminosa, lutando uma batalha espiritual com o poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; cf. Gl 5.17). As obras da carne (5.19-21) incluem:

Prostituição (gr. pornéia): refere-se à imoralidade sexual em todas as suas formas, incluindo o consumo de material pornográfico. Este conceito é abordado em Mateus 5.32, entre outros versículos (Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). A prostituição não é apenas sobre a troca física, mas envolve também a desvalorização do corpo humano e a violação dos princípios morais que Deus estabeleceu para o comportamento sexual. Ela é frequentemente vista como um reflexo da decadência moral e é uma questão abordada em várias passagens das Escrituras que alertam para suas consequências destrutivas.


Impureza (gr. akatharsia): envolve pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, abrangendo maus pensamentos e desejos do coração. Esse tema é explorado em Efésios 5.3 e Colossenses 3.5 (Ef 5.3; Cl 3.5). A impureza, portanto, não se limita apenas ao comportamento externo, mas também inclui a inclinação do coração e da mente. O apóstolo Paulo nos adverte para que evitemos não apenas as ações impuras, mas também os pensamentos que podem levar a tais ações, enfatizando a necessidade de um coração puro.


Lascívia (gr. aselgeia): caracteriza-se pela sensualidade, quando a pessoa segue suas paixões e desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21). A lascívia é um estado em que a busca por prazer se torna desmedida, levando à indulgência em comportamentos que muitas vezes são moralmente reprováveis. O apóstolo Paulo avisa sobre os perigos dessa prática, que pode levar a um desvio ainda maior da vontade de Deus e aventura em um caminho de destruição espiritual.


Idolatria (gr. eidololatria): consiste na adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, bem como na confiança em algo que tenha autoridade igual ou superior à de Deus e Sua Palavra (Cl 3.5). A idolatria, muitas vezes, não se limita a objetos físicos, mas pode se manifestar em qualquer coisa que tome o lugar de Deus em nossos corações, como dinheiro, poder, status ou relacionamentos. O apóstolo Paulo adverte que devemos renunciar a essas coisas, buscando em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua Justiça, para que possamos viver de acordo com a Sua vontade.


Feitiçarias (gr. pharmakeia): abrange práticas como espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas em rituais de feitiçaria. Essas atividades são frequentemente condenadas em contextos religiosos, pois envolvem a invocação de forças malignas ou a manipulação de poderes ocultos. As referências bíblicas que ressaltam a gravidade e as consequências dessas práticas incluem Êxodo 7.11,22; 8.18; Apocalipse 9.21; 18.23, onde é possível observar o alerta sobre a influência negativa e os riscos espirituais que envolvem tais práticas.


Inimizades (gr. echthra): expressa intenções e ações fortemente hostis, representando antipatia e inimizade extremas. A inimizade pode se manifestar em diversos contextos, desde disputas pessoais até conflitos mais amplos, e revela a natureza humana de se afastar e excluir o outro por causa de ressentimentos ou diferenças. Esta é uma das formas mais destrutivas de relacionamentos que resulta em separação e desunião.


Porfias (gr. eris): refere-se a brigas, oposições e lutas por superioridade, como mencionado em Romanos 1.29, 1Coríntios 1.11 e 3.3. Essa luta por dominação pode ser vista tanto em ambientes sociais quanto em dinâmicas familiares, onde o desejo de assertividade e controle leva a desavenças e divisões. Esse conflito, muitas vezes verbal, exacerba rivalidades e prejudica a convivência pacífica.


Emulações (gr. zelos): denota ressentimento e inveja amarga diante do sucesso alheio, conforme visto em Romanos 13.13 e 1Coríntios 3.3. A emulação é uma resposta emocional que pode destruir tanto o indivíduo que sente essa inveja quanto o relacionamento com os outros. É uma luta interna que, se não for controlada, pode levar a ações prejudiciais e crescimento de um ambiente de competição desleal.


Iras (gr. thumos): representa a ira ou fúria explosiva que se manifesta por meio de palavras e ações violentas (Cl 3.8). A ira, quando não gerida, pode causar consequências devastadoras, levando a rompimentos, violência e arrependimentos. É uma emoção potente que, se não for compreendida e tratada, pode afetar negativamente a saúde emocional e os relacionamentos, para além das perdas imediatas que pode provocar.


Pelejas (gr. eritheia): refere-se à ambição egoísta e à cobiça de poder, como descrito em 2Coríntios 12.20 e Filipenses 1.16,17. É fundamental compreender que essas atitudes não apenas desestabilizam as relações interpessoais, mas também afetam a harmonia da congregação, levando a divisões e conflitos que podem minar a missão da igreja.


Dissensões (gr. dichostasia): envolve a introdução de ensinos cismáticos na congregação, sem respaldo na Palavra de Deus (Romanos 16.17). Este tipo de dissenso destoa da unidade que deve prevalecer entre os fiéis e pode criar confusão entre os membros, afastando-os da verdadeira doutrina que deve ser o fundamento da fé cristã.


Heresias (gr. hairesis): representa grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que prejudicam a unidade da igreja (1Coríntios 11.19). As heresias, geralmente baseadas em interpretações errôneas das Escrituras, geram desconfiança e desunião, além de enfraquecer a mensagem do evangelho diante do mundo.


Invejas (gr. fthonos): caracteriza a antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que desejamos. Esse sentimento corrosivo não só fere o relacionamento entre irmãos, mas pode também criar um ambiente hostil na comunidade de fé, dificultando o amor e a aceitação mútua que Jesus tão claramente ensinou.


Homicídios (gr. phonos): refere-se a matar o próximo por perversidade, sendo conectado à prática de mente. A gravidade deste pecado não se resume apenas ao ato físico de tirar a vida, mas também inclui o ódio e a hostilidade que podem habitar em corações feridos, refletindo uma profunda desconexão do amor de Cristo.


Bebedices (gr. methe): representa o descontrole das faculdades físicas e mentais devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Esse comportamento não só impacta a vida pessoal do indivíduo, mas também suas interações e responsabilidades dentro da comunidade, levando a consequências que podem afetar todos ao redor.


Glutonarias (gr. komos): descreve festas extravagantes e desenfreadas, envolvendo comida, bebida, drogas, sexo, entre outros excessos. Estas práticas revelam uma busca por satisfação momentânea que pode se transformar em vício, desviando o foco do verdadeiro propósito da vida cristã, que é glorificar a Deus.


A herança no reino de Deus não está garantida para aqueles que persistem no pecado. Alguns em Corinto enganaram-se ao acreditar que, mesmo perdendo a comunhão com Cristo, negando-o e vivendo em imoralidade e injustiça, ainda manteriam sua salvação e participação no reino divino. Essa ilusão é um aviso claro sobre a importância de manter uma vida alinhada aos princípios do evangelho.


Paulo, entretanto, enfatiza que a consequência inevitável do pecado contínuo é a morte espiritual, mesmo para aqueles que se consideram cristãos (cf. Rm 8.13). A coexistência da imoralidade persistente e a herança no reino de Deus são incompatíveis (cf. Rm 6.16; Tg 1.15; 1 Jo 2.4; 1 Coríntios 3.9). O apóstolo repete esse ensinamento fundamental em várias ocasiões (e.g., Gl 5.21; Ef 5.5,6), alinhando-se com os princípios estabelecidos pelos profetas do Antigo Testamento (ver Jr 8.7; 23.17; Ez 13.10). Essa repetição serve não apenas como um lembrete, mas também como um chamado à reflexão e à mudança de vida para aqueles que estão se desviando.


A advertência de Paulo é dirigida a todos os cristãos. Não devemos nos iludir, pois, conforme ele destaca, "os injustos não hão de herdar o Reino de Deus". Esta afirmação categoricamente nos desafia a avaliar nossas vidas e nossas ações, a fim de que nos afastemos de qualquer prática que possa nos desviar da comunhão com o Senhor. A salvação desvinculada da obra regeneradora e santificadora do Espírito Santo não encontra respaldo nas Escrituras Sagradas, enfatizando a necessidade constante de um coração transformado e em conformidade com a vontade divina.