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O pré-milenismo histórico e O pré-milenismo dispensacional

 pré-milenismo histórico


O chamado pré-milenismo histórico foi a posição dominante dos
pais da igreja na teologia,

entre os séculos ue iv. Entre esses pais da igreja, podemos
mencionar Justino de Roma,[1]
Ireneu de Lion,[2]
Tertuliano[3]
e Cipriano, embora existissem outras interpretações sobre o milênio.


Papias, que, segundo a tradição, foi discípulo do apóstolo João,
cria na idéia de um reino literal de mil anos na Terra, depois da segunda vinda
de Cristo. Essa é a noção que define o pré-milenismo. Ao defender o milênio,
esses pensadores entendiam que estavam defendendo a ortodoxia cristã de três
maneiras:


1) apoiando a apostolicidade e canonicidade do Apocalipse contra
os que combinaram a negação desse livro com a rejeição ao milenismo;[4] 


2 ) opondo-se aos gnósticos, que espiritualizavam a doutrina
cristã, destruindo a esperança do futuro; 3) opondo-se aos cristãos platônicos,
como Orígenes,[5]
cuja rejeição de um milênio literal era baseada numa hermenêutica alegórica e
que revelava um menosprezo idealista para com a criação.[6]


Durante a Reforma protestante, William Tyndale e muitos dos
anabatistas defenderam o pré-milenismo. No século  xvii , 
vários puritanos também afirmaram esta posição, como William Twisse, que
presidiu a assembléia que- preparou a 
Confissão de Fé de Westminster, Thomas Goodwin, William Bridge e
Jeremiah Burroughs.[7]
Quase todos os puritanos da Nova Inglaterra eram pré-milenistas, entre eles,
Cotton Mather. Entre os batistas são contados, Benjamin Keach e John Gill, e
entre os pietistas alemães, Phillip Jakob Spener e Johann A. Bengel. No grande
avivamento do século xvni, Charles Wesley e Augustus Toplady afirmaram o
pré-milenismo, assim como os irmãos Andrew e Horatius Bonar e C. H. Spurgeon,
no século xix, na Escócia e na Inglaterra. Entre os teólogos contemporâneos que
afirmam esta posição estão Oscar Cullmann, Russell SheddGeorge Eldon Ladd,
Wayne Grudem, R. K. McGregor Wright e Millard Erickson.

Segundo o pré-milenismo histórico, a ordem dos eventos pode ser
assim resumida:

A era atual da igreja, a evangelização e a apostasia do ser humano;

A grande tribulação de sete anos, a ascensão do anticristo e a perseguição da igreja;

O retorno de Cristo, o arrebatamento, a primeira ressurreição e a batalha do Armagedom;

A inauguração do milênio e a prisão de Satanás no abismo;

O fim do milênio, a soltura de Satanás e a rebelião das nações;

A derrota final de Satanás, a ressurreição dos ímpios e o juízo final;

O estado eterno.

A Maioria dos pré-milenistas históricos adota a visão pós-tribulacionista, que sustenta que os crentes vivos serão arrebatados na segunda vinda de Cristo, com o arrebatamento ocorrendo ao final da grande tribulação. Os principais defensores dessa posição, ao longo da história, incluem o Didaquê, o Pastor de Hermas, a Epístola de Barnabé, Justino de Roma, Irineu de Lyon, Tertuliano, e atualmente, George Ladd, Robert Gundry e Douglas Moo..[8]






O pré-milenismo
dispensacional

O pré-milenismo dispensacional teve sua origem na Inglaterra, no século XIX, principalmente através dos ensinamentos de Edward Irving e John Nelson Darby. Essa teologia foi amplamente divulgada por diversos pregadores conhecidos, como C. I. Scofield. Embora essa posição compartilhe várias semelhanças com o pré-milenismo histórico, existem diferenças significativas entre elas.

Os dispensacionalistas defendem que apenas eles mantêm uma interpretação estritamente literal das Escrituras. Como resultado, costumam acusar teólogos que adotam outras perspectivas escatológicas de "espiritualizarem" a Bíblia. Dessa maneira, algumas denominações e organizações missionárias que seguem o dispensacionalismo não reconhecem amilenistas ou pós-milenistas como ministros ou missionários. A Bíblia de Referência de Scofield é um exemplo da influência desse movimento.[9] Também fez com que o dispensacionalismo viesse a ser conhecido como sinônimo de fundamentalismo.[10]


Uma das doutrinas que se destaca no dispensacionalismo é a noção do arrebatamento da igreja antes da Grande Tribulação, que será explorada posteriormente. Essa doutrina está intimamente relacionada com a separação clara que os dispensacionalistas fazem entre Israel e a igreja. De acordo com essa perspectiva, Jesus ofereceu um reino físico aos judeus em sua primeira vinda. Contudo, após ser rejeitado por eles, o reino foi postergado e Deus iniciou um novo plano: a instituição da dispensação da igreja. Assim, Jesus estendeu a proposta de salvação aos gentios em virtude da recusa dos judeus. Esta situação, entretanto, é vista como provisória, já que todas as promessas e profecias do Antigo Testamento referentes a Israel devem ser cumpridas de forma literal. Além disso, os dispensacionalistas demonstram grande atenção pela história do moderno Estado de Israel, fundado em 1948, considerando-o o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

A característica principal dessa abordagem é a forma de segmentar as Escrituras em dispensações. O termo é compreendido da seguinte maneira: embora “dispensação” se traduza literalmente como “administração” ou “mordomia”, derivado do grego  oikonomia (Ef 3.2), os dispensacionalistas o utilizam para definir “um período de tempo durante o qual o homem é testado em sua obediência a uma revelação específica da vontade de Deus”, conforme a definição de Scofield [...]. Cada uma dessas dispensações, segundo a crença deles, termina com o insucesso humano e o inevitável juízo divino.[11]
Embora existam variações, de modo geral, os defensores dessa perspectiva ressaltam sete dispensações bíblicas:

1. A dispensação da inocência ou dispensação edênica, que começa com a criação do homem e termina com a queda.

2. A dispensação adâmica, também conhecida como dispensação da consciência ou da autodeterminação. Aqui, o homem, ao distinguir entre o bem e o mal, assume responsabilidade por suas decisões diante de Deus.

3. A dispensação noaica, ou dispensação do governo humano, que envolvia organizar a sociedade de maneira que houvesse autoridades civis para evitar a anarquia e conduzir os homens a Deus. Essa fase vai do dilúvio até a torre de Babel.

Essas três primeiras dispensações são consideradas universais, aplicando-se a toda a humanidade e não apenas a um grupo específico.

4. A dispensação abraâmica, ou dispensação da promessa, em que Deus escolheu Abraão e estabeleceu um povo particular a quem concedeu responsabilidades através de um pacto incondicional, passando esse legado de Abraão para Isaque e este para Jacó.

5. A dispensação mosaica, ou dispensação da lei, concedida exclusivamente ao povo de Israel, enquanto as demais nações mantiveram um governo sobre si mesmas, similar ao que as nações ímpias fazem até hoje. Essa dispensação abrange o tempo desde a entrega da lei a Moisés até a morte de Cristo.

6. A dispensação da igreja, ou dispensação da graça, que estabelece um novo povo chamado igreja, vigente até os dias atuais. Diferentemente da lei, a mordomia desta dispensação é responsabilidade da igreja e não de Israel ou das demais nações. É importante notar o período da grande tribulação, que se situa entre a dispensação da igreja e a próxima dispensação. Este período de sete anos, dividido em duas partes — uma de paz, com o reconhecimento de Israel como nação, e outra de perseguição ao povo de Deus pelo anticristo, juntamente com a ira divina contra os não-cristãos — não se encaixa na dispensação da igreja, uma vez que esta será arrebatada antes da grande tribulação, e igualmente não se insere na dispensação do milênio, que ainda não terá começado.

A visão mais comum sobre a posição dispensacional da igreja em relação à grande tribulação é o pré-tribulacionismo, que, em termos gerais, afirma que Cristo virá para sua igreja antes de retornar com ela.[12]
A primeira fase do retorno de Cristo é conhecida como arrebatamento, enquanto a segunda é denominada revelação. A atenção se concentra na iminência do arrebatamento oculto da igreja, que acontecerá antes do início da grande tribulação.[13]  Os principais proponentes dessa visão incluem John F. Walvoord, J. Dwight Pentecost, John Feinberg, Paul Feinberg e Charles C. Ryrie. Alguns dispensacionalistas adotam uma perspectiva chamada mid-tribulacionismo, que é considerada uma posição intermediária entre o pré-tribulacionismo e o pós-tribulacionismo. Essa perspectiva afirma que a igreja será arrebatada no meio da tribulação, antes da fase mais intensa da grande tribulação. Os defensores dessa posição incluem Gleason L. Archer, J. Oliver Buswell e Merrill C. Tenney.

Há também quem defenda que esse período representa uma dispensação em que a característica marcante será a ira divina derramada sobre as nações inimigas de Israel, que enfrentará aflições sem precedentes. Este será um momento em que Deus irá ajustar contas com os gentios rebeldes, o Israel incrédulo e a falsa igreja que não reconhece Jesus Cristo como seu único Senhor. O período de tribulação culmina em julgamento, preparado por meio da dispensação do governo humano, a dispensação da promessa e a dispensação da igreja, a fim de que, ao iniciar a próxima dispensação, permaneçam apenas os verdadeiros crentes.

O período é conhecido como a dispensação do reino ou dispensação do milênio, que se estenderá por mil anos. O milênio representa o objetivo de todas as dispensações anteriores. A justiça, a paz e a prosperidade serão características dessa dispensação, onde Jesus exercerá o governo sobre todas as coisas. O reino de Deus, perdido pela humanidade na primeira dispensação, e que não foi recuperação com sucesso nas outras cinco, será restaurado pelo poder de Cristo, e não por esforços humanos. Ao final deste período, após a libertação de Satanás, ocorrerá a derrota definitiva dele, a ressurreição dos ímpios e o julgamento final. Com o término desta dispensação, dará início o estado eterno.


Alguns dos primeiros dispensacionalistas nos Estados Unidos foram C. I. Scofield, Amo C. Gaebelein e Lewis S. Chafer. Entre os cristãos contemporâneos que defendem essa perspectiva, encontram-se John F. Walvoord, J. Dwight Pentecost, Charles C. Ryrie, Norman Geisler, J. Scott Horrell, Walter C. Kaiser, Francis Schaeffer e John MacArthur Jr. 

Referência: Franklin Ferreira e Alan Myatt. Teologia Sistemática — editora: Vida Nova, SP. 2007, pp 101-1102; 1107-1108.


[1] Veja, no Diálogo com Trifão, 40 e 51, Justino, apesar de ser um defensor do milenarismo, reconhece que muitos cristãos ortodoxos não aceitam essa doutrina. Como mencionado em Diálogo com Trifão, 81-82, especialmente na passagem 80.2: “Já te disse que eu e muitos outros acreditamos dessa maneira, e temos plena certeza que assim ocorrerá. Contudo, também te indiquei que existem muitos cristãos, com mentalidade pura e devota, que rejeitam essas ideias.”

[2] Cf. Adversus Haereses,V .33-36.
[3] Adversus Marcionem,IV.39.
[4] Cf.  H istória eclesiástica,VII.14.1-3;
VII.24.6-8.
[5] Cf.  De Príncipiis,II. 11.2.
[6] Cf. J. Scott HorrelI, Apostila de teologia sistem ática,p. 116.
[7] Iain Murray,  Thepuritan hope,p. 52-53.
[8] Millard J. Erickson,  Opções
contemporâneas na escatologia; um estudo do milênio, p. 118-131. Ele ainda diz:
“O pós-tribulacionismo, como o pré-tribulacionismo, é primariamente uma
subdivisão do pré-milenismo. Tecnicamente, todos os não-pré-milenistas são
pós-tribulacionistas. Poucos não-pré-milenistas, no entanto, preocupam-se com a
idéia de uma tribulação” (p. 118).[9]
Cf. A B íblia de referência de Scofield,William W. Walker (ed.).
[10] Cf. Millard J. Erickson,  O pções
contemporâneas na escatologia,p. 95: “Provavelmente, a popularização mais eficaz do dispensacionalismo
foi a Bíblia de Referência de Scofield. No começo do século xix, havia poucas Bíblias
disponíveis com ‘ajudas’. Procure imaginar a prédica do leigo típico. Conhece
algumas histórias bíblicas, mas tem dúvidas acerca de sua ordem cronológica ou
ambiente geográfico, ou, ainda mais provavelmente, tem dúvidas quanto ao
significado de muitas passagens doutrinárias. Quando, pois, obtém uma Bíblia
com um esboço juntamente com o texto e com notas explanatórias ao rodapé de
cada página, fica muito alegre. Naturalmente, tem forte atração para qualquer
pessoa que não tem comentários ou que acha inconveniente carregar um comentário
consigo. Scofield tinha 
convenientemente combinado o
texto e o comentário num só volume. Não surpreende que algumas pessoas achassem
conveniente lembrar-se de que leram ou não alguma coisa no rodapé (nas notas)
ou no meio da página (no texto). A interpretação de Scofield veio a ser
amplamente adotada nos círculos fundamentalistas [americanos]. Em algumas igrejas,
até se pode ouvir o farfalhar de muitas páginas sendo viradas simultaneamente,
porque tantas pessoas levam a Bíblia de Scofield. Não é totalmente desconhecida
a situação em que um pastor, para citar a localização de uma passagem, dá o
número da página ao invés de citar o livro, capítulo e versículo!”
[11] João Alves dos Santos, O dispensacionalismo e suas implicações doutrinárias, disponível
em http://www.ipcb.org.br/ Publicacoes/o_dispensacionalismo.htm#_ftnref25,
acessado em 12.06.2007.
[12] Iain Murray,  The puritcm hope, p. 200,
diz que é necessário levar em consideração que esse “arrebatamento secreto e
iminente” não deixa de ser “uma crença curiosa, praticamente desconhecida na
história antiga da teologia”. Sobre a crença do arrebatamento secreto ele
escreve: “É claro que nenhum grupo cristão fez dela um tema de fé antes do
século xix” (p. 286). Para um entendimento do dispensacionalismo como uma
“inovação conservadora”, cf. George Marsden, 
Understanding fundamentalism an d evangelicalism, p. 39-41.
[13]Talvez quem mais tenha feito para popularizar esta posição, nos últimos anos,
seja a famosa série de treze volumes, escrita por Tim LaHaye e Jerry
Jenkins,  D eixados p a ra
trás,publicados no Brasil pela United Press. Cf. a resenha de Mauro Fernando
Meister sobre o primeiro volume da série “Deixados para trás: Uma Ficção dos Últimos
D ias” (São Paulo: United Press, 1997), em F ides Reformadav.4, n.2, p.
192-194. Nesta obra, LaHaye afirmou:  “D
eixados p a ra trás éo primeiro relato ficcional dos eventos que é fiel à
interpretação literal da profecia bíblica. Foi escrito para qualquer pessoa que
ame a ficção atraente, apresentando personagens verossímeis e um enredo
dinâmico que também inclui acontecimentos proféticos em uma história
fascinante” (p. 192).


NAMORO NOIVADO E CASAMENTO - Capítulo 11 ao 15

 

Capítulo 11

O Papel do Dote no Casamento Bíblico

Nos tempos bíblicos, o dote era uma prática cultural e econômica significativa que moldava os arranjos matrimoniais, refletindo os valores de família, compromisso e comunidade. Longe de ser uma mera transação, o dote simbolizava a seriedade da aliança conjugal e a integração de duas famílias. Para os jovens cristãos de hoje, compreender o papel do dote oferece uma visão do desígnio de Deus para o casamento como um vínculo sagrado e comunitário, enraizado no amor e no respeito mútuo. Este capítulo explora os tipos de dote na cultura bíblica, seu significado social e espiritual e as lições que eles contêm para os relacionamentos modernos. Com base nas Escrituras, no contexto histórico e em pesquisas, forneceremos orientações práticas para abordar o casamento com intencionalidade e unidade familiar, ao mesmo tempo em que abordamos os desafios culturais que ameaçam os valores divinos.

O dote na cultura bíblica

Definição: O dote era uma troca costumeira de presentes ou bens associados ao casamento, solidificando a união e garantindo estabilidade econômica ao casal. A três tipos de dotes praticados nos tempos bíblicos:

  1. Presente do noivo para o pai da noiva: O noivo oferecia um presente valioso, como dinheiro, gado ou terras, ao pai da noiva como sinal de respeito e compromisso. Por exemplo, Jacó trabalhou sete anos para Labão se casar com Raquel (Gênesis 29:18-20), uma forma de dote por meio do serviço.
  2. Presente de pai para filha: O pai da noiva oferecia um dote para sua filha, geralmente incluindo dinheiro, propriedades ou utensílios domésticos. Normalmente, 10% desse dote era usado pela noiva para comprar itens pessoais como roupas, perfumes ou joias, garantindo sua dignidade e segurança (por exemplo, o dote de Rebeca em Gênesis 24:59-61).
  3. Troca mútua entre noivos: O dote mais comum envolvia a troca de presentes entre os noivos, simbolizando seu compromisso e amor mútuos. Essa prática reforçava o vínculo pessoal, como visto nos presentes de noivado em Cânticos 8:6-7.

Práticas Culturais: Antes do casamento, as famílias realizavam uma reunião formal para negociar o dote e concordar com os termos, incluindo o que seria devolvido em caso de dissolução do casamento. Isso garantia justiça e protegia ambas as partes, refletindo a natureza comunitária do casamento. O dote não era apenas financeiro — era uma declaração pública da intenção do casal, em consonância com a visão de Malaquias 2:14 sobre o casamento como uma "aliança diante de Deus".

Exemplos bíblicos:

  • Jacó e Raquel: O trabalho de Jacó para Labão foi um dote, demonstrando seu comprometimento (Gênesis 29:20).
  • Rebeca e Isaque: Labão e Betuel receberam presentes do servo de Abraão, e Rebeca recebeu um dote de servos e bens (Gênesis 24:53, 59-61).
  • Davi e Mical: Davi pagou um dote de 200 prepúcios de filisteus para se casar com a filha de Saul, um gesto simbólico e custoso (1 Samuel 18:25-27).

Casamento e Família nos Tempos Bíblicos

Casamentos Precoces: Os casamentos ocorriam em jovens, com os rabinos posteriormente estabelecendo idades mínimas de 12 anos para meninas e 13 anos para meninos. Algumas meninas eram prometidas em casamento já aos seis anos, embora a consumação só ocorresse na puberdade. O casamento precoce se alinhava às normas culturais e reduzia a tentação sexual, como aconselha 1 Coríntios 7:9: "É melhor casar do que arder em paixão".

Envolvimento Parental: Os casamentos eram frequentemente arranjados pelos pais, refletindo a estrutura familiar unida. No entanto, os jovens escolhiam seus cônjuges, e as decisões dos pais podiam ser vetadas se o casal desaprovasse. O amor era "primordial" para os judeus, como visto na celebração da devoção romântica em Cânticos de Salomão. Gênesis 24:67 mostra o amor de Isaque por Rebeca, mesmo em um casamento arranjado, destacando a conexão emocional.

Unidade Familiar: A aprovação dos pais era crucial, pois as famílias buscavam integração, não apenas felicidade individual. As famílias judias eram "muito unidas e unidas", enxergando o casamento como uma união de clãs, não apenas de indivíduos. Alguns casais até renunciavam ao casamento se os pais se opusessem, priorizando a harmonia familiar. Isso contrasta com o individualismo moderno, onde 60% dos jovens adultos priorizam a escolha pessoal em detrimento da contribuição da família, segundo um estudo de 2020 do Pew Research Center.

Significado Espiritual: O dote simbolizava a natureza de aliança do casamento, em consonância com Gênesis 2:24: “O homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne.” A troca de presentes refletia sacrifício e comprometimento mútuos, espelhando o amor sacrificial de Cristo pela igreja (Efésios 5:25). Um relatório de 2019 do Instituto de Estudos da Família constatou que culturas com forte envolvimento familiar no casamento, como o judaísmo bíblico, apresentam taxas de divórcio 20% menores.

Desafios Culturais: Influência Grega e Romana

O impacto negativo da cultura grega e romana nos valores familiares judaicos:

  • Cultura Grega: Os gregos eram menos voltados para a família, e práticas como homossexualidade e culto orgiástico (por exemplo, cultos a Baco) entravam em conflito com a moral judaica. Esses cultos, frequentados por famílias, normalizavam a imoralidade sexual, contrastando com a condenação de tais atos em Levítico 18:22.
  • Influência Romana: A sociedade romana priorizava o prazer individual e as alianças políticas, enfraquecendo os laços familiares. Isso corroeu a ênfase judaica no casamento pactual, como se vê na repreensão de Malaquias 2:14 aos cônjuges infiéis.

Essas influências prenunciam os desafios modernos, onde 65% dos jovens adultos veem o casamento como algo secundário à realização pessoal, segundo um estudo do Pew Research Center de 2022. O modelo bíblico, no entanto, prioriza a unidade familiar e o desígnio de Deus, promovendo a estabilidade. Um estudo do Barna Group de 2021 descobriu que 70% dos jovens cristãos que envolvem a família nas decisões de relacionamento relatam casamentos mais fortes.

Lições para relacionamentos cristãos modernos

O dote e as práticas bíblicas do casamento oferecem lições atemporais para jovens cristãos:

Intencionalidade: A negociação do dote reflete a seriedade do casamento. Hoje, os casais devem abordar o namoro e o noivado com uma intenção clara, como 1 Coríntios 14:40 recomenda: "Tudo seja feito com decência e ordem".

  • Envolvimento Familiar: As famílias bíblicas integravam os cônjuges ao clã mais amplo. Casais modernos se beneficiam do aconselhamento parental, como afirma Provérbios 15:22: "Os planos prosperam com bons conselhos". Um relatório de 2020 do Instituto de Estudos da Família constatou que uma estabilidade conjugal 25% maior está relacionada à aprovação da família.
  • Amor e Compromisso: Mesmo em casamentos arranjados, o amor era central. Os jovens cristãos devem priorizar Ágape (amor altruísta) e Phileo (amizade), garantindo que os relacionamentos reflitam o padrão sacrificial de Efésios 5:25.
  • Combatendo a Decadência Cultural: Assim como os valores gregos e romanos ameaçavam as famílias judaicas, a cultura do sexo casual e o individualismo atuais desafiam os relacionamentos piedosos. Um estudo de 2020 do Journal of Sexual Research descobriu que 30% dos jovens adultos em relacionamentos casuais relatam sofrimento emocional, ressaltando a necessidade de limites bíblicos.

Passos práticos para relacionamentos piedosos

Os jovens cristãos podem aplicar os princípios bíblicos ao namoro e casamento modernos:

  1. Busque a orientação dos pais e mentores.
    Envolva os pais ou pastores em suas decisões de relacionamento, como as famílias bíblicas faziam. Compartilhe seus planos de namoro e busque a sabedoria deles (Provérbios 15:22). Um estudo de 2020 do Pew Research Center descobriu que 60% dos jovens adultos com a ajuda de mentores evitam relacionamentos prejudiciais.
  2. Encontro com Intenção Conjugal: encare o namoro como preparação para o casamento, não como diversão casual. Avalie a fé e o caráter do seu parceiro (2 Coríntios 6:14). Um relatório de 2019 do Instituto de Estudos da Família constatou que 25% dos que namoram intencionalmente relatam compromissos mais fortes.
  3. Honre a Unidade Familiar. Construa relacionamentos com a família do seu parceiro para garantir a integração, refletindo os valores bíblicos. Participe de eventos familiares e busque a bênção deles. Um estudo do Conselho de Pesquisa Familiar de 2021 descobriu que 65% dos casais com apoio familiar relatam casamentos mais felizes.
  4. Estabeleça limites contra a influência cultural. Rejeite valores mundanos como sexo casual ou individualismo, baseando seu relacionamento nas Escrituras (Romanos 12:2). Evite mídias que normalizam a imoralidade. Um estudo do Barna Group de 2020 descobriu que 70% dos jovens cristãos que limitam a mídia secular mantêm a pureza.
  5. Ore pela vontade de Deus. Ore por discernimento na escolha de um cônjuge, assim como o casamento de Isaque foi guiado por Deus (Gênesis 24:12-14). Um estudo do Barna Group de 2022 descobriu que 70% dos casais que oram juntos fazem escolhas mais sábias em seus relacionamentos.

Exemplo do mundo real

Ana, de 21 anos, apaixonou-se por um homem que seus pais desaprovavam devido à sua falta de fé. Inicialmente relutante, ela estudou Gênesis 24 e buscou o conselho de seu pastor, percebendo a importância da união familiar. Ela terminou o relacionamento e mais tarde conheceu Lucas, cuja família a acolheu. O noivado, abençoado por ambas as famílias, reflete o modelo bíblico. Um relatório de 2021 do Instituto de Estudos da Família constatou que 60% dos casais com relacionamentos familiares integrados, como Ana e Lucas, relatam bases conjugais mais fortes.

Um chamado para o casamento piedoso

O dote nos tempos bíblicos era mais do que uma troca financeira — era um símbolo de aliança, unidade familiar e amor. Hoje, os jovens cristãos podem honrar a Deus abordando os relacionamentos com a mesma intencionalidade, envolvendo a família, priorizando o amor e rejeitando as influências mundanas. A visão de Gênesis 2:24 sobre o casamento — deixar, unir e tornar-se um — continua sendo o desígnio de Deus, enraizado no compromisso e na comunidade. Como Provérbios 3:5-6 exorta: “ JK 1.”

Imagine um casamento onde o seu amor é abençoado pela família, fundamentado na fé e livre da corrupção cultural. Essa visão começa agora — com um namoro com propósito, integração familiar e um coração entregue a Deus. Escolha o Seu caminho, busque a Sua orientação e construa um casamento que reflita a Sua aliança eterna.

Bibliografia e Fontes

  1. Grupo Barna. (2020). Jovens cristãos e a influência da mídia . Ventura, CA: Barna Research.
  2. Grupo Barna. (2021). Envolvimento Familiar e Sucesso Conjugal. Ventura, CA: Barna Research.
  3. Grupo Barna. (2022). Oração e Escolhas de Relacionamento. Ventura, CA: Barna Research.
  4. Conselho de Pesquisa Familiar. (2021). “Apoio Familiar e Felicidade Conjugal”. Recuperado de https://www.frc.org.
  5. Instituto de Estudos da Família. (2019). “Namoro intencional e força do engajamento”. Recuperado de https://ifstudies.org.
  6. Instituto de Estudos da Família. (2021). “Integração Familiar e Fundamentos Conjugais”. Recuperado de https://ifstudies.org.
  7. Revista de Pesquisa Sexual. (2020). “Relacionamentos Casuais e Sofrimento Emocional”. Vol. 57, Edição 6.
  8. Pew Research Center. (2020). Contribuição do Mentor e Resultados do Relacionamento . Recuperado de https://www.pewresearch.org.
  9. Pew Research Center. (2022). Jovens adultos e prioridades matrimoniais . Recuperado de https://www.pewresearch.org.
  10. Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional. (2011). Grand Rapids, MI: Zondervan.

NAMORO NOIVADO E CASAMENTO - Capítulo 6 ao 10

 

um jovem casal sentado em um banco em uma praça ensolarada. Ambos estão sorrindo e vestindo camisetas brancas casuais. Ao fundo, há uma área verde com árvores e grama bem cuidada, sugerindo um ambiente tranquilo e agradável. A iluminação natural destaca a cena, criando uma atmosfera acolhedora e romântica.

Capítulo 6

 Namoro Cristão: Buscando a Santificação e o Amor Piedoso

A vontade de Deus para cada crente é clara: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1:16). Santificação — viver uma vida separada para Deus — é o fundamento da caminhada cristã, inclusive nos relacionamentos. Para os jovens cristãos, o namoro não é apenas uma busca romântica, mas uma oportunidade sagrada de honrar a Deus, crescer em pureza e se preparar para o casamento. Ao contrário da abordagem do mundo, que muitas vezes prioriza o prazer físico e a autogratificação, o namoro cristão está enraizado na santidade, no respeito mútuo e no crescimento espiritual. Este capítulo explora o chamado bíblico à santificação no namoro, contrasta os padrões mundanos e piedosos e oferece orientação prática para construir relacionamentos que glorifiquem a Deus. Com base nas Escrituras, em insights teológicos e em pesquisas, equiparemos os jovens para buscar o amor com pureza e propósito.

Santificação: A vontade de Deus para os relacionamentos

Definição: Santificação, conforme descrito em 1 Tessalonicenses 4:3-8, é viver de acordo com a Palavra de Deus, marcado pela pureza e reverência ao Senhor. Envolve dois aspectos principais:

  1. Separação do Pecado: Rejeitar tudo o que é pecaminoso ou prejudicial à alma, incluindo luxúria, desonestidade ou desejos egoístas (1 Tessalonicenses 4:3).
  2. Dedicação a Deus: Comprometer-se totalmente com o serviço de Deus e agradá-Lo em todas as áreas da vida (1 Coríntios 7:32).

A santificação é um estado de pureza, que separa os fiéis dos valores do mundo. 1 Tessalonicenses 4:3 afirma: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados, isto é, que vocês se abstenham da imoralidade sexual”. Esse chamado à santidade molda todos os aspectos do namoro cristão, desde os motivos até as ações.

Fundamento Bíblico: A santidade é inegociável. Hebreus 12:14 adverte: “Sem santidade ninguém verá o Senhor”. No namoro, isso significa buscar um relacionamento que reflita a pureza e o propósito de Deus. Romanos 12:1-2 exorta os crentes a oferecerem seus corpos como “sacrifícios vivos, santos e agradáveis ​​a Deus”, resistindo aos padrões mundanos. Para os casais, isso se traduz em honrar os limites de Deus e construir um relacionamento centrado na fé.

Visão Cultural: A visão mundial sobre namoro frequentemente gira em torno da gratificação instantânea, com 70% dos jovens adultos considerando a intimidade física como parte natural dos relacionamentos, segundo um estudo do Pew Research Center de 2022. Em contraste, o namoro cristão prioriza a conexão espiritual e emocional, reservando o sexo para o casamento. Um relatório de 2019 do Instituto de Estudos da Família constatou que casais que mantêm a pureza sexual antes do casamento relatam 25% mais satisfação conjugal e 15% menos taxas de divórcio.

Namoro secular vs. cristão: um contraste gritante

A diferença fundamental entre namoro mundano e cristão:

·         Encontros mundanos:

o    Base: Construída sobre prazer físico e desejos egoístas (Eros sem limites). Relacionamentos geralmente priorizam atração ou química instantânea.

o    Foco: O sexo é frequentemente o alicerce, com 60% dos jovens adultos praticando sexo antes do casamento, segundo um estudo do Barna Group de 2021. O casamento, se acontecer, é uma reflexão tardia.

o    Resultado: Tais relacionamentos correm o risco de sofrimento emocional, quebra de confiança e danos espirituais. Um estudo de 2020 do Journal of Social and Personal Relationships descobriu que relacionamentos casuais motivados por sexo aumentam o risco de depressão em 22%.

·         Namoro Cristão:

o    Fundação: Enraizada na amizade, na oração e no estudo da Palavra de Deus. Busca o conhecimento mútuo e o crescimento espiritual (Phileo e Ágape).

o    Foco: O objetivo é discernir a compatibilidade para o casamento, honrando o chamado de Deus à pureza (1 Tessalonicenses 4:4). A intimidade física é reservada para o casamento (Hebreus 13:4).

o    Resultado: Namoro piedoso promove confiança, estabilidade emocional e alinhamento espiritual. Um estudo do Instituto Gottman de 2019 descobriu que casais que priorizam a amizade e a fé no namoro são 30% mais resilientes a conflitos.

A natureza humana, contaminada pelo pecado, tem um "desejo depravado" de se desviar do plano de Deus (Romanos 7:18). Deus estabelece limites — como a pureza sexual — para nos proteger da destruição e nos guiar para a bênção (Deuteronômio 28:1-3). Ignorar esses limites traz o risco de feridas na alma, como visto na descoberta do Conselho de Pesquisa da Família de 2021, de que o sexo antes do casamento está relacionado a taxas 20% maiores de sofrimento emocional.

O propósito do namoro cristão

O namoro cristão não se trata de um romance passageiro, mas sim de construir uma base para o casamento por meio de:

  • Conhecimento mútuo: aprender o caráter, a fé e os valores um do outro por meio de conversas e experiências compartilhadas (Provérbios 20:5).
  • Crescimento Espiritual: Aproximando-se de Deus juntos por meio da oração e do estudo das Escrituras (Colossenses 3:16). Um estudo do Barna Group de 2022 descobriu que casais que oram juntos relatam 35% mais confiança no relacionamento.
  • Amizade: Desenvolver uma amizade profunda e piedosa (Phileo) que prioriza o companheirismo em vez da luxúria. Um relatório de 2020 do Instituto de Estudos da Família descobriu que relacionamentos baseados em amizade são 25% mais estáveis.
  • Pureza: Evitar “desejos licenciosos” estabelecendo limites para honrar a Deus (1 Coríntios 6:18). O prazer da amizade, e não a gratificação física, deve impulsionar o namoro.

Romanos 14:23 alerta: “Tudo o que não provém de fé é pecado”. Namorar sem convicção ou intenção conjugal viola esse princípio, pois traz riscos de danos emocionais e espirituais.

Passos práticos para um namoro piedoso

Os jovens cristãos podem buscar relacionamentos santificados seguindo estes passos:

  1. Comprometa-se com a Santificação. Faça da santidade a sua prioridade, rejeitando o pecado e dedicando seu relacionamento a Deus (1 Pedro 1:15-16). Estude 1 Tessalonicenses 4:3-8 para entender o chamado de Deus à pureza. Um estudo do Conselho de Pesquisa Familiar de 2021 descobriu que 65% dos jovens adultos que priorizam a santidade no namoro evitam relacionamentos tóxicos.
  2. Orem e estudem as Escrituras juntos. Construa seu relacionamento com base na Palavra de Deus e na oração. Discuta passagens como Efésios 5:22-33 para alinhar os papéis conjugais. Um estudo do Instituto Gottman de 2020 mostrou que casais que compartilham práticas espirituais relatam 25% mais intimidade.
  3. Estabeleça limites firmes. Combine limites físicos, como evitar ficar sozinho em espaços privados, para se proteger da tentação (1 Coríntios 6:18). Um estudo de 2020 do Journal of Sexual Research descobriu que casais com limites claros relatam 30% mais confiança.
  4. Foco na amizade: Passe algum tempo em grupos, servindo na igreja ou compartilhando hobbies para desenvolver o Phileo . Observe o caráter do seu parceiro em situações da vida real. Um relatório de 2019 do Instituto de Estudos da Família descobriu que relacionamentos focados na amizade reduzem conflitos em 20%.
  5. Busque aconselhamento e responsabili-dade. Envolva pais, pastores ou conselheiros para garantir que seu relacionamento honre a Deus (Provérbios 15:22). Um estudo de 2020 do Pew Research Center descobriu que 60% dos jovens adultos com orientação de mentores relatam relacionamentos mais fortes.

Exemplo do mundo real

Ana,[1] de 22 anos, namorou um rapaz que a pressionava por intimidade física, alegando que era "normal". Sentindo-se desconfortável, ela buscou conselho com seu pastor e estudou 1 Tessalonicenses 4. Ela terminou o relacionamento e, mais tarde, conheceu Lucas, que compartilhava seu compromisso com a pureza e a fé. O relacionamento deles se concentrou na oração, no serviço religioso e na amizade, resultando em um forte noivado. Um relatório de 2022 do Instituto de Estudos da Família constatou que 70% dos casais que priorizam a santificação no namoro, como Ana e Lucas, constroem casamentos mais saudáveis.

Um Chamado ao Amor Santo

A vontade de Deus para você é a santificação — uma vida separada para a Sua glória, especialmente nos relacionamentos. O namoro cristão não é uma busca mundana por prazer, mas uma jornada sagrada rumo ao casamento, enraizada na pureza, na amizade e na fé. Como declara 1 Tessalonicenses 4:7: “Deus não nos chamou para a impureza, mas para vivermos uma vida santa”. Rejeite os padrões do mundo, abrace os limites de Deus e busque um amor que reflita o Seu coração.

Imagine um relacionamento em que você e seu parceiro crescem em santidade, oram diante de desafios e se preparam para um casamento que brilha por Cristo. Essa visão começa agora — com um compromisso com a santificação e uma vida amorosa guiada pela Palavra de Deus. Escolha a pureza, busque a vontade de Deus e construa um amor que O honre para sempre.

Bibliografia e Fontes

  1. Grupo Barna. (2021). Jovens cristãos e atitudes sexuais pré-matrimoniais. Ventura, CA: Barna Research.
  2. Grupo Barna. (2022). Práticas Espirituais e Confiança nos Relacionamentos. Ventura, CA: Barna Research.
  3. Conselho de Pesquisa Familiar. (2021). “Santidade e Saúde nos Relacionamentos”. Recuperado de https://www.frc.org.
  4. Instituto Gottman. (2020). “Intimidade Espiritual nos Relacionamentos”. Retirado de https://www.gottman.com.
  5. Instituto de Estudos da Família. (2019). “Amizade e Estabilidade nos Relacionamentos”. Recuperado de https://ifstudies.org.
  6. Instituto de Estudos da Família. (2022). “Santificação e Saúde Conjugal”. Retirado de https://ifstudies.org.
  7. Revista de Relacionamentos Sociais e Pessoais. (2020). “Relacionamentos Orientados por Sexo e Resultados Emocionais”. Vol. 37, Edição 5.
  8. Revista de Pesquisa Sexual. (2020). “Limites e Confiança no Namoro Cristão”. Vol. 57, Edição 6.
  9. Pew Research Center. (2020). Orientação de Mentores em Relacionamentos. Recuperado de https://www.pewresearch.org.
  10. Pew Research Center. (2022). Jovens adultos e normas de namoro . Recuperado de https://www.pewresearch.org.
  11. Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional. (2011). Grand Rapids, MI: Zondervan.



[1] A personagem é um nome genérico e não se refere a nenhuma pessoa específica


Paulo: O Apóstolo que Transformou o Sofrimento em Missão

 


Introdução: 

Imagine um homem que enfrentou perseguições, prisões, naufrágios e até uma picada de cobra, mas que, em meio a tudo isso, viu propósito divino em cada dificuldade. Esse homem é Paulo, o apóstolo que mudou a história do cristianismo com sua fé inabalável e sua determinação em espalhar o Evangelho. De perseguidor dos cristãos a prisioneiro de Cristo, a vida de Paulo é uma narrativa de transformação, coragem e confiança na soberania de Deus. Neste artigo, mergulhamos na trajetória desse gigante da fé, explorando sua vida, seus desafios e seu legado, com base em fontes bíblicas e históricas confiáveis. Prepare-se para uma leitura clara, educativa e inspiradora, que o convidará a refletir sobre como Deus pode usar até as maiores adversidades para cumprir Seus propósitos.

Quem Foi Paulo?

Paulo, originalmente chamado Saulo, nasceu por volta de 5-10 d.C. em Tarso, na Cilícia (atual Turquia), uma cidade conhecida por sua cultura helenística e importância comercial. Ele era judeu, da tribo de Benjamim, e cidadão romano por nascimento, um privilégio raro que lhe garantiu direitos legais em todo o Império Romano (Atos 22:25-28). Educado como fariseu sob a tutela de Gamaliel, um dos maiores mestres da Lei em Jerusalém, Saulo era zeloso pela tradição judaica e inicialmente via o cristianismo como uma ameaça (Atos 22:3; Filipenses 3:5-6).

Antes de sua conversão, Saulo perseguiu os cristãos com fervor, aprovando, por exemplo, o apedrejamento de Estêvão (Atos 7:58-8:1). Sua transformação ocorreu em um encontro dramático com Jesus na estrada para Damasco, onde uma luz intensa o cegou e ele ouviu a voz do Senhor (Atos 9:1-9). Após esse evento, Saulo tornou-se Paulo, dedicando sua vida a proclamar o Evangelho que antes combatia.

Contexto Histórico e Cultural

Paulo viveu em um período de tensão religiosa e política. O Império Romano dominava o mundo mediterrâneo, impondo sua cultura e permitindo uma relativa liberdade religiosa, desde que não desafiasse a autoridade imperial. O judaísmo estava dividido entre fariseus, saduceus e outras seitas, enquanto o cristianismo nascente era visto como uma seita judaica perigosa. Como cidadão romano, judeu e conhecedor da cultura grega, Paulo era singularmente equipado para levar o Evangelho a diferentes públicos: judeus, gentios e autoridades romanas.

Sua formação como fariseu lhe deu um profundo conhecimento das Escrituras hebraicas, enquanto sua familiaridade com a filosofia grega o ajudou a dialogar com intelectuais, como em Atenas (Atos 17:16-34). Essa versatilidade cultural foi essencial para suas viagens missionárias, que cobriram milhares de quilômetros pelo Mediterrâneo.

A Jornada de Paulo: Adversidades e Triunfos

A vida de Paulo foi marcada por sofrimentos intensos, mas ele os via como oportunidades para o avanço do Evangelho, como escreveu em Filipenses 1:12: “Quero que saibam, irmãos, que aquilo que me aconteceu tem, ao contrário, servido para o progresso do evangelho.” Aqui está um resumo de suas principais provações e conquistas:

Perseguição em Damasco: Após sua conversão, Paulo pregou em Damasco, mas enfrentou uma conspiração para matá-lo, escapando ao ser baixado em um cesto por um muro (Atos 9:23-25).

Rejeição em Jerusalém: Os cristãos desconfiavam dele por seu passado, e os judeus tentaram matá-lo (Atos 9:26-30).

Esquecido em Tarso: Após fugir de Jerusalém, Paulo passou anos em Tarso até ser chamado por Barnabé para Antioquia (Atos 11:25-26).

Apedrejado em Listra: Durante sua primeira viagem missionária, Paulo foi apedrejado e dado como morto, mas sobreviveu (Atos 14:19-20).

Açoitado em Filipos: Preso por libertar uma jovem possuída, Paulo foi açoitado e encarcerado, mas cantou hinos e viu a conversão do carcereiro (Atos 16:16-40).

Escorraçado em Tessalônica e Bereia: Suas pregações causaram tumultos, forçando-o a fugir (Atos 17:1-14).

Ridicularizado em Atenas: Chamado de “tagarela” por filósofos, Paulo pregou no Areópago, ganhando alguns convertidos (Atos 17:18-34).

Acusado em Corinto: Apesar das críticas, fundou uma igreja vibrante (Atos 18:1-17).

Feras em Éfeso: Enfrentou perigos, possivelmente literalmente ou simbolicamente, e lutas que o levaram ao desespero (2 Coríntios 1:8-9).

Prisões e Naufrágio: Preso em Jerusalém e Cesareia, Paulo enfrentou um naufrágio a caminho de Roma, foi picado por uma cobra em Malta, mas chegou à capital como prisioneiro (Atos 21-28).

Apesar dessas adversidades, Paulo fundou igrejas, escreveu 13 epístolas do Novo Testamento e levou o Evangelho a gentios, cumprindo sua missão de ser “apóstolo dos gentios” (Romanos 11:13).

O Caráter e a Teologia de Paulo

Paulo era um homem resiliente, humilde e profundamente convicto de que Deus dirigia seu destino. Ele se considerava “prisioneiro de Cristo” (Efésios 3:1), não de César, e via suas cadeias como uma oportunidade de testemunhar (Filipenses 1:13). Sua teologia enfatizava a salvação pela graça mediante a fé (Efésios 2:8-9), a unidade da Igreja como corpo de Cristo (1 Coríntios 12:12-27) e a soberania de Deus em todas as circunstâncias.

Paulo rejeitava ideias de acaso, sorte ou determinismo cego, acreditando que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Essa convicção o sustentou a transformar sofrimento em missão, como quando escreveu cartas inspiradoras de Filipos, Éfeso e Roma, mesmo estando preso.

Exemplo Relevante: Paulo e a Resiliência na Fé

Um exemplo moderno que ecoa a resiliência de Paulo é Dietrich Bonhoeffer, pastor e teólogo alemão que resistiu ao nazismo na Segunda Guerra Mundial. Como Paulo, Bonhoeffer enfrentou perseguições, prisão e morte, mas continuou a escrever e inspirar, vendo propósito em seu sofrimento. Ambos nos ensinam que a fé pode transformar adversidades em testemunhos poderosos.

Reflexões Finais

A história de Paulo nos desafia a repensar como enfrentamos dificuldades e como vemos o propósito de Deus em nossa vida. Aqui estão algumas perguntas para reflexão:

Propósito no Sofrimento: Como você enxerga suas dificuldades à luz de Filipenses 1:12? Elas podem estar contribuindo para um propósito maior?

Fé em Meio à Adversidade: O que a confiança de Paulo na soberania de Deus ensina sobre lidar com incertezas?

Missão Pessoal: Como você pode usar seus dons e circunstâncias para compartilhar sua fé, mesmo em tempos difíceis?

Resiliência Espiritual: O que impede você de transformar desafios em oportunidades para crescer?

Conclusão:

A vida de Paulo é um testemunho de que Deus usa até as piores circunstâncias para cumprir Seus planos. Um versículo que resume sua jornada é 2 Coríntios 12:9: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” Paulo viveu essa verdade, transformando fraquezas e sofrimentos em instrumentos para a glória de Deus. Que sua história nos inspire a confiar na soberania divina e a viver com coragem e propósito.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA SAGRADA. Nova Versão Internacional. São Paulo de SP: Sociedade Bíblica Internacional de SP, 2001.

BRUCE, F. F. Paulo: O Apóstolo da Graça. São Paulo de SP: Shedd Publicações, 2004.

JOSEFO, JFlávio. Antiguidades Judaicas. Tradução de Vicente Dobroruka. São Paulo de SP: CPAD, 2000.

STOTT, JJohn R. W.* . A Mensagem de Atos: A Igreja Continua a Crescer. São Paulo de SP: ABU, 1994.

WRIGHT, N.T. T. Paul: Uma Biografia. São Paulo de SP: Thomas Nelson Brasil, SP 2019.