A Origem dos Conflitos no Oriente Médio: Uma Reflexão Bíblica e Histórica

 

Abraão com seus filhos Ismael e Isaac, representando as raízes históricas e bíblicas dos povos.

“Disse o Senhor a Rebeca: ‘Duas nações estão no teu ventre, dois povos se dividirão de tuas entranhas; um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá ao mais moço’” (Gênesis 25:23).

 Introdução: 

A Semente do Conflito

Há milhares de anos, as terras do Oriente Médio são palco de conflitos que ecoam até os dias de hoje. A pergunta que muitos se fazem é: por que tanta falta de paz naquele lugar? A resposta, em parte, está nas raízes históricas e espirituais que remontam a Abraão, uma figura central para judeus, cristãos e muçulmanos. A narrativa bíblica, aliada a estudos históricos, nos ajuda a compreender como os descendentes de Abraão – por meio de seus filhos Ismael e Isaac – deram origem a povos que, apesar de compartilharem um mesmo patriarca, frequentemente se encontraram em conflito. Neste artigo, exploraremos essas origens, contextualizando-as com informações históricas e convidando você, leitor, a refletir sobre a busca pela paz em um cenário tão complexo.

 As Raízes do Conflito: Abraão e Seus Descendentes

Abraão, que viveu há cerca de 4.000 anos, é uma figura fundamental nas três grandes religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. Segundo a Bíblia, Abraão teve dois filhos: Ismael, nascido de Agar, sua serva, e Isaac, nascido de Sara, sua esposa. Esses dois filhos são considerados os ancestrais de diferentes povos: Ismael é associado aos árabes, enquanto Isaac, por meio de seu filho Jacó, deu origem às doze tribos de Israel.

A narrativa bíblica em Gênesis 25:23 descreve a profecia dada a Rebeca, esposa de Isaac, sobre seus filhos gêmeos, Esaú e Jacó: “Duas nações estão no teu ventre”. Desde o útero, os irmãos já estavam em conflito, simbolizando a rivalidade que marcaria seus descendentes. Jacó, que mais tarde seria chamado Israel, tornou-se o patriarca das doze tribos de Israel, enquanto Esaú é frequentemente associado a povos vizinhos, como os edomitas, que também entraram em conflito com Israel ao longo da história.

Esse conflito familiar, narrado na Bíblia, reflete tensões que se estenderam por séculos. De acordo com o historiador brasileiro José Carlos Ramos, em seu livro *História do Oriente Médio*, as rivalidades entre os povos da região não se limitam a questões religiosas, mas também envolvem disputas por terras, recursos e poder político (RAMOS, 2019). A região, conhecida como o Crescente Fértil, sempre foi estratégica, o que intensificou as disputas entre seus habitantes.

 Contexto Histórico: Por Que Tanta Falta de Paz?

Além das raízes bíblicas, os conflitos no Oriente Médio têm causas históricas e geopolíticas. A região é marcada por sua diversidade étnica e religiosa, com árabes, judeus, curdos e outros povos convivendo em um espaço geograficamente pequeno, mas de grande importância estratégica. Durante o século XX, a criação do Estado de Israel em 1948 intensificou as tensões entre judeus e árabes, especialmente devido à disputa pelo território da Palestina. Segundo o cientista político brasileiro Paulo Gabriel Hilu da Rocha, em *Conflitos no Oriente Médio: Uma Análise Histórica*, a partilha da Palestina pelas Nações Unidas e os interesses coloniais de potências como Reino Unido e França contribuíram para a escalada dos conflitos (ROCHA, 2020).

  Um exemplo claro é a Guerra dos Seis Dias (1967), quando Israel conquistou territórios como a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, intensificando as tensões com os palestinos. Esses eventos históricos, combinados com as diferenças culturais e religiosas, criaram um ciclo de violência que persiste até hoje. Apesar disso, iniciativas de paz, como os Acordos de Oslo (1993), tentaram promover o diálogo, embora com resultados limitados.

Reflexões para o Presente: Como Buscar a Paz?

A narrativa bíblica e os eventos históricos nos mostram que os conflitos no Oriente Médio têm raízes profundas, mas também nos desafiam a pensar em soluções. A mensagem de unidade presente nas Escrituras – que todos os povos descendem de um mesmo Criador – pode inspirar esforços para a reconciliação. Organizações como o Instituto de Pesquisa pela Paz no Oriente Médio (IPRI) no Brasil destacam a importância do diálogo inter-religioso e da educação para promover a compreensão mútua (IPRI, 2023).

Perguntas para Reflexão:

1. Como as narrativas bíblicas podem nos ajudar a entender os conflitos atuais no Oriente Médio?

2. De que forma a educação e o diálogo inter-religioso poderiam contribuir para a paz na região?

3. Qual é o papel de cada um de nós na promoção da paz em nossas próprias comunidades?

 Chamada para Ação

A busca pela paz no Oriente Médio é um desafio global que exige empatia, conhecimento e ação. Para aprofundar seus estudos sobre o tema, recomendamos a leitura do livro *História do Oriente Médio*, de José Carlos Ramos, ou a consulta a materiais do Instituto de Pesquisa pela Paz no Oriente Médio (IPRI). Além disso, que tal iniciar uma conversa em sua comunidade sobre como promover a tolerância e o entendimento entre diferentes culturas?

 Bibliografia

INSTITUTO DE PESQUISA PELA PAZ NO ORIENTE MÉDIO (IPRI). *Relatório Anual sobre Conflitos e Iniciativas de Paz*. São Paulo: IPRI, 2023.

RAMOS, José Carlos. *História do Oriente Médio*. São Paulo: Editora Contexto, 2019.

ROCHA, Paulo Gabriel Hilu da. *Conflitos no Oriente Médio: Uma Análise Histórica*. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2020.


A Identidade do Filho Amado: Fortalecendo Nossos Filhos para Enfrentar os Desafios do Mundo

seu filho ou filha coloca a mochila nas costas, pronto para enfrentar mais um dia na escola, na faculdade ou em qualquer outro ambiente. Esse simples ato de sair de casa pode ser comparado a uma jornada ao deserto, onde desafios, pressões e questionamentos os aguardam.


 “Este é o meu Filho amado, de quem me agrado.” (Mateus 3:17)


Introdução: A Força de uma Identidade Inabalável

Imagine a cena: seu filho ou filha coloca a mochila nas costas, pronto para enfrentar mais um dia na escola, na faculdade ou em qualquer outro ambiente. Esse simples ato de sair de casa pode ser comparado a uma jornada ao deserto, onde desafios, pressões e questionamentos os aguardam. Assim como Jesus enfrentou tentações no deserto, nossos jovens enfrentam diariamente influências que tentam abalar sua identidade e propósito. Como pais, educadores ou líderes, temos a missão de equipá-los com uma certeza inabalável: “Sou filho amado”. Este artigo explora a importância de reforçar a identidade dos nossos filhos como amados por Deus e pela família, utilizando ensinamentos bíblicos e exemplos práticos para inspirar e engajar.

A Tentação de Questionar a Identidade

No relato bíblico de Mateus 4:1-11, quando Jesus é levado ao deserto, a primeira estratégia do tentador é questionar sua identidade: “Se tu és o Filho de Deus...” (Mateus 4:3). Essa tática não é nova. No mundo atual, nossos filhos enfrentam vozes que tentam minar sua autoestima, propósito e fé. Seja nas redes sociais, no ambiente acadêmico ou entre amigos, mensagens sutis ou diretas desafiam quem eles são: “Você não é bom o suficiente”, “Você precisa provar seu valor”. 

No entanto, Jesus respondeu com confiança, ancorado na voz do Pai que declarou: “Este é o meu Filho amado” (Mateus 3:17). Essa certeza permitiu que Ele resistisse às tentações. Da mesma forma, quando nossos filhos saem de casa com a convicção de que são amados – por Deus e pela família –, eles carregam uma armadura espiritual que os protege contra as inseguranças e pressões do mundo.

O Papel dos Pais na Construção da Identidade

Estudos brasileiros, como os realizados pela psicóloga clínica Ana Maria Fonseca Zampieri, destacam a importância do vínculo familiar na formação da autoestima dos jovens. Em seu livro A Construção da Identidade na Adolescência (2019), Zampieri enfatiza que a validação emocional fornecida pelos pais é essencial para que os jovens desenvolvam resiliência diante dos desafios. Quando os filhos ouvem repetidamente que são amados e valorizados, eles internalizam essa mensagem, que se torna um escudo contra influências negativas.

Por exemplo, imagine um adolescente chamado Pedro, que enfrenta bullying na escola por não se encaixar nos padrões de beleza ou desempenho impostos pelos colegas. Se Pedro sai de casa com a certeza de que é amado por seus pais e por Deus, ele terá mais força para rejeitar as críticas e afirmar sua identidade. Essa validação pode ser reforçada por ações simples, como palavras de encorajamento diárias, tempo de qualidade em família ou orações conjuntas que reforcem a fé.

Exemplos Práticos para Fortalecer a Identidade

1. Diálogo Diário: Reserve momentos para conversar com seus filhos sobre seus sentimentos e experiências. Pergunte: “Como você se sentiu hoje?” ou “O que te fez sorrir?”. Essas conversas mostram que você valoriza quem eles são.

2. Afirmações Positivas: Inspirado pelo versículo temático, incorpore frases como “Você é amado por Deus e por nós” no dia a dia. Escreva bilhetes, envie mensagens ou diga isso pessoalmente antes de eles saírem de casa.

3. Ensinamento da Fé: Ensine seus filhos a se conectarem com a voz de Deus por meio da oração e da leitura bíblica. Mostre a eles passagens como Romanos 8:37-39, que reforçam que nada pode separá-los do amor de Deus.

4. Exemplo de Vida: Seja um modelo de confiança em Deus. Quando os filhos veem os pais enfrentando desafios com fé, eles aprendem a fazer o mesmo.

A Realidade Brasileira: Desafios e Oportunidades

No Brasil, os jovens enfrentam pressões únicas. Segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz, 2022), cerca de 20% dos adolescentes brasileiros relatam sintomas de ansiedade e depressão, muitas vezes relacionados à busca por aceitação social. Ambientes como a universidade, frequentemente citada no texto original como um “deserto”, podem ser lugares de grandes questionamentos. A pressão por desempenho acadêmico, a exposição às redes sociais e as influências de ideologias conflitantes podem abalar a identidade dos jovens.

Por isso, é essencial que a família e a comunidade cristã atuem como pilares de apoio. Igrejas locais, como as descritas em iniciativas da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), têm promovido grupos de jovens que reforçam a fé e a identidade cristã, oferecendo espaços seguros para diálogo e reflexão. Esses grupos ajudam os jovens a se lembrarem de quem são em Cristo, mesmo em meio aos “desertos” da vida.

Perguntas para Reflexão

1. Como você tem reforçado a identidade de seus filhos ou jovens ao seu redor como “filhos amados”?

2. Quais “desertos” seus filhos estão enfrentando hoje, e como você pode ajudá-los a carregar a voz do amor de Deus e da família?

3. De que forma a sua fé influencia a maneira como você educa ou orienta os jovens em sua vida?

Chamada para Ação

Reforçar a identidade dos nossos filhos é um chamado diário. Comece hoje dizendo a eles: “Você é amado por Deus e por mim”. Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, recomendamos a leitura de *A Construção da Identidade na Adolescência*, de Ana Maria Fonseca Zampieri, ou a participação em grupos de apoio em sua igreja local. Compartilhe este artigo com outros pais e líderes para inspirar uma geração de jovens confiantes em sua identidade como filhos amados.

Bibliografia

BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Saúde mental dos adolescentes brasileiros: desafios e perspectivas. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2022. Disponível em: <https://www.fiocruz.br>. Acesso em: 17 jun. 2025.

GONÇALVES, Josué. Instagram. Disponível em: https://www.instagram.com/reel/DK7ZZueuJ9G/?igsh=MWt2d25rb3h4ZDBheg==. Acesso em: 17 jul. 2025.

ZAMPIERI, Ana Maria Fonseca. A construção da identidade na adolescência. São Paulo: Paulus, 2019.

A Importância de Fortalecer a Identidade dos Nossos Filhos Antes de Enfrentarem o Mundo



Introdução: Uma Mochila Cheia de Certezas

Imagine seu filho ou filha saindo de casa com uma mochila nas costas, pronto para enfrentar a escola, a faculdade ou o mundo lá fora. Mas, além de livros, cadernos e garrafinha d’água, o que mais eles levam consigo? Em um vídeo inspirador postado no Instagram, o pastor e terapeuta familiar Josué Gonçalves traz uma reflexão poderosa: nossos filhos precisam sair de casa com duas certezas inabaláveis — “sou um filho amado” e “sou um filho enviado”. Essas palavras ecoam como um lembrete para os pais sobre o papel crucial de construir uma base sólida de identidade e propósito nos filhos antes que eles enfrentem os desafios do mundo. Neste artigo, exploraremos como essas certezas podem transformar a maneira como os jovens enfrentam as adversidades, com exemplos práticos e embasamento em fontes confiáveis do contexto brasileiro.

 A Base da Identidade: “Sou um Filho Amado”

Quando Josué Gonçalves cita o exemplo de Jesus no deserto, enfrentando as tentações de Satanás, ele destaca um ponto central: a primeira estratégia do inimigo é questionar a identidade. “Se tu és o Filho de Deus”, diz o tentador, tentando semear dúvida. No entanto, Jesus responde com a segurança de quem já ouviu a voz do Pai: “Este é o meu filho amado”. Essa certeza é o que nossos filhos precisam carregar.

No contexto brasileiro, onde os jovens enfrentam pressões sociais, acadêmicas e até mesmo ideológicas, a construção de uma identidade sólida começa em casa. Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado no Jornal da USP em 2023, adolescentes que crescem em ambientes familiares onde se sentem amados e valorizados têm maior resiliência emocional e menor probabilidade de desenvolver ansiedade ou depressão. Isso reforça a ideia de que afirmar o amor incondicional pelos filhos não é apenas um gesto de carinho, mas uma ferramenta poderosa para prepará-los para os “desertos” da vida, como a faculdade, onde questionamentos sobre identidade e propósito são constantes.

Exemplo Prático: Mariana, uma jovem de 19 anos de Belo Horizonte, conta que, durante seu primeiro ano na universidade, enfrentou pressões para se encaixar em grupos que não refletiam seus valores. “Meus pais sempre me disseram que eu era amada e que tinha um propósito maior. Isso me deu força para dizer ‘não’ quando precisei e para buscar amizades que me respeitassem”, compartilha. Essa história ilustra como a certeza de ser amado pode ser um escudo contra influências negativas.

O Propósito de Ser Enviado

Além de saberem que são amados, os filhos precisam entender que são “enviados” — ou seja, que têm um propósito e uma missão. No vídeo, Josué Gonçalves  enfatiza que, assim como Jesus saiu das águas do batismo com a certeza da voz do Pai, nossos filhos devem sair de casa sabendo que têm um chamado maior. Isso não significa que todos precisam seguir uma carreira religiosa ou grandiosa, mas sim que devem compreender que suas ações têm valor e impacto.

No Brasil, onde a desigualdade social e os desafios econômicos muitas vezes desmotivam os jovens, essa mentalidade de propósito pode fazer toda a diferença. De acordo com um relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2024, cerca de 25% dos jovens entre 18 e 24 anos relatam sentir-se desmotivados em relação ao futuro profissional. Ensinar aos filhos que eles são “enviados” com um propósito — seja contribuir com a comunidade, inovar em sua área de atuação ou simplesmente viver com integridade — pode ajudá-los a encontrar sentido em meio às incertezas.

Exemplo Prático: João, um estudante de engenharia de Recife, decidiu criar um projeto voluntário para ensinar matemática a crianças de comunidades carentes. Ele conta que a certeza de que seus talentos poderiam ser usados para um bem maior veio das conversas com seus pais, que sempre reforçaram que ele tinha algo único a oferecer ao mundo. Esse senso de propósito o ajudou a superar momentos de dúvida na faculdade.

 Como Construir Essas Certezas no Dia a Dia

Construir a identidade e o propósito dos filhos não exige grandes gestos, mas sim consistência. Aqui estão algumas dicas práticas para os pais, baseadas em conselhos de especialistas brasileiros em psicologia familiar, como a psicóloga clínica Ana Maria Fonseca, autora de artigos na revista

  Psicologia em Foco:

1. Afirme o amor diariamente: Dizer “eu te amo” ou “estou orgulhoso de você” reforça a segurança emocional. Pequenos gestos, como bilhetes carinhosos ou conversas sinceras, fazem diferença.

2. Converse sobre valores e propósito: Ajude seu filho a refletir sobre o que o motiva. Pergunte: “O que você acha que pode fazer para deixar o mundo melhor?”

3. Prepare-os para os desafios: Fale abertamente sobre as pressões que enfrentarão, como as da faculdade, e ensine-os a se ancorar em seus valores.

4. Modele a fé e a resiliência: Seja um exemplo de alguém que enfrenta dificuldades com confiança e propósito, seja por meio da fé, como no exemplo de Josué Gonçalves, ou de uma visão clara de vida.

 Perguntas para Reflexão

1. Como você tem reforçado para seus filhos que eles são amados e têm um propósito?

2. Quais “desertos” seus filhos estão enfrentando hoje, e como você pode ajudá-los a se preparar para essas batalhas?

3. De que forma a fé ou os valores da sua família podem fortalecer a identidade dos seus filhos?

Chamada para Ação

Como pais, temos a missão de equipar nossos filhos com as certezas de que são amados e enviados. Comece hoje mesmo: reserve um momento para conversar com seu filho ou filha, reforçar seu amor e ajudá-los a refletir sobre seu propósito. Para aprofundar o tema, recomendamos a leitura do livro *Família, um Projeto de Deus*, de Josué Gonçalves, ou assistir a outros conteúdos do autor no Instagram (@josuegoncalvesoficial). Outra sugestão é explorar artigos sobre parentalidade no portal *Crescer* (crescer.globo.com), que traz dicas práticas para fortalecer o vínculo familiar.


Histórias dos Homens de Fé Do Século 14 ao 21 Que Marcaram a História do Cristianismo. Artigo N-4



 A.A. Allen: O Evangelista dos Milagres e da Fé Inabalável

Asa Alonso Allen (1911–1970), mais conhecido como A.A. Allen, foi um evangelista pentecostal americano cuja vida e ministério marcaram profundamente o movimento de cura divina e libertação espiritual no século XX. Chamado por muitos de “o apóstolo da fé” ou “o homem dos milagres”, Allen é lembrado por sua ousadia no púlpito, suas campanhas de milagres impressionantes, e sua mensagem incansável de que “nada é impossível para Deus”.

De uma Infância Pobre ao Chamado Divino

Nascido em uma família muito pobre no estado do Arkansas, A.A. Allen teve uma infância marcada por privações. Seus pais eram alcoólatras, e a pobreza era tão extrema que ele conheceu a fome e o abandono desde cedo. Sua juventude foi difícil, mas, mesmo assim, sentiu o chamado de Deus e converteu-se ao cristianismo em sua vida adulta.

Depois de sua conversão, Allen tornou-se pastor de uma pequena igreja metodista, mas sua sede espiritual o levou a buscar mais da experiência pentecostal. Foi batizado com o Espírito Santo e, a partir daí, sua vida ministerial tomou um novo rumo.

O Encontro com a Unção de Cura

A história que mais marcou a trajetória de A.A. Allen aconteceu em meados da década de 1940. Insatisfeito com os resultados de seu ministério e faminto por mais do poder de Deus, ele trancou-se em jejum e oração por dias, pedindo a Deus que lhe revelasse o segredo para operar milagres como os apóstolos.

Ele relatou que, durante esse tempo, Deus lhe deu uma lista com 13 coisas que ele precisava fazer para se tornar um vaso usado no ministério de cura divina. Entre elas estavam fé absoluta, obediência radical, santidade pessoal e amor incondicional pelas almas. Allen então consagrou sua vida por completo ao Senhor e, a partir daquele momento, milagres começaram a acontecer com frequência em suas reuniões.

Cruzadas de Milagres e Fé Explosiva

A partir dos anos 1950, A.A. Allen passou a realizar grandes cruzadas evangelísticas sob tendas — algumas acomodando até 22 mil pessoas. Nessas reuniões, o ambiente era carregado de expectativa e fé. Aleijados andavam, cegos viam, surdos ouviam, e demônios eram expulsos. Testemunhos impactantes eram comuns, e as pessoas vinham de longe para receber cura e libertação.

Um dos milagres mais impactantes registrados em seu ministério foi o de um menino nascido com 26 enfermidades, entre elas cegueira, surdez, paralisia e deformidades físicas. Em uma cruzada no Tennessee, Allen orou por ele, e — diante de milhares — o menino foi completamente curado. O testemunho foi publicado na revista do ministério com o título: “O Milagre do Século!”

Esse milagre consolidou sua reputação como um dos maiores evangelistas de cura divina da América.

O Ministério "Miracle Revival Fellowship"

Além de cruzadas, Allen fundou a Miracle Revival Fellowship e estabeleceu a Revival Tent (a maior tenda evangelística de sua época), além de uma escola bíblica e uma revista chamada "Miracle Magazine", que alcançava milhares de leitores mensalmente. Ele também foi pioneiro em usar rádio e televisão para divulgar o evangelho e mostrar os milagres ao público.

Sua pregação era marcada por autoridade espiritual, simplicidade e ousadia. Ele desafiava as pessoas a crerem que Deus poderia fazer hoje tudo o que fez nos tempos bíblicos.

Controvérsias e Últimos Anos

Como muitos pregadores carismáticos de sua época, A.A. Allen enfrentou críticas — tanto do meio evangélico tradicional quanto da imprensa secular. Algumas polêmicas em torno de sua vida pessoal e seu ministério vieram à tona nos últimos anos de sua trajetória. Infelizmente, ele faleceu de forma repentina em 1970, aos 59 anos, deixando um ministério impactante, mas também marcado por batalhas internas.

Apesar disso, o legado espiritual de Allen permanece forte. Seus ensinamentos sobre fé, libertação espiritual, autoridade sobre o mal e poder do Espírito Santo continuam influenciando pastores, evangelistas e líderes pentecostais ao redor do mundo.

Legado

A.A. Allen foi um instrumento de Deus para despertar a fé de uma geração. Ele acreditava que "o crente cheio do Espírito Santo não é inferior a ninguém", e que todo cristão podia ser usado por Deus com sinais e maravilhas. Seu ministério ajudou a espalhar o fogo do avivamento em muitos estados dos EUA e até em outros países.

Hoje, muitos o consideram um precursor dos movimentos carismáticos e neopentecostais modernos. Seu foco em cura, libertação e autoridade espiritual abriram caminhos para o ministério de homens como R.W. Schambach (seu discípulo), Benny Hinn e outros pregadores do sobrenatural.

Conclusão

A vida de A.A. Allen nos desafia a confiar no poder ilimitado de Deus. Em um tempo em que a fé é frequentemente diluída pelo ceticismo, ele nos lembra que o mesmo Jesus que curava, libertava e operava milagres ainda vive e age hoje. Suas palavras ecoam como um chamado à ousadia espiritual:

“Você pode ter o que quiser de Deus... se pagar o preço!”


Artigo N-1 João Hus: 1369 – 1415 João Gutenberg: 1400 – 1468 Jerônimo Savonarola: 1452 – 1498 Martinho Lutero: 1483 – 1546 Ulrich Zuínglio: 1484 – 1531 João Calvino: 1509 – 1564 João Bunyan: 1628 – 1688 Johann Sebastian Bach: 1685 – 1750 Jonathan Edwards: 1703 – 1758 João Wesley: 1703 – 1791 Marie Durand: 1711 – 1776 George Whitefield: 1714 – 1770.

Artigo N-2 David Brainerd: 1718 – 1747 William Carey: 1761 – 1834 Christmas Evans: 1766 – 1838 (conhecido como o "João Bunyan de Gales") Henry Martyn: 1781 – 1812 Adoniram Judson: 1788 – 1850 Charles Finney: 1792 – 1875 George Müller: 1805 – 1898 David Livingstone: 1813 – 1873 João Paton: 1824 – 1907 Hudson Taylor: 1832 – 1905. 

Artigo N-3 Charles Spurgeon: 1834 – 1892 Pastor Hsi (Hsi Shengmo): 1836 – 1896 Dwight Lyman Moody: 1837 – 1899 Jônatas Goforth: 1859 – 1936 Daniel Berg: 1884 – 1963 Gunnar Vingren: 1879 – 1933 Paulo Leivas Macalão: 1903 – 1982 Billy Graham: 1918 – 2018 David M. Miranda: 1936 – 2015.

Artigo N- 4 Asa Alonso Allen (1911–1970), Pastor Hsi (Hsi Shengmo): 1836 – 1896 Dwight Lyman Moody: 1837 – 1899 Jônatas Goforth: 1859 – 1936 Daniel Berg: 1884 – 1963 Gunnar Vingren: 1879 – 1933 Paulo Leivas Macalão: 1903 – 1982 Billy Graham: 1918 – 2018 David M. Miranda: 1936 – 2015.

 

Filho Amado, Filho Enviado:Uma Reflexão sobre Identidade e Propósito para a Nova Geração





Estudo Bíblico para Pais, Educadores e Líderes Cristãos

Introdução

Quando nossos filhos saem de casa para estudar, trabalhar ou conviver em outros ambientes, eles entram em um mundo repleto de desafios. Precisam sair de casa com duas certezas: "Sou filho amado" e "Sou filho enviado". Essa convicção os ajudará a enfrentar os desertos da vida com identidade e propósito.

1. Identidade: "Sou Filho Amado"

 O primeiro ponto destacado pelo orador é a segurança da identidade: "Sou filho de Deus e por Ele amado".

Fundamento Bíblico:

A referência clara é ao episódio do batismo de Jesus:

"E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo."
Mateus 3:17 (ARA)

 Essa declaração antecede o confronto de Jesus no deserto. Antes do combate espiritual, Jesus ouve a afirmação da identidade do Pai. Isso demonstra a importância de formar nos filhos a certeza do amor incondicional, tanto de Deus quanto dos pais.

Implicações práticas:

  • Jovens que sabem que são amados não se tornam reféns da aprovação social.

  • A autoestima saudável é um antídoto contra a ansiedade, o perfeccionismo e o vazio existencial.

Referência de apoio:

Segundo Ross Campbell, no clássico Como realmente amar seu filho, o amor deve ser comunicado de forma emocional e tangível, para que a criança cresça com segurança emocional (CAMPBELL, 2005).

2. Propósito: "Sou Filho Enviado"

A segunda certeza fundamental é a consciência de propósito: “sou filho enviado”. Isso remete à ideia de que a vida não é um acaso, mas uma missão.

Fundamento Bíblico:

Jesus, após ouvir do Pai que era o Filho amado, foi conduzido pelo Espírito ao deserto (Mateus 4:1). Ou seja, identidade precede missão. A missão nasce da certeza de quem se é.

Aplicação contemporânea:

  • Jovens devem ser discipulados para entender que estão na escola, na universidade ou no trabalho como enviados de Deus.

  • Cada contexto é uma plataforma de influência, onde eles podem ser luz e sal (cf. Mateus 5:13-16).

"Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo."
— João 17:18 (NVI)

3. A Universidade como o “Deserto do Século XXI”

Gonçalves compara a faculdade ao deserto onde o Satanás tentou Jesus. Embora forte, essa analogia se torna compreensível à luz das crises ideológicas, morais e espirituais que permeiam muitos ambientes acadêmicos.

Riscos enfrentados:

O que prepara nossos filhos para esses desafios?

  • A firmeza da identidade em Deus;

  • O senso de missão, de que estão ali com um propósito;

  • Laços familiares sólidos e um discipulado ativo.

Nancy Pearcey, em Total Truth, afirma que jovens cristãos que não possuem uma cosmovisão bíblica integrada acabam fragmentando a fé da vida real, tornando-se vulneráveis à secularização (PEARCEY, 2005).

4. Aplicações para Pais e Líderes

  • Declare o amor aos filhos: “Você é meu filho amado” deve ser um refrão diário.

  • Reforce o propósito: Ajude-os a descobrir seus dons, talentos e vocações.

  • Prepare espiritualmente: Encoraje leitura bíblica, oração e comunhão com outros jovens de fé.

  • Ensine apologética: Treine-os para responderem com sabedoria às pressões intelectuais (cf. 1 Pedro 3:15)

  • Ensine apologética cristã para fortalecer a fé intelectual.

Conclusão

Quando um filho sai de casa com a convicção de que é amado e enviado, ele não apenas resiste ao deserto — ele transforma o deserto. Cabe aos pais cristãos investirem intencionalmente na formação espiritual, emocional e intelectual de seus filhos para que eles levem consigo a voz do Pai, mesmo quando enfrentarem o silêncio do mundo.


A história de Jonas - O Profeta fujão

 

A história de Jonas - O Profeta fujão

A Fuga do Profeta

Era uma vez um homem chamado Jonas, filho de Amitai, a quem Deus confiou uma missão importante. O Senhor falou com ele e disse:
— Jonas, vá imediatamente à grande cidade de Nínive e anuncie que os seus pecados chegaram até mim!

Mas Jonas não quis obedecer. Em vez de ir para o leste, rumo a Nínive, ele decidiu fugir da presença do Senhor. Desceu até o porto de Jope e encontrou um navio que ia para Társis, uma cidade bem distante, na direção oposta. Pagou a passagem, embarcou e seguiu com os marinheiros, acreditando que poderia escapar de Deus.

No entanto, enquanto navegavam, o Senhor enviou uma violenta tempestade. O mar se revoltou de tal maneira que parecia que o navio iria se despedaçar. Os marinheiros ficaram apavorados e, cada um, clamava a seu deus. Para aliviar o peso, começaram a lançar a carga no mar.

Enquanto isso, Jonas dormia profundamente no porão do navio. O capitão, desesperado, desceu até ele e o sacudiu:
— Como pode dormir assim? Levante-se! Clame ao seu deus! Talvez ele se compadeça de nós e não morramos!

Os marinheiros, então, decidiram lançar sortes para descobrir quem era o responsável por aquela desgraça. A sorte caiu sobre Jonas. Eles o cercaram de perguntas:
— Quem é você? De onde vem? Qual é o seu povo? O que você fez?

Jonas respondeu com sinceridade:
— Sou hebreu e sirvo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra.

Os homens ficaram ainda mais assustados, pois Jonas já lhes havia contado que estava fugindo de Deus. A tempestade piorava a cada minuto, e eles clamaram:
— O que devemos fazer com você para que o mar se acalme?

Jonas respondeu com coragem:
— Lancem-me ao mar, e a tempestade cessará. Eu sei que sou o culpado por tudo isso.

Apesar da resposta, os marinheiros tentaram voltar à terra remando com todas as forças, mas foi inútil. O mar continuava furioso. Então, oraram ao Deus de Jonas, dizendo:
— Senhor, por favor, não nos deixes morrer por causa deste homem! Não nos culpes por tirar a vida dele, pois estás fazendo o que te parece certo!

Com tristeza, pegaram Jonas e o lançaram ao mar. No mesmo instante, o mar se acalmou. Os marinheiros ficaram tomados de temor diante do poder do Senhor. Ofereceram sacrifícios e fizeram votos a Ele.

Enquanto isso, o Senhor preparou um grande peixe para engolir Jonas. E ali, dentro do ventre do peixe, Jonas permaneceu por três dias e três noites.

A Oração nas Profundezas

Dentro da escuridão do grande peixe, cercado pelas águas do abismo, Jonas estava vivo — mas isolado, arrependido e profundamente aflito. Foi ali, naquele lugar improvável, que ele se voltou para Deus com toda a sinceridade de sua alma.

Do ventre do peixe, Jonas orou ao Senhor, seu Deus. Ele disse:

— Em meio à minha angústia, clamei ao Senhor, e Ele me respondeu. Do fundo do abismo, gritei por socorro, e Tu ouviste minha voz. Tu me lançaste nas profundezas do mar, e as águas me cercaram por todos os lados. Todas as Tuas ondas passaram sobre mim, e eu pensei: “Fui expulso da Tua presença!” Mas ainda assim, olhei mais uma vez em direção ao Teu santo templo.

As águas me envolveram até a alma. O abismo me cercou. As algas se enrolaram em minha cabeça. Desci até os fundamentos das montanhas, até onde a terra se fecha com ferrolhos para sempre... Mas Tu, Senhor meu Deus, me levantaste da cova e preservaste a minha vida!

Quando perdi as forças e minha vida estava por um fio, lembrei-me de Ti. E a minha oração chegou a Ti, ao Teu santo templo.

Aqueles que confiam em ídolos vãos se afastam da misericórdia, mas eu, com voz de gratidão, Te oferecerei sacrifícios e cumprirei o que prometi. Do Senhor vem a salvação!

Assim que terminou sua oração, o Senhor ordenou ao peixe que vomitasse Jonas em terra firme. E o peixe obedeceu. Jonas estava novamente em terra — vivo, salvo e pronto para ouvir a voz de Deus.

A Missão em Nínive

Depois de tudo o que aconteceu, a palavra do Senhor veio novamente a Jonas, pela segunda vez. Deus lhe disse com firmeza e graça:

— Levante-se e vá até Nínive, a grande cidade, e proclame a mensagem que Eu lhe darei.

Desta vez, Jonas não hesitou. Obedeceu à ordem do Senhor e partiu rumo a Nínive. A cidade era imensa — tão grande que levava três dias para atravessá-la de ponta a ponta.

Logo ao chegar, Jonas começou a caminhar pelas ruas e, no primeiro dia, anunciava em voz alta:

— Daqui a quarenta dias, Nínive será destruída!

Por incrível que pareça, o povo ouviu e acreditou na mensagem de Deus. Tomados pelo temor e arrependimento, proclamaram um jejum e todos, do mais simples ao mais importante, vestiram roupas de pano de saco em sinal de humildade e tristeza pelos seus pecados.

Quando a notícia chegou ao rei de Nínive, ele se levantou do trono, tirou seu manto real, cobriu-se também com pano de saco e se sentou sobre cinzas. Em seguida, o rei publicou um decreto oficial:

— Por ordem do rei e de seus nobres: nem pessoas, nem animais, bois ou ovelhas devem comer coisa alguma! Não comam, não bebam! Todos — humanos e animais — devem se cobrir com pano de saco. Que todos clamem a Deus com força! Que cada um abandone seus maus caminhos e as violências que comete. Quem sabe? Talvez Deus se arrependa, mude de ideia e contenha Sua ira, e assim não sejamos destruídos!

Deus viu tudo isso. Observou como eles se arrependeram e mudaram de atitude. Diante do arrependimento sincero do povo, Deus teve compaixão. Ele desistiu do castigo que havia anunciado e não destruiu a cidade.

A Lição de Deus para o Profeta

A misericórdia de Deus sobre Nínive deveria ser motivo de alegria — mas Jonas não ficou feliz. Pelo contrário, ficou profundamente irritado. Indignado com o perdão que Deus concedeu ao povo da cidade, ele orou, com o coração cheio de revolta:

— Ah, Senhor! Não foi exatamente isso que eu disse quando ainda estava em minha terra? Foi por isso que eu fugi para Társis! Eu sabia que Tu és um Deus bondoso e compassivo, paciente e cheio de amor, que se arrepende do mal! Agora, Senhor, tira minha vida! Melhor morrer do que viver vendo isso!

Com calma, Deus respondeu:

— Jonas, você tem razão de estar tão irado assim?

Jonas saiu da cidade e foi se sentar ao oriente dela. Fez para si uma pequena cabana e se abrigou ali, à sombra, esperando para ver o que aconteceria com Nínive. Talvez, ainda no fundo, desejasse ver sua destruição.

Então o Senhor Deus, em sua bondade, fez crescer uma planta sobre a cabana de Jonas, uma planta de folhas largas, que lhe dava sombra e alívio do calor escaldante. Jonas ficou muito contente com a planta. Por um breve momento, ele se sentiu confortável.

Mas ao amanhecer do dia seguinte, Deus enviou um verme, que atacou a planta, e ela secou. Quando o sol nasceu forte, Deus também mandou um vento quente e sufocante do deserto. O sol bateu forte sobre a cabeça de Jonas, e ele desmaiou de calor. De novo, pediu a morte:

— É melhor morrer do que viver assim!

Então Deus falou com Jonas mais uma vez:

— Você tem razão de estar tão irado por causa da planta?

E Jonas respondeu:

— Tenho sim! Estou tão irado que preferia morrer!

Então o Senhor lhe disse:

— Você teve pena da planta, embora não a tenha plantado nem feito crescer. Ela nasceu numa noite e morreu na outra. E você acha que Eu não deveria ter compaixão de Nínive, essa grande cidade onde vivem mais de cento e vinte mil pessoas que nem sabem distinguir entre a mão direita e a esquerda — sem falar nos muitos animais?


Assim termina o livro de Jonas — com Deus ensinando a Jonas (e a nós) que Sua graça é maior do que nossos desejos de justiça imediata, e que Sua compaixão se estende até mesmo àqueles que julgamos indignos dela.

O Amor que Protege e o Amor que Impulsiona - Os Papéis Complementares de Mãe e Pai

Mãe abraçando filho

Introdução:

A criação de um filho é uma dança delicada entre proteção e preparação, onde os papéis da mãe e do pai se complementam para formar um ser humano equilibrado e preparado para a vida. A Bíblia, um guia perene sobre comportamento humano, destaca a importância de ambos os pais na formação dos filhos, com passagens como Provérbios 22:6: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Este capítulo explora as diferenças entre o amor materno, que protege, e o amor paterno, que impulsiona, examinando como esses estilos se manifestam e por que o equilíbrio entre eles é essencial. Enriquecido por perspectivas psicológicas, antropológicas e estudos brasileiros, o texto reflete sobre os desafios de criar filhos sem a presença paterna e a importância de ambos os papéis para o desenvolvimento saudável.

O Amor Materno: A Proteção como Expressão de Cuidado

O amor de uma mãe é frequentemente associado à proteção, um instinto que busca preservar o filho de perigos físicos e emocionais. No relato inicial, uma mãe hesita em deixar o filho descer um toboágua, temendo que ele se machuque. Esse comportamento reflete o que a psicologia chama de “instinto de apego”, descrito por John Bowlby como a tendência da mãe de criar uma “base segura” para a criança (Bowlby, 1969). Essa proteção é essencial nos primeiros anos, garantindo que a criança se sinta segura para explorar o mundo.

No contexto brasileiro, o papel protetor da mãe é amplificado pela cultura matrifocal, especialmente em famílias monoparentais lideradas por mulheres. Estudos como o de Claudia Fonseca (2005) mostram que, no Brasil, as mães frequentemente assumem o papel de “eixo” da família, protegendo e sustentando emocionalmente os filhos. No entanto, quando essa proteção se torna excessiva, pode limitar a autonomia da criança, levando ao que o relato chama de “filho pudim” – uma metáfora para alguém que, por falta de desafios, não desenvolve resiliência.

A Bíblia reconhece a força do amor materno, mas também alerta contra seus excessos. Em Provérbios 31:25-26, a mulher virtuosa é descrita como alguém que combina força e sabedoria, sugerindo que o cuidado materno deve equilibrar proteção com orientação. Sem a contrapartida paterna, a criança pode crescer com dificuldades em enfrentar adversidades, como apontado em pesquisas brasileiras sobre famílias monoparentais, que indicam maior vulnerabilidade emocional em filhos criados exclusivamente por mães (Marcondes, 2018).

O Amor Paterno: O Impulso para o Sucesso

O amor paterno, por outro lado, é descrito como um impulso para preparar o filho para o sucesso. No relato, o pai incentiva o filho a descer o toboágua, oferecendo um picolé como recompensa, não por desleixo, mas para ajudá-lo a superar o medo. Esse comportamento reflete a visão masculina de que amar é capacitar o filho para “dar certo” – seja na escola, no trabalho ou na vida. A psicologia do desenvolvimento masculino, conforme explorada por John Eldredge (2001), sugere que os homens tendem a priorizar a formação de caráter e a independência, preparando os filhos para os desafios do mundo.

No Brasil, o papel do pai é frequentemente associado à autoridade e à provisão. Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020) revela que, em famílias biparentais, os pais são vistos como modelos de responsabilidade e trabalho, influenciando diretamente a autoestima e a ambição dos filhos. A ausência paterna, por outro lado, está correlacionada a maiores índices de problemas escolares e comportamentais, conforme apontado em pesquisas de psicologia social (Silva & Ribeiro, 2019). O pai, com sua abordagem objetiva, muitas vezes vista como “dura” ou “grossa”, busca incutir resiliência e determinação, complementando o cuidado materno.

A Bíblia reforça esse papel em Efésios 6:4: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas educai-os na disciplina e na instrução do Senhor.” Aqui, o pai é chamado a equilibrar firmeza com amor, garantindo que sua orientação prepare o filho para a vida sem causar ressentimentos.

O Perigo do Desequilíbrio: O “Filho Pudim”

O relato usa a expressão “filho pudim” para descrever crianças criadas exclusivamente pela mãe, sugerindo que a superproteção pode torná-las frágeis. Estudos brasileiros corroboram essa ideia. Um artigo publicado na Revista Brasileira de Psicologia (2021) indica que crianças criadas em lares monoparentais maternos tendem a apresentar menor tolerância à frustração e maior dependência emocional, especialmente na adolescência. Isso não diminui o valor do amor materno, mas destaca a necessidade do contraponto paterno, que incentiva a autonomia e a superação de desafios.

Culturalmente, o Brasil enfrenta desafios com a ausência paterna. Dados do IBGE (2020) mostram que cerca de 20% das crianças brasileiras crescem sem a presença do pai, seja por divórcio, abandono ou outros fatores. Essa ausência pode levar a lacunas no desenvolvimento, como menor autoconfiança e maior propensão a comportamentos de risco, conforme apontado em estudos de psicologia familiar (Marcondes, 2018). A metáfora do “pudim” reflete essa fragilidade, mas também serve como um convite para que mães e pais (quando presentes) trabalhem juntos para criar filhos resilientes.

A Complementaridade dos Papéis

A força de uma criação equilibrada está na complementaridade entre o amor materno, que protege, e o amor paterno, que impulsiona. A Bíblia enfatiza essa parceria em Provérbios 1:8: “Ouve, meu filho, a instrução de teu pai e não deixes o ensino de tua mãe.” Essa passagem sugere que ambos os pais têm papéis distintos, mas igualmente valiosos, na formação do caráter do filho.

No contexto brasileiro, onde as dinâmicas familiares são diversas, a colaboração entre mãe e pai é ainda mais crucial. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP, 2022) destaca que famílias em que ambos os pais participam ativamente da educação dos filhos tendem a criar jovens mais confiantes e emocionalmente estáveis. Mesmo em lares monoparentais, mães que buscam integrar elementos de disciplina e incentivo à autonomia – muitas vezes associados ao papel paterno – podem mitigar os efeitos da ausência do pai.

A história do toboágua ilustra essa complementaridade: enquanto a mãe protege, o pai desafia. Juntos, eles ajudam o filho a crescer com segurança e coragem. Quando apenas um desses elementos está presente, o equilíbrio pode ser comprometido, reforçando a importância de ambos os papéis.

Conclusão: 

A criação de um filho é uma jornada compartilhada, onde o amor materno oferece a base segura e o amor paterno fornece o impulso para o futuro. Como uma dança, esses papéis se entrelaçam para formar um ser humano preparado para enfrentar o mundo com confiança e resiliência. A Bíblia nos lembra que a educação dos filhos é uma responsabilidade sagrada, que exige equilíbrio entre proteção e desafio.

No Brasil, onde as estruturas familiares enfrentam desafios como a ausência paterna e a superproteção materna, a sabedoria de equilibrar esses amores é mais relevante do que nunca. Que mães e pais, juntos ou separados, reconheçam a beleza de seus papéis complementares e trabalhem para criar não “filhos pudins”, mas indivíduos fortes, prontos para “dar certo” e viver plenamente os propósitos de Deus.

Referências Bibliográficas

BÍBLIA SAGRADA. Provérbios 22:6, Provérbios 31:25-26, Efésios 6:4, Provérbios 1:8. Tradução João Ferreira de Almeida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, s.d.

BOWLBY, J. Attachment and loss: Vol. 1. Attachment. New York: Basic Books, 1969.

ELDREDGE, J. Wild at heart: discovering the secret of a man’s soul. Nashville: Thomas Nelson, 2001.

FONSECA, C. Família, fofoca e honra: etnografia da moralidade no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2005.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Estatísticas do registro civil. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br. Acesso em: 23 maio 2025.

MARCONDES, M. Famílias monoparentais e desenvolvimento infantil no Brasil. São Paulo: Cortez, 2018.

REVISTA BRASILEIRA DE PSICOLOGIA. Impactos da superproteção materna na adolescência. v. 73, n. 2, p. 45-60, 2021.

SILVA, J.; RIBEIRO, L. A ausência paterna e seus efeitos no desenvolvimento escolar. Psicologia em Estudo, v. 24, n. 3, p. 112-130, 2019.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Dinâmicas familiares e bem-estar infantil. São Paulo: USP, 2022. Disponível em: https://www.usp.br. Acesso em: 23 maio 2025.