Uma mulher, das esposas dos discípulos dos profetas, recorreu a Eliseu, dizendo: "Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao Senhor. Agora, o credor veio para levar meus dois filhos como escravos." Eliseu perguntou-lhe: "O que posso fazer por ti? O que tens em casa?" A resposta foi: "Tua serva não tem nada em casa, exceto uma botija de azeite." Então Eliseu instruiu-a a pedir emprestadas vasilhas vazias aos vizinhos e, ao derramar o azeite nelas, a viúva poderia reservar a que ficasse cheia.
A expressão "esposas dos discípulos dos profetas" indica que o marido da viúva havia sido discípulo de Eliseu. Sentindo-se à vontade para buscar ajuda com o profeta, a mulher enfrentava não apenas dívidas, mas também o risco de perder os filhos como escravos para o credor.
Eliseu, conhecido por realizar milagres por meio do poder de Deus, solicitou à mulher que revelasse o que tinha em casa. Em seguida, instruiu-a a exercitar a fé, usando o que possuía. Uma história semelhante é encontrada no Novo Testamento, em João 6, onde Jesus perguntou aos discípulos o que havia disponível para alimentar cinco mil homens. Os discípulos mencionaram apenas o lanche de um menino, que Jesus multiplicou para suprir a necessidade da multidão.
Assim como Jesus instruiu os discípulos, Eliseu orientou a viúva a pedir vasilhas emprestadas. A fé dela se destacou, e não há registro de hesitação. A viúva agiu de acordo com as instruções, e a narrativa não revela as consequências caso ela não tivesse obedecido.
Eliseu aconselhou a viúva a fechar as portas de sua casa enquanto enchia as vasilhas, possivelmente para evitar alvoroço entre as pessoas que passassem e vissem o azeite multiplicando-se. A decisão de manter a ação em segredo visava impedir que a multiplicação do azeite se tornasse um espetáculo público, evitando que as pessoas considerassem a mulher como uma praticante de milagres em vez de reconhecerem a ação de Deus.
De maneira semelhante, durante o ministério terreno de Jesus, quando alguém buscava Sua ajuda, frequentemente Ele instruía Seus discípulos a fechar as portas, mantendo a multidão do lado de fora. Dentro da privacidade da família necessitada, Ele realizava milagres.
Na minha própria experiência, algumas das respostas mais significativas às orações são aquelas em que Deus atendeu a uma necessidade que era conhecida apenas por Ele. Quando ninguém mais está ciente, apenas Deus merece crédito pela resposta. Portanto, aquele que recebe a resposta da oração deve atribuir toda a glória e reconhecimento a Deus.
O princípio encontrado em Mateus 6:6 parece reforçar essa ideia: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."
Concluímos a narrativa da viúva ao chegarmos ao final do livro de 2 Reis 4:5-7:
A viúva, seguindo as instruções de Eliseu, fechou a porta e encheu as vasilhas enquanto seus filhos as aproximavam. Ao perceber que todas as vasilhas estavam cheias, ela solicitou mais uma, mas seu filho informou que não havia mais. Nesse momento, o fluxo de azeite parou. Então, a mulher procurou Eliseu e relatou a situação. Ele a aconselhou a vender o azeite, quitar suas dívidas e viver com o restante, ela e seus filhos.
Além da evidente fé demonstrada pela viúva, outra lição ressurge nessa história. Mesmo quando todas as vasilhas foram preenchidas, ela não assumiu que o azeite era exclusivamente para ela. Em vez disso, ela buscou a orientação de Eliseu, aguardando suas instruções. Seguindo suas diretrizes, vendeu o azeite, quitou suas dívidas e garantiu a liberdade de seus filhos, com sobra de recursos para sustento.
A alegria da viúva ao compartilhar como Deus supriu suas necessidades é palpável. Ela não tinha dúvidas de que Deus era seu provedor. Deus não apenas supriu o suficiente para suas necessidades imediatas, mas também para seu futuro, superando suas expectativas. Isso ecoa a história em que Jesus alimentou a multidão com o lanche de um menino, resultando em doze cestas cheias de sobras.
O apóstolo Paulo expressou o que provavelmente foi o sentimento desta viúva ao testemunhar a intervenção divina, ao escrever em Efésios 3:20: "Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós."
Ao enfrentar situações de necessidade, independentemente de sua natureza, esta história serve como um lembrete da fiel provisão de Deus. Reflita sobre os seguintes versículos:
- "E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades" (Filipenses 4:19).
- "Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra" (2 Coríntios 9:8).
- "Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tiago 1:5).
A atualidade dos milagres de Deus, atendendo às necessidades de Seu povo em todo o mundo, é uma realidade constante. Assim como na história que compartilhamos, Deus utiliza Seus servos como instrumentos para suprir nossas necessidades. É consolador reconhecer que Deus ouve nossas orações e, sendo Onisciente e Todo-Poderoso, é capaz de responder conforme prometido em Mateus 7:7-8:
- "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á."
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