Educando Filhos para Resistir às Pressões da Vida

Fortalecendo o Caráter para a Eternidade

Introdução

Em um mundo repleto de influências externas, como a pressão de amigos, propostas imorais e atalhos que prometem sucesso fácil, educar os filhos vai além de regras superficiais. Trata-se de forjar um caráter resistente, capaz de dizer "não" quando necessário, priorizando valores eternos em vez de aprovações passageiras. Este capítulo explora essa temática de forma educativa, integrando perspectivas científicas sobre o desenvolvimento infantil com princípios bíblicos. Baseado em estudos sobre a influência de pares e o papel dos pais na formação moral, o texto oferece reflexões e estratégias práticas para que pais e responsáveis preparem suas crianças não apenas para o presente, mas para uma vida de integridade duradoura.

1. O Desenvolvimento do Caráter Infantil e a Resistência a Influências Negativas

O caráter de uma criança se forma nos primeiros anos, influenciado pelo ambiente familiar e social. Pesquisas indicam que crianças que não aprendem a resistir a pressões externas correm maior risco de adotar comportamentos negativos, como consumo de substâncias ou envolvimento em atividades arriscadas, especialmente durante a adolescência. O grupo de pares exerce uma influência significativa, atuando como apoio emocional, mas também como fonte de pressão que pode levar a decisões impulsivas. Estudos mostram que a aceitação pelos colegas afeta o ajuste psicológico, com crianças rejeitadas ou sob pressão constante apresentando baixa autoestima e maior propensão a agressividade ou isolamento.

Além disso, fatores como a ausência de orientação parental podem agravar esses efeitos. Quando os pais não ensinam limites claros, as crianças podem ceder à influência de amigos para buscar aceitação, o que compromete seu desenvolvimento moral. Ensinar o "não" desde cedo atua como uma blindagem, promovendo resiliência e autonomia. Isso é crucial porque, como apontam pesquisas, o estresse causado por influências negativas, como bullying[1] ou propostas imorais, pode impactar o bem-estar mental a longo prazo, levando a problemas como ansiedade ou depressão.

2. Os Impactos da Pressão de Pares nas Crianças e Adolescentes

A pressão de pares é uma força poderosa, especialmente na infância e adolescência, quando o desejo de pertencimento é intenso. Ela pode manifestar-se de formas sutis, como incentivar atalhos éticos ou propostas imorais, ou mais diretas, como o consumo de álcool influenciado por amigos. Estudos revelam que adolescentes sob essa influência têm maior probabilidade de se envolver em comportamentos de risco, como violência ou uso de substâncias, pois o grupo de pares serve como modelo para decisões cotidianas.

Nas crianças mais novas, essa pressão pode levar a problemas de ajustamento social, onde a falta de habilidade para dizer "não" resulta em isolamento ou adoção de hábitos negativos para ganhar aprovação. A vitimização por pares, por exemplo, está associada a um aumento no policonsumo de substâncias e comportamentos violentos, destacando a necessidade de intervenções precoces. Pais que ignoram esses sinais contribuem involuntariamente para um ciclo onde os filhos "caem" por não terem aprendido a priorizar sua integridade interna sobre a aprovação externa.

3. Uma Perspectiva Bíblica sobre Educar para a Eternidade

A Bíblia oferece uma base sólida para educar filhos com foco na eternidade. Provérbios 22:6 afirma: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se apartará dele". Esse versículo enfatiza a importância de guiar os filhos desde cedo, ensinando-os a resistir a tentações para que cresçam com caráter firme. Efésios 6:4 complementa: "E vós, pais, não provoquem à ira os vossos filhos, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor", destacando que a educação deve ser equilibrada, promovendo integridade sem rigidez excessiva.

Outros textos, como Tito 2:7-8, incentivam os pais a serem exemplos: "Em tudo seja você mesmo um exemplo para eles, fazendo o que é bom. No ensino, mostre integridade e seriedade". Educar para dizer "não" é preparar para a eternidade, alinhando-se ao chamado de amar a Deus acima de tudo (Deuteronômio 6:5-7), blindando o coração contra atalhos mundanos.

4. Estratégias Práticas para Pais e Responsáveis

Para ajudar os filhos a resistirem às pressões, os pais podem adotar abordagens baseadas em evidências científicas e espirituais. Primeiramente, promova o diálogo aberto: escute as experiências das crianças e ensine-as a avaliar influências com base em valores pessoais. Incentive a confiança em si mesmas, combatendo inseguranças que levam a ceder à pressão.

Outras estratégias incluem:

  • Modelar o comportamento: Seja exemplo de integridade, mostrando como dizer "não" em situações reais.
  • Ensinar habilidades sociais: Use role-playing para praticar respostas a propostas imorais ou pressões de amigos.
  • Estabelecer limites claros: Combine regras com explicações amorosas, evitando irritar os filhos, como orienta a Bíblia.
  • Buscar apoio comunitário: Envolva a família e a igreja para reforçar valores eternos.
  • Monitorar influências: Conheça os amigos e oriente sobre escolhas, promovendo resiliência contra riscos.

Agir enquanto há tempo é essencial, pois o desenvolvimento moral se consolida na infância.

Conclusão

Educar filhos para resistir às pressões da vida é um investimento na eternidade, blindando seu caráter contra influências passageiras. Muitos jovens enfrentam quedas por não terem aprendido a priorizar a integridade interna, mas com orientação parental consciente, baseada em ciência e fé, é possível forjar indivíduos fortes. Pais, reflitam: Vocês estão preparando seus filhos para aprovações momentâneas ou para uma vida eterna de firmeza? Vamos agir agora, cultivando corações resistentes.

Perguntas para Autoavaliação

  1. Como você tem ensinado seus filhos a dizer "não" em situações de pressão? Quais exemplos práticos você usa no dia a dia?
  2. Reflita sobre os impactos da pressão de pares: Você já observou influências negativas nos amigos de seus filhos? Como intervém?
  3. Considerando os versículos bíblicos citados, como eles podem moldar sua abordagem na educação para a eternidade?
  4. Quais estratégias deste capítulo você pode implementar imediatamente para fortalecer o caráter de suas crianças?
  5. Pense no seu próprio exemplo: Suas atitudes diárias refletem a integridade que deseja ensinar aos seus filhos? O que pode mudar?

Bibliografia

BÍBLIA Sagrada. Tradução Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.

CISA. A influência da pressão dos pares no consumo do álcool. 2023. Disponível em: https://cisa.org.br/sua-saude/informativos/artigo/item/419-a-influencia-da-pressao-dos-pares-no-consumo-do-alcool. Acesso em: 23 ago. 2025.

GRACINDA E A PSICOLOGIA. Adolescência: a pressão dos pares. 2019. Disponível em: https://gracindapsi.com/2019/04/23/adolescencia-a-pressao-dos-pares/. Acesso em: 23 ago. 2025.

HARVARD UNIVERSITY. Das Melhores Práticas aos Impactos Transformadores. 2017. Disponível em: https://developingchild.harvard.edu/wp-content/uploads/2017/08/MelhoresPraticas_Completo_PT_fv.pdf. Acesso em: 23 ago. 2025.

JW.ORG. Como enfrentar a pressão dos colegas? s.d. Disponível em: https://www.jw.org/pt/biblioteca/livros/Os-Jovens-Perguntam-Respostas-Pr%25C3%25A1ticas/Voc%25C3%25AA-e-seus-colegas/Como-enfrentar-a-press%25C3%25A3o-dos-colegas/. Acesso em: 23 ago. 2025.

JW.ORG. Como posso enfrentar a pressão dos colegas? s.d. Disponível em: https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/101982530. Acesso em: 23 ago. 2025.

PORTO EDITORA. Como lidar com a pressão dos amigos? s.d. Disponível em: https://www.portoeditora.pt/paisealunos/para-os-pais/noticias/ver?id=28823. Acesso em: 23 ago. 2025.

PSICOEDU. Grupo de Pares: Como colegas influenciam comportamentos das crianças e adolescentes. 2017. Disponível em: https://www.psicoedu.com.br/2017/04/grupo-influencia-pares-relacoes-sociais-entre-criancas-adolescentes.html. Acesso em: 23 ago. 2025.

RESPOSTAS. Como os pais devem educar e tratar os filhos segundo a Bíblia. s.d. Disponível em: https://www.respostas.com.br/como-educar-seus-filhos/. Acesso em: 23 ago. 2025.

SCIENCE DIRECT. Desenvolvimento e Personalidade: o papel do meio na primeira infância. s.d. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/nvw7HH3yLHxtLgDgJtvfY7K/. Acesso em: 23 ago. 2025.

TOMÉ, G. Grupo de pares, comportamentos de risco e a saúde dos adolescentes. 2011. Disponível em: https://repositorio.ulisboa.pt/bitstream/10400.5/3796/1/gina%2520tome%2520tese%2520doutoramento.pdf. Acesso em: 23 ago. 2025.

 



[1] Bullying é a repetição de atitudes agressivas, intencionais e cruéis, físicas, verbais ou psicológicas, com o objetivo de humilhar ou intimidar uma pessoa ou grupo que se encontra em uma situação de desequilíbrio de poder.

O Impacto do Uso Excessivo de Celulares no Desenvolvimento Infantil

 

Introdução

O uso de dispositivos eletrônicos, como smartphones e tablets, tornou-se comum em muitas casas, inclusive entre crianças pequenas. Embora esses dispositivos possam oferecer entretenimento e até recursos educacionais, seu uso excessivo pode trazer consequências significativas para o desenvolvimento infantil. Este capítulo explora, sob uma perspectiva científica e bíblica, os efeitos do uso prolongado de celulares no cérebro em desenvolvimento das crianças, destacando os impactos psicológicos, sociais e físicos. Além disso, oferece orientações práticas para pais e responsáveis, com o objetivo de promover um equilíbrio saudável no uso da tecnologia.

1. O Desenvolvimento Cerebral na Infância

O cérebro de uma criança passa por um crescimento acelerado nos primeiros anos de vida. Até os cinco anos, aproximadamente 90% do cérebro já está formado, com sinapses sendo criadas e fortalecidas em resposta a estímulos do ambiente (PERRY, 2000). Durante esse período, a exposição prolongada a telas pode interferir no desenvolvimento de funções cognitivas essenciais, como atenção, memória e habilidades de aprendizado. Estudos mostram que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos está associado à redução da capacidade de concentração e ao aumento de comportamentos impulsivos (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2016).

Além disso, a dopamina, neurotransmissor relacionado ao prazer, é liberada em resposta ao estímulo constante de jogos e vídeos, criando um ciclo de dependência que pode levar à irritabilidade quando a criança é privada do dispositivo (KARDARAS, 2016). Essa dependência pode prejudicar a interação social, já que as crianças tendem a se isolar, preferindo o celular em vez de brincar com amigos ou familiares.

2. Impactos Psicológicos e Sociais

O uso prolongado de celulares por crianças pequenas está associado a uma série de problemas psicológicos e sociais. Crianças expostas a telas por longos períodos podem apresentar maior irritabilidade, dificuldade para regular emoções e até mesmo problemas de sono, devido à exposição à luz azul, que inibe a produção de melatonina, o hormônio do sono (HALE; GUAN, 2015). Além disso, a substituição de interações humanas por interações digitais pode limitar o desenvolvimento de habilidades sociais, como empatia e comunicação.

Muitas vezes, os pais, na tentativa de acalmar birras ou evitar conflitos, oferecem o celular como uma solução imediata. Essa prática, embora conveniente, reforça o ciclo de dependência e pode agravar os problemas comportamentais. Como alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2019), crianças menores de cinco anos não devem passar mais de uma hora por dia em frente a telas, e mesmo esse tempo deve ser supervisionado e incluir conteúdo de qualidade.

3. Uma Perspectiva Bíblica

A Bíblia nos orienta a cuidar do corpo e da mente, que são dons de Deus. Em 1 Coríntios 6:19-20, está escrito: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? [...] Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo”. Esse versículo nos lembra da responsabilidade de proteger o desenvolvimento saudável das crianças, incluindo suas mentes. Além disso, Provérbios 22:6 ensina: “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”. Isso inclui guiá-las para um uso equilibrado da tecnologia, promovendo hábitos que fortaleçam sua saúde mental e espiritual.

4. Estratégias para um Uso Saudável da Tecnologia

Para minimizar os impactos negativos do uso de celulares, pais e responsáveis podem adotar as seguintes práticas, baseadas em recomendações de especialistas:

  • Estabeleça limites claros: Defina horários específicos para o uso de dispositivos e priorize atividades como brincadeiras ao ar livre, leitura e interação familiar.
  • Seja um exemplo: Crianças aprendem pelo exemplo. Reduza seu próprio tempo de tela na presença delas.
  • Ofereça alternativas: Estimule atividades criativas, como desenho, jogos de tabuleiro ou esportes, que promovam o desenvolvimento cognitivo e social.
  • Supervisione o conteúdo: Escolha aplicativos e vídeos educativos, evitando conteúdos que estimulem comportamentos impulsivos.
  • Crie zonas livres de tecnologia: Estabeleça áreas da casa, como a mesa de jantar, onde o uso de celulares não é permitido.

5. Conclusão

O uso excessivo de celulares por crianças pequenas pode comprometer seu desenvolvimento cerebral, emocional e social, além de impactar negativamente a dinâmica familiar. Como responsáveis, é nosso dever guiá-las com sabedoria, equilibrando os benefícios da tecnologia com a necessidade de interação humana e crescimento saudável. A Bíblia nos lembra da importância de proteger o corpo e a mente, enquanto a ciência reforça a necessidade de limites claros. Ao adotar práticas conscientes, podemos ajudar nossas crianças a crescerem de forma equilibrada, preparadas para enfrentar o mundo com saúde e discernimento.

Perguntas para Autoavaliação

1.     Como o uso de celulares tem influenciado o comportamento das crianças em sua casa? Você já observou sinais de irritabilidade ou isolamento?

2.     Que alternativas você pode oferecer para reduzir o tempo de tela das crianças sem causar conflitos?

3.     Como os ensinamentos bíblicos apresentados neste capítulo podem orientar suas decisões sobre o uso de tecnologia na sua família?

4.     Quais estratégias você já utiliza para promover um ambiente equilibrado em relação ao uso de dispositivos eletrônicos? Como elas podem ser aprimoradas?

5.     Reflita: Como o exemplo dos pais influencia o comportamento das crianças em relação ao uso de celulares?

Bibliografia

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Media and young minds. Pediatrics, v. 138, n. 5, 2016. Disponível em: https://pediatrics.aappublications.org/content/138/5/e20162591. Acesso em: 31 jul. 2025.

HALE, L.; GUAN, S. Screen time and sleep among school-aged children and adolescents: A systematic literature review. Sleep Medicine Reviews, v. 21, p. 50-58, 2015.

KARDARAS, N. Glow Kids: How Screen Addiction Is Hijacking Our Kids-and How to Break the Trance. New York: St. Martin’s Press, 2016.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guidelines on physical activity, sedentary behaviour and sleep for children under 5 years of age. Genebra: OMS, 2019. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241550536. Acesso em: 31 jul. 2025.

PERRY, B. D. Childhood experience and the expression of genetic potential: What childhood neglect tells us about nature and nurture. Brain and Mind, v. 3, p. 79-100, 2000.

O Divórcio e Seus Impactos na Família: Uma Visão Educativa e Espiritual

O Divórcio e Seus Impactos na Família
 

Introdução

O divórcio é uma realidade cada vez mais presente em nossa sociedade, mas suas consequências vão além de papéis assinados e bens divididos. Ele representa uma ruptura profunda que afeta não apenas os cônjuges, mas especialmente os filhos, deixando marcas emocionais que podem perdurar por anos. Este capítulo busca explorar esses impactos de forma educativa, combinando insights científicos com princípios espirituais. Com base em estudos e reflexões bíblicas, discutiremos como o divórcio surge, seus efeitos nas crianças e caminhos para prevenção e restauração. O objetivo é incentivar famílias a cultivarem relacionamentos saudáveis, lembrando que, como diz Malaquias 2:16, "Pois eu odeio o divórcio, diz o Senhor, o Deus de Israel".

1. Os Efeitos Emocionais e Psicológicos do Divórcio nos Filhos

Quando um casamento termina, os filhos frequentemente se tornam as vítimas silenciosas. Mesmo que os pais tentem minimizar o conflito, as crianças absorvem a dor de forma intensa. Estudos indicam que filhos de pais divorciados enfrentam maior risco de problemas emocionais, como ansiedade, depressão e baixa autoestima. Por exemplo, uma pesquisa publicada na revista Psicologia em Foco destaca que o divórcio pode alterar o comportamento das crianças, levando a dificuldades escolares e sociais, com efeitos que se estendem até a vida adulta (SILVA; OLIVEIRA, 2020). Outro estudo da SciELO revela que a diminuição da segurança financeira e a quebra da dinâmica familiar são fatores chave para o desajustamento, resultando em menor bem-estar psicológico (RAPOSO et al., 2011).

Estatisticamente, no Brasil, o número de divórcios tem crescido: em 2022, foram registrados cerca de 420 mil casos, e pesquisas sugerem que filhos expostos a isso apresentam maiores índices de transtornos mentais, como depressão e dificuldades de aprendizagem (METRÓPOLES, 2025). As crianças podem se culpar pela separação, questionando: "Foi culpa minha?" ou "Vou ser abandonado também?". Essa insegurança rouba o senso de porto seguro, substituindo-o por medos profundos. Como alerta 1 Coríntios 7:10-11: "Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: A mulher não se separe do seu marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o marido".

2. As Causas Subjacentes do Divórcio

O divórcio não surge do nada; ele é o resultado de um processo gradual. Muitas vezes, começa com a falta de cultivo do amor, acumulação de ressentimentos e ausência de diálogo. Quando o perdão é negligenciado, a poeira emocional se acumula, transformando o lar em um lugar de silêncio mortal. Estudos psicológicos apontam que fatores como comunicação deficiente, infidelidade e estresse financeiro são comuns, mas o impacto é agravado quando os pais priorizam suas diferenças em vez da unidade familiar (AMATO; KEITH, 1991, citado em RAPOSO et al., 2011).

Em termos espirituais, a Bíblia adverte sobre isso em Efésios 4:32: "Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo". A frieza entra devagar, mas destrói rapidamente, e os filhos sentem isso primeiro – eles perdem não só uma casa, mas o modelo de amor estável que precisam para crescer.

3. Uma Perspectiva Bíblica sobre o Casamento e o Divórcio

A Bíblia é clara ao tratar o casamento como uma união sagrada. Em Mateus 19:6, Jesus afirma: "Assim, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém o separe". Essa não é apenas uma frase romântica; é um alerta sobre o custo da ruptura. Deus vê o divórcio como algo que cobre a vida com violência, como em Malaquias 2:16, porque ele despedaça famílias e deixa cicatrizes nos filhos.

No entanto, a Escritura também oferece esperança de restauração. Provérbios 3:5-6 nos encoraja: "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas". Para casais em crise, o foco em Cristo como centro pode reconstruir o amor, promovendo perdão e diálogo.

4. Estratégias para Prevenção e Restauração

Prevenir o divórcio exige esforço diário. Pais devem cultivar o amor através de conversas honestas, perdão mútuo e busca de ajuda profissional, como terapia familiar. A Cartilha do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre divórcio enfatiza a importância de proteger os filhos, sugerindo oficinas e mediação para minimizar danos (CNJ, 2015). Estratégias práticas incluem:

  • Priorizar o diálogo: Dediquem tempo para ouvir um ao outro sem julgamentos.
  • Buscar apoio espiritual: Orem juntos e envolvam a comunidade de fé.
  • Ensinar resiliência aos filhos: Expliquem a situação com honestidade, garantindo que eles se sintam amados.
  • Evitar o isolamento: Incentive interações familiares saudáveis.

A restauração é possível quando Cristo é o alicerce, transformando corações rachados em uniões fortalecidas.

Conclusão

O divórcio nunca é indolor; ele sangra corações, especialmente os dos filhos, que carregam perguntas não respondidas e inseguranças profundas. Mas, com base na ciência e na fé, podemos escolher cultivar o amor, perdoar e restaurar. Lembre-se: o diabo se alegra com famílias despedaçadas, mas Deus oferece redenção. Pense nisso e compartilhe essa reflexão – porque famílias fortes constroem sociedades melhores.

Perguntas para Autoavaliação

1.     Como o divórcio tem impactado famílias que você conhece? Você já observou efeitos emocionais em crianças envolvidas?

2.     Quais causas subjacentes, como falta de diálogo ou perdão, você identifica em relacionamentos ao seu redor? Como evitá-las no seu próprio lar?

3.     Reflita sobre os versículos bíblicos citados: Como eles podem guiar suas decisões em momentos de crise conjugal?

4.     Que estratégias de prevenção ou restauração você pode implementar hoje para fortalecer sua família?

5.     Se você já passou por uma separação, como ajudou seus filhos a lidarem com as cicatrizes? O que faria diferente?

Bibliografia

AMATO, P. R.; KEITH, B. Parental divorce and the well-being of children: a meta-analysis. Psychological Bulletin, v. 110, n. 1, p. 26-46, 1991.

BÍBLIA Sagrada. Tradução Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Cartilha Divórcio para Pais. Brasília: CNJ, 2015. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/conteudo/destaques/arquivo/2015/06/f26a21b21f109485c159042b5d99317e.pdf. Acesso em: 20 ago. 2025.

METRÓPOLES. Veja como o divórcio pode afetar os filhos mesmo décadas depois. 2025. Disponível em: https://www.metropoles.com/colunas/claudia-meireles/veja-como-o-divorcio-pode-afetar-os-filhos-mesmo-decadas-depois. Acesso em: 20 ago. 2025.

RAPOSO, H. et al. Ajustamento da criança à separação ou divórcio dos pais. Revista de Psicologia da Criança e do Adolescente, v. 2, n. 1, p. 123-145, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpc/a/yhPsHjV7rC9F3VKRvjWWxMf/. Acesso em: 20 ago. 2025.

SILVA, A. M.; OLIVEIRA, J. R. Divórcio: os danos causados no comportamento das crianças e adolescentes. Psicologia em Foco, v. 13, n. 1, p. 1-15, 2020. Disponível em: https://revistas.fw.uri.br/psicologiaemfoco/article/download/3743/3196/14401. Acesso em: 20 ago. 2025.


O pré-milenismo histórico e O pré-milenismo dispensacional

 pré-milenismo histórico


O chamado pré-milenismo histórico foi a posição dominante dos
pais da igreja na teologia,

entre os séculos ue iv. Entre esses pais da igreja, podemos
mencionar Justino de Roma,[1]
Ireneu de Lion,[2]
Tertuliano[3]
e Cipriano, embora existissem outras interpretações sobre o milênio.


Papias, que, segundo a tradição, foi discípulo do apóstolo João,
cria na idéia de um reino literal de mil anos na Terra, depois da segunda vinda
de Cristo. Essa é a noção que define o pré-milenismo. Ao defender o milênio,
esses pensadores entendiam que estavam defendendo a ortodoxia cristã de três
maneiras:


1) apoiando a apostolicidade e canonicidade do Apocalipse contra
os que combinaram a negação desse livro com a rejeição ao milenismo;[4] 


2 ) opondo-se aos gnósticos, que espiritualizavam a doutrina
cristã, destruindo a esperança do futuro; 3) opondo-se aos cristãos platônicos,
como Orígenes,[5]
cuja rejeição de um milênio literal era baseada numa hermenêutica alegórica e
que revelava um menosprezo idealista para com a criação.[6]


Durante a Reforma protestante, William Tyndale e muitos dos
anabatistas defenderam o pré-milenismo. No século  xvii , 
vários puritanos também afirmaram esta posição, como William Twisse, que
presidiu a assembléia que- preparou a 
Confissão de Fé de Westminster, Thomas Goodwin, William Bridge e
Jeremiah Burroughs.[7]
Quase todos os puritanos da Nova Inglaterra eram pré-milenistas, entre eles,
Cotton Mather. Entre os batistas são contados, Benjamin Keach e John Gill, e
entre os pietistas alemães, Phillip Jakob Spener e Johann A. Bengel. No grande
avivamento do século xvni, Charles Wesley e Augustus Toplady afirmaram o
pré-milenismo, assim como os irmãos Andrew e Horatius Bonar e C. H. Spurgeon,
no século xix, na Escócia e na Inglaterra. Entre os teólogos contemporâneos que
afirmam esta posição estão Oscar Cullmann, Russell SheddGeorge Eldon Ladd,
Wayne Grudem, R. K. McGregor Wright e Millard Erickson.

Segundo o pré-milenismo histórico, a ordem dos eventos pode ser
assim resumida:

A era atual da igreja, a evangelização e a apostasia do ser humano;

A grande tribulação de sete anos, a ascensão do anticristo e a perseguição da igreja;

O retorno de Cristo, o arrebatamento, a primeira ressurreição e a batalha do Armagedom;

A inauguração do milênio e a prisão de Satanás no abismo;

O fim do milênio, a soltura de Satanás e a rebelião das nações;

A derrota final de Satanás, a ressurreição dos ímpios e o juízo final;

O estado eterno.

A Maioria dos pré-milenistas históricos adota a visão pós-tribulacionista, que sustenta que os crentes vivos serão arrebatados na segunda vinda de Cristo, com o arrebatamento ocorrendo ao final da grande tribulação. Os principais defensores dessa posição, ao longo da história, incluem o Didaquê, o Pastor de Hermas, a Epístola de Barnabé, Justino de Roma, Irineu de Lyon, Tertuliano, e atualmente, George Ladd, Robert Gundry e Douglas Moo..[8]






O pré-milenismo
dispensacional

O pré-milenismo dispensacional teve sua origem na Inglaterra, no século XIX, principalmente através dos ensinamentos de Edward Irving e John Nelson Darby. Essa teologia foi amplamente divulgada por diversos pregadores conhecidos, como C. I. Scofield. Embora essa posição compartilhe várias semelhanças com o pré-milenismo histórico, existem diferenças significativas entre elas.

Os dispensacionalistas defendem que apenas eles mantêm uma interpretação estritamente literal das Escrituras. Como resultado, costumam acusar teólogos que adotam outras perspectivas escatológicas de "espiritualizarem" a Bíblia. Dessa maneira, algumas denominações e organizações missionárias que seguem o dispensacionalismo não reconhecem amilenistas ou pós-milenistas como ministros ou missionários. A Bíblia de Referência de Scofield é um exemplo da influência desse movimento.[9] Também fez com que o dispensacionalismo viesse a ser conhecido como sinônimo de fundamentalismo.[10]


Uma das doutrinas que se destaca no dispensacionalismo é a noção do arrebatamento da igreja antes da Grande Tribulação, que será explorada posteriormente. Essa doutrina está intimamente relacionada com a separação clara que os dispensacionalistas fazem entre Israel e a igreja. De acordo com essa perspectiva, Jesus ofereceu um reino físico aos judeus em sua primeira vinda. Contudo, após ser rejeitado por eles, o reino foi postergado e Deus iniciou um novo plano: a instituição da dispensação da igreja. Assim, Jesus estendeu a proposta de salvação aos gentios em virtude da recusa dos judeus. Esta situação, entretanto, é vista como provisória, já que todas as promessas e profecias do Antigo Testamento referentes a Israel devem ser cumpridas de forma literal. Além disso, os dispensacionalistas demonstram grande atenção pela história do moderno Estado de Israel, fundado em 1948, considerando-o o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

A característica principal dessa abordagem é a forma de segmentar as Escrituras em dispensações. O termo é compreendido da seguinte maneira: embora “dispensação” se traduza literalmente como “administração” ou “mordomia”, derivado do grego  oikonomia (Ef 3.2), os dispensacionalistas o utilizam para definir “um período de tempo durante o qual o homem é testado em sua obediência a uma revelação específica da vontade de Deus”, conforme a definição de Scofield [...]. Cada uma dessas dispensações, segundo a crença deles, termina com o insucesso humano e o inevitável juízo divino.[11]
Embora existam variações, de modo geral, os defensores dessa perspectiva ressaltam sete dispensações bíblicas:

1. A dispensação da inocência ou dispensação edênica, que começa com a criação do homem e termina com a queda.

2. A dispensação adâmica, também conhecida como dispensação da consciência ou da autodeterminação. Aqui, o homem, ao distinguir entre o bem e o mal, assume responsabilidade por suas decisões diante de Deus.

3. A dispensação noaica, ou dispensação do governo humano, que envolvia organizar a sociedade de maneira que houvesse autoridades civis para evitar a anarquia e conduzir os homens a Deus. Essa fase vai do dilúvio até a torre de Babel.

Essas três primeiras dispensações são consideradas universais, aplicando-se a toda a humanidade e não apenas a um grupo específico.

4. A dispensação abraâmica, ou dispensação da promessa, em que Deus escolheu Abraão e estabeleceu um povo particular a quem concedeu responsabilidades através de um pacto incondicional, passando esse legado de Abraão para Isaque e este para Jacó.

5. A dispensação mosaica, ou dispensação da lei, concedida exclusivamente ao povo de Israel, enquanto as demais nações mantiveram um governo sobre si mesmas, similar ao que as nações ímpias fazem até hoje. Essa dispensação abrange o tempo desde a entrega da lei a Moisés até a morte de Cristo.

6. A dispensação da igreja, ou dispensação da graça, que estabelece um novo povo chamado igreja, vigente até os dias atuais. Diferentemente da lei, a mordomia desta dispensação é responsabilidade da igreja e não de Israel ou das demais nações. É importante notar o período da grande tribulação, que se situa entre a dispensação da igreja e a próxima dispensação. Este período de sete anos, dividido em duas partes — uma de paz, com o reconhecimento de Israel como nação, e outra de perseguição ao povo de Deus pelo anticristo, juntamente com a ira divina contra os não-cristãos — não se encaixa na dispensação da igreja, uma vez que esta será arrebatada antes da grande tribulação, e igualmente não se insere na dispensação do milênio, que ainda não terá começado.

A visão mais comum sobre a posição dispensacional da igreja em relação à grande tribulação é o pré-tribulacionismo, que, em termos gerais, afirma que Cristo virá para sua igreja antes de retornar com ela.[12]
A primeira fase do retorno de Cristo é conhecida como arrebatamento, enquanto a segunda é denominada revelação. A atenção se concentra na iminência do arrebatamento oculto da igreja, que acontecerá antes do início da grande tribulação.[13]  Os principais proponentes dessa visão incluem John F. Walvoord, J. Dwight Pentecost, John Feinberg, Paul Feinberg e Charles C. Ryrie. Alguns dispensacionalistas adotam uma perspectiva chamada mid-tribulacionismo, que é considerada uma posição intermediária entre o pré-tribulacionismo e o pós-tribulacionismo. Essa perspectiva afirma que a igreja será arrebatada no meio da tribulação, antes da fase mais intensa da grande tribulação. Os defensores dessa posição incluem Gleason L. Archer, J. Oliver Buswell e Merrill C. Tenney.

Há também quem defenda que esse período representa uma dispensação em que a característica marcante será a ira divina derramada sobre as nações inimigas de Israel, que enfrentará aflições sem precedentes. Este será um momento em que Deus irá ajustar contas com os gentios rebeldes, o Israel incrédulo e a falsa igreja que não reconhece Jesus Cristo como seu único Senhor. O período de tribulação culmina em julgamento, preparado por meio da dispensação do governo humano, a dispensação da promessa e a dispensação da igreja, a fim de que, ao iniciar a próxima dispensação, permaneçam apenas os verdadeiros crentes.

O período é conhecido como a dispensação do reino ou dispensação do milênio, que se estenderá por mil anos. O milênio representa o objetivo de todas as dispensações anteriores. A justiça, a paz e a prosperidade serão características dessa dispensação, onde Jesus exercerá o governo sobre todas as coisas. O reino de Deus, perdido pela humanidade na primeira dispensação, e que não foi recuperação com sucesso nas outras cinco, será restaurado pelo poder de Cristo, e não por esforços humanos. Ao final deste período, após a libertação de Satanás, ocorrerá a derrota definitiva dele, a ressurreição dos ímpios e o julgamento final. Com o término desta dispensação, dará início o estado eterno.


Alguns dos primeiros dispensacionalistas nos Estados Unidos foram C. I. Scofield, Amo C. Gaebelein e Lewis S. Chafer. Entre os cristãos contemporâneos que defendem essa perspectiva, encontram-se John F. Walvoord, J. Dwight Pentecost, Charles C. Ryrie, Norman Geisler, J. Scott Horrell, Walter C. Kaiser, Francis Schaeffer e John MacArthur Jr. 

Referência: Franklin Ferreira e Alan Myatt. Teologia Sistemática — editora: Vida Nova, SP. 2007, pp 101-1102; 1107-1108.


[1] Veja, no Diálogo com Trifão, 40 e 51, Justino, apesar de ser um defensor do milenarismo, reconhece que muitos cristãos ortodoxos não aceitam essa doutrina. Como mencionado em Diálogo com Trifão, 81-82, especialmente na passagem 80.2: “Já te disse que eu e muitos outros acreditamos dessa maneira, e temos plena certeza que assim ocorrerá. Contudo, também te indiquei que existem muitos cristãos, com mentalidade pura e devota, que rejeitam essas ideias.”

[2] Cf. Adversus Haereses,V .33-36.
[3] Adversus Marcionem,IV.39.
[4] Cf.  H istória eclesiástica,VII.14.1-3;
VII.24.6-8.
[5] Cf.  De Príncipiis,II. 11.2.
[6] Cf. J. Scott HorrelI, Apostila de teologia sistem ática,p. 116.
[7] Iain Murray,  Thepuritan hope,p. 52-53.
[8] Millard J. Erickson,  Opções
contemporâneas na escatologia; um estudo do milênio, p. 118-131. Ele ainda diz:
“O pós-tribulacionismo, como o pré-tribulacionismo, é primariamente uma
subdivisão do pré-milenismo. Tecnicamente, todos os não-pré-milenistas são
pós-tribulacionistas. Poucos não-pré-milenistas, no entanto, preocupam-se com a
idéia de uma tribulação” (p. 118).[9]
Cf. A B íblia de referência de Scofield,William W. Walker (ed.).
[10] Cf. Millard J. Erickson,  O pções
contemporâneas na escatologia,p. 95: “Provavelmente, a popularização mais eficaz do dispensacionalismo
foi a Bíblia de Referência de Scofield. No começo do século xix, havia poucas Bíblias
disponíveis com ‘ajudas’. Procure imaginar a prédica do leigo típico. Conhece
algumas histórias bíblicas, mas tem dúvidas acerca de sua ordem cronológica ou
ambiente geográfico, ou, ainda mais provavelmente, tem dúvidas quanto ao
significado de muitas passagens doutrinárias. Quando, pois, obtém uma Bíblia
com um esboço juntamente com o texto e com notas explanatórias ao rodapé de
cada página, fica muito alegre. Naturalmente, tem forte atração para qualquer
pessoa que não tem comentários ou que acha inconveniente carregar um comentário
consigo. Scofield tinha 
convenientemente combinado o
texto e o comentário num só volume. Não surpreende que algumas pessoas achassem
conveniente lembrar-se de que leram ou não alguma coisa no rodapé (nas notas)
ou no meio da página (no texto). A interpretação de Scofield veio a ser
amplamente adotada nos círculos fundamentalistas [americanos]. Em algumas igrejas,
até se pode ouvir o farfalhar de muitas páginas sendo viradas simultaneamente,
porque tantas pessoas levam a Bíblia de Scofield. Não é totalmente desconhecida
a situação em que um pastor, para citar a localização de uma passagem, dá o
número da página ao invés de citar o livro, capítulo e versículo!”
[11] João Alves dos Santos, O dispensacionalismo e suas implicações doutrinárias, disponível
em http://www.ipcb.org.br/ Publicacoes/o_dispensacionalismo.htm#_ftnref25,
acessado em 12.06.2007.
[12] Iain Murray,  The puritcm hope, p. 200,
diz que é necessário levar em consideração que esse “arrebatamento secreto e
iminente” não deixa de ser “uma crença curiosa, praticamente desconhecida na
história antiga da teologia”. Sobre a crença do arrebatamento secreto ele
escreve: “É claro que nenhum grupo cristão fez dela um tema de fé antes do
século xix” (p. 286). Para um entendimento do dispensacionalismo como uma
“inovação conservadora”, cf. George Marsden, 
Understanding fundamentalism an d evangelicalism, p. 39-41.
[13]Talvez quem mais tenha feito para popularizar esta posição, nos últimos anos,
seja a famosa série de treze volumes, escrita por Tim LaHaye e Jerry
Jenkins,  D eixados p a ra
trás,publicados no Brasil pela United Press. Cf. a resenha de Mauro Fernando
Meister sobre o primeiro volume da série “Deixados para trás: Uma Ficção dos Últimos
D ias” (São Paulo: United Press, 1997), em F ides Reformadav.4, n.2, p.
192-194. Nesta obra, LaHaye afirmou:  “D
eixados p a ra trás éo primeiro relato ficcional dos eventos que é fiel à
interpretação literal da profecia bíblica. Foi escrito para qualquer pessoa que
ame a ficção atraente, apresentando personagens verossímeis e um enredo
dinâmico que também inclui acontecimentos proféticos em uma história
fascinante” (p. 192).