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O Reflexo do Tempo - O Relacionamento entre Filho e Pai

O relacionamento entre filho e pai é uma jornada complexa, marcada por admiração, confronto, distanciamento e, frequentemente, uma reconciliação profunda. Diferentemente do vínculo materno, que muitas vezes é associado à nutrição emocional, o relacionamento com o pai tende a ser percebido como um espelho de autoridade, exemplo e, com o tempo, vulnerabilidade humana. Este capítulo explora os estágios desse relacionamento, adaptando a perspectiva dos filhos sobre o pai em diferentes idades, enriquecida por estudos psicológicos, sociológicos e antropológicos, para oferecer uma visão abrangente dessa conexão dinâmica.
Infância (4-5 anos): O Pai Heróico
Na infância, o pai é frequentemente visto como um herói invencível. Aos 4 ou 5 anos, a criança enxerga o pai como uma figura de força, capaz de consertar qualquer coisa, proteger contra perigos e responder às curiosidades do mundo. Segundo a teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget, nessa fase pré-operacional, a criança constrói imagens idealizadas das figuras parentais, e o pai, em particular, é associado a poder e segurança (Piaget, 1952). A teoria do apego de John Bowlby também sugere que, embora a mãe seja frequentemente a “base segura” primária, o pai desempenha um papel complementar, incentivando a exploração e a confiança (Bowlby, 1969).
Culturalmente, essa visão heroica do pai é reforçada em diversas tradições. Em sociedades patriarcais, como as descritas em estudos antropológicos da África Subsaariana, o pai é o guardião da linhagem e da honra familiar, uma figura quase mitológica (Radcliffe-Brown, 1952). Essa idealização cria uma base de admiração, mas também estabelece expectativas elevadas para o futuro.
Pré-adolescência (12 anos): As Primeiras Dúvidas
Por volta dos 12 anos, na pré-adolescência, a imagem heroica do pai começa a ser questionada. A criança, agora mais consciente das limitações humanas, percebe que o pai não é infalível. Esse período, descrito por Erik Erikson como o conflito entre “indústria versus inferioridade”, é marcado por um desejo de autonomia e pela comparação do pai com outras figuras de autoridade, como professores ou ídolos culturais (Erikson, 1950). Pequenos conflitos, como discordâncias sobre regras ou expectativas, começam a surgir.
Pesquisas contemporâneas, como um estudo do Journal of Child and Family Studies (2020), indicam que a pré-adolescência é um momento em que os filhos começam a perceber discrepâncias entre o comportamento do pai e os valores que ele prega, o que pode levar a questionamentos sobre sua credibilidade. No entanto, o pai ainda é uma referência central, especialmente em questões práticas, como hobbies ou habilidades manuais.
Adolescência (15 anos): O Pai Distante
Aos 15 anos, na adolescência plena, o relacionamento com o pai pode atingir um ponto de tensão significativa. O filho, imerso no conflito entre “identidade versus confusão de papéis” (Erikson, 1950), frequentemente enxerga o pai como rígido, desatualizado ou desconectado de suas realidades. As tentativas do pai de impor autoridade podem ser recebidas com rebeldia, e sua opinião é muitas vezes descartada como irrelevante. Esse distanciamento é particularmente pronunciado em culturas ocidentais, onde a independência individual é valorizada (Hofstede, 2001).
A psicanálise oferece uma lente para entender essa fase. Segundo Sigmund Freud, a adolescência é um momento de resolução do complexo de Édipo, onde o filho, especialmente o menino, pode entrar em conflito com o pai como uma forma de afirmar sua identidade (Freud, 1923). Estudos modernos, como os publicados no Journal of Youth and Adolescence (2019), sugerem que o envolvimento ativo do pai – como passar tempo juntos ou compartilhar interesses – pode atenuar esse distanciamento, mas a percepção de “desconexão” permanece comum.
Juventude (18 anos): O Pai Antiquado
Na juventude, aos 18 anos, o filho tende a ver o pai como antiquado, alguém que não acompanha as mudanças rápidas do mundo moderno. A revolução digital e as transformações sociais amplificam essa percepção, com jovens sentindo que os pais não entendem as pressões de carreiras instáveis ou a cultura online. Um relatório do Pew Research Center (2021) destaca que 65% dos jovens adultos relatam sentir que seus pais estão “desatualizados” em relação à tecnologia e às normas sociais.
Apesar disso, essa fase marca o início de uma transição. À medida que o jovem enfrenta desafios como independência financeira ou escolhas acadêmicas, ele pode começar a reconhecer, ainda que relutantemente, o valor das lições práticas do pai, como responsabilidade ou perseverança. O pai, por sua vez, pode buscar novas formas de se conectar, como apoiar os projetos do filho ou compartilhar experiências pessoais.
Adulto Jovem (25 anos): A Redescoberta do Exemplo
Aos 25 anos, o adulto jovem começa a enxergar o pai como uma figura de exemplo, alguém cujas escolhas e sacrifícios começam a fazer sentido. As experiências de vida – como o início de uma carreira, relacionamentos sérios ou paternidade – revelam a relevância das lições paternas. A teoria da hierarquia de necessidades de Abraham Maslow sugere que, nessa fase, o indivíduo busca “autorealização”, integrando valores aprendidos com os pais para construir uma identidade sólida (Maslow, 1943).
Estudos longitudinais, como os do National Institute of Child Health and Human Development (2022), mostram que adultos jovens frequentemente relatam uma maior apreciação pelo pai após enfrentarem adversidades, como crises financeiras ou rupturas amorosas. Essa reconexão é muitas vezes marcada por conversas mais abertas, onde o filho busca entender as motivações e lutas do pai.
Adulto Maduro (35 anos): O Pai como Parceiro
Na adulthood madura, aos 35 anos, o pai se torna um parceiro valioso. O filho, agora mais estabelecido, busca a opinião do pai em decisões importantes, como investimentos, criação de filhos ou mudanças profissionais. A teoria da “geratividade” de Erikson destaca que, nessa fase, o indivíduo deseja deixar um legado, e o pai, com sua experiência, torna-se um guia nesse processo (Erikson, 1950).
Um estudo publicado no Journal of Marriage and Family (2021) indica que o relacionamento entre pais e filhos adultos frequentemente evolui para uma relação de mutualidade, onde o filho oferece apoio emocional ou prático ao pai, especialmente em contextos de envelhecimento. Essa parceria fortalece o vínculo, transformando-o em uma troca equilibrada.
Meia-idade (45 anos): Reflexões sobre o Legado Paterno
Aos 45 anos, na meia-idade, o filho reflete profundamente sobre o impacto do pai em sua vida. As escolhas do pai, seus sucessos e falhas, ganham novo significado à luz das próprias experiências do filho. A psicologia da narrativa, conforme proposta por Dan McAdams, sugere que, nessa fase, os indivíduos constroem uma “história de vida” coerente, na qual o pai é uma figura central, seja como inspiração ou como lição de superação (McAdams, 1993).
Em culturas como a latino-americana, onde o respeito pelos mais velhos é enfatizado, o pai pode assumir o papel de patriarca, guiando a família em momentos de crise (Torres, 2007). Essa reflexão é frequentemente intensificada por mudanças de vida, como a aposentadoria ou o nascimento de netos, que aproximam pai e filho.
Velhice (65 anos): A Saudade do Companheiro
Na velhice, aos 65 anos, o filho frequentemente enfrenta a ausência do pai, seja pela distância física ou pela perda. A saudade de suas histórias, conselhos e presença torna-se uma constante. Estudos sobre luto, como os de Elisabeth Kübler-Ross, indicam que a perda do pai pode levar a uma reavaliação das memórias compartilhadas, muitas vezes com um senso de gratidão pelas lições aprendidas (Kübler-Ross, 1969).
Quando o pai ainda está presente, a fragilidade da velhice pode inverter os papéis, com o filho assumindo o cuidado. Em tradições confucionistas, por exemplo, cuidar do pai idoso é um ato de piedade filial, um reflexo de respeito e amor (Confúcio, Analectos, séc. V a.C.). Essa fase, embora desafiadora, é uma oportunidade de retribuir o cuidado recebido ao longo da vida.
Conclusão: Um Espelho do Tempo
O relacionamento entre filho e pai é uma jornada de transformação, marcada por admiração, confronto e reconciliação. Cada estágio reflete o crescimento do filho e a capacidade do pai de servir como modelo, guia e, com o tempo, um companheiro humano e falível. Como um espelho que reflete o passar dos anos, esse vínculo molda identidades, valores e memórias, deixando um legado que transcende gerações.
Referências Bibliográficas
• Bowlby, J. (1969). Attachment and Loss: Vol. 1. Attachment. New York: Basic Books.
• Confúcio. (séc. V a.C.). Analectos. Tradução moderna por D.C. Lau, 1979.
• Erikson, E. H. (1950). Childhood and Society. New York: W.W. Norton & Company.
• Freud, S. (1923). The Ego and the Id. London: Hogarth Press.
• Hofstede, G. (2001). Culture’s Consequences: Comparing Values, Behaviors, Institutions and Organizations Across Nations. Thousand Oaks: Sage Publications.
• Kübler-Ross, E. (1969). On Death and Dying. New York: Macmillan.
• Maslow, A. H. (1943). “A Theory of Human Motivation”. Psychological Review, 50(4), 370–396.
• McAdams, D. P. (1993). The Stories We Live By: Personal Myths and the Making of the Self. New York: Guilford Press.
• Piaget, J. (1952). The Origins of Intelligence in Children. New York: International Universities Press.
• Radcliffe-Brown, A. R. (1952). Structure and Function in Primitive Society. London: Cohen & West.
• Torres, J. B. (2007). Familia y Cultura en América Latina. Bogotá: Universidad Javeriana.
• Journal of Child and Family Studies. (2020). “Parent-Child Dynamics in Pre-Adolescence”. Vol. 29, Issue 6.
• Journal of Marriage and Family. (2021). “Mutuality in Adult Father-Child Relationships”. Vol. 83, Issue 4.
• Journal of Youth and Adolescence. (2019). “Father Involvement and Adolescent Development”. Vol. 48, Issue 3.
• National Institute of Child Health and Human Development. (2022). “Longitudinal Study on Father-Child Bonding”. Bethesda, MD.
• Pew Research Center. (2021). “Technology and Generational Gaps”. Disponível em: pewresearch.org.

O Valor de Uma Mãe: Uma Reflexão Inspiradora por Pr. Hernandes Dias Lopes

Ser mãe é, sem dúvida, uma das maiores bênçãos e responsabilidades que alguém pode receber na vida. No entanto, o valor real de uma mãe vai muito além dos cuidados diários e das tarefas cotidianas. Ele está profundamente enraizado no amor, na fé e na entrega total ao propósito divino. Inspirado por uma mensagem profunda do Pr. Hernandes Dias Lopes, da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, este artigo explora o significado do papel materno sob a perspectiva bíblica, destacando exemplos poderosos de mães que marcaram a história da fé.

Uma Homenagem Justa e Necessária
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A celebração do Dia das Mães tem raízes históricas que remontam ao início do século XX, quando Anna Jarvis, nos Estados Unidos, iniciou essa homenagem em 1909, oficializada em 1914. No Brasil, o reconhecimento oficial veio em 1932 por decreto de Getúlio Vargas. Essa data não só é celebrada pelas famílias, mas também pelo comércio, que reconhece a importância dessa homenagem. Porém, a verdadeira homenagem vai além de presentes e comemorações — trata-se de reconhecer o valor insubstituível das mães na formação das gerações e no cuidado com o futuro da humanidade.

O Pr. Hernandes Dias Lopes destaca que o trabalho de uma mãe muitas vezes passa despercebido, tal qual o personagem mítico do capelão do Senado americano Peter Marshall, que cuidava das fontes para garantir a pureza da água nos vilarejos. Quando o trabalho do guardião foi substituído por sistemas mecânicos, a qualidade da água caiu, e a saúde do povo foi comprometida. Assim é o trabalho das mães: muitas vezes invisível, mas absolutamente essencial para a saúde da família, da igreja e da sociedade.

O Poder Transformador da Mãe na História e na Bíblia
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Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, afirmou sabiamente que “a mãe que embala o berço é aquela que governa o mundo”. Essa frase resume a influência profunda que uma mãe exerce na vida dos filhos e, consequentemente, na sociedade. A mãe cristã, em especial, não apenas cuida do físico, mas alimenta o espírito, introduzindo seus filhos no “leite da piedade”, ou seja, na fé e no temor a Deus.

No contexto bíblico, muitas mães deixaram marcas profundas pela fé e dedicação. O Pr. Hernandes destaca duas figuras maternas exemplares: Ana, mãe do profeta Samuel, e Eunice, mãe de Timóteo. Ambas são modelos de mães que não desistem, que oram, que ensinam e que entregam seus filhos para Deus com confiança e propósito.

### A Perseverança e Consagração de Ana

A história de Ana é inspiradora e cheia de lições. Ana era estéril, uma condição que na cultura da época gerava grande sofrimento e até humilhação, especialmente em um contexto de casamentos poligâmicos e disfuncionais. Ela enfrentava as provocações da rival Penina e as dificuldades de lidar com a dor da esterilidade.

Mesmo diante de tantas adversidades, Ana não desistiu. Ela orava fervorosamente, derramando sua alma diante de Deus e fazendo um voto sincero: se Deus lhe concedesse um filho, ela o devolveria ao Senhor para servi-Lo por toda a vida. Essa oração não era apenas um pedido pessoal, mas um compromisso com o propósito divino.

Quando Samuel nasceu, Ana cumpriu sua promessa, entregando-o ao sacerdote Eli. Essa entrega simboliza um ponto crucial para todas as mães: o reconhecimento de que os filhos pertencem a Deus e que o maior sonho de uma mãe deve ser que seus filhos cumpram os propósitos do Senhor, não apenas realizem sonhos terrenos.

O exemplo de Ana nos desafia a pensar: quais são os nossos sonhos para os nossos filhos? Será que desejamos apenas conforto, sucesso ou reconhecimento mundano? Ou aspiramos que eles sejam instrumentos para a glória de Deus, líderes espirituais e agentes de transformação no mundo? Ana nos ensina a consagrar nossos filhos a Deus, confiando na soberania divina.

Eunice: A Mãe que Ensina com Fé e Perseverança

Outra mãe que merece destaque é Eunice, mãe de Timóteo, jovem discípulo e colaborador do apóstolo Paulo. Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, elogia a fé sincera que habitava em Eunice e sua mãe, Loide, e que foi transmitida a Timóteo desde a infância.

Eunice compreendeu que a educação cristã começa no lar, muito antes do ensino formal na igreja. Ela não apenas ensinou com palavras, mas viveu a fé, tornando-se um exemplo vivo para seu filho. Paulo reconhece que a fé verdadeira não é apenas ensinada, mas praticada e passada de geração em geração.

Esse ensino desde a infância é fundamental, pois as crianças são como esponjas, absorvendo tudo ao seu redor. A influência dos pais, sobretudo das mães, é decisiva para a formação espiritual e emocional dos filhos. Eunice dedicou-se a ensinar as sagradas letras, a palavra de Deus, que é capaz de tornar sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.

O compromisso de Eunice nos lembra que a fé não é algo que se aprende apenas na igreja ou na escola dominical, mas começa em casa, na convivência diária, no exemplo vivido. A educação cristã é um legado que deve ser transmitido com amor, paciência e perseverança, formando não apenas crentes, mas discípulos comprometidos com a verdade.

A Importância da Soberania de Deus na Vida dos Filhos
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Uma das maiores dificuldades para uma mãe é confiar seus filhos ao cuidado de Deus, especialmente quando o ambiente ao redor parece hostil ou corrompido. Ana enfrentou esse desafio ao entregar Samuel para servir ao sacerdote Eli, mesmo sabendo das falhas do sacerdócio na época.

No cântico de Ana, ela expressa sua confiança na soberania de Deus, reconhecendo que é Ele quem dá e tira a vida, quem exalta e humilha. Essa compreensão é fundamental para toda mãe que deseja entregar seus filhos nas mãos do Senhor, confiando que Ele tem um propósito maior para cada um.

Quando confiamos nossos filhos a Deus, estamos permitindo que a vida deles seja moldada para a glória do Reino e para a expansão da mensagem de salvação. É uma entrega que exige fé, coragem e comprometimento, mas que traz frutos eternos.

O Papel do Lar na Formação Espiritual
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O ensino e a formação espiritual das crianças começam no ambiente familiar. Como Paulo escreveu a Timóteo, é fundamental que os filhos saibam desde cedo as Escrituras que são inspiradas por Deus, úteis para o ensino, repreensão, correção e educação na justiça. Isso prepara o homem de Deus para toda boa obra.

Um dos grandes desafios da atualidade é que muitos jovens perdem a fé ao entrarem na universidade ou na vida adulta, em parte por não terem tido uma base sólida na infância. A influência da família, especialmente da mãe, é decisiva para que esse alicerce seja forte e duradouro.

Além disso, o exemplo é a forma mais eficaz de ensino. Como disse Albert Schweitzer, “um exemplo não é uma forma de ensinar, é a única forma eficaz de ensinar”. A vida da mãe deve ser um espelho limpo, plano e iluminado, para que os filhos possam ver claramente o caminho a seguir.

Desafios e Esperança para as Mães de Hoje
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Vivemos em uma geração onde muitas vezes o mercado e a sociedade disputam a atenção e o coração dos filhos. A pressão por sucesso, conforto e reconhecimento pode desviar o foco do propósito divino. No entanto, o chamado para as mães é para que sejam mulheres de oração, comprometidas com a palavra de Deus, que consagram seus filhos para que sejam usados por Deus nesta geração.

O exemplo de Ana e Eunice nos encoraja a manter a fé e a esperança, mesmo diante das dificuldades. É um chamado para que as mães sejam perseverantes, ensinando, orando e entregando seus filhos para Deus, confiando na sua soberania e no seu amor eterno.

Conclusão
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O valor de uma mãe transcende o papel social e atinge uma dimensão espiritual profunda. Ser mãe é ser guardiã da fé, educadora da esperança e exemplo de amor sacrificial. Ana e Eunice são exemplos bíblicos que nos mostram que a verdadeira maternidade é marcada pela entrega a Deus, pela perseverança na oração e pelo ensino da palavra desde a infância.

Que neste dia das mães, possamos reconhecer e celebrar o papel insubstituível das mães na formação das futuras gerações, e que cada mãe possa renovar seu compromisso de criar filhos para a glória de Deus, sabendo que “as mãos que embalam o berço governam o mundo”. Que Deus abençoe todas as mães com sabedoria, força e fé para cumprir esse papel tão sublime e essencial.

**Referências:**

* Primeiro Samuel 1:18-20
* Segunda Timóteo 1:5; 3:14-17
* Discurso de Abraham Lincoln
* Livro "A Guarda das Fontes" de Peter Marshall

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A Bíblia no Tribunal: O Julgamento Histórico nos Estados Unidos


    A Bíblia Sagrada já esteve no centro de um julgamento jurídico nos Estados Unidos, em um caso singular que ganhou ampla repercussão. O episódio ocorreu no Quarto Distrito Municipal de Nova York e foi concluído em 16 de fevereiro de 1940. O veredicto final confirmou a integridade das Escrituras diante das acusações apresentadas.

A Origem do Processo

    O caso teve início quando uma associação científica cristã, liderada pelo reverendo Harry Rimmer, ofereceu durante 15 anos um prêmio a quem conseguisse demonstrar a existência de pelo menos um erro científico na Bíblia. Esta proposta atraiu a atenção de muitos estudiosos e céticos, gerando um fervoroso debate sobre a relação entre ciência e religião. Em 1939, William Floyd, editor de um jornal e cético convicto, decidiu contestar essa alegação judicialmente, acreditando que a Bíblia poderia, de fato, conter falhas científicas.

Inicialmente, Floyd apresentou 51 supostos erros científicos nas Escrituras, o que provocou grande repercussão na comunidade acadêmica e religiosa. A abordagem de Floyd não se limitava a uma simples crítica, mas buscava embasamento em argumentos científicos que desafiassem a validade dos textos sagrados. Entretanto, à medida que o processo se desenrolava, foi necessário refinar a apresentação de suas alegações. Os argumentos foram reduzidos a cinco principais pontos, que abordavam questões de interpretação e evidências científicas, colocando em cheque a visão infalível atribuída à Bíblia por seus devotos.

    Essa luta entre fé e razão não apenas levantou questões sobre a precisão científica dos textos bíblicos, mas também gerou um intenso debate sobre o papel da religião na formação do conhecimento. O caso se tornou um marco na história do diálogo entre ciência e fé, mesma que os resultados não tenham sido conclusivos para nenhuma das partes envolvidas. O desfecho do processo continuaria a influenciar discussões sobre a relação entre ciência e teologia por várias décadas, refletindo a continua busca humana por entender o mundo à sua volta.:

  1. A criação do mundo – O relato bíblico em Gênesis menciona seis dias para a criação do mundo, enfatizando que cada dia foi marcado por um ato divino de criação. Essa narrativa, rica em simbolismo e significado espiritual, reflete a visão teológica de que Deus tem um papel ativo e intencional na formação do universo e de tudo que nele habita. Por outro lado, a ciência moderna, baseada em extensas evidências e pesquisas, argumenta que o processo de criação do mundo e do universo é muito mais complexo e extenso, levando milhões de anos. Esse entendimento é fundamentado em estudos geológicos, astronômicos e biológicos que ilustram a evolução da Terra e das formas de vida que nela existem. Essa profunda discrepância entre a interpretação literal da Bíblia e as teorias científicas leva a um debate contínuo sobre fé e razão, e provoca reflexões profundas sobre como entendemos a origem do nosso mundo e o papel que diferentes sistemas de crença desempenham nessa busca por explicação.

  2. Ordem da criação – As divergências entre os relatos de Gênesis 1 e 2 sobre a sequência da criação dos animais e do homem têm sido objeto de estudo e debate entre teólogos, estudiosos e leitores da Bíblia. No primeiro capítulo de Gênesis, a narrativa apresenta uma ordem cronológica clara, onde Deus cria primeiro a terra e os mares, seguidos pela vegetação, depois os animais e, finalmente, o ser humano, que é criado à sua imagem e semelhança, como o ápice da criação.

    Por outro lado, no segundo capítulo, a narrativa muda de foco e de estilo, apresentando uma descrição mais íntima e detalhada da criação do homem, que é feito do pó da terra, e logo depois Deus cria os animais, levando-os a Adão para que ele lhes desse nomes. Este relato sugere uma sequência onde o homem é criado antes dos animais, contradizendo a narrativa do capítulo anterior.

    Essas diferenças podem ser interpretadas de várias maneiras. Alguns estudiosos argumentam que os dois relatos servem a propósitos diferentes: Gênesis 1 é uma visão cósmica e majestosa da criação, enquanto Gênesis 2 foca na relação pessoal e direta de Deus com a humanidade. Outros defendem a ideia de que ambas as narrativas podem coexistir, oferecendo perspectivas complementares sobre a criação.

    Essas divergências levantam questões importantes sobre a interpretação das Escrituras e o significado da criação. Elas nos convidam a refletir sobre a relação entre o homem, os animais e a natureza, assim como a nossa responsabilidade como criaturas feitas à imagem do Criador. A discussão continua a ser relevante, não apenas no contexto religioso, mas também nas conversas sobre ética ambiental e nossa interação com o mundo ao nosso redor.

  3. A Arca de Noé – Alegações sobre a impossibilidade de acomodar todos os animais e suprimentos necessários dentro da embarcação têm gerado discussões intensas entre especialistas e ambientalistas. Muitas pessoas se perguntam como uma embarcação poderia suportar a carga de diversas espécies animais, juntamente com os recursos essenciais para sua sobrevivência durante a viagem. A questão torna-se ainda mais complexa quando consideramos o espaço limitado disponível e as necessidades específicas de cada animal, como alimentação, água e abrigo. Além disso, há preocupações com o bem-estar dos animais no transporte, já que a superlotação pode causar estresse e até mesmo ferimentos. Assim, assegurar que todos os animais e suprimentos possam ser acomodados de maneira segura e adequada é uma tarefa desafiadora que exige planejamento cuidadoso e soluções inovadoras.

  4. O milagre das codornizes – A quantidade de aves providenciadas por Deus é um tema que suscita muitas reflexões. Em diversas tradições religiosas, acredita-se que Deus, em sua infinita sabedoria, oferece recursos suficientes para sustentar seu povo. Contudo, surge a questão: o que realmente significa "suficiente"? A capacidade do povo de colhê-las pode estar relacionada não apenas à habilidade física, mas também à sua preparação emocional e espiritual para receber as bênçãos.

    Assim, ao questionar a quantidade de aves disponíveis, devemos também avaliar a responsabilidade e o comprometimento do povo em utilizá-las de forma sábia. Quando Deus envia as aves, isso pode simbolizar oportunidades, momentos de abundância e dádivas que precisamos saber aproveitar. A verdadeira riqueza está na capacidade coletiva de reconhecer e valorizar as bênçãos, não apenas na quantidade delas. Essa troca entre o divino e o humano nos convida a refletir sobre a nossa própria disposição em agir com gratidão e em harmonia com os recursos que nos são dados.

  5. Animais em Levítico 11 – Os supostos equívocos zoológicos na classificação das espécies mencionadas no texto bíblico têm gerado debates entre estudiosos e teólogos. A análise das passagens bíblicas que se referem a animais muitas vezes revela discrepâncias entre a nomenclatura antiga e as categorias modernas de zoologia. Por exemplo, animais como o "unicorn" mencionado em algumas traduções podem ter sido uma interpretação incorreta de uma criatura conhecida na época, mas que não possui equivalência direta nas classificações atuais.

    Outro exemplo é o Leviatã, que na Bíblia é descrito como uma criatura marinha poderosa, mas cuja identificação exata permanece controversa entre os biólogos e estudiosos da Bíblia. Essas questões levantam a importância de considerar o contexto cultural e histórico da época em que os textos foram escritos, assim como as limitações do conhecimento zoológico daquele período.

    Além disso, a classificação de certas aves e mamíferos pode variar entre as traduções, como a confusão entre a “cigarra” e o “gafanhoto”, que são mencionados na Bíblia. Tais confusões podem impactar a interpretação e o entendimento das passagens, levando a diferentes percepções sobre o comportamento e o simbolismo desses animais.

    Portanto, a discussão sobre os equívocos zoológicos nas escrituras sagradas não é apenas uma questão científica, mas também uma oportunidade de aprofundar a análise literária e teológica da Bíblia, explorando como a linguagem e a terminologia evoluíram ao longo dos séculos, além de refletir sobre a relação entre fé e ciência.

O Julgamento e o Veredito

    O julgamento atraiu grande atenção da mídia, sendo amplamente noticiado em jornais, rádios e revistas da época. A controvérsia começou a gerar debates acalorados na sociedade, com diferentes grupos se posicionando a favor ou contra as alegações de William Floyd. Especialistas e acadêmicos foram convocados para analisar as alegações apresentadas por Floyd, e muitos se dedicaram a investigar a relação entre ciência e a interpretação das escrituras.

    Após um longo processo de análise, que incluiu testemunhos, depoimentos e uma vasta revisão de literatura, a corte decidiu que nenhuma das acusações conseguiu provar a existência de erros científicos na Bíblia. Este resultado não apenas marcou um momento decisivo na história legal, como também refletiu um contexto cultural em que as crenças religiosas e a ciência frequentemente se encontravam em conflito. Assim, em 16 de fevereiro de 1940, o tribunal rejeitou todas as objeções e determinou que William Floyd arcasse com as custas do processo, um resultado que, para muitos, simbolizava uma vitória da fé sobre o ceticismo científico. O desfecho do caso provocou discussões contínuas sobre o papel da religião e da ciência na sociedade moderna, permeando o discurso público por muitos anos após o veredito.

O Impacto e a Repercussão

    A decisão foi amplamente divulgada, incluindo publicações na revista Sunday School Times nos meses de junho e julho de 1940. Essa divulgação gerou um intenso debate na comunidade acadêmica e entre os fiéis, pois a questão da relação entre ciência e religião sempre foi um tema polêmico e de grande relevância. Curiosamente, um episódio semelhante havia ocorrido em 1861, quando a Academia Francesa de Ciências listou 51 supostos erros científicos na Bíblia, o que provocou uma onda de questionamentos sobre a veracidade e a interpretação das Escrituras.

    Ao longo dos anos, no entanto, observou-se que essas alegações de erros científicos foram gradualmente deixadas de lado. Cientistas e estudiosos, após a devida reflexão e pesquisa, reconheceram que muitos dos erros apontados baseavam-se em interpretações equivocadas ou em dados incompletos. Com o tempo, a compreensão científica evoluiu, incorporando novas descobertas que muitas vezes corroboram as narrativas bíblicas, ao invés de contradizê-las. Isso reforça a ideia de que, enquanto as teorias humanas e as compreensões científicas evoluem e se transformam, a Bíblia permanece inabalável, oferecendo uma base sólida que resiste às tempestades do tempo e do conhecimento.

    Esse fenômeno de evolução do pensamento científico em relação à religião é um convite à reflexão sobre a natureza do conhecimento e da fé. Ele sugere que a busca pela verdade, tanto em âmbito científico quanto espiritual, é um caminho repleto de complexidades, onde a dialética entre fé e razão pode levar a um maior entendimento do mundo e de nós mesmos. Portanto, ao longo da história, evidências têm mostrado que as Escrituras e a ciência podem coexistir, cada uma enriquecendo a outra enquanto trilham suas respectivas jornadas em busca da verdade.

    O caso exemplifica como a Bíblia tem resistido a desafios ao longo dos séculos, mantendo sua influência e relevância tanto no campo religioso quanto acadêmico.

Fontes e Referências

  • Sunday School Times (edições de junho e julho de 1940)

  • Documentos judiciais do Quarto Distrito Municipal de Nova York (1940)

  • Registros da Associação Científica Cristã liderada por Harry Rimmer

  • Estudos sobre a evolução das interpretações científicas da Bíblia, conforme debatido na Academia Francesa de Ciências (1861)

Bibliologia: A Inspiração Verbal e Plenária das Escrituras

 

A doutrina da Inspiração Verbal e Plenária das Escrituras é um dos pilares centrais da fé cristã, especialmente dentro da teologia ortodoxa. Ela afirma que a Bíblia, em seus manuscritos originais, foi inspirada por Deus de maneira plena e completa, e que cada palavra foi cuidadosamente guiada pelo Espírito Santo. Neste artigo, exploraremos as características, provas e implicações dessa doutrina, bem como sua relação com outros aspectos importantes da Bibliologia.

1. Características da Inspiração Verbal e Plenária

A inspiração verbal e plenária refere-se à crença de que cada palavra das Escrituras foi inspirada por Deus. Isso significa que a mensagem de Deus não está apenas nos conceitos ou ideias gerais, mas também nas próprias palavras escolhidas. As principais características dessa doutrina incluem:

Aplicação aos Manuscritos Originais: A inspiração verbal e plenária se aplica apenas aos textos originais da Bíblia, também conhecidos como "autógrafos". As cópias subsequentes e traduções, embora úteis, podem conter erros de transmissão, mas os manuscritos originais foram infalíveis.

Extensão às Próprias Palavras: A inspiração se estende às palavras específicas utilizadas pelos autores, e não apenas às ideias ou mensagens gerais. Cada palavra foi cuidadosamente supervisionada por Deus.

Supervisão Divina: Deus, como o superintendente do processo de escrita, não ditou palavra por palavra aos autores bíblicos, mas os guiou de maneira que, ao escreverem, usaram suas próprias personalidades e estilos, garantindo a precisão divina.

Inerrância: A inspiração verbal e plenária implica a inerrância das Escrituras, ou seja, que a Bíblia, em seus escritos originais, está livre de erros em todas as suas afirmações, sejam elas de natureza teológica, moral, histórica ou científica.

2. Provas da Inspiração Verbal e Plenária

A doutrina da inspiração verbal e plenária é sustentada por várias passagens bíblicas que confirmam a origem divina das Escrituras. Entre as mais importantes estão:

2 Timóteo 3:16: Aqui, o apóstolo Paulo utiliza o termo grego theopneustos, que significa "soprado por Deus", afirmando que as Escrituras são o produto direto do sopro divino.

2 Pedro 1:20-21: Pedro explica o processo de inspiração ao dizer que os homens que escreveram as Escrituras foram "movidos" ou "carregados" pelo Espírito Santo, descrevendo a ação divina que garantiu a fidelidade dos escritos.

Ordens Específicas para Escrever: Em várias partes do Antigo Testamento, Deus ordena que Suas palavras sejam registradas (Êxodo 17:14; Jeremias 30:2).

Uso de Citações: Jesus e os apóstolos frequentemente citam as Escrituras, confirmando sua autoridade divina (Mateus 15:4; Atos 28:25).

O Uso que Jesus Fez do Antigo Testamento: Jesus reafirma a autoridade do Antigo Testamento em Mateus 5:17, ao dizer que Ele não veio para abolir a lei, mas para cumpri-la, e em João 10:35, onde afirma que "a Escritura não pode falhar".

Afirmações de Autoridade no Novo Testamento: Em passagens como 1 Timóteo 5:18 e 2 Pedro 3:16, o Novo Testamento reconhece outras partes de si mesmo como Escritura, indicando que os autores tinham consciência de que estavam escrevendo a Palavra de Deus (1 Coríntios 2:13).

3. Provas da Inerrância

A inerrância das Escrituras é uma consequência direta da inspiração divina. Algumas evidências a favor da inerrância incluem:

O Caráter de Deus: Como Deus é verdadeiro e incapaz de mentir (João 17:3; Romanos 3:4), é natural que Sua Palavra seja igualmente verdadeira e isenta de erros.

Ensinamentos de Cristo: Jesus confirma a veracidade e permanência das Escrituras, como em Mateus 5:17 e João 10:35, o que implica a inerrância dos textos sagrados.

Argumentos Baseados em Palavras Específicas: Alguns argumentos bíblicos são baseados em uma única palavra, como em Gálatas 3:16 (onde Paulo faz um ponto sobre "descendente", no singular) e Mateus 22:31-32 (onde Jesus usa a forma verbal "sou" para argumentar sobre a ressurreição).

4. Canonicidade

A questão da canonicidade trata da seleção e reconhecimento dos livros que fazem parte da Bíblia. O processo de reconhecimento do cânon foi guiado por Deus e levado a cabo pelas igrejas primitivas. Algumas considerações fundamentais sobre a canonicidade incluem:

Auto-autenticidade da Bíblia: A Bíblia não precisou de concílios eclesiásticos para obter sua autoridade. Esses concílios apenas reconheceram a autoridade inerente que os livros já possuíam.

Critérios de Canonicidade do Novo Testamento: Entre os critérios usados para reconhecer os livros do Novo Testamento estavam:

Apostolicidade: O livro foi escrito por um apóstolo ou sob sua influência?

Conteúdo: O livro possui um caráter espiritual elevado e está de acordo com a fé cristã?

Universalidade: O livro foi amplamente aceito pela igreja?

Inspiração: O livro demonstra evidências internas de inspiração divina?

Formação do Cânon do Novo Testamento: O cânon do Novo Testamento foi reconhecido oficialmente no Concílio de Cartago, em 397 d.C., embora já houvesse consenso entre os cristãos sobre a maioria dos livros antes disso.

5. Iluminação

A doutrina da iluminação refere-se à obra do Espírito Santo em tornar compreensível a verdade das Escrituras. Sem essa ação, os não-salvos são incapazes de entender plenamente a mensagem da Bíblia (1 Coríntios 2:14). Para o crente, o Espírito Santo continua a ensinar e guiar na compreensão da Palavra (João 16:13-15).

6. Interpretação

Finalmente, a interpretação da Bíblia deve ser feita com base em princípios sólidos, como:

Interpretação Histórica e Gramatical: As Escrituras devem ser interpretadas dentro de seu contexto histórico e gramatical, considerando o ambiente em que foram escritas.

Contexto Imediato e Amplo: Deve-se interpretar um texto dentro de seu contexto mais amplo, que inclui o livro em que ele está e a Bíblia como um todo.

Conclusão

A doutrina da Inspiração Verbal e Plenária nos dá confiança na autoridade e inerrância das Escrituras. A Bíblia, como a Palavra de Deus, não apenas comunica Suas verdades eternas, mas também foi preservada e revelada de maneira perfeita. Reconhecer essa doutrina é essencial para a fé cristã, pois confirma a confiabilidade e a suficiência da Bíblia para todas as questões de fé e prática.

Os Salmos Citados No Novo Testamento

 Introdução

Os Salmos são citados com frequência no Novo Testamento, e isso evidencia a importância central desse livro para os autores do Novo Testamento, que o interpretaram muitas vezes de uma forma messiânica. O fato de os Salmos serem citados cerca de oitenta vezes no Novo Testamento reforça como a teologia e as profecias do Antigo Testamento eram vistas como cumpridas em Jesus Cristo. Abaixo, citarei os Salmos foram usados e reinterpretados pelos autores do Novo Testamento, conectando-os com a pessoa e obra de Jesus.

Exemplos de Citações Messânicas dos Salmos no Novo Testamento

SalmosReferências do Novo Testamento

2.1,2Atos 4.25,26
2.7Atos 13.33; Heb. 1.5 e 5.5
4.4Efé. 4.26
5.9Rom. 3.13
8.3 LXXMat. 21.16
8.4-6 LXXHeb. 2.6-8
8.6I Cor. 15.27
10.7Rom. 3.14
14.1-3Rom. 3.10-12
16.8-11Atos 2.25-28
16.10Atos 2.31
16.10 LXXAtos 13.35
18.49Rom. 15.9
19.4Rom. 10.18
22.1Mat. 27.46; Mar. 15.34
22.18João 19.24
22.22Heb. 2.12
24.1I Cor. 10.26
31.5Luc. 23.46
32.1,2Rom. 4.7,8
34.12-16I Ped. 3.10-12
35.19João 15.25
36.1Rom. 3.18
40.6-8Heb. 10.5-7
41.9João 13.18
44.22Rom. 8.36
45.6,7Heb. 1.8,9
51.4Rom. 3.4
53.1-3Rom. 3.10-12
68.18Efé. 4.8
69.4João 15.25
69.9João 2.17; Rom. 15.3
69.22,23Rom. 11.9,10
69.25Atos 1.20
78.2Mat. 13.35
78.24João 6.31
82.6João 10.34
89.20Atos 13.22
91.11,12Mat. 4.6; Luc. 4.10,11
94.11I Cor. 3.20
95.7,8Heb. 3.15; 4.7
95.7-11Heb. 3.7-11
95.11Heb. 4.3; 5
102.25-27Heb. 1.10-12
104.4Heb. 1.7
109.8Atos 1.20
110.1Mat. 22.44; 26.64; Mar. 12.36; 14.62; Luc. 20.42,43; 22.69; Atos 2.34,35; Heb. 1.13
110.4Heb. 5.6,10; 7.17,21
112.9II Cor. 9.9
116.10II Cor. 4.13
117.1Rom. 15.11
118.6Heb. 13.6
118.22Luc. 20.17; Atos 4.11; I Ped. 2.7
118.22,23Mat. 21.42; Mar. 12.10,11
118.25,26Mat. 21.9; Mar. 11.9,10
118.26João 12.13; Mat. 23.39; Luc. 13.35; 19.38
132.11Atos 2.30
140.3Rom. 3.13

Significado das Citações Messiânicas dos Salmos

As múltiplas citações dos Salmos no Novo Testamento demonstram como os primeiros cristãos interpretaram o Antigo Testamento como um conjunto de escrituras que anunciavam a vinda e a obra redentora de Jesus. A partir de uma perspectiva cristã, muitos desses Salmos são vistos como profecias que apontam diretamente para Jesus como o Messias prometido, que cumpriu essas previsões de maneira literal ou tipológica.

Além disso, essas citações ajudaram os primeiros cristãos a estabelecer uma continuidade entre a fé judaica e a nova fé em Cristo. Ao aplicar textos dos Salmos a Jesus, eles estavam mostrando que a história de Israel, as promessas feitas a Davi e as profecias sobre o Messias estavam se cumprindo em Jesus de Nazaré.

Conclusão

Os Salmos desempenham um papel essencial na teologia do Novo Testamento, especialmente no que diz respeito à interpretação messiânica dos textos. Como demonstrado pelas citações listadas, os Salmos não apenas forneceram conforto e inspiração, mas também foram vistos como profecias que encontraram cumprimento em Jesus Cristo, tanto em seu sofrimento quanto em sua exaltação.

INTRODUÇÃO DO LIVRO DE SEGUNDO ESCREVEU JOÃO

 INTRODUÇÃO:

O livro de João contém 21 capítulos, 879 versículos e aproximadamente 18.927 palavras na versão NTLH Ed. 200. Na versão ACF, são cerca de 17.562 palavras, na ARC são 17.424 palavras e na ARA são 17.981 palavras. O tempo médio de leitura na versão ARA é de cerca de 2 horas. O capítulo mais extenso é o 6, com 71 versículos, enquanto os capítulos 2 e 21 são os mais curtos, cada um com 25 versículos. Especificamente, o capítulo 2 é o menor em número de palavras, totalizando 460 na versão ARC.

AUTOR:

O autor do Evangelho de João é tradicionalmente considerado o apóstolo João, filho de Zebedeu. Este ponto de vista é apoiado por Irineu (c. 130-200 d.C.) e confirmado por Eusébio (265-339 d.C.). Embora os Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) frequentemente mencionem João, seu nome não aparece diretamente no Evangelho de João. Além deste Evangelho, João também escreveu três Epístolas e o livro do Apocalipse. Nascido em Betsaida e irmão de Tiago, algumas interpretações sugerem que João poderia ser mais jovem que os outros 11 discípulos. Conhecido inicialmente por seu temperamento vingativo, ambição e intolerância, João se tornou o apóstolo do amor, enfatizando a importância do amor cristão, especialmente em 1 João 4.7. Ele faleceu de causas naturais, vivendo até os 100 anos.

DATA E LOCAL:

O Evangelho de João provavelmente foi escrito por volta de 90 d.C., embora algumas fontes sugiram uma data anterior, em torno de 70 d.C. Não há consenso sobre o local exato de sua redação.

DESTINATÁRIO:

O Evangelho de João foi dirigido principalmente a cristãos não judeus e céticos influenciados pelas filosofias gregas da época, que negavam a verdadeira humanidade de Jesus, reconhecendo apenas Sua divindade. João expressa claramente seu propósito em 20.31: "para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus". Este evangelho visa corrigir visões distorcidas e a descrença, reafirmando a verdadeira identidade de Jesus Cristo.

ESTRUTURA:

O Livro de João está dividido em duas partes principais:

1.     Ministério Público de Jesus (Capítulos 1-12): Nesta seção, o livro destaca o ministério público de Jesus Cristo, abrangendo diversos ensinamentos, milagres e interações com o mundo ao Seu redor.

2.     Ensino aos Discípulos (Capítulos 12-21): A segunda parte se concentra no ensino específico de Jesus aos Seus discípulos, explorando ensinamentos mais diretos e momentos mais íntimos compartilhados com eles.

ABORDAGEM PECULIAR:

     Este é o Evangelho mais teológico entre os quatro. João descreve Cristo em cada capítulo como uma coleção de obras de arte que revelam diferentes aspectos de Seu caráter ou obra. No capítulo 1, Ele é o Filho de Deus (vv. 1-14); no capítulo 2, o Filho do Homem (vv. 1-10); no capítulo 3, o Mestre divino (vv. 2-21); no capítulo 4, o Ganhador de almas (vv. 7-29); no capítulo 5, o Médico dos médicos (v. 8,9); no capítulo 6, o Pão da vida (v. 48); no capítulo 7, a Água da vida (v. 37); no capítulo 8, o Defensor do fraco (vv. 3-11); no capítulo 9, a Luz do mundo (v. 5); no capítulo 10, o Bom Pastor (v. 11); no capítulo 11, o Príncipe da vida (v. 25); no capítulo 12, o Rei (vv. 12-15); no capítulo 13, o Servo (vv. 4,5); no capítulo 14, o Consolador (v. 1); no capítulo 15, a Videira verdadeira (v. 1); no capítulo 16, o Doador do Espírito (vv. 7-15); no capítulo 17, o Grande Intercessor (vv. 1-26); no capítulo 18, o Sofredor (v. 11); no capítulo 19, o Salvador crucificado (v. 18; 3.14); no capítulo 20, o Conquistador da morte (vv. 1-31); e no capítulo 21, o Restaurador do arrependido (vv. 15-17).

ESTATÍSTICAS:

No Evangelho de João, apenas sete eventos são mencionados nos outros Evangelhos: as palavras de João, a última ceia, a unção em Betânia, a paixão, a ressurreição, o milagre da alimentação dos 5.000 e o caminhar sobre a água. João apresenta material exclusivo que não está nos outros Evangelhos. Ele usa a expressão "quem Jesus amava" quatro vezes, faz 175 perguntas (os capítulos 15 e 17 não têm perguntas),[1] menciona 16 profecias do Antigo Testamento cumpridas,[2] 43 novas profecias, e contém 85 versículos com profecias cumpridas[3] e 7 versículos com profecias ainda não cumpridas. Há cerca de 14 referências ao Antigo Testamento[4] e a palavra "vida" aparece 36 vezes.[5]

OS “EU SOU” DE JESUS NO EVANGELHO DE JOÃO:

Os "Eu Sou" de Jesus no Evangelho de João são afirmações poderosas sobre Sua natureza e missão. Ele se descreve como:

  • "O pão da vida" (João 6.35, 48, 51), oferecendo sustento espiritual.
  • "A luz do mundo" (João 8.12), trazendo clareza divina.
  • "A porta" (João 10.7, 9), o caminho para a comunhão com Deus.
  • "O bom pastor" (João 10.11, 14-15), expressando Seu cuidado amoroso.
  • "A ressurreição e a vida" (João 11.25), oferecendo esperança e vida eterna.
  • "O caminho, a verdade e a vida" (João 14.6), revelando a conexão verdadeira com Deus.
  • "A videira verdadeira" (João 15.1, 5), simbolizando a ligação espiritual com os crentes.

Essas declarações refletem a profunda compreensão de Jesus sobre Sua missão e divindade.

MILAGRES NO EVANGELHO DE JOÃO:

Os milagres de Jesus, conforme registrados no Evangelho de João, demonstram Seu poder e divindade:

1.     Transformação da água em vinho (João 2.1-11): Seu primeiro milagre, mostrando autoridade sobre a natureza.

2.     Cura do filho de um funcionário público (João 4.43-54): Cura à distância, destacando Seu poder sobre doenças.

3.     Cura de um paralítico (João 5.1-18): Cura de um homem paralisado há 38 anos, mostrando domínio sobre a saúde.

4.     Alimentação de uma multidão (João 6.1-15): Multiplicação dos pães e peixes, demonstrando capacidade de prover.

5.     Caminhada sobre a água (João 6.16-21): Andar sobre as águas, revelando controle sobre as forças naturais.

6.     Cura de um homem cego (João 9.1-41): Restauração da visão, evidenciando luz espiritual e física.

7.     Ressurreição de Lázaro (João 11.1-44): Ressurreição de Lázaro, manifestando poder sobre a morte.

Esses milagres são apresentados como sinais da identidade divina de Jesus, convidando as pessoas a crerem Nele (João 20.30-31).

TÍTULOS E DESIGNÇÕES DE JESUS NO EVANGELHO DE JOÃO:

O Evangelho de João, destacando-se entre os outros Evangelhos, revela Jesus Cristo através de muitos nomes e títulos divinos. Nenhum outro Evangelho apresenta tantas designações para Jesus. Vamos explorar alguns desses títulos importantes:

1.     Verbo divino (João 1.1)

2.     Criador de todas as coisas (João 1.3)

3.     Luz verdadeira (João 1.9)

4.     Deus Unigênito (João 1.18)

5.     Cordeiro de Deus (João 1.29)

6.     Filho de Deus (João 1.34)

7.     Messias (João 1.41)

8.     Jesus de Nazaré (João 1.45)

9.     Rei de Israel (João 1.49)

10.                       Filho do Homem (João 1.51)

11.                       Transformador da água em vinho (João 2.1-12)

12.                       Purificador do templo (João 2.13-21)

13.                       Mestre divino (João 3.1-2)

14.                       Filho Unigênito de Deus (João 3.16, 18)

15.                       Fonte de água viva (João 4.14)

16.                       Salvador do mundo (João 4.42)

17.                       Juiz dos vivos e dos mortos (João 5.22-30)

18.                       Pão Vivo do céu (João 6.41)

19.                       Pão da vida (João 6.48)

20.                       Água viva (João 7.37-38)

21.                       Luz do mundo (João 8.12)

22.                       Libertador de Israel (João 8.31-36)

23.                       Restaurador da vista aos cegos (João 9.1-7)

24.                       Porta das ovelhas (João 10.7)

25.                       Bom Pastor (João 10.11)

26.                       Ressurreição e Vida (João 11.25)

27.                       Bendito Rei de Israel (João 12.13-14)

28.                       Servo lavando os pés dos discípulos (João 13.1-20)

29.                       Caminho, Verdade e Vida (João 14.6)

30.                       Videira verdadeira (João 15.1)

31.                       Vencedor do mundo (João 16.33)

32.                       Sumo Sacerdote intercessor (João 17.1-26)

33.                       Mestre traído e negado (João 18.1-27)

34.                       Salvador crucificado (João 19.1-37)

35.                       Salvador ressuscitado (João 20.1-17)

36.                       Senhor Deus (João 20.28)

37.                       Cristo (João 20.31)

38.                       Restaurador do discípulo arrependido (João 21.1-19)

Também se destaca entre os outros, fazendo nove afirmações da união de Cristo com o Pai.

1.     O Filho não pode fazer nada sozinho (João 5.17,19; 8.18).

2.     Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma (João 5.30).

3.     Eu não busco a minha vontade, mas sim a vontade do Pai (João 5.30; 6.38).

4.     Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou (João 7.16; 8.26,38).

5.     Nada faço por mim mesmo (João 8.28).

6.     Eu faço sempre o que lhe agrada (João 8.29).

7.     Eu vim de Deus, não de mim mesmo (João 8.42; 16.28).

8.     Eu não busco a minha glória (João 8.50,54).

9.     As palavras que lhes digo não as digo de mim mesmo, mas do Pai, que me mandou dizê-las (João 10.25,37,38; 14.10,11).

 



[1] Perguntas: cap. 1,19-22 (6 perguntas),25,38, (3 perguntas), 46,48,50; cap.2.4,18,20; cap.3.4 (2 perguntas),9,10,12: cap. 4.9,11,12, no verso 27(2), 29,33,35; cap. 5.6,12,44,47; cap. 6.5,9,25,verso 30(2),verso 42(2),52,60,61,62,67,68,70; cap. 7.11,15,18,19,20,23,26,31,verso 35(2),36,no versos 41-52(7); cap. 8.5,verso 10(2),19,22,25,33,43, verso 46(2),48; verso 53(2),57; cap. 9.2,8,10,12,16,17,verso 19(2),versos 26-27(4),34,35,36,40; cap. 10.20,21,24,32,34,36; cap. 11. 8,9,26,34,37,40,47,56; cap. 12.5,19,verso 27(2),verso 34(2),verso 37(2); cap. 13.6,12,25,36,37,38; cap. 14.5verso 9(2),10, 22; 16. cap. 16,17,18,19,31; cap. 18.4,6,11,17, versos 21-23(3), 29,33,34,verso 35(2),37,38,39; cap. 19. 9,10,12,15; cap. 20. 13, verso 15(2),29; cap. 21.5,12,15,16,verso 17(2), 20,21,22,23.

[2] João 1.23a "Eu sou a voz do que clama no deserto: ..." Is 40.3; João 2.17c, "...O zelo da tua casa me devorará". Sl 69.9; João 6.45a "Está escrito nos profetas: "E serão todos ensinados por Deus"..." Is 54.13; Jr 31.34; João 7.45 "Não diz a Escritura que o "Cristo vem da descendência de Davi e de Belém, da aldeia de onde era Davi? Is 11.1,10; Jr 23.5; Mq 5.1,2; João 12.13 "Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em nome do Senhor! ..." Sl 118.25,26; João 12.15 "Não temas, ó filha de Sião! Eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta". Zc 9.9; João 12.38 "para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: "Senhor, quem creu na nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor?" Is 53.1; João 12.40 "Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração,..." Is 51.1; João 13.18b "... para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo levantou contra mim o seu calcanhar". Sl 41.9; João 15.35c ".... Aborreceram-me sem causa". Sl 35.19; 69.4; cf. Sl 109.3; 119.161; João 17.12 conf. Sl 41.9; 69.25-29; 109.8; Atos 1.20-25; João 19.24a conf. Sl 22.18; João 19.28a conf. Sl 69.21; João 19.36-37 conf. Êxodo 12.46; Números 9.12; Sl 34.20, verso 37 conf.Sl22 .16 ; Zc12 .10 ; cf.Ap1 .7 ; Jo20 .9a conf.Sl16 .10 ,11.

[3] Profecia cumprida – João 1.29,50-51; 2.19. Veja o versículo 22 e Mateus 28.6,7,9; 1 Coríntios 15.3,4; João 3.14 confirma Números 21.9; João 8.28; 12.32,34; 1 Pedro 2.24). João 3.30; João 4.21a, 50; João 5.20b,25a, não cumprida 28,43a; sendo cumprida João 6.35a,37a,39a,44, e será completamente cumprida na ressurreição dos justos, 1 Tessalonicenses 4.16; 1 Coríntios 15.23.51-58; cumprida e sendo cumprida João 6.50, o verso 53, e será completamente cumprida na ressurreição dos justos, João 6.62a; João 7.33a,37b; João 8.21a; João 10.14a; João 11.49b; João 12.23.

[4] João 1.23 (João), Isaías 40.3. João 2.17 (Jesus), Salmo 69.9. João 6.31 (Judeus), Salmo 78.24-25. João 6.45 (Jesus), Isaías 54.13. João 10.34 (Jesus), Salmo 82.6. João 12.13 (Povo Judeus) Salmo 118.25-26. João 12.15 (Jesus), Zacarias 9.9. João 12.38 (João), Isaías 53.1. João 12.40 (Jesus), Isaías 6.9-10. João 13.18 (Jesus), Salmo 41.9. João 15.25 (João), Salmos 35.19. João 19.24 (Marcos), Salmo 22.18. João 19.36 (João). Êxodo 12.46; Números 9.12; Salmos 34.20. João 19.37 (João), Zacarias 12.10.

[5] Jo 1.4 Jo 3.15 Jo 3.16 Jo 3.36 Jo 4.14 Jo 4.36 Jo 5.24 Jo 5.26 Jo 5.29 Jo 5.39 Jo 5.40 Jo 6.27 Jo 6.33 Jo 6.35 Jo 6.40 Jo 6.47 Jo 6.48 Jo 6.51 Jo 6.53 Jo 6.54 Jo 6.63 Jo 6.68 Jo 8.12 Jo 10.10 Jo 10.11 Jo 10.15 Jo 10.17 Jo 10.28 Jo 11.25 Jo 12.25 Jo 12.50 Jo 13.37 Jo 13.38 Jo 14.6 Jo 15.13 Jo 17.2 Jo 17.3 Jo 20.31