ÍNDICE

Suicídio



Existem muitas mais pessoas tentando o suicídio a cada ano.

Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo.

O suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.

79% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda.

Os suicídios aumentaram 12% em quatro anos, de 2016-2020, segundo dados do Ministério da Saúde.

Precisamos agir de forma rápida com oração e ação.

A Região Sul apresenta 23% dos casos, embora responda por 14% da população brasileira.

No Sudeste, região que concentra 42% da população, foram registrados 38% dos suicídios no País.

A cada período de 30 a 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo e, no Brasil, isso ocorre a cada 45 minutos. A taxa no Brasil é de 5,6 casos a cada 100 mil habitantes.

Estima-se que no Brasil, 12 milhões de pessoas estejam em depressão (uma a cada 17 pessoas, aproximadamente).

As pessoas podem tentar ou cometer suicídio por diversos motivos.


    Para se libertar de uma situação de extrema aflição, para a qual acham que não há solução, algumas pessoas podem chegar a estados psicóticos, fora da realidade, sentindo-se perseguidas e sem alternativa de fuga. Em momentos de profunda depressão, acreditando que a vida não vale a pena devido a uma doença física incurável, ou sentindo-se desesperançadas por serem portadoras de um transtorno de personalidade, algumas pessoas podem atentar contra a própria vida num impulso de raiva ou como um apelo por atenção.

    Embora haja relatos na Bíblia de pessoas que, em momentos de crise emocional, pediram a Deus para morrer, nunca intentaram contra sua própria vida. Um exemplo é Elias, conforme descrito em 1 Reis 19. A Bíblia relata um episódio em que o profeta Elias é ameaçado de morte pela rainha Jezabel, após ter matado os profetas de Baal. No versículo 4, Elias expressa a Deus o desejo de morrer: “Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais”.

MOISÉS

    Escolhido como libertador do povo de Israel da dominação egípcia, Moisés se entristeceu com o pecado de seu povo. Em outras ocasiões, Moisés se queixou da ingratidão da multidão, que reclamava copiosamente. Em Êxodo 32.32, diante do pecado dos israelitas, Moisés chega a pedir a Deus que o risque de Seu livro. No entanto, por várias vezes, o Senhor o confortou ao longo de sua árdua jornada.



    Conhecido tanto por sua paciência quanto pelas aflições sofridas no texto do Antigo Testamento, Jó sofreu com a grande perda de seus bens, de sua saúde e dos dez filhos de uma só vez. Ele ainda precisou lidar com comentários negativos da esposa e dos amigos. Em várias partes, Jó destrincha sua dor diante do quadro que vive e chega a amaldiçoar o dia do seu nascimento, questionando por que não morreu ainda na madre (Jó 3:11).


JEREMIAS

    Considerado o "profeta chorão", Jeremias lutou com grande solidão, sentimentos de derrota e insegurança. Chamado para pregar, ele foi impedido de casar e ter filhos e conviveu com a constante rejeição por parte das pessoas. Assim como Jó, ele amaldiçoou o dia em que nasceu e lamentou que saiu da madre para que seus dias "se consumam na vergonha" (Jeremias 20:18).


JONAS

   Jonas, após pregar para Nínive, pediu a Deus que tirasse sua vida devido à frustração. Moisés, líder libertador de Israel, também enfrentou momentos de tristeza diante do pecado de seu povo, chegando a pedir para ser riscado do livro de Deus. Jó, conhecido por suas aflições, perdeu seus bens, saúde e filhos, amaldiçoando o dia de seu nascimento. Jeremias, o "profeta chorão", experimentou solidão, derrota e rejeição, chegando a amaldiçoar o dia em que nasceu.

    Esses relatos destacam a realidade das lutas emocionais mesmo entre aqueles que têm uma fé profunda. O texto também menciona a importância de entender a depressão como uma doença que requer tratamento, separando-a da ideia equivocada de que ser cristão impede o sofrimento. Betânia Lima comenta sobre o suicídio, enfatizando a necessidade de compreender a gravidade da depressão e oferecer apoio, tratamento médico e amor.

    Em resumo, até os fiéis servos de Deus enfrentaram desafios emocionais significativos, mas ressalta a importância de reconhecer a natureza patológica da depressão e oferecer suporte adequado para superar esses momentos difíceis.

SAUL

    O primeiro rei de Israel, Saul, enfrentou uma série de desafios e tormentos ao longo de seu reinado. Constantemente atormentado por um espírito mal enviado por Deus, Saul encontrava alívio quando Davi tocava sua harpa. No entanto, em uma batalha contra os filisteus, Saul viu seus três filhos serem mortos, e ele próprio, gravemente ferido por uma flecha, temeu cair nas mãos dos inimigos. Diante dessa situação desesperadora, Saul optou por tirar a própria vida.

Aitofel

    Aitofel, conselheiro de Davi, e como seu caráter traidor o levou ao desespero, culminando em seu suicídio por enforcamento, conforme relatado em 2 Samuel 17.23. Esse episódio destaca as consequências trágicas que a traição e as escolhas morais podem ter sobre a vida das pessoas.

 Zinri

    Zinri para chegar ao poder, conforme relatado em 1 Reis 16.18. No entanto, após alcançar o poder, ele enfrentou circunstâncias difíceis e foi eventualmente abandonado. Esse evento destaca as instabilidades políticas e as consequências que podem resultar de ações ambiciosas e traiçoeiras.

JUDAS ISCARIOTES

    A narrativa destaca o trágico destino de Judas Iscariotes, discípulo de Cristo, cujo nome ficou marcado pela traição. Após perceber o peso de sua ação ao entregar Jesus por 30 moedas, Judas devolve o dinheiro, experimentando profundo remorso, culminando em sua decisão de se enforcar.

    Gary Stuart destaca que as pessoas que cometem suicídio frequentemente experimentam sentimentos obsessivos de desamparo, falta de esperança e desvalorização. A ausência do Espírito Santo, que é o Consolador da alma, pode contribuir para esse estado de sofrimento. O versículo João 14:26 é mencionado para enfatizar o papel consolador do Espírito Santo na vida das pessoas.

    Hernandes Dias Lopes argumenta que o suicídio é um gesto de incredulidade, destacando que o suicida deixa de crer na capacidade de Deus para socorrer em todas as situações. Ele sugere que os que cometem suicídio muitas vezes estão em desobediência a Deus e sem comunhão com Ele.
    A ausência de Deus é associada a um vazio profundo na humanidade, e somente Deus, por meio do Espírito Santo, pode satisfazer a alma humana. É ressaltado que, mesmo em momentos difíceis, a fé em Deus é crucial, pois Ele tem o controle do universo e pode tirar as pessoas de situações aparentemente sem solução. A importância de buscar ajuda e conforto em Deus, bem como no apoio de outras pessoas, é enfatizada.

    Versículos bíblicos são citados para reforçar a mensagem de consolação, como 2 Coríntios 1:3-4, Salmos 94:19, Salmos 118:5 e Romanos 15:5. Esses versículos destacam a capacidade de Deus para consolar, ouvir as súplicas na angústia e conceder paciência e conforto.

conclusão:

Inabalável capacidade de Deus para nos restaurar, enfatizando que não há situação na vida que Ele não possa superar. O amor de Deus é comparado ao amor de um pai e de uma mãe, considerados como o maior amor do mundo, conforme mencionado no Salmo 27:10. Essa afirmação ressalta a amplitude e intensidade do amor divino como uma fonte constante de consolo e restauração.


 



ALIANÇA NO CASAMENTO

O Anel da Aliança - Símbolo de Compromisso e Amor

O anel, um pequeno círculo de metal, carrega em sua simplicidade um peso simbólico que atravessa séculos, culturas e tradições. Na história da humanidade, ele é mais do que um adorno: é um testemunho de compromisso, um selo de juramentos e um lembrete constante de promessas feitas diante de Deus, dos homens e do próprio coração. Este capítulo explora o significado da aliança, com foco em seu papel no casamento, sua relevância histórica e bíblica, e sua ressonância emocional e cultural, enriquecida por perspectivas antropológicas, psicológicas e teológicas.

O Anel na História Bíblica: Um Selo de Autoridade e Compromisso

Na Bíblia, o anel é frequentemente associado à autoridade, confiança e compromisso. Em Gênesis 41:42, o Faraó entrega a José seu anel-sinete, simbolizando a transferência de poder e a confiança depositada nele para governar o Egito. Da mesma forma, em Ester 3:10-12, o rei Assuero concede seu anel a Hamã, selando decretos com autoridade real. Em Daniel 6:17, o anel do rei e de seus nobres é usado para selar a cova dos leões, garantindo que nada seja alterado. Já em Lucas 15:22, na parábola do filho pródigo, o pai coloca um anel no dedo do filho que retorna, simbolizando restauração, aceitação e amor incondicional.

Esses textos revelam que, nos tempos bíblicos, o anel funcionava como uma “assinatura” pessoal, um símbolo de identidade e compromisso. Estudos de arqueologia bíblica, como os de William Albright, confirmam que anéis-sinete eram comuns no Antigo Oriente Próximo, usados por reis e nobres para autenticar documentos e selar acordos (Albright, 1960). No contexto bíblico, o anel transcende o material, representando um vínculo sagrado, seja com uma pessoa, uma nação ou com Deus.

A Aliança no Casamento: Um Símbolo Universal

No contexto do casamento, a aliança é um símbolo universal de compromisso, amor e fidelidade. Tradicionalmente usada no dedo anelar da mão esquerda – uma prática que remonta aos romanos, que acreditavam que a vena amoris (veia do amor) conectava esse dedo diretamente ao coração –, a aliança serve como um lembrete constante do voto matrimonial. Embora não haja evidências anatômicas de tal veia, a ideia persiste como uma metáfora poderosa.

Pesquisas recentes em neurociência sugerem que o uso de um anel no dedo anelar pode, de fato, ter um efeito psicológico. Um estudo publicado no Journal of Cognitive Psychology (2019) explora como objetos táteis, como anéis, podem atuar como “gatilhos sensoriais”, estimulando o córtex somatossensorial e reforçando memórias associadas ao compromisso. O contato constante do metal com a pele cria uma sensação sutil que mantém o usuário consciente do objeto e, por extensão, do juramento que ele representa. Embora o ouro seja frequentemente associado a esse efeito devido à sua durabilidade e valor, o material – seja prata, cobre ou platina – é secundário ao significado atribuído pelo usuário.

Antropologicamente, o uso da aliança varia entre culturas. Em países ocidentais, como Brasil e Estados Unidos, é comum que ambos os cônjuges usem alianças, geralmente de ouro ou prata. Em algumas culturas asiáticas, como na Índia, o anel pode ser substituído por outros símbolos, como pulseiras ou colares (mangalsutra), mas a função permanece a mesma: sinalizar um compromisso público. Em contraste, em certas comunidades africanas, como os Maasai, o compromisso matrimonial pode ser marcado por adornos temporários ou rituais, sem a necessidade de um anel permanente (Hodgson, 2001).

O Significado da Aliança: Além do Metal

A aliança, em sua essência, é um símbolo do compromisso assumido diante de Deus, da sociedade e do parceiro. Teologicamente, o casamento cristão é visto como uma aliança sagrada, espelhando o pacto entre Deus e Seu povo (Malaquias 2:14). O anel, portanto, torna-se um testemunho visível desse juramento, um lembrete diário de que o amor exige fidelidade, sacrifício e perseverança.

No entanto, o valor da aliança depende da intenção de quem a usa. Como observado em estudos de psicologia social, objetos simbólicos só têm poder quando associados a crenças e valores pessoais (Goffman, 1959). Um anel pode ser de ouro puro, mas sem o compromisso do coração, é apenas um adorno. Por outro lado, mesmo um anel simples, de cobre ou prata, pode carregar um significado profundo se usado com orgulho e devoção.

A frase “Use com orgulho a sua aliança” reflete essa ideia. É um convite para que o usuário proclame ao mundo seu compromisso de amor, não como uma “cafonice”, mas como uma declaração de felicidade e fidelidade. Quando questionado sobre o anel, o usuário pode responder com simplicidade e convicção: “Sou casado, amo e sou amado, e acima de tudo sou feliz com quem me casei até que a morte nos separe.” Essa resposta encapsula o propósito da aliança: não apenas lembrar o indivíduo de seu voto, mas também testemunhar publicamente a beleza de um amor comprometido.

A Aliança na Vida Moderna: Desafios e Reafirmações

Na sociedade contemporânea, o uso da aliança enfrenta desafios. A crescente aceitação de relacionamentos não tradicionais e a valorização da individualidade levaram alguns casais a questionar a necessidade de símbolos como o anel. Um estudo do Pew Research Center (2020) indica que, em alguns países ocidentais, cerca de 20% dos casais optam por não usar alianças, seja por preferência estética, desconforto físico ou rejeição de convenções tradicionais.

Apesar disso, a aliança permanece um símbolo poderoso para muitos. Em um mundo marcado por mudanças rápidas e incertezas, o anel oferece uma âncora emocional, um lembrete de que o amor pode ser constante. Histórias de casais que renovam seus votos ou substituem alianças desgastadas pelo tempo ilustram a resiliência desse símbolo. Em algumas tradições, como nas bodas de prata ou ouro, o casal troca novas alianças, reforçando o compromisso após décadas de vida compartilhada.

Conclusão: Um Círculo de Amor Eterno

O anel da aliança é mais do que um objeto: é um símbolo vivo, um testemunho de amor, compromisso e fé. Desde os tempos bíblicos, quando selava decretos reais, até os dias atuais, quando adorna o dedo de casais apaixonados, o anel carrega a promessa de um vínculo que transcende o tempo. Seja de ouro, prata ou cobre, seu verdadeiro valor reside no coração de quem o usa – um coração que escolhe amar, honrar e permanecer fiel, “até que a morte os separe”.

Que cada aliança seja usada com orgulho, como um grito silencioso ao mundo: “Eu fiz um voto, e esse voto é minha alegria.” Que ela seja um lembrete diário de que o amor, quando cultivado com intenção e devoção, é uma das maiores forças da existência humana.



Referências Bibliográficas

Albright, W. F. (1960). The Archaeology of Palestine. Baltimore: Penguin Books.

Bíblia Sagrada. (s.d.). Gênesis 41:42, Ester 3:10-12, Daniel 6:17, Lucas 15:22, Malaquias 2:14. Tradução João Ferreira de Almeida.

Goffman, E. (1959). The Presentation of Self in Everyday Life. New York: Anchor Books.

Hodgson, D. L. (2001). Once Intrepid Warriors: Gender, Ethnicity, and the Cultural Politics of Maasai Development. Bloomington: Indiana University Press.

Journal of Cognitive Psychology. (2019). “Tactile Stimuli and Memory Reinforcement”. Vol. 31, Issue 4.

Pew Research Center. (2020). “Changing Attitudes Toward Marriage and Symbols”. Disponível em: pewresearch.org.

O Reflexo do Tempo - O Relacionamento entre Filho e Pai

O relacionamento entre filho e pai é uma jornada complexa, marcada por admiração, confronto, distanciamento e, frequentemente, uma reconciliação profunda. Diferentemente do vínculo materno, que muitas vezes é associado à nutrição emocional, o relacionamento com o pai tende a ser percebido como um espelho de autoridade, exemplo e, com o tempo, vulnerabilidade humana. Este capítulo explora os estágios desse relacionamento, adaptando a perspectiva dos filhos sobre o pai em diferentes idades, enriquecida por estudos psicológicos, sociológicos e antropológicos, para oferecer uma visão abrangente dessa conexão dinâmica.
Infância (4-5 anos): O Pai Heróico
Na infância, o pai é frequentemente visto como um herói invencível. Aos 4 ou 5 anos, a criança enxerga o pai como uma figura de força, capaz de consertar qualquer coisa, proteger contra perigos e responder às curiosidades do mundo. Segundo a teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget, nessa fase pré-operacional, a criança constrói imagens idealizadas das figuras parentais, e o pai, em particular, é associado a poder e segurança (Piaget, 1952). A teoria do apego de John Bowlby também sugere que, embora a mãe seja frequentemente a “base segura” primária, o pai desempenha um papel complementar, incentivando a exploração e a confiança (Bowlby, 1969).
Culturalmente, essa visão heroica do pai é reforçada em diversas tradições. Em sociedades patriarcais, como as descritas em estudos antropológicos da África Subsaariana, o pai é o guardião da linhagem e da honra familiar, uma figura quase mitológica (Radcliffe-Brown, 1952). Essa idealização cria uma base de admiração, mas também estabelece expectativas elevadas para o futuro.
Pré-adolescência (12 anos): As Primeiras Dúvidas
Por volta dos 12 anos, na pré-adolescência, a imagem heroica do pai começa a ser questionada. A criança, agora mais consciente das limitações humanas, percebe que o pai não é infalível. Esse período, descrito por Erik Erikson como o conflito entre “indústria versus inferioridade”, é marcado por um desejo de autonomia e pela comparação do pai com outras figuras de autoridade, como professores ou ídolos culturais (Erikson, 1950). Pequenos conflitos, como discordâncias sobre regras ou expectativas, começam a surgir.
Pesquisas contemporâneas, como um estudo do Journal of Child and Family Studies (2020), indicam que a pré-adolescência é um momento em que os filhos começam a perceber discrepâncias entre o comportamento do pai e os valores que ele prega, o que pode levar a questionamentos sobre sua credibilidade. No entanto, o pai ainda é uma referência central, especialmente em questões práticas, como hobbies ou habilidades manuais.
Adolescência (15 anos): O Pai Distante
Aos 15 anos, na adolescência plena, o relacionamento com o pai pode atingir um ponto de tensão significativa. O filho, imerso no conflito entre “identidade versus confusão de papéis” (Erikson, 1950), frequentemente enxerga o pai como rígido, desatualizado ou desconectado de suas realidades. As tentativas do pai de impor autoridade podem ser recebidas com rebeldia, e sua opinião é muitas vezes descartada como irrelevante. Esse distanciamento é particularmente pronunciado em culturas ocidentais, onde a independência individual é valorizada (Hofstede, 2001).
A psicanálise oferece uma lente para entender essa fase. Segundo Sigmund Freud, a adolescência é um momento de resolução do complexo de Édipo, onde o filho, especialmente o menino, pode entrar em conflito com o pai como uma forma de afirmar sua identidade (Freud, 1923). Estudos modernos, como os publicados no Journal of Youth and Adolescence (2019), sugerem que o envolvimento ativo do pai – como passar tempo juntos ou compartilhar interesses – pode atenuar esse distanciamento, mas a percepção de “desconexão” permanece comum.
Juventude (18 anos): O Pai Antiquado
Na juventude, aos 18 anos, o filho tende a ver o pai como antiquado, alguém que não acompanha as mudanças rápidas do mundo moderno. A revolução digital e as transformações sociais amplificam essa percepção, com jovens sentindo que os pais não entendem as pressões de carreiras instáveis ou a cultura online. Um relatório do Pew Research Center (2021) destaca que 65% dos jovens adultos relatam sentir que seus pais estão “desatualizados” em relação à tecnologia e às normas sociais.
Apesar disso, essa fase marca o início de uma transição. À medida que o jovem enfrenta desafios como independência financeira ou escolhas acadêmicas, ele pode começar a reconhecer, ainda que relutantemente, o valor das lições práticas do pai, como responsabilidade ou perseverança. O pai, por sua vez, pode buscar novas formas de se conectar, como apoiar os projetos do filho ou compartilhar experiências pessoais.
Adulto Jovem (25 anos): A Redescoberta do Exemplo
Aos 25 anos, o adulto jovem começa a enxergar o pai como uma figura de exemplo, alguém cujas escolhas e sacrifícios começam a fazer sentido. As experiências de vida – como o início de uma carreira, relacionamentos sérios ou paternidade – revelam a relevância das lições paternas. A teoria da hierarquia de necessidades de Abraham Maslow sugere que, nessa fase, o indivíduo busca “autorealização”, integrando valores aprendidos com os pais para construir uma identidade sólida (Maslow, 1943).
Estudos longitudinais, como os do National Institute of Child Health and Human Development (2022), mostram que adultos jovens frequentemente relatam uma maior apreciação pelo pai após enfrentarem adversidades, como crises financeiras ou rupturas amorosas. Essa reconexão é muitas vezes marcada por conversas mais abertas, onde o filho busca entender as motivações e lutas do pai.
Adulto Maduro (35 anos): O Pai como Parceiro
Na adulthood madura, aos 35 anos, o pai se torna um parceiro valioso. O filho, agora mais estabelecido, busca a opinião do pai em decisões importantes, como investimentos, criação de filhos ou mudanças profissionais. A teoria da “geratividade” de Erikson destaca que, nessa fase, o indivíduo deseja deixar um legado, e o pai, com sua experiência, torna-se um guia nesse processo (Erikson, 1950).
Um estudo publicado no Journal of Marriage and Family (2021) indica que o relacionamento entre pais e filhos adultos frequentemente evolui para uma relação de mutualidade, onde o filho oferece apoio emocional ou prático ao pai, especialmente em contextos de envelhecimento. Essa parceria fortalece o vínculo, transformando-o em uma troca equilibrada.
Meia-idade (45 anos): Reflexões sobre o Legado Paterno
Aos 45 anos, na meia-idade, o filho reflete profundamente sobre o impacto do pai em sua vida. As escolhas do pai, seus sucessos e falhas, ganham novo significado à luz das próprias experiências do filho. A psicologia da narrativa, conforme proposta por Dan McAdams, sugere que, nessa fase, os indivíduos constroem uma “história de vida” coerente, na qual o pai é uma figura central, seja como inspiração ou como lição de superação (McAdams, 1993).
Em culturas como a latino-americana, onde o respeito pelos mais velhos é enfatizado, o pai pode assumir o papel de patriarca, guiando a família em momentos de crise (Torres, 2007). Essa reflexão é frequentemente intensificada por mudanças de vida, como a aposentadoria ou o nascimento de netos, que aproximam pai e filho.
Velhice (65 anos): A Saudade do Companheiro
Na velhice, aos 65 anos, o filho frequentemente enfrenta a ausência do pai, seja pela distância física ou pela perda. A saudade de suas histórias, conselhos e presença torna-se uma constante. Estudos sobre luto, como os de Elisabeth Kübler-Ross, indicam que a perda do pai pode levar a uma reavaliação das memórias compartilhadas, muitas vezes com um senso de gratidão pelas lições aprendidas (Kübler-Ross, 1969).
Quando o pai ainda está presente, a fragilidade da velhice pode inverter os papéis, com o filho assumindo o cuidado. Em tradições confucionistas, por exemplo, cuidar do pai idoso é um ato de piedade filial, um reflexo de respeito e amor (Confúcio, Analectos, séc. V a.C.). Essa fase, embora desafiadora, é uma oportunidade de retribuir o cuidado recebido ao longo da vida.
Conclusão: Um Espelho do Tempo
O relacionamento entre filho e pai é uma jornada de transformação, marcada por admiração, confronto e reconciliação. Cada estágio reflete o crescimento do filho e a capacidade do pai de servir como modelo, guia e, com o tempo, um companheiro humano e falível. Como um espelho que reflete o passar dos anos, esse vínculo molda identidades, valores e memórias, deixando um legado que transcende gerações.
Referências Bibliográficas
• Bowlby, J. (1969). Attachment and Loss: Vol. 1. Attachment. New York: Basic Books.
• Confúcio. (séc. V a.C.). Analectos. Tradução moderna por D.C. Lau, 1979.
• Erikson, E. H. (1950). Childhood and Society. New York: W.W. Norton & Company.
• Freud, S. (1923). The Ego and the Id. London: Hogarth Press.
• Hofstede, G. (2001). Culture’s Consequences: Comparing Values, Behaviors, Institutions and Organizations Across Nations. Thousand Oaks: Sage Publications.
• Kübler-Ross, E. (1969). On Death and Dying. New York: Macmillan.
• Maslow, A. H. (1943). “A Theory of Human Motivation”. Psychological Review, 50(4), 370–396.
• McAdams, D. P. (1993). The Stories We Live By: Personal Myths and the Making of the Self. New York: Guilford Press.
• Piaget, J. (1952). The Origins of Intelligence in Children. New York: International Universities Press.
• Radcliffe-Brown, A. R. (1952). Structure and Function in Primitive Society. London: Cohen & West.
• Torres, J. B. (2007). Familia y Cultura en América Latina. Bogotá: Universidad Javeriana.
• Journal of Child and Family Studies. (2020). “Parent-Child Dynamics in Pre-Adolescence”. Vol. 29, Issue 6.
• Journal of Marriage and Family. (2021). “Mutuality in Adult Father-Child Relationships”. Vol. 83, Issue 4.
• Journal of Youth and Adolescence. (2019). “Father Involvement and Adolescent Development”. Vol. 48, Issue 3.
• National Institute of Child Health and Human Development. (2022). “Longitudinal Study on Father-Child Bonding”. Bethesda, MD.
• Pew Research Center. (2021). “Technology and Generational Gaps”. Disponível em: pewresearch.org.

A Dança do Tempo - O Relacionamento entre Filho e Mãe

🎦A Dança do Tempo - O Relacionamento entre Filho e Mãe 🎦vídeo 

O vínculo entre mãe e filho é uma das relações mais profundas e transfo
rmadoras da experiência humana. Como uma dança que evolui com o passar dos anos, esse relacionamento atravessa fases marcadas por dependência, questionamento, redescoberta e, muitas vezes, uma saudade agridoce. Cada estágio reflete não apenas o desenvolvimento do filho, mas também a resiliência e a adaptabilidade da mãe, que se reinventa para acompanhar as mudanças do tempo. Este capítulo explora os estágios desse relacionamento, enriquecidos por perspectivas psicológicas, sociológicas e culturais, para oferecer uma visão mais ampla e profunda dessa conexão única.

Infância (4-5 anos): A Mãe Onisciente

Na infância, a mãe é o centro do universo da criança. Para um filho de 4 ou 5 anos, ela é a fonte de todas as respostas, uma figura quase mítica que detém o conhecimento absoluto. Perguntas como “Por que o céu é azul?” ou “De onde vêm os bebês?” são dirigidas a ela com confiança inabalável. Estudos em psicologia do desenvolvimento, como os de Jean Piaget, destacam que, nessa fase, a criança opera em um estágio pré-operacional, onde o pensamento é egocêntrico e a mãe é percebida como uma extensão do próprio ser (Piaget, 1952). Essa idealização fortalece o apego, conforme descrito pela teoria do apego de John Bowlby, que enfatiza a mãe como a “base segura” para a exploração do mundo (Bowlby, 1969).

Culturalmente, essa visão da mãe como onisciente é reforçada em diversas tradições. Em muitas culturas africanas, por exemplo, a mãe é vista como a primeira educadora, responsável por transmitir valores e histórias orais às gerações futuras (Mbiti, 1990). Essa fase é marcada por uma dependência emocional e física, onde o amor materno é a âncora que dá segurança à criança.

Pré-adolescência (12 anos): As Primeiras Fissuras

À medida que a criança entra na pré-adolescência, por volta dos 12 anos, o pedestal da mãe começa a mostrar rachaduras. A percepção de que os pais não sabem tudo surge com força, acompanhada de um desejo crescente de autonomia. Erik Erikson, em sua teoria do desenvolvimento psicossocial, descreve essa fase como o conflito entre “indústria versus inferioridade”, onde a criança busca afirmar sua competência e questiona figuras de autoridade, incluindo a mãe (Erikson, 1950). Esse questionamento pode se manifestar em pequenas rebeldias ou em um tom de desafio às regras estabelecidas.

Pesquisas recentes apontam que essa transição é influenciada pelo contexto social. Um estudo publicado no Journal of Family Psychology (2018) sugere que a exposição a redes sociais e a comparação com pares intensificam a percepção de que os pais, especialmente a mãe, estão “desconectados” das realidades do mundo moderno. No entanto, mesmo nesse estágio, a mãe permanece uma figura central, ainda que o filho comece a buscar outras fontes de validação.

Adolescência (15 anos): A Mãe Desconhecedora

Aos 15 anos, na adolescência plena, o relacionamento pode atingir seu ponto mais tenso. O filho, agora imerso no conflito entre “identidade versus confusão de papéis” (Erikson, 1950), frequentemente vê a mãe como alguém que “não entende nada”. Suas opiniões são descartadas como irrelevantes, e as tentativas de orientação podem ser recebidas com resistência ou desdém. Essa fase é marcada por uma busca por independência e pela formação de uma identidade própria, muitas vezes em oposição aos valores maternos.

A psicologia explica esse comportamento como uma necessidade natural de diferenciação. Segundo a psicanalista Nancy Chodorow, a adolescência é um momento em que o filho, especialmente o menino, busca se distanciar da mãe para construir sua masculinidade, enquanto as filhas podem oscilar entre identificação e rejeição (Chodorow, 1978). Culturalmente, essa rebeldia é amplificada em sociedades individualistas, onde a autonomia é altamente valorizada, em contraste com culturas coletivistas, onde o respeito pela mãe tende a permanecer mais intacto (Hofstede, 2001).

Juventude (18 anos): A Mãe Desatualizada

Na juventude, por volta dos 18 anos, o filho pode enxergar a mãe como desatualizada, alguém que não acompanha as rápidas mudanças do mundo. Essa percepção é agravada pelo impacto da tecnologia e da globalização, que criam uma sensação de ruptura geracional. Um estudo do Pew Research Center (2020) mostra que jovens adultos frequentemente sentem que seus pais não compreendem as dinâmicas das redes sociais ou as pressões do mercado de trabalho moderno.

Apesar disso, essa fase também marca o início de uma transição. À medida que o jovem enfrenta os desafios da vida adulta – como ingressar na universidade ou no mercado de trabalho –, ele começa a reconhecer, mesmo que relutantemente, o valor das experiências da mãe. A mãe, por sua vez, pode se adaptar, aprendendo a se comunicar de novas formas para manter o vínculo.

Adulto Jovem (25 anos): A Redescoberta da Sabedoria

Aos 25 anos, o adulto jovem começa a enxergar a mãe com novos olhos. As experiências acumuladas – sucessos, fracassos, relacionamentos e responsabilidades – revelam a sabedoria contida nos conselhos maternos. Essa fase coincide com o que a psicologia humanista chama de “autorealização” (Maslow, 1943), onde o indivíduo busca integrar lições do passado para construir um futuro mais sólido.

Estudos longitudinais, como os conduzidos pelo Institute of Child Development (2021), indicam que adultos jovens frequentemente relatam um aumento na proximidade emocional com a mãe após os 20 anos. Essa reconexão é muitas vezes impulsionada por eventos significativos, como casamentos, a chegada de filhos ou crises pessoais, que levam o filho a valorizar a perspectiva materna.

Adulto Maduro (35 anos): A Mãe como Conselheira

Na adulthood madura, aos 35 anos, a mãe se torna uma conselheira valiosa. O filho, agora mais estabilizado em sua carreira e vida pessoal, busca ativamente sua opinião em decisões importantes, como investimentos, criação de filhos ou mudanças de vida. A teoria da “geratividade” de Erikson sugere que, nessa fase, o indivíduo deseja contribuir para as próximas gerações, e a mãe, com sua experiência, torna-se uma aliada nesse processo (Erikson, 1950).

Um artigo publicado no Journal of Marriage and Family (2019) destaca que mães e filhos adultos frequentemente desenvolvem uma relação de reciprocidade, onde a mãe oferece orientação e o filho, por sua vez, começa a cuidar dela, seja emocionalmente ou fisicamente. Essa mutualidade fortalece o vínculo, transformando-o em uma parceria.

Meia-idade (45 anos): Reflexões sobre o Legado Materno

Aos 45 anos, na meia-idade, o filho reflete profundamente sobre o impacto da mãe em sua vida. As decisões tomadas, os valores absorvidos e até os conflitos do passado ganham novo significado. A psicologia da narrativa, conforme proposta por Dan McAdams, sugere que, nessa fase, os indivíduos constroem uma “história de vida” coerente, na qual a mãe desempenha um papel central (McAdams, 1993).

Essa reflexão pode ser intensificada por mudanças no ciclo de vida, como a saída dos filhos de casa ou a aposentadoria. Culturalmente, em sociedades como a brasileira, onde a família extensa é valorizada, a mãe continua sendo uma figura de referência, muitas vezes assumindo o papel de matriarca (Fonseca, 2005).

Velhice (65 anos): A Saudade da Voz Materna

Na velhice, aos 65 anos, o filho frequentemente enfrenta a ausência da mãe, seja pela distância física, seja pela perda definitiva. A saudade de sua voz, de seus conselhos e de sua presença torna-se uma constante. Estudos sobre luto, como os de Elisabeth Kübler-Ross, indicam que a perda da mãe é uma das experiências mais impactantes na vida adulta, muitas vezes levando a uma reavaliação das memórias compartilhadas (Kübler-Ross, 1969).

Mesmo quando a mãe ainda está presente, a fragilidade da velhice pode inverter os papéis, com o filho assumindo o cuidado. Essa inversão, embora desafiadora, é também uma oportunidade de retribuir o amor recebido ao longo da vida. Em muitas culturas, como nas tradições asiáticas, cuidar da mãe idosa é visto como um dever sagrado, um reflexo de gratidão e respeito (Confúcio, Analectos, séc. V a.C.).

Conclusão: Uma Dança Eterna

O relacionamento entre filho e mãe é uma jornada de transformação, marcada por momentos de proximidade, conflito e reconciliação. Cada estágio reflete não apenas o crescimento do filho, mas também a capacidade da mãe de se adaptar, ensinar e amar incondicionalmente. Como uma dança que nunca termina, esse vínculo deixa marcas profundas, moldando identidades, valores e memórias que ecoam por gerações.

Ao longo dessa jornada, o filho aprende que a mãe, com suas imperfeições e sabedoria, é mais do que uma figura de autoridade: ela é uma companheira de vida, uma contadora de histórias e, acima de tudo, um espelho do amor que transcende o tempo.

Referências Bibliográficas

·        Bowlby, J. (1969). Attachment and Loss: Vol. 1. Attachment. New York: Basic Books.

·        Chodorow, N. (1978). The Reproduction of Mothering: Psychoanalysis and the Sociology of Gender. Berkeley: University of California Press.

·        Confúcio. (séc. V a.C.). Analectos. Tradução moderna por D.C. Lau, 1979.

·        Erikson, E. H. (1950). Childhood and Society. New York: W.W. Norton & Company.

·        Fonseca, C. (2005). Família, Fofoca e Honra: Etnografia da Moralidade no Brasil. Rio de Janeiro: FGV Editora.

·        Hofstede, G. (2001). Culture’s Consequences: Comparing Values, Behaviors, Institutions and Organizations Across Nations. Thousand Oaks: Sage Publications.

·        Kübler-Ross, E. (1969). On Death and Dying. New York: Macmillan.

·        Maslow, A. H. (1943). “A Theory of Human Motivation”. Psychological Review, 50(4), 370–396.

·        Mbiti, J. S. (1990). African Religions and Philosophy. Oxford: Heinemann.

·        McAdams, D. P. (1993). The Stories We Live By: Personal Myths and the Making of the Self. New York: Guilford Press.

·        Piaget, J. (1952). The Origins of Intelligence in Children. New York: International Universities Press.

·        Journal of Family Psychology. (2018). “Social Media and Parent-Child Relationships”. Vol. 32, Issue 5.

·        Journal of Marriage and Family. (2019). “Reciprocity in Adult Mother-Child Relationships”. Vol. 81, Issue 3.

·        Pew Research Center. (2020). “Generational Gaps in Technology Use”. Disponível em: pewresearch.org.

·        Institute of Child Development. (2021). “Longitudinal Study on Parent-Child Bonding”. University of Minnesota.


O Valor de Uma Mãe: Uma Reflexão Inspiradora por Pr. Hernandes Dias Lopes

Ser mãe é, sem dúvida, uma das maiores bênçãos e responsabilidades que alguém pode receber na vida. No entanto, o valor real de uma mãe vai muito além dos cuidados diários e das tarefas cotidianas. Ele está profundamente enraizado no amor, na fé e na entrega total ao propósito divino. Inspirado por uma mensagem profunda do Pr. Hernandes Dias Lopes, da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, este artigo explora o significado do papel materno sob a perspectiva bíblica, destacando exemplos poderosos de mães que marcaram a história da fé.

Uma Homenagem Justa e Necessária
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A celebração do Dia das Mães tem raízes históricas que remontam ao início do século XX, quando Anna Jarvis, nos Estados Unidos, iniciou essa homenagem em 1909, oficializada em 1914. No Brasil, o reconhecimento oficial veio em 1932 por decreto de Getúlio Vargas. Essa data não só é celebrada pelas famílias, mas também pelo comércio, que reconhece a importância dessa homenagem. Porém, a verdadeira homenagem vai além de presentes e comemorações — trata-se de reconhecer o valor insubstituível das mães na formação das gerações e no cuidado com o futuro da humanidade.

O Pr. Hernandes Dias Lopes destaca que o trabalho de uma mãe muitas vezes passa despercebido, tal qual o personagem mítico do capelão do Senado americano Peter Marshall, que cuidava das fontes para garantir a pureza da água nos vilarejos. Quando o trabalho do guardião foi substituído por sistemas mecânicos, a qualidade da água caiu, e a saúde do povo foi comprometida. Assim é o trabalho das mães: muitas vezes invisível, mas absolutamente essencial para a saúde da família, da igreja e da sociedade.

O Poder Transformador da Mãe na História e na Bíblia
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Abraham Lincoln, o 16º presidente dos Estados Unidos, afirmou sabiamente que “a mãe que embala o berço é aquela que governa o mundo”. Essa frase resume a influência profunda que uma mãe exerce na vida dos filhos e, consequentemente, na sociedade. A mãe cristã, em especial, não apenas cuida do físico, mas alimenta o espírito, introduzindo seus filhos no “leite da piedade”, ou seja, na fé e no temor a Deus.

No contexto bíblico, muitas mães deixaram marcas profundas pela fé e dedicação. O Pr. Hernandes destaca duas figuras maternas exemplares: Ana, mãe do profeta Samuel, e Eunice, mãe de Timóteo. Ambas são modelos de mães que não desistem, que oram, que ensinam e que entregam seus filhos para Deus com confiança e propósito.

### A Perseverança e Consagração de Ana

A história de Ana é inspiradora e cheia de lições. Ana era estéril, uma condição que na cultura da época gerava grande sofrimento e até humilhação, especialmente em um contexto de casamentos poligâmicos e disfuncionais. Ela enfrentava as provocações da rival Penina e as dificuldades de lidar com a dor da esterilidade.

Mesmo diante de tantas adversidades, Ana não desistiu. Ela orava fervorosamente, derramando sua alma diante de Deus e fazendo um voto sincero: se Deus lhe concedesse um filho, ela o devolveria ao Senhor para servi-Lo por toda a vida. Essa oração não era apenas um pedido pessoal, mas um compromisso com o propósito divino.

Quando Samuel nasceu, Ana cumpriu sua promessa, entregando-o ao sacerdote Eli. Essa entrega simboliza um ponto crucial para todas as mães: o reconhecimento de que os filhos pertencem a Deus e que o maior sonho de uma mãe deve ser que seus filhos cumpram os propósitos do Senhor, não apenas realizem sonhos terrenos.

O exemplo de Ana nos desafia a pensar: quais são os nossos sonhos para os nossos filhos? Será que desejamos apenas conforto, sucesso ou reconhecimento mundano? Ou aspiramos que eles sejam instrumentos para a glória de Deus, líderes espirituais e agentes de transformação no mundo? Ana nos ensina a consagrar nossos filhos a Deus, confiando na soberania divina.

Eunice: A Mãe que Ensina com Fé e Perseverança

Outra mãe que merece destaque é Eunice, mãe de Timóteo, jovem discípulo e colaborador do apóstolo Paulo. Paulo, em sua segunda carta a Timóteo, elogia a fé sincera que habitava em Eunice e sua mãe, Loide, e que foi transmitida a Timóteo desde a infância.

Eunice compreendeu que a educação cristã começa no lar, muito antes do ensino formal na igreja. Ela não apenas ensinou com palavras, mas viveu a fé, tornando-se um exemplo vivo para seu filho. Paulo reconhece que a fé verdadeira não é apenas ensinada, mas praticada e passada de geração em geração.

Esse ensino desde a infância é fundamental, pois as crianças são como esponjas, absorvendo tudo ao seu redor. A influência dos pais, sobretudo das mães, é decisiva para a formação espiritual e emocional dos filhos. Eunice dedicou-se a ensinar as sagradas letras, a palavra de Deus, que é capaz de tornar sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.

O compromisso de Eunice nos lembra que a fé não é algo que se aprende apenas na igreja ou na escola dominical, mas começa em casa, na convivência diária, no exemplo vivido. A educação cristã é um legado que deve ser transmitido com amor, paciência e perseverança, formando não apenas crentes, mas discípulos comprometidos com a verdade.

A Importância da Soberania de Deus na Vida dos Filhos
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Uma das maiores dificuldades para uma mãe é confiar seus filhos ao cuidado de Deus, especialmente quando o ambiente ao redor parece hostil ou corrompido. Ana enfrentou esse desafio ao entregar Samuel para servir ao sacerdote Eli, mesmo sabendo das falhas do sacerdócio na época.

No cântico de Ana, ela expressa sua confiança na soberania de Deus, reconhecendo que é Ele quem dá e tira a vida, quem exalta e humilha. Essa compreensão é fundamental para toda mãe que deseja entregar seus filhos nas mãos do Senhor, confiando que Ele tem um propósito maior para cada um.

Quando confiamos nossos filhos a Deus, estamos permitindo que a vida deles seja moldada para a glória do Reino e para a expansão da mensagem de salvação. É uma entrega que exige fé, coragem e comprometimento, mas que traz frutos eternos.

O Papel do Lar na Formação Espiritual
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O ensino e a formação espiritual das crianças começam no ambiente familiar. Como Paulo escreveu a Timóteo, é fundamental que os filhos saibam desde cedo as Escrituras que são inspiradas por Deus, úteis para o ensino, repreensão, correção e educação na justiça. Isso prepara o homem de Deus para toda boa obra.

Um dos grandes desafios da atualidade é que muitos jovens perdem a fé ao entrarem na universidade ou na vida adulta, em parte por não terem tido uma base sólida na infância. A influência da família, especialmente da mãe, é decisiva para que esse alicerce seja forte e duradouro.

Além disso, o exemplo é a forma mais eficaz de ensino. Como disse Albert Schweitzer, “um exemplo não é uma forma de ensinar, é a única forma eficaz de ensinar”. A vida da mãe deve ser um espelho limpo, plano e iluminado, para que os filhos possam ver claramente o caminho a seguir.

Desafios e Esperança para as Mães de Hoje
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Vivemos em uma geração onde muitas vezes o mercado e a sociedade disputam a atenção e o coração dos filhos. A pressão por sucesso, conforto e reconhecimento pode desviar o foco do propósito divino. No entanto, o chamado para as mães é para que sejam mulheres de oração, comprometidas com a palavra de Deus, que consagram seus filhos para que sejam usados por Deus nesta geração.

O exemplo de Ana e Eunice nos encoraja a manter a fé e a esperança, mesmo diante das dificuldades. É um chamado para que as mães sejam perseverantes, ensinando, orando e entregando seus filhos para Deus, confiando na sua soberania e no seu amor eterno.

Conclusão
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O valor de uma mãe transcende o papel social e atinge uma dimensão espiritual profunda. Ser mãe é ser guardiã da fé, educadora da esperança e exemplo de amor sacrificial. Ana e Eunice são exemplos bíblicos que nos mostram que a verdadeira maternidade é marcada pela entrega a Deus, pela perseverança na oração e pelo ensino da palavra desde a infância.

Que neste dia das mães, possamos reconhecer e celebrar o papel insubstituível das mães na formação das futuras gerações, e que cada mãe possa renovar seu compromisso de criar filhos para a glória de Deus, sabendo que “as mãos que embalam o berço governam o mundo”. Que Deus abençoe todas as mães com sabedoria, força e fé para cumprir esse papel tão sublime e essencial.

**Referências:**

* Primeiro Samuel 1:18-20
* Segunda Timóteo 1:5; 3:14-17
* Discurso de Abraham Lincoln
* Livro "A Guarda das Fontes" de Peter Marshall

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